Shot me out of the sky! escrita por Daughter of Eris


Capítulo 15
O reciral


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo... depois de muito tempo... Mas aqui esta! Tomara que gostem (:



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Valle POV

Me acomodei em uma das primeiras fileiras, tive sorte de acha aquele lugar, o teatro já estava lotado, as pessoas tagarelavam sem parar, sei por experiência própria, isso só nos deixa mais nervosos. Imaginei aquelas garotinhas, tanta expectativa, tanta preção. O que estaria se passando na cabeça delas? Meus pensamentos foram interrompidos pela vibração do celular em meu bolso. Era o Harry.

Ligação ON

–Fala garoto!

–Olá Vall’s!

–Já disse pra não me chama assim! – disse meio brava – Eu tenho um nome tão lindo e você me chama de “Vall’s”?! – ele riu.

–Desculpe, não faço mais! Ei! O que acha de sairmos? Comer, o que acha?

–Tentador, mas não! Estou no recital da Samantha – o sinal sonoro tocou anunciando que o espetáculo iria começa - ... que vai começar agora, tenho que desligar!

–Não, espera! – ele falou...

Ligação OFF

... mas eu desliguei antes que ele falasse.

A luz baixou, uma senhora subiu ao palco e foi recebida por aplausos. Então esse é a ‘famosa’ Senhora E. , a chefe da Sam. Pensei.

–Senhoras e senhores, boa noite! Esta noite vocês iram presenciar uma viagem ao inacreditável, iram ver fadas, ninfas e criaturas da floresta. Peço que vejam este espetáculo com os mesmos olhos que seus filhos e filhas vêem o mundo, os olhos de uma criança, da imaginação! Preparamos uma surpresa para vocês no final, espero que gostem! Apreciem a noite!

Todos aplaudiram novamente. As cortinas se abriram, no palco, o cenário de uma floresta estava montado. Uma melodia suave, como a de uma flauta celta e os ruídos da floresta, começou a tocar. Conforme a luz ia aumentando, os sons de grilos, sapos e pássaros iam se intensificando. Movimentos suaves de pequenas criaturas da floresta (N.A*: quando eu, ou melhor, a Valle diz “criaturas da floresta”, ela se refere a sapos, esquilos, etc...) , que eu preferi que eram as alunas da Sam. Elas faziam movimentos bem simples e pequenos giros, como se estivessem acordando. Garotas mais velhas, vestidas como borboletas, entraram junto com a música.

Sam já me falou desse música, é uma ópera? Não, não é isso. Me lembro que fala das quatro estações. Quarto estações. Pelas cores, essa é a primavera. Pensei enquanto as garotas borboleta terminavam de acordar os outros animais. Primavera. É, não sou tão burra assim, viva! ... Espera, viva? Vival... Vivaldi!

Quando eu chegue a essa ‘magnífica’ conclusão, todas as meninas estavam ao redor de uma flor gigante. Conforme cada um das enormes pétalas se abria, revelava um amontoado de panos brancos.

É a Samantha sua monga! Meu cérebro me alertou.

Realmente, era a Sam, ela ficou de pé como se estivesse dormindo ainda. Ela estava vestida de um jeito estranho para o cenário. Faixas de setim branco envolviam a parte superior de seu corpo, mais setim branco caia em uma longa saia e sapatilhas branco peroladas. Ela se espreguiçou e acordou, fez mensão a correr para um lado, mas os ‘amigos fofinhos da floresta’ não deixaram, Sam olhou para as próprias roupas com desaprovação. Duas esquilinhas, que eu percebi que eram gêmeas, correram e seguraram um dos lados da barra da saia de Sam e saíram em disparada pelo palco. Sam rodava na ponta das sapatilhas, conforme todo o branco saia as cores brotavam por debaixo. Quando parou de girar, Samantha exibia um colã rosado e uma saia leve e curta em degrade do rosa para o verde suave.

Foi ai que eu entendi, Sam representava a primavera (dããã!). Cores alegres, a animação em seu rosto, tudo era tão floral que eu sentia até o cheiro doce no ar. Sam parecia tão suave nos saltos e nos movimento que... não parecia ela, essa é a verdade! Sam, na maior parte do tempo, é atrapalhada, desastrada, distraída. Ver ela assim... é quase surreal.

Antes mesmo que eu me desse conta, a primavera tinha virado verão, Sam ‘cumprimentava’ outra bailarina, que claramente o verão, ela usava uma espécie de vestido solto amarelo e laranja vibrante. Acho que dei mais atenção a primavera que as outras estações, porque elas passaram ser BEM mais rápidas. Todos aplaudiram de pé conforme os grupos, lê-se as estações, iam até a frente do palco. Os aplausos ficaram mais fortes quando Sam e suas garotinhas deram um passo a frente.

–Essa é minha filhona! – um homem gritou atrás de mim. Meu pai berrou a mesma coisa na minha primeira peça, que foi uma das poucas que ele viu.

–Realmente lindo! Parabéns meninas! – Madame E. Disse enquanto as cortinas se fecharam atrás dela – Senhoras e senhores, vamos para uma pequena pausa. Quando voltarmos, iremos revelar nossa surpresa!

Enquanto todos iam beber água ou come algo, eu fui em direção aos camarins. Garotas pulavam de alegria e se parabenizavam. Uma garota vestida de esquilo esbarrou em mim.

–Desculpe! – ela disse.

–Tudo bem! Você pode me dizer onde esta a Sa...- antes que eu pudesse terminar ela apontou um lugar cheio de gente se trocando – Obrigado!

Que caos! Fazia tempo que eu não via um camarim tão agitado com gente se arrumando para o outro ato. Mas... as roupas eram escuras e... aquilo são penas?!

–Gostou?! – Sam perguntou atrás de mim, me assustando.

–Sim, muito, foi lindo! – a abracei – Até lembrei o nome da musica! – ri – Tinha me esquecido que você sabia dançar assim!

–Puxa... valeu em Valle, de verdade! – ela riu – Vem, preciso te falar uma coisa! – ela me puxou para um canto mais vazio – Olha, eu pensei no que você me falou ontem, pensei mesmo! E eu decidi que ... – o sinal tocou – Droga! Preciso ir! Volte aqui assim que a cortina fecha! – Sam correu para junto das outras e eu corri para o meu lugar.

Todos aplaudiram quando Senhora E. pisou no palco.

–Obrigado! Agora, eu lhes prometi uma surpresa, e aqui esta! Eu lhes apresento as professoras do estúdio La Boeme!

Não era musica clássica, e eu conheço essa musica! “Cant be Tamed”! Da Miley! Pirei!!! Por que a vaca da Samantha não me falou que ia dançar essa musica?! VACA! Agora eu entendi as roupas pretas e as penas.

Todas as bailarinas usavam colãs pretos com mangas compridas comm luvas que pareciam asas. As sapatilhas eram, como posso dizer, de cano alto? Não é isso, mas pareciam ‘botas’, não eram de trançadas. Elas usavam mascaras, com uma espécie de tule preto na parte dos olhos, não dava pra velos. As bailarinas faziam movimentos pausados, como se as engrenagens estivessem parando, saltavam, abriam spacats no ar, como se realmente fossem pássaros! Uma delas tentava se ‘libertar’ de dois caras que a seguravam pelas asas. E bem na hora do refrão ela mando os caras pra longe.

I can't be tamed! I can't be tamed I can't be blamed! I can't, can't I can't, can't be tamed! I can't be changed! I can't be tamed! I can't be (can't be) I can't be tamed!"

Eu observei aquela garota a dança inteira, ela era boa! Tinha uma boa abertura, até os movimentos mais graciosos eram ritmados e suaves. A musica acabou e a garota que eu observava ergueu uma das pernas, como aquela menina do PussyCatDolls (PSD), mas ela estava ‘apenas’ na ponta das sapatilha, isso sim foi incrível! Todas as professoras tiraram as mascaras, revelando seus rostos e adivinhem... (quem adivinhar ganha uma bala!!! Le eu sendo engraçada!)era Sam!

A plateia explodiu em aplausos. Madame E. apresentou cada uma delas entregando um buque de flores. Quando ela disse:

–E por fim, nossa mas nova ‘mestra’. A professora das alunas da turma de base de seis a nove anos e que recentemente assumiu uma de nossas turmas intermediarias, de 10 á 15 anos... Miss Samantha Carone!

Faltou só eu pular nos ombros do careca que estava sentado na minha frente.

–WOOOOOOOOOOW!!! ESSA É MINHA MELHOR AMIGA GALERA!!! WOOW!!! – gritei enquanto todos da plateia me olhavam com cara estranha Sam ria no palco.

Corri para os bastidores e pulei em cima da Samantha assim que a vi.

–Você foi demais! Incrível! Fantástica! – berrei pulando.

–Para de pular sua macaca! – ela riu – Nós temos que conversar SÉRIO!

–Meninas! – Madame E. chamou – precisamos conversar! – Sam revirou os olhos e eu juro que eu pude ouvir ela pensar “Oh puta que pariu! É hoje!!!”

–Espera aqui! – ela disse e foi até o grande grupo de garotas e professoras.

–Quero agradecer a presença e o esforço de todas vocês! Meninas, parabéns! Professoras, excelente trabalho! Bom, é isso, nos vemos na segunda!

–Senhora E.! Preciso falar uma coisa! – Sam se manifestou, todos olharam para ela – Sei que passei pouco tempo com vocês, e que, bom... nem todos gostam muito de mim – uma garota alta com cara de velha torceu o nariz em uma careta de desgosto – mas mesmo assim eu quero agradecer!

–Nos que temos a agradecer Samantha – senhora E. falou de um jeito caloroso – Agora posso dizer que só vamos nos ver na segunda-feira?

–Não... – Sam riu – Tem mais uma coisa que eu quero dizer – continuou – Eu só tenho a agradecer, vocês foram muito calorosos... Mas... eu me demito!

–O QUE?!?! – todas as meninas perguntaram com caras de espanto, a mulher que torceu o nariz tinha um sorriso tonto no rosto, como se aquilo fosse algo ótimo... Eu estava pasma! Porque ela fez isso?! Tudo bem... eu falei que ela precisava descansar um pouco, mais isso é precipitado! Loucura! Coisa de... de Samantha mesmo!

–Sam... – Senhora E. falou incrédula.

–Elizabeth – Sam interrompeu – Sei o que a senhora vai falar que eu tenho potencial, que eu tenho a alma... Mas uma pessoa muito importante me disse que eu tenho que colocar minha cabeça no lugar, coisa que eu to precisando mesmo! – Sam riu – Eu só tenho a agradecer tudo o que vocês fizeram por mim meninas – ela lançou um sorriso caloroso pra as garotas – A minhas colegas de trabalho – a garota que torce o nariz fez cara feia e se afastou - Mas principalmente a senhora, Madame Eliza...

Sam não teve nem como terminar de falar. A velinha deu um abraço forte em Samantha, eu tava vendo minha amiga ficar roxa já. Logo em seguida todos estavam em um grande abraço coletivo. Quanta fofura!

–Sempre vai poder contar conosco em tudo que precisar! – Madame E. falou com um brilho nos olhos.

–Acho que vou vomitar! – alguém berrou dos camarins. Provavelmente aquela garota nojenta que torceu o nariz.

–Obrigado Elizabeth – Sam falou ignorando o berro – É bom saber que alguem se importa! – ela falou mais alto pra ser ouvida nos camarins. Minha amiga é cruel! – Se eu precisar sei onde encontrar vocês – Sam sorriu e veio na minha direção.

Dei um soco no braço dela.

–AI! Porque fez isso?! – Sam perguntou passando a mão no braço.

–ISSO – apontei pra onde eu tinha batido - ,é por você não ter me contado esse seu plano idiota!

–AH! Como seu eu não tivesse tentado te contar isso a noite to...

Interrompi em um abraço. Samantha calou a boca na mesma hora, ela não teve reação.

–Isso é por você ter me escutado – falei.

–Eu sempre te escuto amiga – ela disse retribuindo o abraço - ... mesmo que você não fassa isso as vezes mas...

–Não estraga o momento Samantha! – briguei.

–Por acaso hoje é o dia ‘Interrompa a Samantha toda vez que ela abrir a boca’?! Teria como eu terminar pelo menos UMA frase?!

–Não! – disse. Começamos a rir.

Vi uma garotinha, ainda de cola, se aproximar.

–Vivian! – Sam falou se abaixando para ficar cara a cara com a garota – Desculpe! Queria muito continuar com vocês, mas eu preciso dar um jeito na minha vida. Você entende, não é?

–Claro que entendo! Sou crianças mas não sou idiota! Tenho oito anos, mas eu consigo entender vocês adultos... Pelo menos você eu consigo entender! – Uau... essa garota lembra muito a irmã da Sam, espertinha como a Diana. Sam olhou a com um sorriso no rosto enquanto ela pegava um bloquinho e uma caneta e escrevia alguma coisa – Toma! – ela estendeu o papel para Sam – Esses são os telefones do escritório do meu pai, da minha mãe e meu celular – essa garota tem oito anos e tem celular?! COMASSIM?! – Caso você queria voltar à ativa, ou só, sei lá, tomar um sorvete...

Sam riu. Pegou o bloco e a caneta e anotou seu celular.

–Sei como te encontrar Vi. Toma, quando tiver algum problema me ligue, eu te ajudo – Sam estendeu a mão pra garotinha e elas fizeram um toque doido. Bate em cima, bate em baixo e um soquinho – Até qualquer dia Vi!

–Até qualquer dia, Miss Carone – a garota sorriu como se aquilo fosse uma piada e correu até um homem de terno e gravata e uma mulher de vestido e joias finas.

Sam levantou e passou a mão rente aos olhos para segurar as lagrimas.

–Eu vi ein! – ri.

–Cala boca! – Sam também riu – Então... Vamos comemorar?

–Agora falou minha língua!!! Ainda bem que vim meio arrumada! (Look)

–Então você ia me induzir a sair de qualquer jeito, não é?!

–Aham! – concordei.

–Ótimo! Porque eu comprei um vestido lindo! – Sam riu – Vamos só passar em casa pra deixar minhas coisas e vamo pra farra!!!

Pegamos um taxi e fomos até nossa casa. Sam tomou um banho, arrumou o cabelo e ficou fantástica! (Look)

–Samantha... meus parabéns viu! – falei aplaudindo – Você se superou dessa vez! Ta muito gata, eu pegava! – ri.

–Ah paaaara! – Sam falou em tom de brincadeira – Fico vermelha assim!

Saímos do prédio rindo, pegamos o primeiro taxi que vimos e, como Sam disse, nós fomos par farra!!!


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Notas finais do capítulo

Comentarios? Criticas? Duvidas? Batata grande por mais um real?! Haha