- Edward?

A voz da minha mãe estava lá no fundo, pelo jeito, ela estava na cozinha.
Eu tinha acabado de pagar quase $200,00 só de táxi, e agora meu coração batia desesperado e medroso pelo barraco que eu estaria para enfrentar.

Se Tanya estivesse aqui, a gritaria ainda estaria acontecendo antes mesmo de você chegar.

Minha consciência chegou num ponto, que é verdade.
Mas, o que minha mãe iria dizer? E meu pai?

Para de se fazer como se fosse um garoto de 12 anos, com medo dos próprios pais!

- Mãe, eu cheguei. – Fui em direção à cozinha.

E ali estava Dona Esme e Carlisle. Estavam sentados na mesa, pareciam que tinham conversado sobre mim. Pelo jeito.

- É, meu garotão finalmente cresceu, não? – Meu pai dava um sorriso. Era para eu ter medo? Será que eles não perceberão que eu já estava desde o momento que eu abri a porta?
- Como assim, pai? – Sim, eu estava me fazendo de inocente.
- Edward, não tem como você negar, filho. O mundo inteiro agora viu que você está gostando da Bella. – Minha mãe respondeu.
- E eu não sei como, principalmente para a senhora, mãe, isso é algo triste. O que aconteceu quando a Tanya estava aqui?
- Ah, a mesma baixaria de sempre. Só faltou ela invocar o diabo para ir atrás de você e de Bella, se você pudesse ver o ódio dessa garota... Edward, como você arruma alguém como ela, ein?! – Meu pai tentava ser sério, mas pelo jeito, ele estava mais feliz que minha mãe.
- Não parece que foi só isso. Pelo jeito como minha mãe está agora, aconteceu algo mais.
- É apenas que... – Minha mãe olhou para baixo envergonhada, e depois de respirar bem fundo, ela continuou. – Ela me olhou com tanto ódio e disse bem séria que iria fazer o possível e impossível para não deixar que vocês ficassem juntos. Que tornaria a sua vida e a de Bella, um perfeito inferno. Filho, eu juro, eu nunca tive medo dela. Mas, eu sinto que Tanya não vai se limitar à nada, quando a questão for sobre separar vocês. Isso me dá medo, vai que ela pode ser capaz de tudo...
- Ei. Não fica assim, Tanya não fará nada. Eu não vou permitir. Ela não vai ficar achando que tem esse poder sobre mim, ou mesmo sobre Bella, mãe. Eu nunca deixaria algo machuca-la, eu prometo, ok? Nada vai acontecer.

Assim, eu abracei minha mãe.
E a primeira coisa que veio na minha cabeça, foi a lembrança do ou meu sonho ou minha visão sobre um futuro término entre eu e Bella.
Não, eu não vou deixar isso acontecer.
Eu farei de tudo para o pior não acontecer.

Depois de certificar para Dona Esme que Tanya não iria fazer nada, eu contei sobre o prêmio de 2º lugar que nós tínhamos conseguido, sobre nossas conversas e tudo. Pude perceber que meus pais ficaram bem animados, e após prometer que amanhã eu resolveria os problemas com Tanya, subi para meu quarto e troquei de roupa.
Mas, eu continuava pensativo com aquela festa e estar ao lado de Bella. E com todos esses meus confusos pensamentos, eu achei nas minhas coisas, uma foto minha com Tanya, ela estava me beijando na bochecha, enquanto eu estava sorrindo.
Eu achava que aquilo era amor. Aquela sensação de novidade quando ela chegava perto de mim, e sussurrava coisas no meu ouvido, ou quando ela mordia minha boca e me abraçava. Essa Tanya que eu conhecia deve ter morrido, porque a Tanya de agora, vingativa, ciumenta, possessiva, arrogante... Não, se eu conhecesse esse lado dela, eu teria ficado com ela apenas por um dia. No máximo.

E aí, veio o sorriso de Bella na minha cabeça. E o jeito como ela me olhava, como se conseguisse ver minha alma, meus medos, meus desejos. E quando ela dançava comigo, seu corpo colado ao meu...
Percebi que, então, se Bella tinha apenas me beijado, ela era virgem.
Ninguém sabia o quanto seu beijo era perfeito, no ponto certo, na minha medida certa, de um jeito que me viciasse como nunca havia sentido antes.
E eu gostei de pensar que ela poderia ser minha para sempre. Minha, mãe dos meus filhos, a minha companheira para os momentos felizes ou tristes que eu posso ter, futuramente.

E você já está besta o suficiente para pensar num futuro, sendo que você nem sabe o que vai acontecer de manhã!

Eu vou o mais cedo possível encontrar a Tanya, fazê-la entender. Quem sabe, eu possa adiantar um barraco em rede internacional?
Ah, seria muito bom.

Já estava muito tarde. Eu acho que deveria descansar, amanhã promete muitas coisas.
A pergunta seria se são coisas boas ou ruins?

“– Edward?
 - Sim?
- Me desculpe. Desculpe por ter estragado tudo, se eu soubesse que terminaria assim, eu teria impedido.

Então, eu abri os meus olhos e vi Bella na minha frente. Seus olhos marejados, ela estava na minha frente, acabada, triste. Cansada.
E antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, como se fosse um controle maior do que eu mesmo, as palavras fluíam sem o meu consentimento.

- Bella. Como você pode dizer estas coisas? O nosso amor, foi o que nos uniu, o que nos fez encontrar um ao outro. Eu fui o seu único. Eu fiz tudo para que você tivesse uma vida feliz. Só por causa de alguns obstáculos que sempre vão existir, você quer terminar tudo? E a nossa casa? Nosso casamento? E o seu sonho de ter filhos? Meus filhos? Eu não vou permitir que tudo termine por causa da Tanya.

Ela já estava chorando.
E achando como se fosse o certo a se fazer, eu dei passo por passo, meu coração acelerado, com medo de perder a única pessoa que realmente me tornou alguém com um valor moral e de um bom caráter. Eu não podia perdê-la. 
Assim, circulei a cintura dela, fazendo com que nossos corpos se aproximassem. Eu queria sentir o quão real era tudo aquilo. Eu queria mostrar que era isso que desejava. Nem um milímetro de distância.
Desejava estarmos sempre assim, unidos. De corpo e alma.

- Eu sempre procurava alguém que conseguisse me ver, sabe. Mas, eu sempre me apaixonava pelo o errado, e esperava. Culpei-me por ficar esperando alguém que poderia não existir por tantos anos... Até que eu te conheci. Vi seu perfeito sorriso, sua voz. E tudo que eu pensei que nunca encontraria, estava ali na minha frente. Porém era tudo tão perto e tão longe, que eu preferi perder esperanças falsas, que poderiam nem existir, Edward. – Ela sussurrava no meu ouvido. Tão perto de mim, e eu sentindo seu coração junto ao meu, na mesma rapidez e na mesma preocupação de um perder o outro.
- Bella, você é tudo o que mais desejei e tudo o que eu sempre vou querer. Ninguém podia ganhar mais do que sempre sonhou em apenas ter, como aconteceu comigo no dia em que eu te beijei e senti que foi certo.
- Já te disse que você beija bem?
- Ah, me deixa ver... Hum, não. Hoje não. Mas, eu posso fazer o favor de ter dar uma prévia agora.
- Edward...

Surpreendi-a, quando a empurrei na parede e beijei sua boca com tanta vontade.
Eu a necessitava. Ela era o meu tudo. Minha casa, minha vida, minha base.
E sem ela, o mundo perdia o brilho, aquela chama que te faz feliz em estar vivo.
Seria apenas uma existência do Edward Anthony Cullen, se Bella não existisse.

Ouvi Bella gemer, enquanto passava minhas mãos pelo seu corpo. Desejando cada parte de sua pele, de sua alma, junto das minhas.
Disso, guiei-nos até meu quarto. Ela não protestou. Já estava me arranhando e infiltrando suas mãos em meu cabelo, do jeito que eu amava quando fazia. E só ela sabia fazer.
Sentir seu corpo embaixo do meu, me fez sentir mais vivo. Sentir o amor passando por todos os meus sentidos, por meu corpo inteiro. Minha alma inteira.

- Dá para sentir esse meu amor por você, Bella? – Sussurrei em seu ouvido, enquanto retirava sua blusa.
- Me ama Ed. Faça-me sua. – Ela gemia. Só do jeito que ela sabia fazer.

E como perder a única que eu sempre amei? Desde o começo?”

Pulei da cama.

EU TINHA ACABADO DE TER O MELHOR SONHO DA MINHA VIDA.

Meu Deus, caramba, PQP, eu tinha sonhado uma declaração de amor entre eu e Bella... E depois, estávamos aqui.
É, aqui no meu quarto. Na minha cama. Na mesma em que eu estava agora, dormindo.

Ah, mais o pior disso, é que eu deveria ir AGORA para o banheiro... Alguém levou o sonho muito intensamente...
E me fez imaginar como seria estar dentro de Bella, amando-a, fazendo minha. Só minha.

EDWARD, TOME BANHO. AGORA.

Sim, eu precisava. Também, já estava na hora de acordar, se eu quisesse resolver os problemas, que se chamavam: Tanya.
E enquanto eu estava lá, a água passando pelo meu corpo, lembranças do meu sonho passavam pela minha cabeça. Ela sendo minha, eu a tendo em meus braços.
Cada carícia, cada vez que ela gemia...
Eu acho que seria muito bom parar por aqui mesmo.
Me troquei, e enquanto fazia isso, travava uma batalha interna comigo mesmo. Para minha própria saúde, ficar passando cada momento desse meu sonho, não me ajudaria a ter controle de nada.
Peguei o meu celular, já eram onze horas da manhã, então achei que Tanya poderia estar acordada. Liguei em seu celular e nada.
Esperei um pouco, e liguei de novo.
Nada.
Rá! Ela estava me ignorando.

Edward, isso já era um ato previsto, também, né?!

Decidi ligar na casa dela e saber se ela estava lá ou em outro lugar.

- Alô? – Era a mãe de Tanya, Sra. Isabel
- Bom dia, Sra. Isabel. É o Edward – torcia para que Tanya não tivesse dito nada sobre mim à mãe – A Tanya está aí?
- Bom dia, querido. – Pelo jeito, ela não sabe de nada, ainda. Bom – Tanya foi lá na faculdade, eu acho que é alguma coisa sobre os livros desse ano, sabe?
- Ah, sei sim. – Não, que coisa sobre livros? Os professores só falavam sobre o material no começo das aulas. Ainda faltava um mês. – Bem, obrigado, vou lá, falar com ela. Muito obrigado.
- De nada, Edward. Tchau.
- Tchau.

Algo estava muito de errado, eu podia sentir no ar. Vamos, ver no que vai dar então.
Desci correndo, meus pais já estavam na cozinha. E ali na mesa, estava meu café-da-manhã.

- Bom dia, filho! – Meus pais disseram juntos, enquanto arrumavam já a comida para o almoço.
- Bom dia, família Cullen. Ah, eu já liguei para saber onde a Tanya está, então eu tô indo para lá, falar com ela. – Dizia enquanto comia rapidamente minha comida.
- Edward. Você tem certeza? Eu não sei do que essa garota é capaz...
- Mãe, fica calma, tá?
- Ok.
- Filho, pode pegar o meu carro, ok? E eu cuido da sua mãe, enquanto isso. – Ele deu um beijo na bochecha dela.
- Ok, ok. Não precisam fazer o show na frente do filho de vocês. – Disse brincando.
- Edward. Cala a boca. Ah, a Rose ligou. – Minha mãe disse, quando eu já estava passando pela porta. – Ela está voltando, semana que vem ela estará aqui.
- Que bom, mais uma para eu cuidar... – Imaginei, já que Emmett estava morando por aqui, eu teria que ficar de olho nos dois, e em Bella comigo...
- O que?
- Nada, não. Beijo, amo vocês.

Saí, entrei no carro e fui correndo para Yale, na área de medicina.

Estacionei o carro, e fui atrás de Tanya. Procurei ela pela recepção da secretaria, mas ela não estava lá.
Então, entrei nos corredores, a sua procura.
Quando já estava achando que ela não estava mais na universidade, eu a vi, conversando com um cara.
Eu já ia chama-la, mas pensei que eu devesse escutar o que eles estavam conversando.
Sim, isso não era legal e tudo mais relacionado com respeito e privacidade...
Mas, não é suspeito um cara e Tanya, conversando num corredor deserto?
Aí tem.

Resolvi, ficar atrás de um coluna, que estava bem próximo deles. A minha sorte, é que eles não me viram.

- Você realmente acha que vai dar certo isso? – O cara perguntava, com uma cara de dúvida, para Tanya.
- Não acho como tenho certeza. Michael, o Edward, não vai desconfiar de nada. Ele não sabe de nada. E outra, ele merece, estou passando vergonha por rede internacional! Ele e aquela sem sal de Isabella Swan. Uma ridícula, aliás.

Eu quase caí para trás, o que ela estava tramando contra mim??
E sem sal?? A Bella?? Estava mais para a Tanya ser a sem sal, do que contrário.

- Mas, eu acho que você poderia deixa-los em paz, eles se gostam e daí? – O tal de Michael parecia despreocupado.
- Ninguém, você me escutou, ninguém coloca chifre em mim e sem ter vingança em troca, entendeu? Eles acham que eu vou ficar quieta, que eu não farei nada. Mas, essa besteira nossa, vai me ajudar e muito, Michael. – Pude perceber que ela estava sorrindo, eu nunca tinha visto tanta maldade em uma garota só.
- Tanya, você não pode envolver uma criança no meio! Ela também é minha! Você acha que eu vou deixar? – Ele estava bravo, e eu estava em choque.
- Eu sei de todos os seus rolos nesta universidade, e sei que se você sair da linha um pouco que seja, sua bolsa será cancelada. E seu sonho de ser um grande cirurgião e ajudar sua família, se acabará. Então, ou você me ajuda ou você me ajuda.

Michael suspirou. Ele olhava para os lados, tentando ver se tinha alguém por ali.

- Você não pode soltar que está grávida hoje, por rede internacional. Se fizer isso, eu não me importo com a minha bolsa, e digo que ele é meu. Quantas vezes, eu sei que você deixou Edward de lado e me procurou? Dizendo que ele não tinha capacidade de saciar as suas vontades? Eu só não entendo, como você vai querer prender ele numa mentira, sendo que você nem o ama, de verdade. Eu só queria entender o que você consegue, fazendo tudo que você planeja, ein?
- Vitória. Ninguém me trai e, eu deixo por isso mesmo. Ele vai me pagar. Ele vai cair direitinho que eu estou grávida dele, e a idiota pobretona da Swan, vai sair correndo e deixa-lo sozinho. Edward será infeliz, e durante isso, eu estarei ali, fazendo com que nunca acabe o pesadelo dele.
- Você é baixa. Infelicidade? Tanya, eu sei que você não me ama, e nem eu sinto isso por você, mas poderíamos tentar fazer com que essa criança tenha uma vida boa, com pais que não briguem a todo o momento... Esqueça essa ideia de vingança, vai. Vamos tentar? – Enquanto, eu ainda estava em estado de choque, eu percebia que Michael dizia sinceramente cada palavra.
Houve um momento de silêncio, o que Tanya estaria pensando?
E depois, escutei a rindo. Gargalhando.

- Ah, Michael, você realmente é um total idiota. Bom, tenho muitas coisas para fazer. Vou falar com Edward, e começar meu plano, tá? Eu te ligo, mais tarde. Tenta melhorar essa sua lábia, ela é horrível.

Tanya saiu rebolando, sem olhar para trás.
Vi Michael balançando a cabeça, como se estivesse cansado de tentar ajudar e resolver o problema com Tanya.

Eu tinha acabado de apertar o botão de parar do meu celular. Eu gravei cada nojenta palavra que Tanya havia dito.
Ela acha que vai me enganar?
Baixa, como esse Michael falou, envolver uma criança inocente neste plano sujo e ridículo.

Enquanto eu esperava Tanya e Michael saírem da universidade, pude sorrir.
Não, Tanya, você não me separar da Bella. Esse plano, nós não vamos cair.

Após esperar bastante, eu fui em direção ao meu carro.
Ok, eu estava feliz, porque Tanya havia facilitado tudo. Mas, o que ela planejava me dizer, o que ela queria fazer: destruir a minha relação com Bella.
E não era de um jeito idiota, de um jeito que só xingando ela vai mostrar o quanto ela não presta.
É pior, ela quer usar uma gravidez, que ela mesma provocou – COM OUTRO – para me chantagear. Para fazer com que Bella desista de mim.

E eu estava ali, no meu carro, desacreditado.
Como eu pude se quer pensar que eu podia estar amando a Tanya? A mesma Tanya que estava rindo, da minha cara, e que estava querendo minha infelicidade.
Antes de conhecer Bella e tudo mudar, eu era fiel à Tanya, fazia todos os seus desejos. E escutar ali, que ela ia para a cama de outro, dizendo que eu não a satisfazia?!
Ah, mais uma vontade enorme de bater naquela criatura sem coração, sem escrúpulos algum.
Eu não vou deixar que ela faça nada.

E meio perdido em pensamentos e muita raiva, decidi que precisava ver Bella. Imediatamente.

Não sei como e quanto tempo levei, mas eu estava na frente da casa da Bella.
Corri até sua porta e quando apertei sua campainha...

Eu não estava preocupado se um de seus pais que iria me atender e achar muito estranho eu estar procurando pela filha deles.
Eu estava preocupado com aquele meu medo, daquele sonho/talvez-futuro do meu término com Bella. Eu não podia deixar acontecer.

E transtornado por tudo isso, quando a porta se abriu, os meus olhos encontraram os olhos de Bella.

- Edward? – Ela me olhou. – O que aconteceu?
- Bella. Eu tô com o meu carro ali, você pode vir comigo? – Ela estranhou. – É muito sério, eu preciso que você saiba de uma coisa que eu acabei de descobrir. Por favor. Eu preciso de você.

Eu a olhei profundamente. Torcendo para que ela aceitasse.
Ela ficou me observando por um tempo, se decidindo se iria ou não.

- Ok. Vamos. – Ela fechou a porta e me seguiu.

Dentro do carro, percebi como o ar ficou impregnado pelo perfume de Bella.
Morango.

- O que aconteceu, Edward? – Ela me olhou preocupada. – Você parece que viu um fantasma ou sei lá.
- Não, o que eu vi foi muito pior. De alguma maneira, Bella, eu consegui evitar com que separassem a gente.
- Hã? Como assim nos separar? Se nem estamos juntos...

A encarei, como ela pode dizer que não estamos juntos?
Ela percebeu o que eu tinha pensado.

- Ainda, claro. – Acrescentou em seguida.
- Escuta essa conversa, e depois me fala.
- Er, tá, então.

Procurei a gravação no meu celular e após encontrar toquei.
A voz de Tanya ressoou pelo carro, e eu sabia que Bella havia reconhecido aquela voz.


Após escutarmos toda a conversa, a qual – mesmo se eu quisesse – não sai da minha cabeça, Bella me olhava incrédula e com as mãos na boca de tão surpresa.

- Como ela pode pensar em fazer isso conosco? E usar o próprio filho, e... E... Ela te traiu, Edward... Graças a Deus, nós sabemos de tudo. Eu não vou sair do seu lado, agora mais do que nunca, eu quero você. Eu não vou a deixar acabar com a sua felicidade. Eu não vou deixar.

Bella me olhou tão determinada e tão segura de si, que eu achei maravilhoso conhecer esse lado dela, tão independente e seguro de si mesmo.
Sorri em resposta.
- E eu vou fazer você feliz, Bella, como nunca foi antes.
- Edward, eu já estou feliz. Por você.

Eu estava tão em paz porque consegui prevenir algo que pudesse arruinar toda a minha vida, todos os meus sonhos... Que após escutar Bella dizendo aquilo para mim, não pensei e apenas a peguei pela nuca e a beijei.
Um beijo de saudade.
De amor.

- Edward, eu quero te confessar algo. – Seus olhos brilhavam para mim.
- Diga.
- É da mais loucura possível, eu sei, e também entendo que você ainda não está neste nível e tudo aconteceu de repente e ainda tem a Tanya e as loucuras dela...
- Bella. – Coloquei meu dedo em sua boca. Fitamo-nos por um tempo. – Calma, eu estou aqui. Pode dizer, não tenha medo.
- Tá. Eu quero dizer que após todas essas coisas pelas quais passamos, até agora, eu tenho a certeza, dentro de mim, que eu posso dizer que...

Eu esperei.
No fundo alguma coisa me dizia que já sabia o que estava para ser falado.
E o meu coração foi à mil. Esperançoso. Aguardando aquelas palavras que o fariam ter um infarto aqui.

- Eu te amo, Edward. E parece que é verdadeiro. – Seus olhos estavam marejados, e ela estava sorrindo, me olhando nos olhos.
- Ei, não chora. – Limpei suas lágrimas, e sorri para ela. – Posso, agora, contar um segredo que eu estava guardando já faz um tempo?
- Claro.
- Teve esse dia, em que eu encontrei uma garota, sabe, com olhos cor de chocolate e com um sorriso encantador. Eu nunca tinha visto alguém igual à ela, eu sei que foi burrice minha achar que ela poderia ser comparada à alguém... Mas, bem, eu comecei a pensar no jeito que ela era. E briguei comigo por prestar atenção em tantos pequenos detalhes. Por alguém que eu conheci em um único dia. Mas, eu te confesso que houve um momento em que meus olhos se prenderam nos dela e eu soube ali naquela fração de segundo, que ela seria a mulher com quem eu me casaria. A que seria a mãe dos meus filhos. A mulher que teria o meu coração, sem que um de nós dois percebêssemos. E sem perceber, desde que eu consegui sentir seus lábios, seu doce aroma de morangos... Eu não conseguia dizer em palavras, mas todos os meus sentimentos queriam dizem à essa mesma garota... Que, eu te amo também, Isabella Swan.

Ela me olhava, chorando novamente. Seus olhos brilhavam, não sei como eu estava, mas defendo que nunca tinha me sentindo tão feliz e tão verdadeiro em expressar meus sentimentos.
E aquilo era o certo.
O nosso certo.
Assim, como se fosse algo muito previsível e desejado, eu e Bella voltamos a nos beijar.