Escute Byakuya, você tem se mostrado responsável e forte. Responsável e forte o bastante para ser nomeado líder do clã. Além disso você é um capitão do Goten treze , e se está nesse posto é por que é capaz . Não me decepcione Byakuya. Não destrua a honra e o orgulho do clã Kuchiki . – Ginrei –dono virou e seguiu para seus aposentos .Reverenciei em sinal de respeito.

–Sim, Ginrei-dono.

Logo depois , voltei para meu quarto e deitei novamente, mas não consegui dormir . Não conseguia para de pensar naqueles olhos negros . Aquela ladra .... eu ainda vou encontra-la .

[...]

Depois daquele incidente tive varias reuniões extremamente cansativas . Uma ladra, quero dizer , ladrão, não podia entrar e sair tão facilmente na mansão dos Kuchiki. Isso mancharia nossa honra e reputação .

Triplicamos a vigilância e tomamos todas as precauções necessárias .Eu queria que ela voltasse , eu queria vê-la novamente .Ela parecia tão frágil , tão pequena .Mas agora isso era impossível com a segurança reforçada .

O sol estava surgindo no horizonte avisando que seria um dia muito quente .Depois de fazer minha higiene matinal e vestir meu sobretudo de capitão e fui para a minha divisão .

Eu estava um pouco irritado, pois aquele incidente caiu diretamente em minhas costas, pois como líder do clã Kuchiki a responsabilidade do que havia ocorrido era minha . Mesmo contrariado aceitei .

–Bom dia Kuchiki Taichou. Seja bem vindo – disse um dos meus subordinados .

Assenti com a cabeça e entrei . Minha sala estava organizada como sempre . Sentei-me e terminei um relatório que teria que entregar ao comandante antes do fim do dia .

[...]

–Aqui é o Taichou da divisão seis, Byakuya Kuchiki. Peço permissão para entrar . – anunciei-me

–Entre , Byakuya .- uma voz rouca respondeu.

Entrei na sala e encontrei o comandante admirando o seireitei da sua enorme varanda .

– Vim trazer o relatório que me pediu . – disse.

–Deixe em cima de minha mesa . – ordenou o comandante sem se virar .

–Estou indo. – virei-me . Estava quase na porta quando ele me chamou .

– Byakuya.

–Sim?

–Tenho uma missão para você .

– Tem?- indaguei um pouco surpreso .- E qual seria?

– Quero que vá até Rukongai. Tem uma coisa que eu gostaria que você pegasse.

–E por que mandar um capitão a tal lugar? – indaguei . Não queria ir para um lugar como aquele .

– Por que esse trabalho não pode ser feito por alguém de patente menor.

–Mas ,...

–Está querendo desobedecer minhas ordens? – ele agora me fitava .

–Não foi minha intenção , comandante . Estou partindo para a missão agora mesmo . – disse dando-me por vencido .

–Pegue esse papel em cima de minha mesa. Nele está as instruções para essa missão .

E assim eu fiz. Sai um pouco irritado da divisão um. Como um capitão como eu pode ser submetido a uma missão dessas?

[...]

Ruas sujas, homens bêbados, jogos de azar no meio da rua , pessoas desmaiadas, ladrões entre outras coisas. Era essa minha visão . Enquanto andava pelas ruas imundas de Rukongai tentava me concentrar em minha missão e esquecer que estava rodeado por esse tipo de gente .

Como um amigo do comandante pode morar um lugar como esse? É .. é .. repulsivo . Espero que o que tenha nessa carta seja muito importante , não via problema algum de um oficial com a patente menor vir pegar a tal carta.

Estava quase chegando ao meu destino quando ouvi gritos . Eram altos e bem finos , provavelmente de uma mulher . Minha curiosidade me fez avançar em direção dos ruídos até que me deparei com uma cena hedionda .

Três homens tentavam abusar de uma mulher indefesa em um beco escuro. Aquela covardia me irritou . E muito.

–O que pensam que estão fazendo ?- indaguei ,entrando no beco .

Os três covardes pararam e me fitavam com uma expressão confusa .A mulher estava caída e escondia o rosto com seu braço .

– Sai daqui !- gritou um deles

– Vai ser melhor pra você! – outro se intrometeu .

–Quem você pensa que é para falar comigo nesse tom!?- indaguei com o mesmo timbre de minutos atrás .

– Olha , é nosso ultimo aviso. Somos três e você só um . – o terceiro falou .

–Números não são nada pra mim . A única coisa que vejo são três covardes violentando uma indefesa mulher. Saiam agora e terei piedade .

– Não fique se achando só por que é um shinigami. – disse um deles .

Eu não estava com meu sobretudo de capitão. Não queria suja-lo com a terra deste lugar. Estava apenas com meu cachecol , meu Kenseikan e minha zanpakuton . Eles não tinham ideia que eu era um capitão , mas irei mostra-los o que acontece quando se enfrenta um Kuchiki .

–Saia.- falei- é meu ultimo aviso. Não quero usar da violência com moradores desse distrito, mesmo sendo uns covardes como vocês .

–Olha aqui desgraçado, ninguém fala assim comigo e sai como se nada tivesse acontecido .- falou o primeiro .

–Não! Pare ! Não o machuque!- a mulher falou pela primeira vez desde que cheguei .

–Cala boca vagabunda!! .-gritou o outro homem.

–Não fale assim da moça. – eu realmente estava começando a me irritar com eles. Não admito que tratem uma mulher com tamanha covardia e falta de respeito.

Um dos homens pegou uma katana enferrujada que ele tinha em sua cintura . Me segurei para não rir. Ele realmente acha que irá me alcançar com essa lamina?

Em seguida o homem que estava com a katana correu em minha direção . Desviei facilmente e lhe acertei na nuca. Ele foi ao chão desacordado . Não iria sacar minha zanpakuton em uma lugar como aquele para derrubar gente como essa .

O segundo me atacou ,mas novamente desviei . Os movimentos deles eram totalmente irregulares e tinha muitas aberturas em seus movimentos .

Usei o shumpo e em alguns segundos ambos os homens que restavam foram ao chão desacordados .Caminhei até a mulher que ainda estava caída.

–Você está bem ?- perguntei . Segurei um de seus braços tentando ajuda-la a levantar.

–Sim, muito obrigada . – ela continuava com o rosto abaixado .

Ela era bem familiar. Cabelos negros , pálida, aparência frágil ... essa mulher .. eu já ...

– Nos conhecemos ?- indaguei

–Acho que não . – disse com a voz baixa e suave .

–Acho que  sim, ladra .- suspendi o seu rosto pelo queixo e nos fitamos .

Essa mulher era a ladra que havia invadido a casa dos Kuchiki e me causado sérios problemas .

Ela merecia ser punida, ela tinha que ser punida .Mas esse pensamento se foi assim que meus olhos encontraram os dela .