Terminava de prender o cabelo em um coque bagunçado, fios caiam aos meus ombros... Eu usava um vestido preto, com renda no busto, um salto preto com um lacinho rosa no tornozelo. Minha maquiagem estava fraca.

Desci as escadas indo em direção à garagem, tínhamos marcado de nos encontrar na frente do rio River Thames, ou seja, na parte do central park, que não é central park, mas okay. Onde tem a maior roda-gigante do mundo.

Uns quinze minutos depois, eu estava ali, em frente ao River Thames, mas nada dele, os casais se aproximavam da roda-gigante.

E eu aqui, sentada num banquinho, esperando por Greyson, acho que ele não vem. Grande estupidez a minha, ainda achando que ele teria tempo!

Levantei lentamente e suspirei abaixando a cabeça.

- A bela dama desiste de sentar e esperar e se levanta indo em direção ao seu castelo achando que o príncipe a havia esquecido, mas ele só parou na floricultura. – aquela voz.

Virei e os meus cachos balançaram como nos filmes, sorri de orelha a orelha, ele sorriu de volta segurando uma rosa vermelha.

- Não poderia chegar sem uma rosa, tenho que ser legal, minha mãe que falou. – ele disse e piscou, sorri com aquilo.

Ele usava um blazer azul bem marinho, uma camisa escrita “I live in Londres”, branca, uma calça jeans, e um de seus famosos all-stars.

- Concordo com sua mãe... – eu disse. – Mas enfim, o que vamos fazer?

- Ah, eu tenho uma ideia... – ele sorriu travesso olhando por cima do meu ombro.

Me virei e dei de cara com a roda-gigante. Não. Definitivamente não!

- Não vou. – eu disse convicta.

- Não quero ir, só saber se fazem reservas, quero vir outro dia. – ele disse.

Dei de ombros e caminhei com ele, sendo que quando o vagão parou ele entrou, parei na entrada e fechei os olhos.

- Sabe por que eu ainda não vim aqui? – ele não respondeu. – Tenho medo de altura.

Acho que meu argumento foi ignorado, por que ele segurou minha mão e me arrastou pra dentro.

- Lembra que eu disse sempre ao seu lado, pois bem, não fique com medo, confie e aprecie.

Fui abrindo os olhos e pude ver que subíamos muito devagar, e a vista era bonita, o rio era iluminado por luzes ao seu redor, o Big Ben brilhava com seus ponteiros, era muito lindo, eu realmente estava nas nuvens.

- Seria ótimo ficar ai e apreciar a vista, mas eu preparei uma surpresa, e só consegui três horas aqui dentro.

Me virei e dei de cara com um jantar lindo! Velas estavam no centro da mesa, tinham dois pratos com espaguetti e almondegas, vinho em taças, e a garrafa ao lado dentro de uma “vasilha” com gelo.

Ele afastou a cadeira e eu sentei, em seguida se sentou também, me entregando uma taça de vinho. Logo após dizendo:

- Okay, quero saber tudo que tem acontecido. – ele disse sorrindo.

Uma hora ou outra eu teria que falar, mesmo correndo o risco de estragar todo o encontro.

- Não! – eu disse convicta. – O que aconteceu com... VOCÊ! – a ênfase foi explicita.

- Taylor eu... – ele mesmo se interrompia. – Eu te deixei e eu tinha dado minha palavra, eu quebrei uma promessa... que fiz pra você! – ele suspirou e abaixou a cabeça. – Achei que me odiasse.

- Te odiar... eu? – eu ri sem humor. – Te amo! – o vi levantar a cabeça esperançoso. – Passei esses dois anos, ligada em você...

- Sério? – ele perguntou sorrindo de lado.

- Sério! Poxa, você tava com medo? – eu o olhei. – Caramba, era seu sonho, se eu quisesse que você vivesse pra mim, eu teria te pedido pra ficar... mas, era o que importava, você ser feliz! – eu disse.

Ele deu um sorriso e eu o segui, ele esticou a taça e eu a bati de leve. Que eu o consiga de volta...

- Que você volte a ser minha... – pude ouvi-lo sibilar com os lábios, mas impossível.

Começamos a conversar sobre diversos assuntos, legais, assustadoras, até que o pior assunto chegou...

- E a faculdade? Pra qual você vai? – ele perguntou animado.

- Ahn... – meu sorriso desapareceu. – Eu ainda não sei, as universidades ainda não me responderam. – eu sei que menti e me doeu o coração.

- Ah, num liga com isso não, é normal, vão te responder, você pode crer nisso.

E assim foi, passamos muito tempo ali, conversando, rimos das pessoas estranhas que passavam por lá, foi bem divertido, saber que ele estava de volta... e comigo.

@~@

Chegamos em casa e a única coisa que eu precisava era minha preciosa cama!

- Bom, eu vou me deitar... – eu disse suspirando cansada. – Boa noite.

- Espera. – ele segurou de leve meu braço e continuou. – Boa noite.

Ele me puxou pra mais perto me fazendo encarar seus olhos que dessa vez estavam castanhos, totalmente.

Meus olhares se intercalavam entre seus olhos e sua boca, acho que pra ele também era o mesmo...

Ele se aproximava lentamente eu já podia sentir sua respiração descompassada.

Meu coração batia forte, e sentia borboletas em meu estômago, uma pura idiotice em minha opinião, já que eu já havia o beijado antes.

Distância? Isso quase não existia entre nós agora, aos poucos fomos colando nossos lábios, um gosto bom...

Ele me puxou mais pra si pondo suas mãos em minha cintura, eu coloquei minhas mãos, uma em sua nuca e com a outra eu mexia em seus cabelos, saudade!

Ele pediu passagem e quase que na mesma hora eu cedi, foi bom, nossas línguas dançavam entre si, acho que eu parecia uma adolescente de quatorze anos agora.

Nos separamos depois de um tempo por falta de ar, ele sorriu fraco ainda ofegante e eu me limitei a dizer recuperando o fôlego:

- Boa... Noite! – sorri fraco e subi pro meu quarto sem pressa alguma, tê-lo aqui novamente estava me fazendo bem, muito bem!

Cheguei no meu quarto, pus minha bolsinha encima da mesinha e segui pro banheiro, tirei a roupa a deixando encima da bancada do banheiro e tomei banho.

Voltei pro quarto, peguei meu livro e segui pra sacada, me sentei ali e fiquei lendo, não por muito tempo, o cansaço me consumiu e eu voltei pra cama, me deitando e caindo no subconsciente logo em seguida.