-Sakura? – a voz de Itachi ecoou pelo corredor.

Era madrugada e eu me levantei por causa de mais um pesadelo. Um homem com um cabelo ruivo claro se aproximava de mim e tentava me apunhalar com uma lâmina e uma mulher de cabelos azulados estava ao seu lado me vendo morrer.

-Tive um pesadelo – disse arrumando meu cabelo num coque mal feito e me virei pra ele.

-Quer conversar? – perguntou dando um sorriso acolhedor.

Assenti com a cabeça e caminhei para seu lado, fomos caminhando para o lado contrário do trajeto que eu seguia. Andamos por alguns segundos e chegamos até o jardim da casa, lá era bem colorido, mas a noite parecia uma paisagem de cena de filme de terror.

Sentamos-nos em um banquinho branco bem no meio do jardim

-Quer me contar alguma coisa? – perguntou Itachi se virando para mim.

-Soube da cópia não é? – perguntei.

-Todos já sabem, até o conselho.

-Principalmente o conselho. – disse num tom triste.

O conselho era uma união de todos os guardiões anteriores, eram muito sábios, mas eram medievais. Uma vez dona Mikoto me contou sobre uma vez um lobo teve uma filha com um humano, os conselheiros mandaram matar o bebê e depois trazer-lhe a cabeça. E assim os caçadores fizeram, mas antes disso a humana – que era muito esperta – trocou seu bebê com o da rainha da época. Os caçadores cortaram a cabeça do bebê, mas do bebê errado. Só depois que o bebê da humana e do lobo se tornou rei à verdade foi contada, mas agora ninguém iria tentar matar a vossa majestade o Rei.

-E o Sasuke? – perguntou Itachi.

-O que tem o Sasuke? –perguntei irritada – Ele não é nada meu, nem vai ser ele só...

-É o amor da sua vida? – perguntou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia que existisse.

-Dá minha pode ser, mas da dele eu não sou. – disse fazendo bico.

-É o que você acha? – perguntou dando um sorriso de canto.

-Odeio quando vocês fazem isso. – disse dando um sorriso de canto meio torto.

Ele deu uma gargalhada e eu um risinho, ele ficou rindo até ficar meio vermelho.

-Você não sabe dar um sorriso de canto! – ele disse.

Cruzei os braços e fiquei olhando ele morrer em gargalhadas. “O que fiz de tão engraçado?”, ficava me perguntando.

-O que os irritantes estão fazendo? – uma voz veio da escuridão.

-Sasuke? – perguntei me levantando.

-Até onde você ouviu a conversa? – perguntou Itachi ficando sério.

-Até a parte das gargalhadas altas! – disse ele.

Eu e Itachi nos olhamos e começamos a rir de novo, Sasuke ficou sem graça e foi para dentro do castelo Uchiha.

-Somos muito retardados! – disse.

-Tapados também! – disse ela ainda rindo.

** **

-Como todos vocês já sabem a quaresma está chegando e espero que desça vez não façam nenhuma besteira. Não é senhor Uchiha?

-Com qual está falando Tsunade? – Temari adora tirar uma da cara dos meninos.

-Com os dois, ano passado Itachi me deu trabalho, vamos ver você Sasuke.

-Está tudo sob cotrole!

-Mentira! – sussurrei.

Ganhei um beliscão! Acreditam nisso? Um beliscão!

-Ai! – resmunguei.

-Fica calada tsunade vai terminar.

-Vocês sabem que quando um lobo completa 16 quaresmas seus pelos se trocam não é? Então nossos lobos devem tomar um cuidado maior,  ainda bem que com as bruxas não acontecem nada! Vampiros iram ter caninos mais fortes e pelo amor de Deus não os estréie com uma garota qualquer por ai, ok?

Alguns vampiros deram uma risadinha baixa e assentiram com a cabeça.

-Estão dispensados. Menos minhas bruxas.

Ino, Hinata e Tenten foram para o lado de tsunade e a seguiram enquanto ela entrava para o castelo.

-A única coisa que eu quero fazer hoje é tomar banho na cachoeira! – disse Naruto se sentando no chão.

-Vou com você. – disse Sasuke.

Os dois em um piscar de olhos sumiram, ficamos eu e o Itachi.

Nos sentamos nas escadarias de entrada do castelo.

Um garoto com cabelos ruivos que tampavam os seus olhos passou bem na nossa frente junto com um loiro de cabelo grande e outro ruivo de cabelo pequeno.

-Vamos logo Itachi! – berrou o loiro.

-Vamos, se importa se eu... – ele disse apontando para os meninos e se levantando.

-Não pode ir. – disse dando um sorriso.

-Não me disse que sua irmã havia se tornado tão linda – disse o ruivo de cabelos pequenos.

Esse garoto se chamava Sasori, ele tinha uma queda por mim – era o que Itachi dizia. Ele havia saído do castelo e da vila haviam dois anos para treinar com o sensei Pein. Nunca vi esse tal de Pein mais tenho certeza que deve ser um ótimo sensei.

-São seus olhos. – disse dando um sorriso sem mostrar os dentes.

Os quatro saíram floresta adentro deu pra ouvir um “ela é bonita Itachi, fazer o que?” e depois um “Ai!”. Com certeza o ciumento “irmão’ tinha dado uma cotovelada no coitado do Sasori.

O loiro era chamado Deidara ele era famoso por conseguir destruir as coisas.

Uma vez estávamos todos na parte de fora do castelo, só os mais novos e lá dentro os mais velhos. Foi bem rápido eu só ouvi um estouro e depois vários adolescentes saindo correndo.

Só depois ficamos sabendo que foi uma proeza do Deidara.

E o último era Nagato ele era bem misterioso, nunca conversava com ninguém a ser o Itachi, Deidara ou Sasori. Não me lembro de muitas coisas engraçadas que ele tenha feito, mas uma vez ele salvou a Ino de cair num buraco, mas ela foi muito burra também!

Fiquei lá sozinha, mas então lá do meio da mata vi uma criancinha de cabelos róseos e olhos esmeraldinos. Me levantei bruscamente e fui atrás daquela visão. Entrei floresta adentro e fui seguindo a bela garotinha que corria e fazia seu lindo vestido branco voar.

Ela parou bruscamente perto de um buraco e olhou pra mim, tombou um pouco a cabeça e continuou a me fitar. De dentro do buraco saíram duas cobras que subiram por suas pernas.

-Cuidado! – gritei.

Ela colocou o dedo indicador na boca em sinal de silêncio, logo o tirou da boca. Ela ergueu as duas mãos e as duas cobras se enroscaram em seus braços. Uma das cobras tirou de dentro da boca uma lâmina e na mão da garota a cravou. Uma lágrima saiu de um dos olhos da garotinha, mas ela deu um sorriso sombrio. A mão da menina começou a sangrar e ela me mostrou a mão, a mão machucada de frente e a outra com o indicador indicando a ferida.

Ela mexeu a cabeça assentindo. Não entendi mais mostrei minha mão. A garota deu um sorriso. E então eu olhei para minha mão. Aquela cicatriz que estava na mão da garota agora também estava na minha. Um turbilhão de lembranças passou pela minha cabeça, aquela cicatriz e várias outras sumiram quando eu me tornei um fantasma e agora lá estava ela de novo em minha mão.

Quando olhei de volta para a garota ela havia sumido, desaparecido. Não sai do meu lugar. Um demônio? Não poderia ser.