Carta Vermelha escrita por Eduardo Sales


Capítulo 6
O Enigma da Carta Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Aqui a história começa a ter o assunto principal. Quando o Adam descobre uma estranha carta no seu dormitório com um cheiro...estranho. suhausauhsuahusha Espero que gostem.



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Depois de voltar da enfermaria (agora com vários curativos por todo meu corpo e por sorte não ter quebrado a minha perna) eu fui á aula.

Percebi que o professor ainda não havia chegado em sala. Sentei do lado de John novamente mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa um cara que se sentava na minha frente se virou e falou comigo.

– Cara eu vi você ontem caindo do terceiro andar...

Opa!

Parei de prestar atenção no que ele me dizia para me perguntar repentinamente como ele havia me visto se naquele momento a escola estava vazia. Ele parou um instante. Deve ter percebido que minha cara tinha uma expressão de dúvida.

– Desculpa. Você deve estar me achando estranho. Meu nome é Will. Will Martin. Eu comecei a estudar aqui junto com vocês e eu queria fazer amizade com alguém. Sabe, é ótimo ter alguém com o qual você possa conversar. É chato ficar sozinho. – John olhava para nós.

– Eu sei como é isso, Will. Meu nome é Adam. Sim, fui eu que caí do terceiro andar – ri sem entusiasmo – mas eu estou bem. Obrigado por se preocupar. Se você quiser..vamos almoçar juntos eu, você, o John – falei apontando para ele – e a minha namorada?

– Claro, vai ser ótimo. Você topa, cara? – Disse Will apontando para John.

– Claro, claro. Hoje meio dia. – Marcou John.

– Ei! Eu posso ir também? – Disse uma garota da qual eu não conhecia. Meu nome é Sue Harris, e eu também ainda não fiz nenhuma amizade por aqui.

– Sim, claro. Você pode ir, Sue. – Eu disse com indiferença mas tentando ao máximo fazer alguma expressão que demonstrasse entusiasmo.

O professor de Biologia havia chegado em sala de aula e começou a explicar a matéria. Eu não estava prestando atenção em nada. Apenas nos sonhos, na carta, nos assassinados e no mascarado com um punhal e uma faca tentando me matar num corredor vazio.

Quando chegou a hora do almoço ao meio dia, eu fui até Vanessa para chamá-la para ir conosco á mesa para almoçar. Sue foi a primeira a falar.

– Oi, gente. É um prazer conhecer vocês. Ei, ficaram sabendo dos assassinatos estranhos e macabros que houveram aqui na escola? Claro que sim, né? Quem vocês acham que é? Eu não conheço ninguém aqui então nem tenho minhas suspeitas.

Porque Emily nunca estava aos arredores? Só via ela quando havia assassinatos. Isso estava estranho demais pra mim. Mas eu falei:

– Eu só sei que a pessoa que fez isso está com raiva de alguém ou de alguma coisa. Talvez seja uma cilada para a pessoa que ela realmente queira fique pensando nisso o dia todo e vá atrás dela só para que ela possa dar o bote.

– O que você quer dizer com isso, Adam? Você passa o dia pensando nesses assassinatos. Você acha que ela está atrás de você? – Disse Vanessa com um olhar estranho.

– Eu não. Não passo o dia pensando nisso. Você tá viajando, amor. – Eu disse a ela. Foi a vez de John falar.

– Eu acho que a pessoa que está fazendo isso está querendo vingança. Alguém deve ter feito algo que a fizesse ficar raivosa o suficiente para deixar essa pessoa com medo e, como o Adam falou, essa pessoa ir atrás dela.

– Eu estou com muito medo. Esses assassinatos são muito macabros. Braços e pernas cortados, pescoços dilacerados e corpo cortado ao meio. Pode ser uma espécie de serial killer que utilize tortura como ferramenta. – Comentou Will.

Eu precisava olhar o caderno. Arrumei alguma desculpa malfeita para sair dali.

– Eu vou voltar pro quarto. Não estou muito bem.

– Quer que eu vá com você, Adam? – Perguntou Vanessa com um rosto preocupado.

– Não, fique aí com eles para conversar. Mais tarde vamos nos encontrar na praça em frente ao meu quarto, tudo bem? Assim poderemos discutir mais. Tchau, gente.

– Tchau. – Disse Sue distraída.

– Até mais, garoto. – Disse Will animado.

– Vejo você mais tarde. – Disse John com um sorriso no rosto.

Vanessa apenas acenou com uma cara muito preocupada. Era ótimo que ela se importasse, mas eu precisava saber qual a caligrafia daquele caderno.

Cheguei no meu quarto correndo. Peguei o caderno em cima do criado-mudo do lado da minha cama. Quando abri não tinha nome. Mas não era essa a letra. Achei estranho. Não era a mesma pessoa? A letra tinha uma caligrafia bonita. Bonita...demais. Vi um pequeno rabisco na contra capa. Estava escrito:

Stanford – Turma de Direito de 2012

Eu não conhecia ninguém com uma letra tão elegante. Estava bem calado. Até meu telefone começar a tocar e eu fechar o caderno com força, largar no chão e dar um pulo de susto.

Quando atendi nem precisei dizer “alô?”. Eu já sabia que era alguma merda para me provocar. Só podia ouvir uma respiração alta e sedenta de sangue.

– Idiota. Você não me assusta assim. – Eu estava falando a verdade. Não estava assustado. – Mas fique sabendo, vadia, que você não precisa tentar me atrair pra droga nenhuma. Eu vou atrás de você pra te matar você me atraindo ou não.

Aquela respiração continuava. Sabe o que eu penso de assassinos que ligam e ficam respirando? Que eles são bastardos que estão morrendo de asma enquanto ligam pra alguém tentando assustar.

Eu acabei por desligar o telefone. Não estava afim de passar o resto da minha noite ouvindo respiração. Quando me virei encontrei outro envelope azul bem mais cheio que o outro. Estava fedendo. Fedendo a ferrugem e sal. Aquilo só podia dizer uma coisa. Quando eu tirei o envelope lá estavam várias folhas de cor vermelho vivo.

Sangue.

O recado estava escrito com sangue que fora passado no dedo. A caligrafia, claro, estava horrorosa.


Ola, Adam. Stou com vontade de matar. Eu qero matar ce. Qero que su vida se transforme num grande inferno, ode ser? Esses ssassinatos vao continua ate que eu esteja satfeito(a). Te matarei em breve.


Ass. Seu assassino


Eu só sabia de uma coisa: Aquela carta não estava comum. Talvez com a pressa teve alguns erros de português. Aquilo não parecia erros normais. Era um enigma. Eu precisava saber como desvendar o que estava escrito por trás daquela carta.

Não.

Eu nunca fui a melhor pessoa do mundo em desvendar mistérios. Eu não era nem um pouco parecido com a Velma. Eu precisava de tempo para pensar. Mas o elemento que eu menos tinha ali era tempo. Mas, por segurança de todos eu precisava desvendar.

Não podia pedir ajuda a ninguém. Iriam me chamar de idiota. Iriam dizer que eu estava inventando toda essa história para eu apenas entrar no drama do momento. Se eu tinha que fazer aquilo, seria somente eu e eu.

Talvez se eu dobrasse a carta de vários modos ela me traria um desenho, não sei. Ou combinando algumas letras poderia formar uma pista. Eu estava horrorizado. Aquele cheiro de ferrugem e sal saindo da folha de papel levemente rasgada, os assassinatos, os pesadelos que aconteciam toda noite.

Eu só queria paz. E um lugar para vomitar. Eu ficava pensando no que eu esperava quando vim a Stanford. Eu e Vanessa, juntos estudando para termos nossos empregos em Dallas, nos casarmos, comprar nossa casa, ter nossos filhos e viver nossa vida. Porque não poderia simplesmente..ser normal? Porque eu não estava conseguindo viver meu sonho de virar um grande médico e ter minha vida com Vanessa?


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Notas finais do capítulo

Gostou?????????? Comente e me deixe feliiiz!!!! =D



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