Era cedíssimo, e a luz que o sol irradiava pelas gretas da janela, mostrava claramente o começo de um dia ensolarado e bonito. Lá fora, reinava o silêncio, á excepção claro dos pássaros cantando alegremente. Mas este silêncio foi bruscamente cortado pela música do despertador de Dani, pêra ai, de Dani?! O que é que o despertador daquela louca fazia no meu quarto?! Mas esse despertador não durou muito tempo, porque arremessei-o instantaneamente á parede mais próxima. Eu odeio acordar cedo! Mas claro que isso não foi o pior, o pior foi a própria Daniela entrar em meu quarto, isso sim, foi a réstia de esperança que eu tinha em dormir uma boa manha de sono.

    - Andreia Levanta-te! Nem vou comentar sobre o que se sucedeu ao meu LINDO despertador! Era a minha música favorita.

   - Eu não sei o que será pior, acordar cedo? Ir para a escola? Ou acordar com a Barbie Girl tocando aos meus ouvidos, às – olhei para o relógio, óh Deus! - 8 HORAS DA MANHA DANIELA! – Ela afastou os meus cobertores e atirou-me ao chão. Eu já disse que odeio aquela pessoa irritante, bem, EU ODEIO AQUELA PESSOA A QUEM EU CHAMO MELHOR AMIGA!

   E eu?! Bem, eu não tive escolha, só tive de ir me vestir. Segui em direcção ao roupeiro, sem saber ao certo o que estava fazendo, a cama, linda, quentinha e maravilhosa, chamava-me, e também não sabia o que devia vestir ao certo, para onde eu vou mesmo?

   -DANIELAAAAAA!

   - Ai Dêzinha, ainda me mata de coração, que se passa amiguinha?! – Eu vou mata-la, um dia destes vou mata-la, ou se vou.

   -Daniela, Dêzinha é nome de cadela, tas a ver-me com cara de cadela? Se disseres que sim, podes ir já correndo. - Gritei a última parte. Ela fez uma careta, por isso, imaginei que ela fosse mesmo dizer que sim. – Para onde vamos?

  - Vamos conhecer a cidade. Esta tudo vestido, só faltas tu.

   - Vamos conhecer a cidade? Eu vivo aqui desde pequena, para que preciso conhecer a cidade? – Ela fez cara de confusa. Olhei em minha volta, e vi que não estava em meu quarto. As lembranças do dia anterior, vieram que nem um balde de água fria. Espera, não foram as lembranças, eu levei mesmo com um balde de água fria.

  Mas quem quer que tenha sido, fugiu, e o Pedro, estava com uma câmara na mão. COM UMA CAMERA!  Ele vendo a minha expressão ( provavelmente de assassina em série)

- VOLTA AQUI PROJECTO DE ASTRAUNAUTA! – O que foi?! Foi o que me saiu! – VOLTA AQUI COM ESSA CAMARA! – Daniela que até agora estava a rir da minha cara, bem, continuou rindo de minha cara...

- AAAAAAAAH SEU IDIOTA! SEU PRÉ-HISTÓRICO, COM UMA CAMERA! VOLTA AQUIIIIIII! SE EU TE APANHO! - Gritei alto, e em bom som, correndo atrás dele, e o idiota, rindo de minha cara. Bem como o meu equilíbrio é perfeito [ironia modo On], eu tropecei, para variar, e acabei rolando pelas escadas abaixo, e caindo aos pés, de não sei quem, pêra, quem? Olhei para cima, e dou de caras com um deus grego. Ele devia ter pelo menos uns 30 anos, mas Deus me ajude, que tou ficando com calor. Eu levantei-me o mais rápido possível, e eu podia apostar a minha mesada de 9 anos, em como eu estava corada. Eu ia pedir desculpa, mas um ser, vestido de empregada, entrou na minha frente.

   - Você, por acaso fala Grego? – Perguntou o ser, com cara, ah, com uma cara sedutora? Ou pelo menos tentando fazer uma. Avistei Pedro, do outro lado da sala, com a câmara na mão, mas a câmara não estava virada em minha direcção, mas sim, na direcção do deus Grego, e da empregada, eu acho que era uma empregada.

  - Não, eu não sei, mas eu gostava, porque a pergunta? – O deus grego, olhou para a empregada, com uma careta engraçada, ele provavelmente, estava confuso com a pergunta. Eu também não sabia, o porque da pergunta, mas a julgar pela cara do André e pela cara do Pedro, ele sabiam.

  - É que você é um deus grego, aos meus olhos. – Ok, quando ela disse aquilo, eu não consegui conter, eu ri, e muito. O “deus Grego” estava rindo também, mas notava-se que estava um pouco corado.

   - Essa foi a pior cantada, que eu já ouvi em minha vida, pelo amor de Deus. – Olhei para traz do “Deus Grego”, e estava lá, uma senhora’zinha, que… DEUS! Era a mulher/homem do avião. A do nome marado. Oh Deus me odeia, eu sempre desconfiei, e agora tenho a prova. Ela pareceu não me reconhecer, ufa. – e você? Porque está olhando para mim assim? Esta carinha aqui, você nunca chegará a ter, aliás, que falta de modos são esses? – eu sabia lá o que aquela mulher estava para lá falando. Olhei para ela, com cara de quem não está entendo. – Suas roupas, seu cabelo? Você está molhada, no hall de entrada querida, isto aqui não é sua casa não, vá se vestir, e sirvam o pequeno-almoço, porque eu estou com fome, e o Oliver, também deve ter, não é querido? – Ela olhou para ele com uma cara, Deus, deu vontade de vomitar agora.

   -Oh, quem você pensa que é? A dona do mundo? Eu não sou sua empregadinha, aliás, se fosse, eu matava-me antes de fazer alguma coisa que você manda-se. Se quer pequeno-almoço, FASSA-O VOCE, E ESPERO QUE PARTA UMA UNHA A FAZE-LO! – Gritei a ultima parte, e subi as escadas, indo em direcção a meu quarto, saída triunfante... Mas antes, eu vi cara dela, e realmente teve piada, ela estava com cara de horrorizada. Vê-se mesmo que aquela coisa, que se acha dona do mundo, nunca foi contrariada.

   Depois de tomar um banho e me vestir, desci, para o andar de baixo, rezando para não encontrar a senhora “eu-tenho-classe-e-voce-não”, e parece que Deus, me ouviu, eu não encontrei, mas encontrei, duas crianças, na sala, dançando o Barney, realmente amável, eu amo o Barney.

  Olhei para a tv, e vi que era o episódio da corrida, eu amo aquele episódio.

 -BARNEY! Vai Barney! Vai Barney! Vai Barney! – Fazia uma espécie de “Dancinha de Vitoria” no meio da sala, enquanto os miúdos, olhavam para mim, com cara de quem não estava entendendo nada. – O que foi? É o Barney. – Eles abanaram os ombros, e juntaram-se a mim. No final de tudo, Barney ganhou [Uuuuuuuuuuuuuuhhh Barneeeyyy], e eu estava super cansada, de tanto dançar. Mas não era única, os miúdos também, que eu descobri, que era o Alex e a Marie. E bem, ainda havia aqueles que estavam cansados de rir, de mim [André, Filipa, Dani e Pedro], enfim.

   Depois do meu ataque infantil, e de fazer drama, por eles estarem rindo dos meus gostos infantis, a Dani e a Pipa, foram acabar de se arranjar, e eu, fiquei a sala. Estava quase ganhando do Pedro no vídeo game, quando elas chegaram.

   - Tamos prontaaaas! – Gritaram as duas, e depois meteram-se a rir, que nem duas retardadas que são. Coitadas.

   - Até que enfim, já que as duas “princesas” já se despacharam, acho bem irmos andando, pois eu quero comer. – Assim que o Pedro acabou de falar, elas olharam uma para outra e começaram a correr direcção á porta, gritando alguma coisa com “ O lugar é meu”. Resultado final? Chegaram a porta encalharam uma na outra caíram de cara no chão. Eu? Bem, eu matei-me a rir, literalmente, junto com Pedro e o André.

   - Vão ficar ai a rir da nossa cara, ou vão nos ajudar? – Disseram elas com uma cara nada feliz.