Julia’s POV.

Quando escutei a campainha tocando eu surtei, não tinha acabado de me arrumar, só tinha secado um pouco o cabelo e faltava a maquiagem. Thay subiu e me disse que era ele, então começou a várzea. Incrível que as coisas somem só nesses momentos de desespero. Saí procurando meu sapato feito louca pelo quarto, mas Thay acabou achando.

Me deparei com ele parado na porta com um buquê na mão. Ele tava tão lindo. E eu semi-arrumada e sem maquiagem. Ele fez umas expressões, passou a língua nos lábios (para molhá-los???) e depois virou para o carro e voltou com a cabeça.

Fui até ele, ele foi muito gentil e depois me deu o buquê. Entramos no carro e não pude deixar de notar que ele não parava de olhar para as minhas pernas brancas e moles. “Ai Deus, que vergonha.”

Estava com dúvidas de onde estávamos indo, quando vi um lugar conhecido. ‘A loja dos vestidos! A CASA DELE!’, estávamos indo pra casa dele. Será que ele ia cozinhar? Ai, que desastre.

– Chegamos. – Ele disse olhando pra mim, fazendo esforço pra não virar pra baixo.

– Na sua casa?

– Sim. – Ele saiu do carro e o vi dando a volta, então esperei para sair e deixei ele abrir a porta. – Ei, como você sabe que esta é minha casa?

Eu tentei pensar numa desculpa, não ia dizer que sabia porque um dia vi ele pelado da janela. NUNCA.

– Intuição feminina. – Eu ri e saí andando.

– É que eu prefiro lugares mais calmos, e já que eu sei cozinhar... – Ele disse num tom irônico.

Eu ri disso e acho que ele percebeu. Ele sorriu pra mim. – Quero só ver – eu disse.

Harry pegou a chave do bolso, destrancou a porta e foi acendendo as luzes.

– Pode entrar, senhorita. – Ele estendeu a mão e me puxou.

– Com licença, senhor Styles. – É, eu sabia o sobrenome dele. Na verdade, stalkeei ele na internet na semana passada. “Como a internet facilita minha vida...”, pensei. - Ahn, então, você mora nessa casa com quem? Acho ela meio grande pra você.

– Nada é muito grande para mim. – Ele piscou. “EU PEGUEI, PEGUEI ESSA INDIRETA! E essa piscada...” pensei e ri comigo mesma, sim, DE NOVO. Sim, na frente dele. – Na verdade, moro aqui com a minha mãe, meu padrasto e minha irmã, mas eles gostam de viajar, então na maior parte do tempo estou aqui sozinho ou com os meninos.

Harry’s POV.

Quando chegamos na minha casa, pedi pra ela entrar e se acomodar. Fomos para a cozinha. Ela se sentou na cadeira enquanto eu começava a preparar nosso jantar.

– Ahn, então, você mora nessa casa com quem? Acho ela meio grande pra você. – Julia disse olhando diretamente nos meus olhos. “Se ela acha grande pra mim, por que não vem ficar comigo?” fiquei me perguntando isso.

– Nada é muito grande pra mim. – Dei uma piscada meio sedutora, mas virei e logo dei uma risada. Respondi que morava com minha mãe, John e minha irmã, mas que na maior parte do tempo estava ou com os meninos ou sozinho.

Enquanto eu preparava o macarrão (é, era a unica coisa que eu sabia fazer de melhor e qual é, quem não gosta de macarrão?!) conversamos sobre várias coisas e rimos juntos. Isso só me fez perceber o quanto aqueles cabelos pretos, olhos esverdeados e aquela pele quase branca me tiravam do sério. Tudo bem que eu gosto mais de loiras, mas a Julia... tudo nela é bonito. O sorriso, o olhar, o cabelo, tudo. E com aquele vestido então...

– E aí Haz, o macarrão é pra hoje? – Ela disse enquanto ria.

– Já ta pronto, apressadinha. – Peguei dois pratos, coloquei na mesa que já estava arrumada, duas taças, talheres...

– Cadê minhas colheres? – Eu fiquei abrindo de gaveta em gaveta pra ver se achava.

– Você come macarrão com colher?

– Ah, é, tipo... uma mania familiar. – Parei de procurar. – Ah, já sei. Foi o Liam. Já mandei ele não mexer nas minhas colheres. – Bufei.

– Qual o problema do Liam com colheres? – Ela pareceu interessada, mas logo quando se deu conta do que tinha acabado de perguntar, começou a rir.

Eu expliquei a história pra ela enquanto comíamos meu macarrão delicioso com garfos, junto com uma taça de vinho que minha mãe tinha lá. Ela não tomava mesmo, e pra mim pareceu uma ocasião especial.

Julia’s POV.

Nosso jantar estava sendo muito divertido, ele sabia como conversar e como conquistar uma garota com aquele jeito todo malandro e principalmente com aquele macarrão. Tava muito bom, melhor que o da minha mãe. Ah, qualquer comida é melhor que a dela, ela não tem tempo pra praticar mesmo.

– Estou me sentindo tão idiota por ter me vestido desse jeito. – Falei enquanto parava de mastigar.

Ele fez uma cara de quem pensou: “devia ter vindo sem”, mas ignorei esse meu pensamento.

– Eu achei que íamos a um restaurante, por isso me vesti assim.

– Mas aqui é tipo um restaurante, não é? – Ele sorriu, dando destaque nas suas covinhas. Aquele sorriso profundo e verdadeiro, não o malicioso. Sinceramente, eu gosto mais desse sorriso.

– Claro que sim. – Eu ri. – Mas eu continuo estando muito, sei lá... vulgar. – Senti que aquela palavra era a certa para descrever como eu estava me sentindo.

– Claro que não, tá perfeita. – Ele disse enquanto colocou a mão sobre a minha, que estava em cima da mesa. Meu corpo esquentou.

Eu parei de comer, olhei pra ele e vi aquele sorriso de novo. Não o profundo e verdadeiro. O malicioso. Eu tinha que me fazer de difícil, claro, não podia cessar, não agora. Tirei minha mão dali, peguei meu prato, pois já tinha acabado e levei até a pia, quando senti os braços fortes e quentes de Harry me segurarem pela cintura. Eu não podia recusar, não ali, não agora.

Ele me virou e me encostou na pia, fazendo pressão nas minhas pernas e me colocando em cima dela. Colocou as mãos em minha cintura e eu redirecionei minhas mãos pelo seu pescoço. Naquele momento, eu estava sentindo a respiração dele e ele a minha. A gente se encaixava tão bem. Sua boca encostou na minha e começamos a nos beijar lentamente, como nos beijos apaixonados de filmes. Então o beijo começou a ficar mais rápido e ele mordia minha boca e pressionava seu corpo contra o meu. Ele direcionou suas mãos à minha bunda por cima do vestido e meus dedos se entrelaçavam entre os seus cachos. Era uma sensação que eu nunca tinha sentido, nem mesmo com o Ian. Eu podia beijá-lo a noite toda e não me cansaria.

Harry’s POV.

Quando eu comecei a elogiar ela, já achei que ela fosse cair na rede, mas ela tava se fazendo de difícil, então decidi colocar minha mão sobre a dela. Não deu certo também. Quando ela levantou e colocou o prato na pia... essa foi minha deixa. Eu não pensava em outra coisa a não ser naquilo, a não ser nela. “Mas eu? Me apaixonando por uma garota? Você só deve estar começando a jogar no outro time mesmo Styles.”

Quando mal percebi, nós já estávamos nos beijando.

A coisa ia ficando sempre mais quente e quente. Eu queria ela e ela me queria. Ela passava as mãos por dentro da minha blusa e começou a passar suas unhas nas minhas costas... quando o telefone dela apitou.

– Droga, deve ser minha mãe. – Ela disse ainda com dificuldade pra recuperar o fôlego.

Encostei na parede e fiquei esperando a Julia voltar.

– É a Thay, ela disse que preciso voltar nesse instante por causa de algo urgente.

– Não esquenta, eu te lev...

Diiiiiin don. “Quem será uma hora dessas? Vou matar o desgraçado que interrompeu o ‘Harry Styles em pós-ação parte I’”.

Quando fui atender a porta, olhei para Julia pela última vez e me deparei com Gem e...

– Mãe?!