Eu já falei o quanto a minha mãe é chata?

Bom, tanto faz, agora eu falo: Minha mãe é chata.

Por que ela sempre me força a ir à lugares contra a minha  vontade?

Ta, eu sei que o acampamento foi melhor do que eu pensei, pelo motivo mais óbvio: Eu conheci o meu namorado lá e de uma forma meio que engraçada e irônica.

A única coisa boa é que a Ashley vai e ela faz parte de um dos fã clubes do Justin e viu que o último show dele seria no Texas, o lugar para onde eu vou. Eu conversei com o Justin pelo celular, e ele confirmou e até disse que seria perfeito para ele aproveitar seu tempo de folga antes de uma premiação aqui em Nova York. Consegui falar com o Scooter e convencê-lo a liberar a agenda do Justin por algumas semanas depois das premiações, ele me ajudou, mas mesmo assim marcou um ensaio de fotos para o Justin em Dallas, que é a cidade na qual minha avó mora, bom ela mora num lugar um pouco longe da cidade, um sitio digamos assim em Greenville.

Acho que já deu pra perceber que eu vou viajar para um lugar super diferente de Nova York, mas é o lugar de onde minha mãe veio, e é onde ela quer passar as férias de verão. Eu não quero ir para lá, por que... 1º Só tem caipiras, 2º Não vou a pé até a cidade, 3º Tenho medo de sapo  e lá tem muitos), 4º Não vou querer tomar leite direto da vaca (isso deve ser nojento) e 5º Minhas tias vão pirar em fazer perguntas para mim.

— Você está fazendo drama, deve ser legal passear em um lugar separado da cidade. — Disse Ashley se jogando no colchão ao lado da minha cama.

Como vamos viajar amanhã, ela veio dormir aqui em casa para acordar cedo.

— É, eu odiei aquele acampamento. A única coisa boa foi o Justin e só. E você viu como eu sou azarada que acabei me perdendo numa ilha, e se dessa vez eu cair do cavalo ou pior ver um sapo na minha cama?

— Para com isso Mel, você vai gostar. — Ashley disse já bocejando.

— Só porque o Justin vai ficar um tempo com a gente. E eu ainda nem falei com a minha avó sobre isso.

— A chegada do Justin vai ser tipo, uma surpresa?

— É, acho que lá ele não vai precisar de disfarce e tudo mais, porque acho que as garotas nem devem saber quem ele é direito, mas mesmo assim o Scooter falou que seria melhor.

— Mel, o lugar onde sua avó mora nem é muito longe da cidade, e lá em Dallas tem muitas fãs do Justin.

— Eu ainda continuo achando que é um lugar sem civilização. — Disse Apagando a luz e me deitando.

— É porque você dorme na aula de geografia.

— Fazer o quê? A professora parece estar cantando uma música de ninar do que dando aula. E também é a única matéria que eu não me dou bem.

— Tudo bem, não vou mais discutir com você. Boa noite.

— Boa noite. — Falei bocejando.

...

No avião eu dormir a viagem inteira, e eu nem consegui chegar no terceiro sono, porque a Ashley me acordou falando que chegamos. No aeroporto eu procurei o meu primo de segundo grau, que viria me buscar, já que minha mãe só viria para cá daqui a uma semana porque houve um imprevisto no trabalho.

Olhei para o pessoal e procurei um garoto voltado para o estilo caipira, sabe? Chapéu de palha, roupas xadrez e botas de pedreiro.

— Tem certeza que você lembra de como o seu primo é? Faz anos que vocês não se vê. — Ashley disse olhando ao redor enquanto segurava sua bolsa rosa.

Ela é meio que uma patricinha, e eu nem sei como virei amiga dela, mas ela é diferente de algumas patricinhas, ela só gosta de rosa e ama fofocar no telefone.

— Da ultima vez que eu o vi, ele tinha seis anos e eu quatro, e ele era um chato que adorava atacar terra em mim, então é só você procurar um garoto de aparência caipira que aparenta ter dezoito ou dezenove anos.

Fiquei olhando para as pessoas e nada de encontrar o que procurava. Ashley começou a apertar o meu braço, é típico dela quando vê algum garoto bonito, mas eu não estava com paciência para ficar olhando para garotos bonitos, até porque eu tenho namorado.

— Mel, ele ta vindo em nossa direção. — Ela falou quase gritando.

— Hã? — Perguntei confusa e olhei para o garoto no qual ela tanto apertou o meu braço.

Ele realmente era bonito, na verdade perfeito. O cabelo era um loiro escuro e ele tinha perfeitos olhos azuis, sem falar na boca rosada perfeita dele. Mas o que chamou a minha atenção é que ele sorriu para mim enquanto andava, como se me conhecia.

— Você é a Melanie? — Ele perguntou.

Eu olhei para ele com uma cara de interrogação.

— Sou, mas eu não tenho tempo para falar a você como é se perder em uma ilha, estou procurando uma pessoa. — Disse franca.

— Sim, eu. Você não se lembra?

— Espera. — Falei juntando as peças do quebra-cabeça. — Você é o Erik? Aquele garotinho chato que adorava jogar terra em mim e trazer sapos para me assustar?

— Sim, sou eu. É bom revê-la, mesmo você lembrando da nossa infância cheia de intrigas. — Ele disse me abraçando.

Eu retribui o abraço, mais feliz do que era para estar. Sério, nunca pensei que o Erik, meu primo chato e remelento ia se tornar um garoto alto e super gostoso. Ele nem tinha a aparência de um caipira, só o sotaque o entregava, mas o tempo foi maravilhoso para ele,

— Essa é a minha amiga, Ashley. — Falei depois de partir o abraço.

— Prazer. — Ele disse abraçando-a. E eu quase ri da cara de bocó que ela fez. Depois de partir o abraço ele disse: — Vamos? O pessoal está te esperando na casa da vovó, todos querem ver A Garota que Sobreviveu, principalmente a tia Luce.

— Você fala como se eu fosse o Harry Potter. — Disse rindo enquanto ele pegava a maioria das minhas malas e as da Ashley como se fossem as mais leves do mundo, e olha que trouxemos muitas coisas.

— Você é a versão feminina do mundo trouxa.

Fomos conversando até o estacionamento do aeroporto, enquanto a Ashley só babava pelo Erik. Bom, até eu babaria se o Justin não tivesse aparecido na minha vida. Sabe, o amor faz você ver a pessoa que ama como a pessoa mais bonita do mundo, há um ano atrás eu me acharia uma idiota por estar apaixonada pelo Justin e ainda o achar o garoto mais bonito do mundo estando ao lado de um deus grego como o Erik.

Erik colocou nossas malas no porta-malas do Fiat Uno vermelho novinho. Fiquei pasma quando vi o carro dele, porque eu esperava uma caminhonete ou algo do tipo e não um carro novo e bonito.

No caminho continuei conversando com o Erik do banco de trás, já que a Ashley estava sentada no banco da frente do passageiro. Eu queria dar uma ajudinha para ela.

Quando cheguei, toda minha família que mora aqui no Texas estava na casa da minha avó. Eu conversei com todos e depois eu e a Ashley subimos para o quarto em que ficaríamos, para dormir um pouco, estávamos exaustas da viagem.