A Destination Funny - Segunda Temporada escrita por ItsCupcake


Capítulo 2
Working On The Farm


Notas iniciais do capítulo

Obrigada amores pelos reviews, já estava ficando desesperada pensando que tinham esquecido da fic (e de mim *--*). Como foram as férias de vocês? Já estou triste por as aulas já terem começado :(



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Acordei bem cedo de manhã com uma música country que não era a Taylor Swift, a única cantora country que eu gosto. Era uma música com um sotaque típico dos sulistas.

Sentei na cama e vi que era o despertador em cima do criado mudo. Dei um tapa nele e então a música parou. Era um despertador de aparência antiga e eu nem sei qual botão apertei para desligá-lo já que eu bati nele com a mão aberta apertando todos os botões de uma só vez, e aquilo só tinha dois botões, como uma pessoa conseguia mexer naquele troço?

— Que horas são? — Perguntou Ashley se levantando.

— São... — Disse olhando para o despertador e quase caindo da cama. — Cinco hora! Puta merda, quem programou esse despertador para nos acordar tão cedo?

— Ei, sem palavrões Melanie. — Vovó Mary disse aparecendo na porta do quarto. — E fui eu que programou o despertador, você deve se acostumar, pois esse será o horário que acordará todos os dias enquanto estiver aqui.

— Pra quê acordar tão cedo? — Perguntei me levantando da cama.

— Para ajudar com os afazeres. Eu estou velha e tem coisas que eu não posso fazer.

— Como...?

— Pegar ovos das galinhas, colher frutas e legumes, passar cardoa nos cavalos e outras coisas.

— Espera, você sobreviveu até hoje sem fazer essas coisas, porque eu tenho que fazer isso agora?

— Quem faz para mim é o Erik, um garoto muito bondoso que além de fazer as coisas para a mãe dele, ele ainda faz as coisas para mim sem pedir pagamento. Você devia ser que nem ele, para de ser uma garota da cidade mimada e bota esse traseiro grande para trabalhar, sua mãe já deveria ter feito isso. E pede ajuda a sua amiga, espero vocês lá em baixo para tomarem café em cinco minutos.

Ela fechou a porta do quarto e eu passei a mão várias vezes no meu cabelo.

— Eu disse que aqui seria uma merda. Já quero ir embora. — Falei.

...

Ashley e eu tomamos café e depois fomos quase despachadas para fora pela minha avó para fazermos as tarefas da fazenda.

— A sorte é que o seu primo gostoso vai nos ajudar. — Ashley disse observando Erik vir em nossa direção.

Hoje ele estava um pouco no estilo caipira, bom, na verdade só a camiseta que é xadrez e mesmo assim não o fazia parecer um garoto de fazenda. Acho que qualquer roupa ficaria bem nele. E nossa! Eu não conseguia parar de fitar seus olhos azuis que brilhavam com a luz do sol.

— Bom dia meninas, prontas para o trabalho?

— Sim. — Ash respondeu o contrário do que eu ia falar.

Seguimos Erik até o celeiro e ele nos deu uma cesta feita de palha. Nosso primeiro trabalho seria pegar ovos das galinhas, ele disse que seria um bom começo.

— Que bosta, ela ta sentada em cima dos ovos. — Falei fitando a galinha com cara feia para ver se ela saia.

— Por que não pega os outros ovos?

— Pega você, eu vou pegar os ovos dessa galinha aqui.

Ashley deu de ombros e começou a pegar os ovos enquanto eu tentava de alguma maneira assustar a galinha. Mas ela é durona, em nenhum momento deixou-se intimidar.

— Já chega, agora você me irritou. — Falei indo para cima da galinha e a derrubando. Peguei os ovos e quando ia colocar na cesta, a galinha estava quase voando nas minhas costas.

Corri pelo celeiro e abri a porta com dificuldade por estar segurando os ovos. A galinha ainda me seguia, mesmo eu estando fora do celeiro. Corri pela grama que nem louca e gritando para a Ashley me ajudar, mas ela só sabia rir.

— Ashley, sua cachorra, você vai ver. — Falei enquanto corria da galinha.

Não tinha visto uma pequena pedra no caminho e acabei caindo com tudo de cara no chão. E os ovos? Bem, eu os amassei caindo em cima deles. A galinha começou a bicar a minha cabeça e eu me protegia com as mãos.

— Calma, calma, vêm, vamos voltar para o celeiro. — Ouvi Erik dizer.

Me sentei na grama quando as bicadas pararam e percebi que Erik levava a galinha de volta ao celeiro enquanto Ashley vinha em minha direção rindo e segurando a cesta cheia de ovos.

— Falei para pegar os outros ovos.

— Cala a boca. — Disse me levantando e olhando para a minha blusa suja de ovo misturado com casca.

— Espero que tenha mais sorte em colher frutas. — Erik disse me entregando um pano úmido para limpar minha blusa.

...

Olhei para aquelas arvores e me perguntei como eu conseguiria pegar aquelas frutas.

— Quer pegar as jabuticabas que são mais fáceis? Assim você não precisa subir na árvore. — Ashley propôs.

Meu primo super gostoso estava cortando lenha e daqui dava para ver aquela visão do paraíso. Ele estava sem camisa e toda vez que partia a lenha com o machado, ele ficava parecido com aqueles galãs de filme.

— Sei que você quer ter uma vista melhor do Erik. — Falei rindo.

— É claro, ele é melhor que do que o Alex um milhão de vezes. Cara, e você ainda não queria vir. — Ela disse balançando a cabeça negativamente. — Será que eu tenho chance?

— Acho que sim, você é bonita.

Ficamos admirando aquela visão do paraíso durante algum tempo, e então nos tocamos que ainda não tínhamos pegado nenhuma fruta.

Peguei um pequeno pote e comecei a tirar as jabuticabas do tronco. É uma fruta engraçada, porque ao invés de ficar na árvore lá em cima, ela nasce no tronco. Ashley ficou com as goiabas e laranjas, e eu além das jabuticabas fiquei com as acerolas (que são as favoritas da minha avó por não ser tão cultivadas aqui nos Estados Unidos).

Depois de pegar as jabuticabas, fui pegar as acerolas. Estava quase enchendo o pote quando vi um besouro enorme perto de mim.

— AAAAAAAAAAAAAAH, UM BESOURO GIGANTE. — Gritei correndo e olhando para trás.

Corri tão rápido que acabei esbarrando no Erik.

— Ei, cuidado, estou com um machado. — Ele disse me ajudando a ficar em pé.

— Um besouro super gigante está no pé de acerola. — Falei ofegante.

— Você tem medo de besouros também? — Ele perguntou rindo.

— Aquele é gigante e estava atrás de mim. — Disse séria e ele segurou o riso.

— Você não tem jeito para fazer as coisas na fazenda. Devia ser como a sua amiga, até agora ela trabalhou muito bem.

— O quê? Pelo menos eu estou tentando! Acha que eu queria estar aqui e fazer estas coisas? — Disse alterada. — Não! Eu queria estar em Nova York, com o meu namorado de preferência, aproveitando as minhas férias assistindo filmes idiotas e comendo até não agüentar mais.

— Não quero brigar com você. Então já que sua amiga já terminou de colher as frutas, porque as duas não vão para o estábulo escovar os cavalos? É fácil, e pode ter certeza que eles não correram atrás de você, só se não forem com a sua cara.

— Engraçadinho. — Disse irônica me afastando e deixando a cesta ao lado dos pés dele.

Ashley se aproximou perguntando se estava tudo bem comigo e eu apenas segui em frente em direção ao estábulo. Entrei lá e peguei a tal escova que se chama cardoa e fui até o primeiro cavalo e o escovei sentada em um banquinho.

Eu imaginava que o estábulo devia ser um lugar fedido, mas eu me surpreendi ao não sentir cheiro forte de bosta de cavalo. E era calmante escovar os pelos de um cavalo, eles tem pelos incríveis.

Ashley apareceu um tempo depois pegando outra cardoa e foi escovar o segundo cavalo. Eram três no total e mais um que estava bem presto, acho que aquele não era para escovar.

— Eu escovo o terceiro. — Falei.

— Tem certeza? Vai que o cavalo te dá um coice ou sei lá...

— Ash, eu ficarei bem. — Disse. — Se quiser ir andando para almoçar, pode ir, eu vou ficar aqui escovando os cavalos.

— Então tá. — Ela disse estranhando e quando terminou de escovar seu cavalo, saiu do estábulo.

Fui até o terceiro cavalo e comecei a escová-lo. Mas de vez em quando dava uma olhada para a porta fechada que só aparecia o focinho do cavalo (é assim que chamamos a boca deles?). Eu sou uma garota teimosa, e eu estava muito curiosa para ver aquele cavalo. Ele dava alguma relinchadas e eu sentia que ele não estava feliz em estar presto daquele jeito, ninguém gostaria, nem eu.

— Está tudo bem? — Perguntou Erik e eu quase cai do banquinho.

— Nossa, você me assustou. — Disse me recompondo e voltando a escovar o cavalo.

— Sua amiga disse que você pediu para ficar aqui mais um pouco, então eu vim ver.

— Queria ver se eu não estava em apuros? — Perguntei irônica.

— Não, queria ver com os meus próprios olhos o que fez você querer ficar aqui por mais tempo.

Olhei para a porta toda fechada com apenas um buraco no meio e Erik acompanhou meu olhar.

— Por que o predem assim? — Perguntei.

— Ele é difícil de se controlar. Um pônei selvagem.

— Pônei? Pensei que pôneis fossem fofos e bonitinhos e não selvagens. — Falei.

— E também pensa que eles tem um chifre no meio da cabeça?

— Até os meus oito anos sim. — Disse sorrindo. — Mas ninguém conseguiu domá-lo? Como os outros?

— Não. Ele foi um presente de seu avô para a vovó.

Erik não era realmente neto da minha avó, mas ela o considerava como neto e ele a considerava como avó.

— E ela não tem coragem de se livrar dele né? — Perguntei o olhando.

— Isso. É uma pena. Ele fica ai o dia inteiro, não deixa ninguém chegar perto, eu o alimento pelo buraco na porta. E uma vez ele me fez esse machucado... — Ele ergueu o braço e me mostrou uma cicatriz. — ...Quando tentei domá-lo.

— Às vezes o que ele precisa é ser compreendido. Você acha que ele gosta de ficar preso daquele jeito?

— Não, mas é necessário. Se ele me deu uma cicatriz só porque eu tentei abrir a porta, imagine o que ele pode fazer com outras pessoas?

Não falei nada. Apenas fitei a porta e nunca pensei que sentiria tanta pena de um animal como eu senti agora desse pônei selvagem.



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