Encontros De Amor escrita por Just_Me


Capítulo 5
Encontro dois:Esta doeu.


Notas iniciais do capítulo

Hello amoras,como estão!Se alguém está lendo esta fic,deixe seu review agora ou cale-se para sempre kkk.
Beijos!
Ps.: Não barganhe com Just senhorita Mandy!Aqui está o capítulo,ou seja tu deve o meu o/



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-O endereço é este mesmo?...-Bill olhava o prédio, segurando o volante. Olhei uma vez mais o anuncio no jornal, realmente era ali. Um prédio modesto, no centro da cidade, o bairro oposto onde Bill morava... -Sabe que não tem pressa em alugar um apartamento e...

O fuzilei com o olhar. Havíamos chegado há três dias e Tom havia me feito ficar mais do que eu pretendia com os mesmos argumentos. Gostava da companhia dos dois e me sentia em casa, mas precisava do meu próprio espaço ou estaria acelerando a minha relação com Bill de uma forma precipitada. Ele apenas revirou os olhos saindo do carro logo em seguida.

Na portaria o proprietário nos aguardava.

-Olá, eu liguei mais cedo, vim ver o apartamento... -O homem baixinho me olhou parecendo incomodado.

-Ah sim, vamos, irei mostra-lo...-Entramos no prédio junto a ele. Três lances de escada depois e paramos diante de uma das portas. O lugar me parecia agradável simples e aconchegante. Ainda receoso o homem abriu a porta, Bill lançou-me um olhar desconfiado. Foi fácil explicar o porquê do desconforto do homem. O espaço era amplo, uma bancada dividia a sala e cozinha, outras duas portas que deveriam ser do quarto e banheiro, tudo em uma total bagunça. Entramos um passo, Bill e eu olhamos praticamente ao mesmo tempo para a esquerda, onde uma cozinha semi- mobiliada mais parecia um campo de guerra. Na sala as paredes claras estavam pichadas de cima a baixo. O homem ainda me olhava de  uma forma que dava dó, provavelmente imaginando em qual momento daríamos as costas e sairíamos dali. Contrariando suas expectativas ,e ao som de um suspiro pesado de Bill ,em passos despreocupados entrei, abri a porta do banheiro temendo o pior. Surpreendi-me, pelo menos os antigos proprietários vândalos pouparam o banheiro de suas atrocidades, o azulejo claro precisava apenas de uma boa faxina e ficaria novo, assim como a pequena banheira. Sentindo as coisas conspirarem um pouco ao meu favor, abri a porta do quarto. Estava iluminado pela falta de cortinas embora estivesse tão pichado quanto a sala, mas nada que uma boa tinta não recuperasse. O closet enorme fazia valer a pena, com uma cama e algumas bugigangas e ficaria a minha cara. De volta à sala ponderei por um momento, passando os olhos pelo lugar. Andei até a porta da sacada, sob o olhar atento dos dois, dela se via uma praça cheia de verde, uma bela vista para um lugar um tanto quanto deplorável. Passei os olhos pelas paredes, praticamente cobertas pela pichação medonha, me daria trabalho. Um sofá bonito faria o resto, ainda tinha fundos para ele e o que viesse precisar para a mobília.

O homem começou a falar alguma coisa pela primeira vez depois que entramos.

-Aluguei para um grupo de roqueiros que se foi sem ao menos limpar a bagunça... -Bill arregalou os olhos para mim, como se dissesse de jeito nenhum. Suspirei. Podia pagar por ele naquele momento, talvez depois que arrumasse um emprego poderia pagar por outro melhor, já havia procurado em algumas agencias e minhas fotografias haviam agradado e muito, no futuro as coisas melhorariam, mas por hora era aquilo ou dois Kaulitz contra mim, me convencendo a praticamente abandonar o estilo de vida que havia adotado.

-Você paga a tinta e eu pinto!...-Argumentei com o homem vendo seu sorriso vitorioso. Bill olhou-me incrédulo enquanto eu dava de ombros.

-Fechado!...-respondeu o homem para o pesar de meu namorado.

Bill não proferiu uma palavra sequer até entrarmos no carro. Sabia que ele tinha desaprovado, mas era uma decisão minha.

-Eu sei que não é o que você gostaria para mim, mas entenda... -Comecei cautelosamente.

-Eu sei... -Disse ele interferindo em minhas palavras... -Carol, eu sou seu namorado. Precisa deixar que eu a ajude. Não querer ficar em minha casa eu entendo. Posso aceitar que não queira que eu pague por nada... -O beijei antes que ele continuasse o que dizia. Ha muitos anos não tinha alguém que se preocupasse comigo daquela forma, a não ser a preocupação sufocante que vinha de meu pai.

-Eu vou ficar bem... Nós vamos ficar bem... -Sussurrei encostando minha testa a dele.

Ele suspirou fortemente antes de falar.

-Ajudar a arrumar um emprego não seria a mesma coisa que pagar por algo. Você poderia considerar como o favor de quem conhece melhor a cidade...

Foi minha vez de suspirar, ele não desistiria fácil.

-Kaulitz teimoso...-Sorriu pra mim...-Tudo bem...-Antes que o sorriso aumentasse eu me antecipei...-Se nenhuma agencia me ligar!

Bill deu a partida no carro com um muxoxo.

-E eu que sou teimoso.

-Superprotetor...-Rebati fazendo-o rir.

Sai cedo naquela manhã, com parte de minhas economias comprei uma geladeira decente, um micoondas ,alguns poucos eletrodomésticos e um sofá, ainda faltava a cama mas veria isso de tarde depois da pintura.

As latas de tintas já estavam todas ali, espalhei jornal pelo chão e protegi os cabelos com um lenço. O que eu havia comprado já havia chego e o sofá me convidava para um cochilo. Ignorei.

Tinha muito trabalho a fazer e casualmente Bill havia sumido com Tom. Peguei o pincel e comecei devagar. Alguns minutos depois a companhia tocou. Bill estava vestido de uma forma que eu nunca havia visto, uma camiseta e calça esporte, pronto para o trabalho braçal eu diria.

-Olá estranho... -Ri divertida enquanto ele revirava os olhos... -Quem é você e o que fez com meu namorado super-estiloso?

-Já que vou ser escravizado, quero estar confortável... -Selou meus lábios com ternura, afagando meus cabelos logo em seguida... -Desculpa pelo sumiço, mal chego a LA e os compromissos aparecem.

-Tudo bem... -Falei ao me afastar voltando a mergulhar o pincel na tinta branca. Os ombros de Bill cederam chamando minha atenção. Involuntariamente minha sobrancelha ergueu-se.

-Não acredito que você mesma vai fazer isso. Sabe que eu poderia...-Antes que mais um discurso sobre o que ele poderia pagar para ser feito começasse eu o interrompi...

-Você poderia agir como um namorado legal e pegar este pincel ai... -Apontei com o queixo o pincel extra... -E me ajudar com isso.

Desanimado pegou pincel se abaixou imitando meus movimentos.Dduvido que aquelas mãos já tenham sido usadas para um trabalho tão grosseiro. Bill me intrigava, era masculino ao ponto de fazer meu corpo estremecer e minha garganta sentir-se seca, mas era incapaz de imagina-lo sendo rude ao fazendo trabalhos manuais, a não ser que a maquiagem perfeita que ele mesmo fazia em si, humilhando a minha ,pudesse contar alguma coisa.

-E como foi esta manhã?

-Comprei o que precisava, faltou a cama, mas pretendo ver isso amanhã cedo.

Bill ergueu uma sobrancelha, por um segundo me senti olhando para Tom e não para ele.

-Logo a cama?...-Desceu o olhar pelo meu corpo...

Fiz-me de desentendida.

-Não fará falta até amanhã, posso me virar com o sofá até  amanha...Durmo nele esta noite...-Dei de ombros.

-Talvez eu não esteja me referindo a dormir... -Me provocou parando mais próximo de mim, assim que soltou o pincel na lata de tinta.

-Não precisamos de cama Kaulitz,seja criativo...-Em um choque, nossos corpos se encontraram.

Espreguicei-me. Poderia jurar que havia dormido em uma cama luxuosa e não em um sofá. O cansaço fora demais, eram passado das onze quando finalmente terminamos a pintura. Bill havia insistido para que eu fosse para sua casa com ele, mas neguei. Passaria a primeira noite em meu próprio apartamento e aquela manhã seria longa. Minhas malas estavam perto do closet,tirei o que precisava dela e tomei um banho frio, LA tinha um mormaço característico que me fazia sentir falta do clima fresco da Itália. A cafeteira funcionava enquanto eu me arrumava um pouco, depois da cama trataria de caminhar por mais algumas agencias. Estava com um bom pressentimento para aquele dia. A  companhia tocou enquanto eu bebericava a xícara de café. Abri com apenas uma expectativa, se não fosse Bill quem mais poderia ser?

Dois homens, ofegantes pela escada, esperavam na porta, atrás deles um volume gigantesco.

-Senhorita Medeiros?...-Assenti-...-Encomenda para a senhorita...-Mal lhes foi dado o espaço necessessário e os dois trataram de empurrar o que quer que fosse sala a dentro. Sequer falei uma palavra embora estivesse a ponto de reclamar pelo engano...-E este bilhete para a senhorita. Tenha um bom dia.

E assim como entraram, saíram deixando-me para trás com o pedaço de papel nas mãos. Desfiz a dobradura, a letra de Bill era evidente ‘ Sou um homem grandalhão, preciso certificar-me que poderá me hospedar. Namorado grande, cama grande. Nos vemos a noite. BK’

-Filho da ...

~~//~~

Duas semanas em LA e a cidade poderia ser considerada como a extensão de meu quintal -se eu tivesse um-andar tanto a procura de emprego me fizera conhece-la ,ou os pontos mais importantes ,em poucos dias. Bill estava atarefado, dentro de uma semana Gustav e Georg voltariam pra casa e os compromissos não paravam para os gêmeos. Finalmente uma agência havia me contratado, quase imediatamente. Relutei em pensar se haveria algum dedo magro naquela contratação relâmpago, já que precisava do emprego de qualquer forma.

Cheguei mais cedo naquela tarde, o próximo evento a precisar de mim seria apenas no dia seguinte. Andei até a sacada, o sol era brando e a praça estava lotada, pessoas iam e vinham exercitando-se. Ligar para Bill não era uma opção, nos veríamos a noite, como era quase de costume pois certamente estaria ocupado naquele horário. Não pensei muito em qual seria a minha programação para o resto da tarde.

Coloquei um short de nylon e uma regata branca, amarrando os cabelos de qualquer jeito. Não me esqueci do meu mp3,uma motivação a mais na corrida. A distancia do parque era realmente curta, tanto que bastou que eu virasse a esquina e deparasse com o calçamento vermelho, rodeado de arvoares garantindo uma sombra agradável para quem se exercitava.

Correr ao som de Metallica fazia com que eu me concentrasse mais na musica e sua batida forte e menos no caminho a ser percorrido, tanto que ao mínimo descuido tombei forte com alguém, caindo sentada de forma boba no chão.

-Ai...-Reclamei sentindo dor no tornozelo, odiando mentalmente quem quer que fosse que estivesse em minha frente. Carol, não seja estupida, reconheça seu erro e desculpe-se, pensei comigo pondo-me em pé,...-Eu sinto muito...-Falei enquanto batia com as mãos na roupa limpando um pouco do pó...-Eu vinha distraída e...

-Tudo bem... -Disse ele atraindo minha atenção... -Não foi nada... -O rapaz diante de mim tirou-me as palavras, era como se eu precisasse urgentemente de ar, mas não soubesse como fazê-lo chegar a mim. O cabelo comprido estava amarrado em um rabo de cavalo evidenciando um rosto anguloso de lábios cheios. Os olhos eram um capítulo a parte, verdes e profundos, era quase impossível desviar deles. O corpo ficava perfeitamente desenhado na camiseta cinza e calça esporte. O sorriso abriu-se me deixando sem graça. Tentei dar um passo em direção a ele querendo desculpar-me mais uma vez.Ao pisar o tornozelo voltou a doer de uma forma tão aguda que me fez cambalear, teria caído novamente se os braços não tivessem me segurado. O estranho caminhou comigo para um banco adiante de nós, debaixo de uma arvore.

-Tudo bem com você?...-Ele parecia preocupado e sincero ao ajudar-me a sentar no banco. Eu não falava e aquilo se tornava ridículo. Não era como ver um estranho e sim alguém que eu não via há muito tempo. Ele me olhava de forma curiosa, arrisquei comigo mesma que pensava no tipo de maluca que se pode encontrar ao exercitar-se em um parque.

-Eu estou bem...-Pronunciei sem muita força...-Me desculpe mais uma vez.

-Talvez eu devesse me desculpar, foi você quem levou a pior...-Sorrimos juntos...-Parece um pouco inchado...-Tocou o um tornozelo de leve, fazendo-me sentir  estranhamente aliviada com seu toque. Uma sensação diferente e avassaladora, beirando o inapropriado para alguém comprometida. Baseando-me nisso afastei-me.

-Me sinto bem, assim que chegar em casa o gelo resolverá o resto...-Ele se movimentava quase junto a mim chamando minha atenção enquanto me punha em pé...Tudo bem eu posso andar e ...-Ao primeiro passo a dor foi tão forte que me fez curvar.

-Não pode!...-Ao mesmo tempo em que me censurava, um de seus braços tomou-me pela cintura, quanto ele mesmo passava um dos meus pelo seu pescoço, fazendo minha pele arrepiar-se pela sensação de toca-la na parte exposta de sua nuca. Ele não parecia indiferente, tanto que seus lábios abriram-se minimamente, como se estivesse prestes a falar qualquer coisa que não vinha, ou preparando-se para um beijo. O perfume que vinha dele era algo que eu não saberia descrever, masculino e imponente porem doce e convidativo. Aquela situação me incomodava, uma lei da atração, que fazia meu corpo fervilhar junto ao dele, jamais descrita por alguém, ou imaginada por mim .

-Eu moro aqui perto e além do mais posso ligar para meu namorado... -Os olhos dele pareceram perder parte do brilho, entristecendo-me também. Porem ele não passava de um estranho e eu de uma mulher comprometida... -Ele se chama...

-Olha, eu sei que eu sou um estranho, mas se mora aqui perto eu mesmo a levo...

Minha cabeça dava voltas, e meu pé parecia não doer tanto, a única coisa de que eu tinha conhecimento era o brilho daqueles  olhos nos meus. Pisquei algumas vezes e o deixei me conduzir.

Abri a porta de meu apartamento, apoiando-me um pouco  nos móveis até alcançar o sofá! O estranho já não me segurava, mas me ajudava a sentar.

Estranho.

Sequer havia me dito seu nome ainda.

Aquele olhar fixo ainda me perturbava e o ar parecia pesar na sala.

-Se pretende me assaltar e matar a hora é esta...-Tentei transparecer bom humor, embora ainda a presença dele tencionasse todos os músculos do meu corpo.

Ele riu alto, quebrando o gelo daquela situação medonha.

-Foi você que esbarrou em mim!...-Minhas bochechas arderam.

-Me desculpei com você...

-Não deveria!... -o ar me faltou e eu já não sabia o que dizer. Novamente um silêncio doentio se estabeleceu entre nós, até que meu celular passou a exigir minha atenção de dentro do meu bolso. O peguei, atendendo logo em seguida.

-Alo...-Falei em um pigarro. A voz de Bill passou a tagarelar do outro lado prendendo minha atenção por um segundo, tempo o suficiente para ouvir a porta sendo fechada e ter a sala vazia. Se foi, sem ao menos que eu tivesse agradecido ou perguntado seu nome, deixando-me sozinha com o que sobrou de seu perfume naquela sala.


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Notas finais do capítulo

Sinal de vida please?!!