Encontros De Amor escrita por Just_Me


Capítulo 2
Encontro um:Scott,o cão casamenteiro.


Notas iniciais do capítulo

Tô realmente muito empolgada com esta fic,vai ser bem diferente e espero que vocês gostem
Um beijão para as Carolinas que estão lendo!
Amoo vocês!
Enjoy



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A bicicleta era o meio de transporte favorito dos italianos, conseguia entender o por que. Pedalar pela manhã me dava disposição e o bônus era poder chegar a qualquer lugar sem os transtornos do transito.

Atravessei a Piazza Del Duommo  alvoroçando os pombos pelo caminho ,ali era mais complicado permanecer na bicicleta, os turistas paravam em todos os lugares querendo garantir a melhor foto da praça. Passei a empurrar a bicicleta, pendurando a câmera no pescoço, parando uma vez ou outra para fotografar algo, retribuindo os sorrisos das senhorinhas que passavam e o buongiorno dos homens mais corteses. Milão era amistosa e acolhedora, do jornaleiro que passava as freiras diante da Catedral Duommo, sentiria falta dali quando determinasse meu próximo ponto de desembarque.

Entrei na Galleria Vitorio ,ignorando com delicadeza as cafeterias ,indo em direção a uma especial.

Tomei mais café no Savini do que em qualquer outro lugar em minha vida, praticamente todos os dias da semana de moda e a cada momento livre. O lugar era adorável, uma antiga construção tão velha quanto o resto da galeria, com suas mesinhas pequeninas do lado de fora nos convidando para sentar e ter uma boa vista da arquitetura Milanense. Já tinha a minha mesa favorita e não demorou para que Giacomo aparecesse com seu sorriso adorável ,guardando a bicicleta e oferecendo-me meu pedido favorito,  mocaccino.

Agradeci a a ele  quando  ele me trouxe a xicara fumegante. Bebi um gole. Definitivamente sentiria falta de Milão.

Me revezava entre um gole no café e uma foto dali mesmo onde eu estava, adorava fotografar coisas aleatórias e ver no fim do dia que resultado eu teria.

De trás de mim, surgiu um cão, grande demais para estar sozinho, parando ao meu lado de uma forma simpática, com a língua babona dependurada na boca. Não tive medo, se tivesse a intenção de me morder já teria feio.

-Hey você?...-Falei afagando a cabeça. Acariciado ele sentou-se nas patas traseiras... -Não seja besta Carolina... Ele deve entender italiano, não português, falava comigo mesma enquanto lhe afagava as orelhas... -Onde estão seus donos?...-Analisei ao  redor ,tentando achar alguém que pudesse estar procurando por ele. Ninguém... -Você é muito lindo para estar sozinho por ai. Sorria para mim... -Até o cão deveria me achar idiota pedindo que sorrisse enquanto lhe tirava uma foto, era uma mania que eu tinha apegar-me tanto aos animais que os tratava como pessoas.

-Scott!...-Uma foz falha e ao mesmo tempo aliviada soou atrás de mim, fazendo com que eu me virasse... -Cão malvado!...-Me contive para não rir do homem, ofegante debruçando-se para frente como se tivesse terminado uma maratona. Ele olhou para mim ainda tentando recuperar o ar. Não me admirava que estivesse tão cansado era muito magro, muito para um atleta  e alto, alto demais comparado ao meu metro e sessenta-sessenta e um, mas ninguém conta o um na hora de falar- os olhos castanhos pareciam desculpar-se por algo. Timidamente ele acenou o cão, extremamente confortável onde estava nos observando como se pudesse começar a falar a qualquer momento... -Sinto muito se ele a incomodou, não é bravo, não se preocupe.

O pobre Scott poderia ser qualquer coisa, menos bravo. Sorri para o homem diante de mim fazendo-o sorrir de volta. Um homem... Duvidava que fosse muito mais velho, ou mais novo do que eu, mas os traços delicados me faziam pensar nele como uma garoto, um garoto muito bonito e moderno. No lábio inferior um piercing que me fazia ter vontade de toca-lo. O bom gosto ao se vestir era uma coisa que me  desconcertava, ele usava um look total dark, calça e jaqueta. Pelo menos o gorrinho era tão bizarro quanto o meu.

-Tudo bem... Ele não me incomodou...-Percebi que não estava sendo nada educada encarando-o daquela forma.

-Certo... Agora vamos Scott... -Como se tivesse entendido o comando contrário, Scott deitou-se apoiando o focinho nas patas dianteiras. Escondi um riso, com a incredulidade do olhar do homem. Definitivamente o cão era hilário...-Scott por favor!...-Não aguentei, ri alto fazendo-o olhar para mim ao invés do cachorro, sem a mínima vontade de mover-se dali.

Não sei o que aconteceu comigo, apenas falei involuntariamente.

-Porque não se senta até que ele resolva obedece-lo?...-O olhar tornou-se doce,delicado e profundo. Senti-me corando de uma forma que eu não julgava necessário,era apenas um café com um cara que parecia ser legal.Ele pareceu ponderar por um minuto olhando para o cão e para mim novamente. Sentou-se diante de mim... -Ele tem um gênio ruim...-Finalmente alguma timidez em mim.Beberiquei o café, tentando não encara-lo.

-Eu acho que o problema é comigo. Ele não é meu,meu irmão o deixou comigo por um tempo... -Então era isso. Não me admirava que o cão não o obedecesse.

-Ele foi uma boa companhia... -Sorri.

-Deve ser algum treinamento maluco que Tom deu a ele, empacar ao lado de uma mulher bonita...-Enquanto falava olhava para o dorminhoco no chão, tentando entender aquela cabecinha cheia de pelos, até que parou...Se bem entendi ele acabara de dizer que eu era bonita. Sorriu para mim, abaixando o olhar.

-Tom é o seu irmão então... -Tentei amenizar o desconforto... -Falando em nomes, me chamo Carolina...-Estendia a mão por cima da mesa.

-Bill... -Os dedos finos praticamente envolveram minha mão, uma sensação morna e agradável. Bill. Praticamente mordi a língua para não perguntar que tipo de nome era esse, apenas Bill, mas me contive. Se fosse um apelido ele falaria uma hora ou outra.

O nome me instigou ,era americano demais para alguém com o sotaque tão carregado no inglês. De uma coisa eu tinha certeza, não era italiano. Estava curiosa demais por um estranho afinal. Quando sai o meu pequeno devaneio,percebi que ele me olhava curioso. Ok, havia acabado de parecer idiota. Seria franca então.

-Desculpe. Estou aqui a um mês,o suficiente para saber diferenciar um italiano. Você não é daqui é?...-Ele riu alto,entendendo onde eu havia chegado.

-Na verdade não.Bom,eu moro nos Estados Unidos mas sou alemão...-Bingo! Estava ficando boa nisso, tanta gente de tantos países na hora do café da manhã estavam me dando uma grande lição sobre estrangeiros e suas particularidades.

-Alemão? E o que traz a Milão Bill?...-Ele sorriu desinibido.

-Semana de moda. E você?...O que faz a um mês em Milão? É tempo demais para férias apenas...-Eles estava curioso sobre mim também, pelo menos era o que parecia. Isso era bom, pelo menos eu não ficaria interrogando o homem enquanto ele apenas respondia. O problema era que para aquela pergunta eu não tinha uma resposta exata, fazia em Milão o mesmo que fazia em todas as minhas outras viagens, apenas vivia, apenas ficava ali o tempo que fosse necessário...-Desculpe...-Bill parecia envergonhado.

-Não...Bom, eu sou brasileira, nascida e crescida lá. Ha seis meses estava sentada na minha entediante aula do curso de direito e me fiz a pergunta básica ‘o que eu estou fazendo aqui? .‘Já tinha estudado fotografia...-Balancei câmera em minha mão fazendo-o rir...-Então botei o pé na estrada. Não ganho uma fortuna, mas nunca me diverti tanto em minha vida, ou vi tanto por outro angulo, entende?...-Nunca havia falado sobre mim com tanta facilidade para alguém, não me incomodou, ao contraio me fazia bem. Bill apenas me olhava, parecendo fascinado ou  talvez se arrependendo amargamente por ter sentado ali.

-Já foi a muitos lugares?...-Bill apoiou  o queixo na palma da mão, como uma criança faria diante de uma história interessante.

-Alguns... Ainda é recente.Já viajei antes dessa loucura toda, mas ainda há muito para ver...-Estava me assuntando um pouco a forma fluida com que eu me declarava.

-E sua família?O que acha de tudo isso...-Finalmente um assunto um pouco mais complicado.

-Bom,minha mãe morreu quando eu era muito pequena e então eramos só eu e meu pai...-Dei um gole no cefé,já meio frio...-Lembra da faculdade de direito?...-Bill afirmou com a cabeça...-Era parte dos planos que ele tinha pra mim.Quando eu larguei tudo as coisas se complicaram um pouco...

-Sinto muito...-Ele parecia sincero,demais até para alguém que acabra de me conhecer...-Desculpa, mas se você não ganha o suficiente como...

-Como posso viajar tanto?...-Bill sorriu timidamente...-As viagens são pagas pelo meu pai,apenas elas a sobrevivência é comigo.Ele disse que se paga-las,mais cedo eu quebro a cara e volto pra minha vida de dondoca incefala...-Revirei os olhos fazendo-o rir alto...-E quanto a você?

-Eu viajo bastante também,como já disse vim a Milão para a semana de moda...-Bill bebeu um gole do café que Giacomo havia deixado naquele instante.

-É o que,jornalista,estilista?...-Enquanto bebia um sorriso formou-se nos lábios.

-Na verdade não.Eu fui convidado para desfilar...Mas sou cantor.

-Sério?!...-Aquela voz doce cantando,adoraria ver isso.

-Sim,canto em uma banda,meu irmão é guitarrista...-Neste momento olhou para o cão,parecia ter saudades ao falar.

-E cadê ele?

-Ficou em Los Angeles.Tom não gosta muito de moda então...-Ele baixou um pouco os olhos ao falar...-Somos gêmeos, sinto falta dele. Porisso trouxe Scott comigo.

O homem era uma caixa de surpresas.A forma como falava do irmão chegava a ser emocionante.Tive uma pitada de inveja já que era filha única.Quis desviar do assunto.

-E quando você volta para Los Angeles?...-Bill,olhou-me diretamente nos olhos fazendo-me ter uma sensação estranha no corpo.

-Agora, realmente não tenho certeza.


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Notas finais do capítulo

O que acharam meu povo??!Tô meio chocada com tão pouquinho review U.U
Já sabem o que fazer!