The Black Rose escrita por JuhMbeck


Capítulo 8
Ritual


Notas iniciais do capítulo

"Feche seus olhos para lutar contra os demônios no fundo da sua mente.
Satisfaça suas piores intenções. Eu sou seu sacrifício.
Vista-se para matar;
Você faz isso para a paz, você faz isso por amor,
Mas você sabe que tem que haver perda.
Vidas destroçadas assim como você bateu a sua marca.
Você vai tomar a sua parte no custo de ninguém.
Eu não posso respirar. A maneira que eu sinto por você me sufoca.
Eu não vou falar. As palavras que eu sinto por você vão para o lixo.
Vou deitar até que meu corpo se lave na terra.
Eu vou sacrificar tudo o que eu acreditava antes."
Silverstein - Sacrifice



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Haviam se passado uma semana, lá fora o sol brilhava, mas para Andy tudo estava escuro. Ele não saia de seu quarto, ele apenas ficava lá, as cortinas fechadas, sem que nenhum raio de sol pudesse entrar no ambiente. Ele não queria o sol.

Apenas queria aproveitar sua tristeza. E era o que fazia.

Não conversava com ninguém, apenas abria a porta para pegar a comida que sua mãe trazia. No começo nem comia, mas a fome foi maior no final. Ele olhava para o teto na maioria das vezes, outras vezes escrevia, e outras ele apenas chorava. Sentia-se fraco, mas não por chorar. Sentia-se fraco por não ter conseguido fazer nada. As lágrimas não eram importantes, elas apenas demonstravam o quanto estava sofrendo, e não se importava em derramá-las. Às vezes ele esperava que chorasse o suficiente para secar e morrer. Porém sabia que isso era impossível, e apenas ideias assim o faziam sorrir.

Sua mãe costumava bater na porta três vezes por dia, contudo como os dias foram passando esse numero diminuiu para apenas uma vez. Andy achava que ela só ia para ter certeza que ele ainda estava vivo.

Em um dos dias que se passou ele ouviu uma garotinha na porta, ela falou baixinho com uma voz chorosa:

– Oi Andy, aqui é a Emily – quando ouviu ele andou até a porta e se encostou a ela de costas. – Não precisa abrir se não quiser, eu só queria dizer que não te culpo por nada – ele conseguia ouvir o choro dela, até conseguia imaginar as lágrimas escorrendo em seu rostinho e em sua memória se lembrou de Rebeka chorando. Antes que percebesse, começou a chorar também. – Não foi culpa sua, Andy, não foi. Nada disso foi. Só quero que saiba que não te culpo e... ela ia querer que fosse feliz. Eu sei que ia.

Ele não conseguia dizer nada, apenas deixou seu corpo escorregar até atingir o chão, ele conseguia senti a presença de Emily do outro lado da porta, ela estava soluçando baixinho e ele tinha quase certeza de que ela conseguir ouvi-lo chorando também, apesar dele se esforçar para não fazer barulho, mas a dor era maior.

Ele queria dizer algo para ela, porque ela merecia pelo menos alguma palavra, contudo nada saiu de seus lábios. Nenhum som foi produzido, nada restava lá além da dor e do silêncio. Ambos eram tão evidentes que era quase possível senti-los.

Ele ouviu os passos da menina ficando cada vez mais distantes e logo ele estava no silencio novamente. Já estava se acostumando com a solidão, com a raiva esmagada em seu coração junto com a tristeza. Ele já havia quebrado boa parte do que havia no quarto, havia cacos espalhados pelo chão que cortavam seus pés quando andava, contudo até com isso ele estava se acostumando.

Não se lembrava da sensação de sentir os raios de sol, não saiu do quarto nem para ir ao enterro. Para ele ir vê-la sendo enterrada era a mesma coisa que confirmar que ela estava morta e que nunca mais voltaria. E isso ele não poderia aceitar.

Deitou-se novamente na cama, e as memórias voltaram para sua mente. Brincando com a sanidade dele.

Lembrou-se de quando a conheceu, de quando a carregou até a casa de seus pais, de quando eles quase se beijaram, de quando a encontrou na floresta depois de pedir sua mão em casamento, de quando ela estava dormindo em seu colo na viajem, de quando a viu descendo as escadas com o vestido azul e por fim quando ela estava chorando e depois sem vida.

Então se sentou na cama subitamente, ele se lembrou de Ruby o dizendo para onde ir e de quando encontrou Rebeka na casa dela.

“Se algum dia a correnteza for mais forte do que a vida dela venha até mim. Eu poderei de ajudar.”

Foi exatamente aquilo o que ela disse, e pelo o que Andy se lembrava de ela estava certa em tudo o que disse antes. E Rebeka sempre acreditou nela, então ele resolveu que iria acreditar nela também.

Levantou-se e pela primeira vez na semana tinha alguma motivação para sair do quarto. Abriu a janela e a luz forte o fez fechar os olhos, demorou a se acostumar com ela. Arrumou-se e finalmente após tanto tempo ele saiu não só do quarto, saiu da casa.

Aquilo assustou a todos, ele foi direto para a cozinha e comeu mais do que pudera imaginar, sua mãe ficou muito feliz. E quando disse que ia sair que precisava de algum tempo ela aceitou sem nenhuma objeção.

Ele pediu para arrumarem seu cavalo mais veloz, e partiu. Primeiro procurou a mulher na cidade mesmo, foi algo parecido com um começo de alegria quando descobriu que ela ainda estava na cidade. Ele não se permitia ser feliz.

A casa dela ficava meio afastada da cidade, e novamente seu caminho se fazia por entre as árvores, contudo esse havia uma trilha. Ao chegar à porta ela já estava lá, apenas esperando por ele. Tinha um sorriso no rosto e os olhos verdes brilhavam.

– Sabia que viria, mais cedo ou mais tarde, apenas esperava que não fosse tarde de mais, e para sua sorte não é – ela disse assim que ele desmontou, fez sinal para alguns homens para e levarem o cavalo até algum lugar que Andy não sabia e o levou para dentro.

–Quero saber como pode me ajudar – ele respondeu sem expressar nenhuma emoção.

Ela apenas sorriu e levou sua xícara aos lábios. Ele ficou algum tempo em silêncio enquanto ela apenas tomava o que havia na xícara, quando terminou ela olhou nos olhos dele.

Seus olhos estavam pretos, sem nenhum sinal das outras cores.

– Eu posso trazê-la de volta – ela simplesmente disse com um sorriso divertido.

Andy não sabia o que dizer, ele ficara impressionado com os olhos dela. Ela parecia estar achando graça na expressão dele, pois ainda sustentava o mesmo sorriso.

– Mas... Como? Ela está...

– Morta? – ela terminou.

Ele não respondeu, não tinha coragem de proferir aquelas palavras.

– Eu posso dar um jeito nisso, ela vai viver de novo. Melhor dizendo, ela vai nascer de novo. Não ela na verdade, alguém igual. Isso não é impossível Andy, quase nada é impossível nesse mundo, as possibilidades às vezes estão escondidas e tudo que precisa é de uma pessoa para te mostrar o caminho.

Ela se sentou no braço da poltrona em que ele estava e pela primeira vez ele realmente reparou nela. Era mais nova do que pensava, deveria ser uns quatro ou cinco anos mais velha do que ele, nada mais do que isso. Os olhos dela haviam voltado ao normal, então a coloração verde já havia voltado.

– Como pode fazer isso? – ele perguntou curioso.

– Tenho meus meios, tem certeza que nem imagina? As pessoas comentam muito isso – ela se sentou em sua poltrona novamente.

– Não me venha dizer que é uma bruxa – dessa vez quem sorriu foi Andy.

Ruby andou até a porta, que ele nem havia percebido que estava fechada e a abriu, de lá saiu uma mulher que pela roupa deveria ser da nobreza, ela estava chorando muito, contudo estava sorrindo ao mesmo tempo.

– Oh Ruby, que bom que me atendeu, eu queria te agradecer – ela se ajoelhou e segurou a barra da saia de Ruby.

– Se levante, por favor – Ruby disse e ela levantou ainda chorando.

– Muito obrigada, Steve está curado, está como se nunca estivesse machucado, não ficou nem a marca, nem uma cicatriz, não pode expressar minha gratidão.

– Não precisa, a senhora pagará pelos meus serviços, se lembra? – Ruby disse suavemente.

– Sim, claro, mas disseram que era impossível, que ele já estava praticamente morto e você o salvou – mulher começou a rir baixinho.

– Aqui eu tenho um quase cliente – Ruby apontou para Andy -, mas ele não tem certeza se pode confiar em mim.

A mulher andou até Andy e se pegou sua mão.

– Acredite nela querido, meu marido levou uma facada no coração, havia sangue por todo lado, todos já estavam preparando o velório, porém Ruby o salvou. Ele está vivo – ele dizia cada palavra alegremente e repetiu várias vezes a palavra “vivo”.

Ruby levou a mulher para a saída enquanto Andy pensava. Tudo o que ele queria era Rebeka de volta, e se houvesse algo que aquela mulher pudesse fazer ele resolveu que iria cofiar nela, pois afinal ele não havia mais nada a perder.

Logo que Ruby voltou Andy disse com toda a confiança e orgulho que ainda o restava:

– Eu não sei o que vai fazer, mas aceito seja qual for o preço.

Ruby sorriu e se sentou novamente, ela olhou para fora da janela. O sol ainda brilhava do mesmo modo de quando havia chegado.

– Com certeza irá funcionar, contudo você terá que esperar algum tempo, pois para todos, ela já morreu e não podemos simplesmente ressuscitar ela desse jeito. Então digamos que você vai vagar um tempinho por ai até ela voltar.

– Quanto tempo? – ele perguntou preocupado.

– Talvez o suficiente para que não haja possibilidades dela ser reconhecida. Alguns bons anos, você está disposto a esperar? – ela se virou para ele.

– Sim, eu esperarei o que for necessário – ele disse após um suspiro triste.

– Mas para viver até lá você vai ter que deixar sua humanidade, vai se tornar um de mim, só que sem alguns dos meus poderes. Apenas as mulheres podem virar bruxas – ele fez uma cara confusa. – Irá entrar em um mundo diferente, Andy. Está preparado para ter sua vida completamente modificada?

– Sim – ele respondeu com coragem. – Eu vou aceitar, não tenho nada a perder mesmo.

– Você ainda tem sua alma e uma vida normal se desistir – ela disse como se fosse algo muito estranho de se ter.

– Minha alma e vida Rebeka levou quando morreu – ele conseguiu finalmente dizer aquilo.

Ruby lhe esboçou um sorriso triste, e por alguns instantes ele sentiu que ela o entendia, mas logo eles voltaram a serem aquelas pedras verdes de sempre.

– Bem, temos alguns problemas que podem ser resolvidos. Existe algum culpado na morte de Rebeka, pois se tiver nós precisaremos de seu sangue – ela perguntou voltando a bebericar seu chá.

– Bem, eu tive parte da culpa, mas... – Andy se lembrou do momento em que ela caiu da ponte, ou melhor, quando foi empurrada. – Julie a empurrou, a culpa maior foi dela – seus olhos faiscaram, ele nutria uma grande raiva por ela.

– Vá atrás dela e coloque um pouco de seu sangue aqui – ela lhe entregou uma espécie de tigela, toda preta e antiga. – Mas ela precisa concordar, no seu caso acho que vai ser fácil e o resto deixe comigo, você só precisa estar no cemitério quando a noite cair, no tumulo de Rebeka e não se esqueça de que o sangue não pode estar secando, procure Julie antes de ir para lá, entendeu? – ela disse tudo àquilo com uma naturalidade que quase espantou Andy.

– Sim – ele disse após alguns segundos. – Eu entendi.

– Ótimo, agora vá que tenho coisas para fazer – Ruby o empurrou porta afora. – E não me deixe esperando – quando terminou de dizer ela fechou a porta que por pouco não bateu em seu rosto.

Enquanto ele cavalgava para casa ele pensava se estaria realmente fazendo a coisa certa, mas mesmo que não fosse já era tarde, ele não poderia voltar atrás, Ruby não deixaria. E no fundo ele não queria, pois a vontade de ter Rebeka novamente em seus braços era maior do que seu bom senso.

Ele não se importaria em se transformar em uma criatura sem alma para tê-la de volta, só de saber um dia a teria de volta tudo compensaria. Aquela solidão e saudade estavam acabando com o que restava de sua mente.

Quando chegou a casa sua mãe estava com um sorriso no rosto, para ela Andy tinha dado um pequeno passo para se recuperar da perda, mal sabia ela que ele estava se aprofundando mais na tristeza. Ele se sentiu um pouco culpado com isso, ela não ficaria feliz se soubesse o que ele planejava fazer aquela noite, mas ela teria que entender algum dia, ele estava tentando recuperar sua felicidade, a felicidade que lhe foi tirada.

Iria esperar a noite chegar a seu quarto, mas enquanto andava ele encontrou no chão um dos quadros que havia derrubado e era o que haviam feito com ele e Rebeka, o único que haviam pintado com ela. Ela estava sentada em uma bela poltrona no jardim, havia várias flores em volta, e o vestido que era de um tom de rosa a fazia parecer um anjo com os cabelos dourados, ou uma fada com o sorriso encantador e singelo. Ele estava em pé, do lado da poltrona, com um dos poucos sorrisos verdadeiros que já havia esboçado.

Ele sorria ao se lembrar de como o pintor parava quando ela começava a rir, mas ele não ficou bravo em nem uma das vezes, que não foram poucas, ele até ria com ela às vezes.

Ele então ficou sentado no jardim, exatamente onde a pintura fora feita, e repetia para si mesmo que iria fazer a coisa certa.

Antes de a noite cair ele saiu, não contou a ninguém e foi a pé. Só levou a tigela que Ruby lhe deu e um canivete. Ao chegar à casa de Julie ele pulou a cerca e ficou aliviado de encontra-la sentada do lado de fora.

Julie estava sentada em um banco, estava com sua roupa de dormir e com o cabelo todo desarrumado. Estava mais pálida do que o normal e parecia ter olheiras. Ela parecia transtornada e quando viu Andy ela ficou mais ainda.

– O que faz aqui? – ela perguntou assustada. – Não vai me matar, vai?

– Seria uma boa ideia, mas não vou – ele parou perto dela. – Quero que o que aconteceu te assombre pelo resto da sua vida.

Ela começou a choramingar, mas Andy continuava com o olhar frio e impetuoso.

– Eu faço qualquer coisa para você me perdoar, por favor – as lágrimas começaram a cair de seu rosto. – Eu só queria assustá-la, não era para ter se afogado.

Andy tirou o canivete do bolso e os olhos de Julie saltaram.

– Eu só quero um pouco do seu sangue – a garota fez uma expressão confusa e ele entregou o canivete a ela.

– Você vai me perdoar se eu fizer isso? – ela disse baixinho.

– Vou tentar – e era verdade, ele ia tentar, mas era algo praticamente impossível.

Julie levou o canivete até o braço e olhou para Andy, ele respondeu com o mesmo olhar frio de antes, sem nenhuma expressão. Ela fez um corte em seu braço e ele colocou a tigela em baixo e as gotas de sangue foram caindo.

– Não é o suficiente – ele disse olhando para o conteúdo da tigela. – O corte está muito superficial para sangrar o que preciso.

Julie fez uma expressão brava e fez outro corte embaixo do outro, dessa vez ela franziu a testa de dor e o sangue escorreu rapidamente.

– Está bom – ele olhou o conteúdo da tigela, o vermelho escarlate era visível mesmo no escuro.

Julie apertou o corte com a mão e olhou para ele, não parecia brava, voltou a ter o mesmo semblante triste, quase doente.

– Você vai me perdoar um dia? – ela sussurrou baixinho e pela primeira vez Andy a viu indefesa, fraca e com lágrimas escorrendo livremente por seu rosto sem ela se importar. Ele percebeu que não foi só a vida dele que mudou após a morte de Rebeka.

A culpa estava tão presente nela que era visível, ela andava como quem está sempre sendo assustada e o seu rosto era triste e todo aquele orgulho não lhe servia de nada agora. No fundo ele sentia pena dela, porém ainda tinha raiva, ela ainda tinha grande parte da culpa.

– Quem sabe, se você algum dia merecer – ele se virou e foi embora.

Ele foi direto ao cemitério, o céu havia escurecido mais ainda e o vento batia levemente em seu rosto, quando chegou ao cemitério o portão estava aberto e ele entrou sem medo.

Ele encontrou Ruby sentada em um dos túmulos, ela não parecia nem um pouco abalada por estar em um lugar como aquele tão tarde da noite, na verdade ela parecia bem confortável. Estava de frente de um túmulo grande, com uma estátua angelical que seria bonita se não fosse assustadora. E podia-se ler em letras belas: Rebeka Collins Biersack. Apesar deles não terem se casado sua mãe pediu para colocar o sobrenome dele também, a mãe de Rebeka concordou. Mas aquilo só o fez se sentir pior e o fato de o túmulo estar desenterrado e o caixão ao lado não ajudou em nada.

Ruby se levantou e foi até o caixão, ela se abaixou e estava para abri-lo quando ele a interrompeu.

– O que está fazendo? – ele estava chocado, ela totalmente calma.

– Estou abrindo, algum problema? – ela sorriu, ele não imaginava que aquilo fosse necessário. – Sim, eu preciso fazer isso – ela disse como se tivesse lido seus pensamentos ou estava apenas claro pela sua expressão.

– Mas... já faz uma semana – ele abaixou o olhar.

– Eu sei – ela abriu o caixão rapidamente e ele ficou totalmente surpreso.

Ao contrário do que ele esperava, Rebeka estava exatamente como havia morrido. Sua pele estava pálida, mas continuava do mesmo jeito. Ele se aproximou e quando a tocou a sentiu gelada, mas ainda macia. Seus cabelos continuavam com o mesmo tom de dourado e ele pensava se seus olhos ainda estariam do mesmo jeito. Estava com um vestido branco que fazia contraste com a rosa negra que estava entre suas mãos.

– Eu que coloquei a rosa, enquanto ela estiver aí ela ficará do mesmo jeito que está agora – Ruby começou. – Agora pode ficar ai enquanto eu arrumo tudo.

E foi exatamente o que ele fez, ignorou todo o resto e ficou apenas olhando para Rebeka, ela parecia estar dormindo e o que ele esperava era que de repente ela voltasse a respirar ou abrir os olhos, mas nenhum dos dois aconteceu.

Quando olhou para Ruby viu que ela estava concentrada, mas fazia tudo naturalmente como se fosse acostumada.

– Você faz muito isso – ele disse, e não era uma pergunta.

– Está certo, agora venha cá – ele caminhou lentamente até ela, onde ela antes estava sentada se encontrava um desenho estranho aparentemente feito de sangue, mas a escuridão atrapalhava sua visão e uma clara névoa mais ainda. O que ele realmente percebeu foi à adaga nas mãos dela.

E ele logo percebeu que ela era bem afiada, quando Ruby cortou sua mão. Seu sangue escorreu até cair em cima dos desenhos, ela começou a falar em outra língua, e ele percebeu que o sangue escorria sozinho. Ele contornava o desenho lentamente conforme Ruby falava.

Ela andou até Rebeka com a adaga em mãos.

– O que vai fazer? Não vai corta-la não é? Ela está morta não vai... – mas antes que ele terminasse ela cortou o braço da garota e um filete vermelho saiu do seu braço.

– Ela não está morta, não totalmente, digamos que está semiviva, mas está mais para o outro lado do que por aqui – ela deixou gotas do sangue de Rebeka cair no pote com o sangue de Julie.

Um leve sorriso apareceu no rosto dela.

– Acabou? – ele perguntou apertando o corte.

Ela mergulhou a adaga no sangue de Julie e Rebeka e andou lentamente até ele, sibilando outras palavras estranhas com os olhos negros.

Ela parou em sua frente.

– Agora vai acabar – e então ela atravessou a adaga em seu coração e voltou a sibilar.

A dor atravessou todo seu corpo, ele sentia seu sangue manchando a camisa e começava a ter dificuldades de respirar. Então tudo ficou preto, mas ele ainda tinha consciência, ainda sentia a dor e o sangue. Era como se estivesse cego.

– Daqui a pouco passa – ele ouviu a voz de Ruby em seu ouvido. – Não é legal? Fiz dois rituais em um – ela deu uma curta risada. – Vou terminar enquanto se recupera.

Mas ele não se importava com nada no momento, estava com a adaga no peito e sentiu sua mão se encharcar de sangue quando a tocou, tirá-la doeu mais do que imaginara. E depois Ruby o puxou e o fez repetir as palavras que ela sussurrava em seu ouvido. No final ele não se lembraria de nenhuma delas.

Então ela o empurrou e ele caiu, ficou lá durante algum tempo com os olhos abertos, mas sem poder enxergar. Com o tempo a escuridão foi diminuindo e ele começou a sentir as coisas, sentia Ruby a alguns passos de onde estava, sentia os obstáculos que podiam existir ao seu redor, mesmo ainda escuro ele sentia que poderia facilmente ir embora. Quando voltou a ver claramente ele conseguia ver tudo, a névoa não o atrapalhava em nada, muito menos a falta de luz. Conseguia ver melhor do que antes.

– Bem vindo ao seu novo mundo Andy, ele pode ser incrível a primeira vista, mas se acostumar pode dar um pouco de trabalho principalmente nos três primeiros dias em que fica visível para outros como você que é novo no mundo – ela levantou o braço dele e Andy percebeu que havia várias manchas pretas que se estendiam em todo seu corpo.

– Isso vai sair, não vai? – ele perguntou preocupado.

– Vai, em três dias, é assim que é possível nos identificarmos – ela então sorriu e marcas negras surgiram em todo seu rosto e braços, mas ela logo voltou ao normal. Ela foi andando para longe enquanto ele ainda olhava suas marcas e a ouviu dizendo:

– Boa sorte, Andy. Estou torcendo por você.



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Notas finais do capítulo

Genteeee, demorei, mas estou aqui :D
Espero que tenham gostado e por favor não se esqueçam dos reviews, algumas pessoas novas aqui comentaram lindamente e outras antigas sumiram, quero ver todo mundo aqui +_+



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