The Black Rose escrita por JuhMbeck


Capítulo 9
Fire and Goodbyes


Notas iniciais do capítulo

"Você sabe que eu nunca poderia te deixar?
E você sabe que eu nunca poderia te bater?
E se eu nunca poder te encontrar
Não importa, eu nunca esquecerei você
Posso ficar vivo pra sempre?
Sempre."
Breaking Benjamin - Forever



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O primeiro dia após o acontecimento no cemitério Andy não saíra de casa, no começo teve medo que alguém percebesse suas marcas, mas logo de manhã ele viu que não precisava ficar com medo. Ninguém havia notado nada, apenas ele via suas marcas toda vez que via sua imagem refletida. E sempre que as via ele se recordava daquela noite. 

Após Ruby sair ele teve que colocar o caixão de Rebeka no lugar e enterrá-la de novo, não foi difícil. Pelo menos não fisicamente. Sua primeira lágrima fora escarlate como o sangue em sua roupa, mas logo voltara ao normal.

Já no segundo dia ele se permitira andar pelo bairro, nada muito longe. Ainda tinha certo receio de suas marcas, mas já não as temia como antes. Elas eram parte do que ele se tornara, e elas não o deixariam esquecer-se do que ele fizera ou do por que.

No terceiro e último dia de suas marcas ele mal esperava para voltar a se ver normalmente no espelho, ele fora para um bar, não saia havia tempo, mas algumas pessoas o reconheceram e ele via a pena delas em seu olhar. O dono disse que ele poderia pedir o que quisesse não iria cobrar. Andy não reclamou, mas não gostava do olhar que era dirigido a ele. Não queria se sentisse pena dele, ele queria apenas que o ignorassem.

Algum tempo depois um homem sentou ao seu lado, ele deveria ter mais ou menos sua idade. Ele tinha um sorriso triste no rosto, Andy pensou que ele iria dizer que sentia muito pelo o que aconteceu com Rebeka ou algo assim, porém o que ele disse o surpreendeu.

- Está em qual dos dias? Vejo que as marcas estão saindo, deve estar no último, certo?

Andy não conseguiu responder, aquele homem via suas marcas, ele era como ele.

- Sou Jacob Pitts, mas pode me chamar de Jake.

- Eu... eu sou Andy, Andrew Biersack.

- Então Andy, porque está nessa vida? – ele bebeu o que tinha em seu copo e Andy ficou em silêncio. – Tudo bem se não quiser falar.

- Uma pessoa importante para mim se foi, e sou egoísta demais para viver sem ela – ele confessou ao quase estranho, ele sentia que poderia contar para ele, que não haveria problema.

- Entendo, o meu caso foi parecido, mas a pessoa ainda estava viva, mas muito doente e não sobreviveria – ele olhava para o copo.

- Essa pessoa já morreu? – Andy perguntou receoso.

- Já sim, era minha mãe – ele sorriu. – Faz uns três anos.

- Ah, pelo menos você não ter que esperar até ela voltar – disse Andy com um humor negro.

-Sim, mas o que vai fazer, as pessoas perceberão que não está envelhecendo – Jake perguntou.

- Não tinha pensado nisso ainda – ele olhou para Jake. – Algum conselho para o novato? 

- Que tal fingir que morreu? – Jake riu. – Depois que minha mãe morreu eu fiz isso e comecei a viajar por aí, encontrei uns como nós e quase sempre estamos juntos, mas nos separamos por um tempo... Gostaria de se juntar a nós? Eu gostei de você.

- Não é uma má ideia, mas vocês eu vou estar sempre esperando alguém que não faço ideia de quando vai aparecer, e quando achar não importa aonde eu vou até ela – Andy disse.

- Na verdade acho que será divertido procurarmos sua pessoa especial. Não temos muita coisa para fazer mesmo.

- Sério? – ele perguntou internamente feliz por ter achado pessoas como ele que ainda ajudaria ele a procurar por Rebeka quando ela voltasse, ele nem acreditava.

- Sério, nos estávamos procurando por uma aventura, vai ser legal – Jake riu.

Andy voltou para casa aquela noite com menos medo do futuro, com menos medo do que ele enfrentaria, pois agora não estaria sozinho, ele não ficaria anos sozinho, ele teria companhia e isso era mais do que ele poderia esperar de seus três primeiros dias.

Jake o ajudou a montar o plano de sua “morte” e disse que voltaria em um ano, ele iria passar esse ano se reencontrando com seus amigos e eles viriam buscar Andy no final, e o mesmo aproveitaria seu último ano com sua mãe.

Aquele ano foi um ano em que ele resolveu tentar ao máximo esquecer tudo de ruim que havia acontecido com ele só para ser feliz, nem que fosse o único ano em que ele fizesse isso, ele não queria que sua mãe o perdesse naquele tempo triste onde ela enterraria mais um filho, pois ela já considerava Rebeka sua filha. Ele viveu aquele ano fazendo nada muito grandioso, mas significativo. 

Sua mãe estava feliz e ele estava também, na medida do possível. Não era como se ele se sentisse inteiramente feliz, mas só de fazer aquelas pessoas importantes pra ele felizes em seu ultimo ano o fez bem. Aproximou-se mais de seu pai, e voltou a sair mais com os amigos. Ele vivia com James e até o ajudara a se aproximar mais de Violet, que se mostrou ser uma ótima amiga. Aquele ano teria sido perfeito se Rebeka ainda estivesse lá, mas ele estava acabando e tinha que começar seu plano. 

Foi uma semana meio estranha, ele se despediu simbolicamente das pessoas que via menos primeiro e deixou para o ultimo dia aquelas que ele tinha mais contato. Era como se uma pessoa soubesse que ia morrer e então tinha um ultimo momento com as pessoas especiais, e ele sabia que ia morrer. Pelo menos para todos que conhecia. Eles entenderam seu comportamento meio estranho como resultado de um ano da morte de Rebeka. 

Ele disse a sua mãe que queria passar aquele dia sozinho e foi para uma pequena casa que eles tinham bem afastada da cidade. Disse que voltaria no mesmo dia para que quando não aparecesse sua mãe ou alguém viesse atrás dele e visse o que havia acontecido.

Ele sentou em uma cadeira no meio da sala com todas as janelas abertas, ao pé de uma delas estava seu quadro com Rebeka que Jake dissera que era possível levar, uma mala com algumas roupas já que Jake dissera que não precisaria de muitas e no fundo dela estava o vestido dourado que Rebeka usava quando morreu. Ele não conseguiu deixa-lo para trás.

Imaginou se quando Rebeka voltasse ela vestiria aquele vestido para ele, e ele poderia dizê-la o quanto estava bonita, o que ele não disse aquela noite. Na próxima vez que se reencontrassem ele iria a proteger, não deixaria nada de ruim acontecer com ela, ele não falharia com ela da próxima vez, ele a faria feliz. 

Foi o que prometeu para si mesmo.

Enquanto deixava seus pensamentos voarem para longe, para um futuro que ele esperava o céu foi escurecendo e a hora havia chegado. Ele se levantou e pegou um livro qualquer e colocou no em cima da cadeira e abriu outros na mesa. Ele botou fogo em cada um deles. E assistiu enquanto o fogo brilhava e ia consumindo o livro e logo depois já se espalhando pela mesa de madeira, pelos papeis do chão e por quase tudo que encontrava. 

O fogo logo chegou a si mesmo, ele queimava, ardia, doía, mas não machucava. Não havia nenhum sinal em queimadura em seu corpo, ele então entre as chamas jogou tudo o que iria levar pela janela e pulou da mesma. Ficou assistindo enquanto a casa ardia com o fogo, enquanto ela caia aos poucos e o fogo destruía tudo. 

E suspostamente destruía sua vida. Mas na verdade ele apenas marcava uma nova vida.

Ele respirou fundo, se virou para a casa em chamas e saiu. Foi para onde combinara com Jake de se encontrarem. O cemitério. Porque é claro que não há um lugar melhor para encontrar amigos após queimar uma casa que você suspostamente está dentro do que o cemitério.

Ele foi até o túmulo de Rebeka e se sentou ao seu lado, só havia estado ali antes uma vez, mas já decorara o caminho.  Ficou esperando por um longo tempo, o sol já havia se posto há muito tempo, e ele começara a pensar que Jake não viria. 

Mas então ele ouviu passos de três pessoas, ele levantou quando viu a silhueta dos três chegando. Eles eram mais fortes fisicamente do que ele, mas tinham a mesma pele pálida. Os três tinham cabelos pretos, e apareceram com suas marcas negras espalhadas pelo corpo.

- Sabia que estaria aqui – Jake deu um sorriso triste enquanto olhava para a lápide de Rebeka, voltando seu corpo ao normal. – Ah, e eu contei algumas coisas para eles já que vamos viver juntos mesmo.

- Tudo bem, eu entendo. – Andy respondeu.

- Rebeka... – um deles leu na lápide. – Imagino como ela era, devia ser bem bonita. –Ele se virou para Andy. – Sou Jeremy Miles, mas pode me chamar de Jinxx – ele estendeu a mão.

- Andy Biersack – ele apertou sua mão.

- E eu o último, Christian Coma, me chame como quiser, não me importo – ele sorriu.

- Agora que todos já nos conhecemos será que poderia nos mostrar o quadro com Rebeka que você me disse por que eu passei esse último ano imaginando como ela é – Jake disse quase rindo.

Andy pegou o quadro e mostrou-o a eles, eles chegaram bem perto e olhavam para ele com um sorriso no rosto.

- Ela parecia um anjo – disse Jinxx.

- Sim, ela era um anjo.

No outro dia James fora até onde Andy deveria estar e voltou com a notícia do incêndio. Todos ficaram muito perturbados, principalmente pelo fato dele ter morrido no mesmo dia que Rebeka. Eles fizeram um túmulo ao lado do dela, apesar de não ter corpo, pois o fogo queimara tudo.

Sua mãe estava desolada, ela chorava silenciosamente enquanto seu pai tentava dar forças a ela. Os pais e a irmã de Rebeka estavam lá também, por um momento se sentiu culpado por fazer todos reviverem aquela tristeza novamente.

A última pessoa a ir embora fora Emily, para sua surpresa. Ela havia crescido naquele último ano. Seu cabelo está ficando do mesmo loiro que o da irmã, de costas ela parecia com a pequena Rebeka. Ela se sentou de frente para as duas lápides e lagrimas escorriam de seu rosto.

Andy forçou os ouvidos para ouvir o que ela falava.

- Então você também se foi Andy... Pelo menos agora você e Rebeka ficarão juntos, não é? – ela ficou em silêncio por um tempo. – Aposto que ela vai receber você lá no céu, eu vou rezar por vocês, vou sim. Vocês vão ser felizes lá, eu sei. Você não vai ficar mais triste, porque ela sempre estará do seu lado. – Ela então olhou para a floresta, exatamente onde Andy estava e ele nunca teve certeza se ela a viu ou não, mas ela sorriu. – Tenho um pressentimento que você queimou a casa, não sei por que. Claro que deve ter tido motivos e só espero que eles tenham sido bons.

- Também espero, espero mesmo – foi o que ele disse baixinho só para ele mesmo.

Ele se virou e caminhou até onde os outros três estavam, eles então juntos atravessaram a floresta a partiram. Partiram com a esperança de um dia reencontrar a garota de cabelos dourados e de que não demorasse muito. Apesar de terem todo o tempo do mundo. Literalmente.


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Notas finais do capítulo

Demorei de novo eu sei, é que tive umas provas bem difíceis e não deu tempo para escrever.
Esse capítulo foi mais como se fosse o começo de uma nova parte, o próximo será maior sim.
Espero que tenham gostado *o*



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