The Black Rose escrita por JuhMbeck


Capítulo 2
Unexpected


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas aqui está o novo capítulo.
Queria agradecer as pessoas linds que mandaram reviews, fiquei bem feliz +_+
Espero que gostem.



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A semana estava passando normalmente na vila, a única diferença era que Rebeka e Mellany faziam de tudo para evitar Andy. Não que ele era grosso ou assustador, na verdade nas poucas vezes que se viram depois do “incidente”, como Melly chamava, ele as cumprimentava, mas as meninas ainda se sentiam envergonhadas e Rebeka nunca havia falado com ele, sem falar que a presença dele fazia a garota se sentir de um jeito estranho, por isso ela achava melhor se manter distante. Eles eram de mundos tão diferentes mesmo. E parecia que o gato preto, que ela descobrira que era uma gata ficava toda manhã na porta de Rebeka, e a acompanhava até o poço e entrava na floresta, ela até a alimentava de vez em quando.

– Você realmente precisa parar de cuidar desse gato – reclamou Mellany uma tarde em que estavam sentadas em um banco da praça.

A praça era de formato circular, no meio havia um canteiro com flores do campo e alguns bancos em volta, havia algumas casas e lojinhas, todas construídas seguindo o formato circular da praça.

– Por quê? – perguntou Rebeka sem entender.

– É um gato preto – Mellany disse como se a resposta fosse algo muito óbvio.

– É uma gata – retrucou Rebeka.

– Esse não é o ponto, Beka. – Ela disse erguendo as sobrancelhas.

– E o que tem demais em a gata ser preta? Ela não faz mal a ninguém. – reclamou Rebeka.

– Mas é um mau presságio, todos sabem que gato preto traz má sorte.

– Nada de ruim me aconteceu desde que ela chegou – reclamou Rebeka.

– Tem certeza? Nenhumazinha má sorte? – perguntou Mellany como quem não acredita.

– Não, nenhuma – disse Rebeka sorrindo.

– Talvez ela esteja com defeito – Mellany disse pensativa, e começou a encarar a gata, que estava enrolada aparentemente dormindo.

– Para de encarar ela, Melly – disse Rebeka. – Você pode me ajudar a escolher um nome para ela, o que acha?

– Eu? Nunca, até parece que vou dar nome a uma gata preta e... – Melly não pode continuar, pois a gata se levantara e ficou olhando para uma direção, virou a cabecinha e depois com um miado olhou para Rebeka.

– Viu? Eu disse que essa gata não era de Deus, deve estar vendo um espírito – disse a amiga assustada.

– Ou o Andy – corrigiu Rebeka o vendo sair de onde a gata estava olhando, ele estava conversando com Scott.

– Tudo bem, vamos sair daqui agora – disse Melly já levantando e puxando a amiga saiu apressadamente com a gata logo atrás.

Elas continuaram correndo até ficarem bem longe.

– Tudo bem – disse Mellany ofegando

– Tudo bem o que? – perguntou Rebeka.

– Eu te ajudo a escolher um nome para a gata – ela respondeu com um sorriso de “fazer o que?”

– Sério?

– Claro, afinal ela nos ajudou a não enfrentar uma situação muito embaraçadora – Melly disse como se estivesse explicando a uma criança dois mais dois.

– Não estamos exagerando com isso não? – perguntou Rebeka desconfiada, ela conhecia muito bem a amiga e ela não era do tipo que fugia de garotos como o Andy.

– Não, claro que não – ela rapidamente disse. – Não estamos, acredite... Alguma idéia de nome?

Rebeka continuou desconfiada, Mellany era de modo geral uma boa amiga, mas em alguns aspectos ela não era tão boa assim. Um deles era o egoísmo, raramente ela havia feito algo pensando só na amiga ou nas outras pessoas, e não parecia algo muito absurdo que ela fizesse Rebeka não se aproximar de Andy só para ela conquistá-lo. Ele era rico e bonito, Mellany com certeza não correria dele desse jeito só pelo o que havia acontecido na soldadora.

– Bem... – começou ela afastando seus pensamentos. – Eu não tenho idéia.


Enquanto as duas pensavam em nomes de gatos, ou melhor, Mellany pensava e ao mesmo tempo desejava que ela não estivesse pensando na coisa do Andy, mas era exatamente isso o que passava pela cabeça da garota. O próprio Andy andava com Scott pela vila, e havia percebido de longe as duas correndo.

– Porque sempre que Rebeka está junto, a Mellany e ela somem quando eu apareço? – ele perguntou curioso para Scott.

– Não sei, é bem estranho – ele respondeu. – Mas sinto que é coisa da Melly.

– Por que acha isso? Ela sempre fala comigo quando me vê – ele não entendia porque a garota que ele tanto queria ouvir a voz nunca falava com ele.

– Exatamente, ela sempre está sozinha não? Nunca com a Rebeka ou com outra garota? – ele perguntou.

– É, na verdade agora que você perguntou, ela nunca estava com alguém - Andy respondeu.

– Viu? É coisa dela, ela é meio estranha nesse sentido – disse Scott, ele sabia disso muito bem.

– Ainda não consigo entender... – disse Andy baixinho para si mesmo.


No outro dia de manhã Beka foi buscar água com Mellany como sempre.

– Tenho uma noticia Beka – ela disse mergulhando seu balde no poço.

– Boa ou ruim? – ela perguntou curiosa.

– Depende... – ele parou de falar.

– Diz logo! – Rebeka disse muito curiosa se sentando na beira do poço.

– É que eu vou viajar – ela disse também se sentando.

– Por muito tempo?

– Não, apenas uma semana eu acho – ela disse com uma careta.

– Quando vai?

– Hoje à tarde – Ela disse meio tensa

– Vai onde? – Rebeka perguntou vendo que amiga não parecia muito feliz com a viajem.

– Na casa da minha tia em Carrywood, minha mãe vai ter o bebê lá – Carrywood era uma vila próxima a Golden Wings, a vila onde elas moram.

– Por que lá? Não seria mais fácil aqui? – perguntou Rebeka.

– Seria, mas minha tia ficou reclamando e ela até veio aqui para buscar minha mãe – Melly fez uma careta.

– Boa sorte então, quer dizer que vou buscar água sozinha? – reclamou Rebeka com um biquinho para fazer Melly se sentir melhor.

– Sozinha não, a gata sem nome vai ficar com você – ela deu um sorrisinho e elas caminharam para a vila. A gata continuou na floresta, onde havia entrado.

– Temos que escolher um nome logo – disse Rebeka pensativa.

– Temos mesmo, que tal Lady Cat? – ela sugeriu com um sorriso.

– Não, não mesmo – e elas riram.

Continuaram a dizer nomes nada bons até chegarem à casa de Rebeka.

– Beka, posso te pedir uma coisa? – a amiga começou olhando para baixo, ela sabia que não era certo, mas ia pedir do mesmo jeito.

– Claro, se eu puder fazer – ela respondeu meio em dúvida.

– Não converse com o Andy... O Scott disse que ele ainda ri daquele dia – ela olhou para Rebeka e viu que ela estava meio confusa. No fundo ela se sentia mal por mentir, na verdade ela sabia que Andy não havia realmente ligado para aquele dia, pois ela já havia falado com ele. E mesmo assim ela não queria que a amiga conversasse com ele, ela havia visto que ele a olhara demais na soldadora.

– Ah... Tudo, tudo bem, eu acho – ela respondeu meio que sem entender, mas antes que pudesse falar outra coisa, Melly se virou e foi embora. Rebeka percebeu que havia algo errado, mas resolveu não reclamar, elas eram amigas há tanto tempo mesmo.


Naquela mesma noite seria “Noite das Histórias”, era onde a maioria das crianças e algumas pessoas da vila se reuniam em uma clareira a noite, não muito dentro da floresta para ninguém se perder. Normalmente era feito mais para as crianças, para elas aprenderem mais sobre as histórias da vila, mas qualquer um poderia ir. Ela sempre ia até os dez anos, depois começou a ir bem menos, havia histórias diferentes, mas ela já havia ouvido praticamente todas e eles repetiam então ela e Melly pararam de ir.

Rebeka já estava em casa havia algum tempo quando sua irmã chegou pulando e perguntou animada:

– Já vamos, Beka?

– Vamos para onde? – ela perguntou confusa.

– Para a clareira, é claro – a pequena respondeu com sua voz fina.

– Mamãe irá te levar – Era sempre a mãe dela que levava Emily para ouvir as histórias e não havia porque dessa vez ser diferente.

– Não, não. Ela me disse que ia ser você desta vez – e antes que Rebeka pudesse dizer qualquer coisa sua mãe apareceu e disse:

– Vá se arrumar, Rebeka. Essa noite você irá levar Emily para ouvir as histórias – e ela usou aquele tom de quem não quer ser contrariada.

– Mas... Por quê? – ela perguntou baixinho.

– Faz tempo que você não vai, muito tempo na verdade. E você conhece a floresta melhor do que eu e, minha visão já não é tão boa – ela respondeu calmamente. – Agora vá se arrumar e leve Emily.

– Tudo bem... – ela se levantou de onde estava sentada e foi se arrumar.

Não muito tempo depois as duas estavam na floresta indo para a clareira, Emily estava muito feliz. Para ela só o fato de andar na floresta sem ser de dia já era incrível, e a clareira era o lugar mais longe que ela já tinha ido. Já Rebeka já havia andado bem mais longe. Logo chegaram num espaço aberto bem grande, havia uma fogueira no meio e já havia pessoas lá. Emily correu diretamente para seus amigos apesar de Rebeka reclamar. Ela andou com passos devagar até o meio, quando chegou Ronnie Corey a recepcionou, ele era o contador das histórias.

– Nós dará a honra de sua presença hoje, pequena Rebeka? – ele perguntou com um sorriso.

– Sim Sr. Corey, vim cuidar de Emily – ela respondeu.

– Então... – ele a empurrou para a roda que já se formava em volta da fogueira -... sente-se conosco, não acho que tenha escolha.

– Não tenho mesmo – e ela sorriu, enquanto se sentava onde ele a colocara, Emily estava do outro lado com as outras crianças.

Ela não havia percebido ainda, mas Andy estava lá, na verdade ele estava bem do lado dela. Ele havia a visto chegar e acompanhou com o olhar, ele achou incrível o fato dela passar a semana toda o evitando e agora se sentava ao seu lado e nem percebia. Ela era tão diferente das garotas de Londres, mas de um jeito bom. Nunca gostou de nenhuma delas e aquela pequena garota de um lugar tão desconhecido havia chamado sua atenção. Então ele se inclinou para ela e sussurrou em seu ouvido baixinho. “Oi”. Ela levou um susto, e virou seu rosto surpreso com os olhos arregalados.

– Te assustei? – ele perguntou vendo que ela ainda estava tensa. – Me desculpe, não foi minha intenção.

Ela apenas olhou para baixo, havia dito para Mellany que não conversaria com ele, mas não podia apenas ignorá-lo. Então olhou para ele e viu que este ainda a encarava.

– Tudo bem, não foi tão ruim assim – ela disse e sorriu.

– Veio ouvir a história? – ele perguntou sorrindo de volta.

– Na verdade já devo ter ouvido, vim acompanhar minha irmã.

– Ah, sim – ele olhou para Emily do outro lado e voltar a olhar para a garota, alguma coisa nela o fazia querer sempre estar mais perto. Ela começou a se sentir incomodada com o olhar dele e voltou seu olhar para Ronnie que começava a chamar atenção para si.

– Estão todos prestando atenção? – ele perguntou com a voz alta e clara, todos estavam olhando para ele. – Ótimo, hoje vou contar uma clássica, a história do lobisomem.

Rebeka fez uma careta, já havia ouvido aquela várias vezes e nem era uma de suas favoritas. Era de um homem que traia sua esposa e quando ela descobriu decidiu lançar uma maldição nele e em seus próximos descendentes, ela era uma bruxa e ele não sabia. Então apenas fechou os olhos ficou vagando sua mente para várias coisas, menos na história. Com Andy não era muito diferente, ele ouvia alguns pedaços da história, mas na maioria do tempo ficava olhando Rebeka de olhos fechados claramente não interessada em nada do que estava acontecendo e às vezes se perdia olhando por entre as chamas da fogueira.


De manhã a garota foi pegar água como sempre, mas sozinha já que Mellany não estava. Na verdade não tão sozinha, com a gata ao seu lado. Já estava indo embora quando ouviu barulhos dentro da floresta, eram barulhos muito estranhos dos quais ela não gostou nem um pouco. Deu alguns passos para trás e os barulhos ficaram maiores. Pareciam grunhidos e ela ficou parada olhando fixamente para o ponto de onde o barulho saia. Fez-se um silencio. Então de repente, Scott pulou de trás de uma árvore assustando-a e fazendo seu balde cair.

– Nunca mais faça isso, Scott – ela disse com a mão no coração. – Sério.

– Desculpa, não pude evitar – ele disse rindo e ela apenas fez uma careta. – Deixa que eu pego a água para você. - Ele ainda rindo, pegou o balde e o mergulhou no poço.

– Acho bom encher direito – ela reclamou o vendo colocar o balde e qualquer jeito no poço.

– Aqui está, senhorita. Está bom o suficiente? – Ele entregou o balde a ela.

– Está sim – ela respondeu o segurando.

– Levaria para você, mas estou atrasado, até mais. – Ele saiu correndo.

À tarde Rebeka estava andando sozinha pela vila, algumas vezes a mesma gata preta parecia a acompanhar, mas nem ligava, gostava de gatos.

Ela andava sem rumo pelas largas ruas de terra e pedra e muitas pessoas a cumprimentavam, o que ela respondia sorrindo. Sua mãe sempre a ensinou a ser simpática, o que ela tinha aprendido muito bem.

Quando percebeu, estava perto do poço e resolveu entrar na floresta, que ficava atrás dele. Na floresta sempre batia um vento leve, havia belas árvores verdes e com raízes grandes, tinha que tomar cuidado para não tropeçar. Havia muitas folhas e galhos no chão, e alguns raios de sol transpassavam por entre as folhas das árvores e atingiam o solo, ficou feliz por estarem no final de março. Já era primavera e a neve já havia derretido dando espaço ao leve sol e as flores. Ela já estava andando por algum tempo, sem se preocupar para onde estava indo. Nem passou por sua cabeça que poderia se perder ou que o sol já estava se pondo. Estava começando a se cansar e resolveu se apoiar em uma árvore, então viu um pequeno pássaro no chão. Ela caminhou até ele, segurou seu vestido e se sentou em uma pedra baixa, o colocando em sua mão. Ele piava muito e estava com a asa esquerda encolhida.

– O que aconteceu com você amiguinho? – Ela perguntou mais para si mesma com uma voz doce.

O pássaro apenas piou mais alto, ele parecia aflito, mas ela não tinha idéia do que fazer para ajudá-lo, quando tocou na asa esquerda ele a picou forte.

– Ai! – Ela disse alto puxando a mão e vendo que uma gota de sangue saia, ela levou o dedo a boca com uma careta, aquele pequeno pássaro picava bem forte.

Nesse momento ela ouviu um barulho de galho sendo pisado e virou a cabeça na mesma direção ainda com o dedo na boca e com os olhos arregalados.

– Tem alguém ai? – Ela gritou tirando o dedo da boca. – Scott, é você? Não tem graça, eu já disse.

E então quem ela menos esperava apareceu por entre as árvores.

Era Andy.



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Notas finais do capítulo

Enfim, espero que tenham gostado, vou tentar postar o outro mias rápido e não se esqueçam dos reviews *o*



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