Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 6
That Girl


Notas iniciais do capítulo

FINALLY!!!! YAY, NOVO CAPÍTULO. Olha só, esse ta bem grande pra vocês. Por isso que eu demorei pra escrever. Mas, acho q ficou bem legal. Uuuh coisas boas estão vindo por aqui. HEHEHE. Aproveitem a leitura.



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Mar. Escuridão.

O sentimento de não poder respirar é uma agonia que toma todos os seus pensamentos e te da o impulso de querer sobreviver de qualquer jeito.

Mas, foi só avistar aqueles lindos olhos azuis no meio da escuridão do oceano que eu me acalmei.

Ela estendeu sua mão para mim e sorriu.

Com Sarine tudo iria ficar bem. Tudo sempre iria ficar bem.

Por isso, peguei em sua mão e a deixei me levar para o fundo do mar.

Mas, de repente, sua boca se abriu e um som assustado saiu de lá.

Acordei com um pulo.

- O que foi?! O que aconteceu?! – Perguntei, confuso.

Sarine estava sentada com uma feição assustada e olhava para baixo.

Olhei para a mesma direção que ela e arregalei meus olhos.

Depois percebi o que eu estava olhando.

Logo tapei meus olhos e senti minhas bochechas queimando de vergonha.

- Elliot, funcionou! Eu tenho pernas! – Sarine gritou, seu tom mudando de assustada para feliz.

- Antes de comemorar, espere um pouco, Sarine. – Pedi. Ainda com os olhos fechados, tirei meu suéter e entreguei a ela.

- Como eu visto isso? – Ela perguntou.

- Ahn, enfia os dois braços nas mangas e a cabeça no círculo.

Depois de alguns segundos ela voltou a falar.

- Hm... Pode abrir os olhos.

Abri meus olhos e ela estava completamente perdida debaixo daquele longo suéter verde.

Sua cabeça estava em uma das mangas, um braço em outra manga e o outro braço estava largado debaixo da camisa.

Bom, pelo menos o suéter era longo o bastante para cobrir suas partes íntimas.

A ajudei a colocar a cabeça e o braço no lugar certo do suéter e sorri para ela.

Sarine estava tão fofa com o meu suéter que eu não conseguia parar de apreciá-la. Seus cabelos estavam secos e bagunçados pela primeira vez na vida, a deixando mais adorável ainda. Porém, verde não combinava muito com ela. Azul era definitivamente sua cor.

Segui seu olhar e vi que ela estava encarando suas novas pernas.

Inconscientemente, fiz o mesmo.

Eram lindas, é claro. Tudo em Sarine era lindo.

Suas pernas eram longas e grossas. Pequenos e lindos pés se estendiam no final dela, aos quais Sarine não parava de mexer.

- Eu tenho pernas, Elliot! – Ela sorriu de orelha a orelha. – Olha só!

Para minha surpresa, Sarine pegou minha mão e a moveu para sua coxa.

Rapidamente retirei minha mão.

- O que foi?

- Isso é inadequado, Sarine.

- O que? Botar a mão na minha perna? – Ela perguntou com os olhinhos confusos.

- É... – Senti minhas bochechas queimarem novamente. – Bem, aqui as mulheres se cobrem para nenhum homem ver. Só seus maridos.

- Bom, no mar nós não usamos roupas, então você vai ter que me ensinar como me vestir e me comportar aqui.

- Vai ser um prazer, madame. – Sorri para ela.

- Elliot! Você ta aí? – Ouvi o grito de Dona Ruby vindo do lado de fora da caverna.

Ela logo apareceu com Daisy ao seu lado e as duas fizeram uma expressão de choque ao ver as pernas de Sarine.

- Deu certo... Deu certo! – Dona Ruby gritou e abraçou Daisy, as duas gritando de alegria.

- Ok, então vamos começar a pensar. – Falei, silenciando-as. – Como vamos apresentar a Sarine pra cidade? Ela não pode simplesmente aparecer do nada. Todo mundo se conhece por aqui.

- Bom, podemos fingir que ela é minha neta que veio passar uns tempos aqui. – Dona Ruby deu a ideia.

- Perfeito. – Sorri. – Mas aonde iremos apresentá-la?

- Vai ter uma festa amanhã... – Daisy sugeriu.

- Festa? Que festa? – Eu e Dona Ruby perguntamos em uníssono.

- A festa que o prefeito da todo o ano. – Ela respondeu. – Lá na mansão dele...

- Como a minha irmã de 6 anos sabe mais dessas coisas do que eu? – Questionei.

Daisy sorriu, se achando superior.

- Bom, como é uma festa na casa do prefeito, teremos que ir chiques. – Dona Ruby disse. – E vamos ter que ensinar algumas coisinhas para Sarine. Ela vai precisar se comportar.

- Ok, então vamos ao trabalho. – Daisy sorriu. – Me sigam, companheiros.

Fui andando atrás dela, mas ouvi Sarine falar.

- Ahn... Elliot? – Ela apontou para as pernas. – Eu não sei andar.

Rapidamente a peguei no colo e a levei para a casa de Dona Ruby que era bem perto da praia.

Lá, ela emprestou para Sarine algumas roupas que ela guardava da sua juventude e começou a lhe explicar boas maneiras para mulheres.

- O Elliot me falou que existe algumas coisas que são inapropriadas para as mulheres... – Sarine comentou com uma expressão de inocente.

Dona Ruby olhou para mim e levantou uma sobrancelha, depois se voltou para Sarine.

- Sim, querida. Existe umas coisas que não devemos fazer, nem mostrar.

- O que não devemos mostrar? Os seios? – Ela apontou para o volume em seu peito.

- Sim. Não devemos mostrar nada abaixo da cabeça e acima das pernas. A não ser para nossos maridos. – Dona Ruby explicou.

- E o que nós temos no meio das pernas?

- OK. OK. – Gritei para interromper a conversa. – Acho que eu vou passar em casa e já volto, tudo bem?

Sarine, que estava sentada no sofá, assentiu. Mas antes, me puxou para baixo e me deu um beijo longo e apaixonante.

Depois de alguns segundos me afastei, ofegante.

- Uma... Coisa... Que... Você não pode fazer... É isso. – Falei, olhando em seus olhos e lhe dando outro beijo.

- Por que? – Ela sussurrou entre meus lábios. – É tão bom.

- Eu sei. E você pode me beijar quantas vezes quiser, mas não em público, ok? A vizinhança não entenderia e nos julgaria por causa disso. – Expliquei.

- E você se importa com o que os outros pensam da gente? – Ela sussurrou no meu ouvido.

- Você é tão maravilhosa... – Falei e a puxei para outro beijo.

- Sabe, tem uma senhora de 80 anos e uma criança de 6 presentes nesta sala... – Dona Ruby nos interrompeu. Me virei e percebi que ela tapava os olhos de Daisy.

- Ok, eu já volto. – Avisei. – Enquanto isso, vocês poderiam ensiná-la a andar, né?

Dei um suspiro de alívio ao perceber que meu pai não estava em casa e fui para meu quarto. Lá, peguei algumas roupas minhas e de Daisy e as coloquei dentro de uma mochila. Depois, fui para o quarto do meu pai. Abri o armário e sorri ao encontrar as roupas de minha mãe, algumas ainda com o cheiro dela.

Peguei um vestido de gala, algumas roupas casuais e também as coloquei dentro da mochila.

Quando eu ia fechar o armário, ouvi a voz de meu pai atrás de mim.

- O que você pensa que está fazendo?

- Ahn... Nada. – Escondi a mochila atrás de mim.

- Não ouse tocar nas coisas da sua mãe. – Ele ordenou, raiva em seus olhos.

- Tudo bem, eu só vim avisar que eu e a Daisy vamos passar alguns dias na casa da Dona Ruby.

- E quem vai fazer comida pra mim?

- Eu deixei algumas comidas prontas, é só você esquentar. E qualquer coisa, a dona da mercearia te deixaria comer de graça, certo?

Ele assentiu.

- Então tudo bem, por mim você pode até morar lá, contanto que me traga comida todos os dias.

Eu ia andando, mas parei, uma raiva e uma coragem instantânea transbordando do meu corpo.

- Sabe, você é um covarde.

- O que foi que você disse, garoto? – Ele me encarou.

- Você é um covarde. – Repeti. – Você simplesmente não tem coragem de assumir responsabilidade de dois filhos depois da morte da mamãe.

- Cuidado com o que você fala, criatura.

- Eu estou falando a verdade, simplesmente isso. – Falei. – Você entrou em uma depressão tão grande depois que a mamãe morreu e se viu com dois filhos para criar. Assustado e sem saber como se virar sozinho, você resolveu virar um velho pescador carrancudo que todos odeiam. Simplesmente para poderem te deixar em paz. Mas eu tenho uma pergunta pra te fazer: Você não sente falta não? Do amor?

Ele me olhou, sem responder nada.

- Sabe, você tem dois filhos que realmente te amam. Que te ajudariam a viver. Mas, você resolveu tratar eles como dois empregados. – Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto. – Eu não me preocupo comigo porque sei que a nossa relação de pai e filho está destruída. Mas, eu me preocupo com a Daisy. Tudo que ela quer é que o pai dela a abrace, a ame como ela deve ser amada. Ela precisa de um pai na vida dela. Então, vê se você toma uma atitude de homem e resolve consertar a sua família. Porque se não fizer nada em relação a isso, no futuro você vai se ver sozinho.

Sem dizer mais nada, me virei e saí de casa.

Cheguei na casa de Dona Ruby e me joguei no sofá, massageando minhas têmporas.

- Que foi, Elly? – Daisy sentou no meu colo, me chamando pelo meu apelido de criança.

- Nada não, Day. – Sorri para ela.

- Você brigou com ele, não brigou? – Dona Ruby perguntou enquanto tentava manter Sarine em pé.

Assenti e fechei os olhos, deixando Daisy me abraçar.

Respirei fundo e me levantei.

- Eu acho melhor eu ajudar Sarine, afinal, nós só temos um dia para ensiná-la tudo. – Falei, segurando Sarine pelos cotovelos. – Você já a ensinou as maneiras de se comportar, certo?

- Certo. – Dona Ruby assentiu. – Foi difícil, mas eu consegui. Agora só falta ela conseguir andar e dançar;

- Dançar? – Sarine se desesperou. – Gente, eu não sei nem andar direito. Não vou conseguir aprender a dançar em um dia!

- Ok, você não precisa dançar. – Falei. – Pode simplesmente ficar sentada comigo, tudo bem?

Ela assentiu e respirou fundo.

- Agora me acompanha.

Comecei a andar para trás, mandando-a colocar um pé depois do outro.

Às 3 horas da manhã, tivemos um sucesso. Depois de passar o dia inteiro ensinando Sarine a andar, ela sorriu para mim quando conseguiu dar duas voltas de salto na casa inteira.

- E se eu cair, Elliot?

- Eu te seguro. – Sorri para ela.

Treinamos algumas vezes e quando eu olhei para o sofá, Daisy dormia no colo de uma também adormecida Dona Ruby.

A acordei e ela levou Daisy para dormir em seu quarto. O quarto de hóspedes ficava só para mim e Sarine...

Ei, pare de pensar besteira! Eu não iria tentar nada com ela.

Pode não parecer, mas eu sou um homem de respeito.

- Boa noite, crianças. – Dona Ruby bocejou. – Durmam bem porque temos um longo dia amanhã.

Tecnicamente, nenhuma garota poderia se deitar com um garoto a não ser que eles estivessem casados, mas Dona Ruby não contestou minha ideia.

Sorrimos para ela e fomos para o quarto.

Tinha uma cama de casal.

Tirei meus sapatos e fiquei com a minha calça de malha e meu suéter mesmo.

Sarine, sem saber o que fazer, subiu na cama de salto alto mesmo e se deitou, olhando para o teto. Eu ri da situação e tirei seus sapatos, depois deitei olhando para ela.

- Eu estou com medo, Elliot. – Ela se virou para ficar de frente para mim.

- De que?

- E se eu fizer tudo errado amanhã? – Sarine perguntou, pavor transparecendo em seus olhos.

- Não se preocupe, vai dar tudo certo. É só você fazer tudo o que nós combinamos.

- Tem certeza?

Assenti e ela sorriu para mim, me deu um beijo rápido e fechou os olhos.

Fiquei por um bom tempo assistindo-a dormir antes de resolver dormir também.

- Boa noite, Sarine. – Sussurrei e lhe dei um beijo na bochecha. – Eu te amo.

Acordei e me deparei com o vazio do meu lado. Olhei para o relógio.

10 horas da manhã.

Levantei da cama com um pulo - afinal, teríamos um longo dia pela frente – e quando fui para a sala, me deparei com Sarine em roupas íntimas.

- Elliot! – Dona Ruby e Daisy me repreenderam quando perceberam minha presença. Logo tapei meus olhos.

- O que vocês estão fazendo?

- Estamos fazendo a Sarine experimentar vários vestidos da Dona Ruby e da mamãe – Daisy explicou.

- É, e eu acho que finalmente chegamos a uma conclusão.

- Ah, que bom. – Falei. – Será que eu posso abrir os olhos agora?

- Pode sim. – Daisy falou e, quando os abri, Sarine me surpreendeu com um beijo.

- Bom dia. – Ela disse.

- Elliot, será que eu posso fazer uma pergunta? – Dona Ruby interrompeu. Assenti e ela prosseguiu. – Vocês dois estão namorando, certo?

Olhei para Sarine que assentiu sem hesitar. Sorri e assenti também.

- Então, já que eu supostamente sou a avó dela, você não deveria me pedir a permissão para o namoro? – Dona Ruby perguntou, cruzando os braços.

- Me desculpe, me desculpe. – Ri, fui em sua direção e beijei sua mão. – Será que a senhora poderia me dar a permissão para que eu possa namorar a sua suposta neta?

- Com todo o prazer, querido. – Ela sorriu e todos nós rimos da cena.

- Daisy, chega de arrumar a Sarine! Nós precisamos ir logo, se não vamos chegar atrasados! – Gritei, enquanto ajeitava minha gravata e minha boina pela última vez.

Depois de alguns segundos, Daisy apareceu.

- Está preparado?

Assenti, rindo daquilo.

Então, Sarine apareceu.

Ela era definitivamente a mulher mais bonita que eu já vi em toda a minha vida.

- E então? Como estou? – Sarine rodopiou para mim.

Ela vestia um sapato de salto alto prateado e meia-calça branca. Usava também o vestido de minha mãe (o mais bonito na minha opinião). O vestido era da mesma cor que a antiga cauda de Sarine, azul-escuro. Tinha alças e modelava bem seu corpo até abaixo dos joelhos onde caía repicadamente. Brilhos e fitas prateadas enfeitavam o vestido, deixando-o mais lindo ainda. Seus cabelos caíam em grandes ondas até sua cintura e perto de sua orelha esquerda encontrava-se uma pena azul-escura presa em uma fita que circundava sua cabeça. Sua maquiagem ressaltava seus olhos e era leve, deixando a beleza natural de Sarine transparecer.

- I-Incrível. – Gaguejei. – Você está incrível.

- Obrigada. – Ela sorriu. – Vamos?

- Dona Ruby, você não vai?

- Alguém tem que tomar conta dessa criança, querido. – Ela bagunçou o cabelo de Daisy.

Assenti e levei Sarine para a casa do prefeito que era ali perto.

Muita gente se encontrava na porta, falando com seus amigos antes de entrar. Vários fotógrafos enlouqueciam quando as pessoas mais ricas da cidade apareciam.

- Wow, minha primeira aparição pública... – Sarine comentou. Percebi que ela estava nervosa e apertei sua mão.

Depois a larguei quando vi Derek e Emily me esperando. Eu não poderia simplesmente chegar e falar que estava namorando a suposta neta de Dona Ruby que havia acabado de chegar na cidade.

Cumprimentei os dois, mas eles não paravam de olhar para Sarine.

- Não vai nos apresentar sua amiga, Elliot? – Emily perguntou, sorrindo falsamente.

- Sarine, estes são Emily e Derek, meus melhores amigos. Gente, essa é a Sarine, neta da Dona Ruby que acaba de chegar na cidade.

- Sarine? Que nome estranho... – Derek comentou e Emily lhe deu uma cotovelada.

- Eu não sabia que a Dona Ruby tinha uma neta. – Ela comentou, olhando Sarine de cima a baixo. – Muito prazer.

Eles se cumprimentaram e resolvemos entrar no salão principal da mansão do prefeito.

Nos sentamos em uma das mesas perto de um palco onde cabia cinco pessoas. Percebi que Emily não parava de olhar para Sarine, julgando-a.

- Você tem um cabelo... Interessante. – Ela observou.

Sarine sorriu e olhou para mim, sem entender o que Emily havia dito.

Percebi que todas as pessoas que passavam por nós olhavam Sarine de cima abaixo. Por dois motivos. Um: Ela era nova na cidade. Dois: Seu cabelo era incrivelmente gigante.

A moda feminina da época era cabelo curto, na altura do pescoço. E... Bem, o de Sarine batia em sua... Traseira.

Eu amava o cabelo de Sarine. Era preto como a noite e com algumas ondas. Dava o ar de... Sarine.

Enquanto o salão enchia com mais e mais convidados, eu e Derek conversamos sobre baseball para passar o tempo. Estávamos pensando em organizar uma partida na praia mesmo para poder nos distrair um pouco.

De relance, avistei meu pai chegar com uns amigos.

Revirei meus olhos e olhei para as meninas. Emily ainda encarava Sarine com uma feição de desprezo. Sarine olhava para os convidados, mas de repente, começou a encarar Emily de volta.

- Eu não gosto de você. – Sarine disse.

- Sarine! – A repreendi, como se fosse uma criança.

- Elliot, eu só estou falando a verdade. – Ela se justificou. – Não é isso que devemos fazer? Contar sempre a verdade?

Emily ainda a encarava, sem se abalar com suas palavras.

- Eu também não gosto de você. – Ela rebateu.

- Emily! – Derek a repreendeu também.

Emily simplesmente ignorou Derek e continuou a falar com Sarine:

- Eu nunca tinha ouvido falar de você até você aparecer do nada nessa cidade sem nenhuma desculpa plausível e fisgar o coração do meu melhor amigo, deixando-o confuso e perdido. Me desculpe, mas eu acho isso suspeito de mais.

- Emily, você tem noção do que acabou de falar? – Parti em defesa de Sarine.

- Tenho sim, Elliot. Eu não gosto nada dessa sua amiga ou namorada, seja lá o que for. E você deveria respeitar a minha opinião. – Ela encerrou o assunto e chamou o garçom para fazer seus pedidos.

Fiquei em choque com a discussão que tinha acabado de ocorrer e, quando olhei para Sarine, vi que ela estava com um olhar furioso.

Imaginei que ela fosse fazer algo, mas seu olhar modificou completamente quando o garçom voltou com os pedidos.

Ele pôs um copo d’água na frente de Emily e Sarine não conseguia parar de encarar o copo.

Seu olhar mudou de surpreso para fascinado e depois, hipnotizado.

- Sarine? – A chamei.

Ela não me respondeu, continuou encarando o copo.

- Sarine? – A chamei de novo, dessa vez tocando em seu ombro.

Ela se assustou com o toque e pareceu voltar à realidade.

- Está tudo bem? – Perguntei e ela assentiu, ainda assustada.

- Garota esquisita... – Emily murmurou enquanto levava seu copo à boca.

Aconteceu como se fosse em câmera lenta.

No momento em que Sarine ouviu o murmuro, a raiva pareceu subir em seu corpo e ela mandou um olhar assustador para Emily.

Então, o copo d’água se quebrou na mão de Emily e a água molhou todo seu vestido rosa.

- Meu Deus, o que foi que você fez?! – Ela gritou com Sarine, fazendo algumas pessoas à nossa volta olharem.

- Ei! Isso não foi culpa da Sarine, ok? Ela nem tocou em você. – A defendi.

- Por que você defende tanto ela? – Emily gritou comigo. – Ah claro! Porque está apaixonado. O que um garoto apaixonado não faria pela sua namoradinha?

Ela levantou em um acesso de raiva e foi correndo para o banheiro. Derek foi atrás, é claro.

- Eu odeio ela. – Sarine falou, em uma voz tão furiosa que até eu me assustei. Nunca a tinha visto assim.

- Então... O que foi aquilo? – Perguntei, ainda com medo.

- Aquilo o que? – Ela se virou para mim, o ódio rapidamente sumindo de seus olhos.

- O jeito que você encarou e controlou        aquele copo d’água... Eu te defendi, mas eu sei que foi você quem fez aquilo.

- E-Eu não sei do que você está falando.

- Sarine, você fez aquele copo explodir sem nem tocar nele!

- Eu não sei como eu fiz aquilo, ok? – Ela revirou os olhos e cruzou os braços.

- E o jeito que você encarou aquele copo... S-Será que a água te controla?

- Como assim? – Ela perguntou.

- Bom, você tem pernas, mas ainda assim é uma... sereia. – Sussurrei. – E a sua verdadeira casa sempre foi e sempre será o mar. A água faz parte de você e... Talvez ela te controle e você possa controlá-la também.

Sarine olhou nos meus olhos, tentando entender.

- Você só precisa aprender a usá-la direito.

Sarine assentiu, olhando para a toalha de mesa molhada.

Lentamente, ela esticou sua mão e tocou na água. Seus olhos imediatamente vagaram, como se ela estivesse em outro mundo.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. Então, seus olhos se voltaram a mim.

- É uma sensação boa. Como se eu estivesse no mar de novo.

- Você sente falta? – Comecei a alisar sua mão.

- Um pouco... – Ela respondeu, olhando nos meus olhos. – Mas, no momento eu prefiro outro lugar.

- Ah é? Qual?

- Aqui. Com você. – Ela sorriu.

Ficamos um bom tempo nos olhando, até que alguém nos interrompeu.

- Não vai me apresentar à essa linda moça, filho?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Ah gente, semana que vem eu não vou postar porque estarei em semana de testes, ok? Me desejem sorte! Bjbj.



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