Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 5
Sea Forms The Colour Of Space


Notas iniciais do capítulo

EAE. Capítulo novo, galerinha. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196808/chapter/5

Eu não fazia ideia do que Dona Ruby estava falando. Como Sarine poderia ter pernas? Até onde eu sabia, isso não era impossível.

Mas não era o que Dona Ruby achava.

Ela nos mandou esperar e saiu com sua bengala de volta para casa.

- Você acha que ela vai conseguir achar um jeito de eu ter pernas? – Sarine me perguntou e eu assenti. Na verdade, nem eu acreditava naquilo. – Como é ter pernas?

- Hm... Normal. – Eu não sabia o que responder. Então, eu tive uma ideia. – Sarine, se apoia em mim, ok?

Ela me olhou, confusa. Mas fez o que eu pedi.

Eu passei meus braços pela sua cintura e a levantei lentamente até que ela ficasse na ponta de sua cauda.

Ela ficou um pouco menor do que eu e sorriu para mim quando viu que estava de pé.

- É meio irritante te ver deitada o tempo todo. – Eu ri.

Ela riu também e segurou firme no meu pescoço – Não me deixa cair, hein.

- Claro que não. – Sorri para ela.

- Obrigada.

Ficamos um tempo em silêncio olhando um para o outro e quando eu ia me inclinar para lhe dar um beijo, Dona Ruby voltou.

- Cheguei!

Coloquei Sarine cuidadosamente no chão e ajudei Dona Ruby a se sentar na areia.

Ela nos mostrou um pequeno frasco transparente com um líquido rosa dentro.

O analisei, mas ela logo me mandou largá-lo.

- Isso aqui é uma poção muito valiosa, Sarine. – Ela apontou para o frasco em suas mãos. – Eu sempre fui fascinada por sereias, e depois de muitas pesquisas, consegui achar uma poção que poderia fazer uma sereia ou um tritão ter pernas.

- Tudo isso por causa da sua paixão da adolescência?

Ela me lançou um olhar aterrorizador

- Deixa de ser hipócrita, garoto.

Arregalei os olhos e fiquei quieto. Ela estava certa, na verdade.  E também, ninguém gostaria de brigar com a Dona Ruby.

- Eu pensava que poções não funcionavam. – Mudei de assunto.

- Querido, se sereias existem, todo tipo de mágica e seres mitológicos também podem existir. Você nunca parou para pensar nisso? – Ela levantou uma sobrancelha. – Bom, chega de papo e vamos ao que interessa.

Dona Ruby deu uma sacudida no frasco e o entregou à Sarine.

Ela olhou para o frasco e depois olhou para mim, hesitante.

- Vai em frente, querida. Não vai te fazer nenhum mal. – Dona Ruby respondeu.

- Mas... Eu vou deixar de ser sereia para sempre? – Sarine arregalou os olhos.

- Não se preocupe. O efeito da poção é temporário. Teremos tempo o suficiente para resolver seus problemas.

- E dura quanto tempo?

- Aí você já está perguntando demais, querida.

- A senhora tem certeza de que isso é seguro? – Perguntei.

- Elliot, será que depois de tanto tempo você não confia em mim? Depois de tudo que eu fiz? Eu praticamente te criei, menino! – Dona Ruby argumentou.

- Ok, ok. Me desculpe!

Sarine olhou pra mim, me puxou e me deu um longo beijo. De língua e tudo.

- Mas que indecência é essa na frente de uma senhora?! – Dona Ruby se irritou, separando Sarine de mim. – Chega de enrolação e toma essa poção logo!

Sarine respirou fundo e tomou tudo em um gole só.

Ela olhou para nós dois e depois para sua cauda, esperando algum resultado.

Alguns segundos se passaram e eu comecei a indagar o poder da poção de Dona Ruby.

- E então? – Perguntei.

- Calma, menino! O resultado não é instantâneo, não! Tenha um pouco de paciência, pelo amor de Deus.

Esperei e alisei a cauda de Sarine, vendo se algo de diferente estava acontecendo.

- Você está sentindo alguma coisa? – Perguntei a ela.

Sarine negou com a cabeça.

- Quantas vezes a senhora já usou essa poção? – Ela perguntou à Dona Ruby.

- Hm... Nenhuma...

- O QUÊ?! – Gritei, desesperado.

- Não é culpa minha se o tritão para quem eu criei a poção não quis experimentá-la e me deixou sozinha! – Ela gritou de volta.

Bufei e fechei os olhos, tentando me acalmar.

Mas, de repente, ouvi um grito agudo.

Abri os olhos e vi Sarine se contorcendo de dor.

- Ai, Elliot! Pelo amor de Deus, faz essa dor parar! – Ela gritou, caindo na areia e se contorcendo ainda mais.

Sem saber o que fazer, peguei sua cabeça e a coloquei em meu colo, tentando acalmá-la.

- O que está acontecendo?! – Gritei para Dona Ruby. – Deu alguma coisa errada? Faz isso parar! Ajuda ela, por favor!

Ela me olhou desesperada e depois olhou para Sarine, ainda se contorcendo de dor.

- E-Eu não sei, Elliot!

- Como assim você não sabe? Você fez isso com ela!

- Deve fazer parte da transformação, eu não sei. – Dona Ruby continuava olhando para o desespero de Sarine.

Ela deu mais um grito agudo e perdeu a consciência em meus braços.

- Não, não, não. – Entrei em desespero. – Sarine! Pelo amor de Deus, não morre!

Sacudi seu corpo e senti lágrimas rolando pelo meu rosto. Ela não podia ter morrido. Simplesmente não podia.

- FAZ ALGUMA COISA! – Gritei para Dona Ruby.

Ela olhou a sua volta, sem saber o que fazer.

- Sarine, volta pra mim, por favor! – A sacudi de novo, desesperado.

- Calma, Elliot! Deve ter alguma coisa que a gente possa fazer!

- Não tem! Ela morreu e a culpa é toda sua!

Dona Ruby se revoltou e, do nada, me deu um tapa na cara.

- Se acalma! – Ela gritou. Fiquei encarando-a sem saber o que fazer.

Dona Ruby pegou o pulso de Sarine e o apertou com os dedos.

- Ela não está morta, só está desmaiada. Ainda tem pulsação.

Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo meu coração se acalmar.

- E o que a gente faz?

- Isso faz parte da transformação. Então tudo o que nós temos que fazer é esperar. Porém, está ficando tarde.

- Você quer que a gente deixe a Sarine aqui? Desmaiada e sozinha? – Perguntei.

- Não, a gente poderia colocá-la naquela pequena caverna. Lá, ninguém iria encontrá-la. – Ela sugeriu.

- Você quer jogá-la lá como se ela fosse um pedaço de peixe morto?!

- Elliot, sem drama, por favor.

- Ok, vamos deixá-la lá, mas eu não vou sair do lado dela. – Falei.

- Elliot, você precisa voltar para casa. A Sarine vai ficar bem.

- Não, eu não posso deixar ela lá. Fala pro meu pai que eu volto de manhã e leva a Daisy pra sua casa, por favor.

Ela olhou nos meus olhos, provavelmente preocupada com a minha sanidade.

- Tudo bem.

Dona Ruby me ajudou a levar Sarine até a caverna e deixá-la confortável atrás de uma pedra onde ninguém poderia vê-la.

- Você tem certeza que não precisa que eu lhe traga nada?

Neguei com a cabeça e olhei para Sarine ainda inconsciente.

Eu ainda ficava chocado com sua beleza. Todos os seus traços eram perfeitos.

Seu longo cabelo caía perfeitamente sobre seu corpo e seus lindos olhos fechados deixavam seus longos cílios à mostra.

- Elliot, eu sei que você realmente gosta dessa menina. Mas, ela não é humana. Esse relacionamento não tem como dar certo. Confie em mim, eu já passei por isso. – Dona Ruby me disse, ainda preocupada.

- Eu sei que vai ser difícil, Dona Ruby, mas eu não posso desistir dela. Eu não “gosto” da Sarine. Eu estou completamente apaixonado por ela. – Respondi, ainda olhando para Sarine. Sua cauda azul brilhava no escuro da caverna.

- Bom, se não tem nada que eu possa fazer para tirar essa ideia maluca da sua cabeça... Eu acho que vou embora, então. – Ela disse, se levantando. – Amanhã voltarei aqui com Daisy. Não se preocupe, cuidarei bem da sua irmãzinha.

- Eu não duvido nada disso. – Sorri para ela. – Obrigado.

- Pelo que, meu filho?

- Por tudo o que você sempre fez por mim.

- Não há de que, querido. Você sabe que é como um filho para mim, certo? – Ela acariciou minha bochecha.

Assenti.

- E você é como uma mãe para mim.

Dona Ruby sorriu deixando todas as suas rugas aparecerem, me deu um beijo na testa e foi embora.

Me ajeitei do lado de Sarine e fechei os olhos pronto para dormir. Tudo iria dar certo no dia seguinte, eu tinha certeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, o capítulo foi meio curto. Mas é porque vem bastante coisa por aí. Se preparem! Mereço reviews?