Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 7
Dance To This Beat


Notas iniciais do capítulo

YAY! Capítulo novo chegou, pessoal! Amei escrever esse capítulo, acho que foi por causa da fofura Sarine/Elliot que tem nele. É um capítulo bem grande e eu espero que vocês gostem também (:



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– Ahn... O-Oi pai... – Gaguejei.

Olhei para Sarine e percebi que ela me encarava com os olhos arregalados.

Meu pai levantou uma sobrancelha para mim, esperando eu lhe apresentar.

– Er... Pai, essa é Sarine, minha... Amiga. Sarine, esse é meu pai, Robert. – Olhei para o chão, envergonhado.

– Muito prazer, Sarine. – Meu pai beijou a palma de sua mão e eu senti vontade de arrancá-lo de perto da minha namorada. – Qualquer amiga do meu filho, é minha amiga também. Você não sabe o quanto eu amo esse garoto.

Ele deu uns leves tapinhas no meu ombro e eu dei um sorriso falso.

– A senhorita me daria a honra de guiá-la nesta dança?

Sarine olhou para mim, sem saber o que fazer.

Assenti a ela e, com um pouco de medo, Sarine sorriu para meu pai e se encaminhou para o meio do salão com ele.


Sarine PDV


A música que tocava era um pouco animada e agradeci por não ter que dançar muito perto do pai do meu namorado.

Percebi que ele encarava meu vestido, raiva aparente em seu rosto.

– Este é um vestido muito bonito... – Comentou.

– Ah, muito obrigada. – Sorri. – É da mesma cor que a minha ca...

No último segundo persegui que iria estragar tudo quando falasse ‘cauda’.

– ... Camisa. É da mesma cor que a minha camisa preferida. – Continuei.

– Hm... A minha esposa tinha um vestido igual a esse.

– Ah... – Eu realmente não sabia o que dizer, pois Elliot havia me dito que esse vestido pertencia mesmo a sua mãe. Vergonha tomou conta de mim.

Olhei para os meus pés e percebi que não tinha começado a dançar ainda. O problema era que eu não fazia a mínima ideia de como fazer isso.

Avistei Elliot nos analisando e ele apontou para as outras pessoas dançando, me instruindo a dançar como elas.

Foi o que eu fiz. Quero dizer, tentei.

Pisei no pé de Robert mais de cinco vezes e parecia que ele queria me dar um soco, mas se conteve.

– Com licença, senhor. – Ouvi uma voz atrás de mim e quando me virei para ver quem era, me deparei com Phillip.

Ele estava com o maior sorriso falso que eu já tinha visto.

– Será que eu poderia pegar esta linda donzela emprestado?

Aparentemente todos os humanos agiam falsamente uns com os outros porque Robert deu uma pequena risada e devolveu a Phillip seu sorriso falso.

– Mas é claro que sim, querido.

Phillip pegou minha mão e começou a me guiar pelo salão no ritmo da dança.

Ele esperou que Robert se afastasse para começar seus comentários.

– Então a nossa sereia querida resolveu viver entre nós?

– Isso mesmo, Phillip. Agora você não tem mais como chantagear o Elliot. – Sorri.

– Querida, você não sabe do que eu sou capaz.

– Você não sabe do que eu sou capaz. Acredite em mim Phillip, eu tenho muito mais poderes do que você.

– Mas é claro que não. Meu pai é dono do banco da cidade!

– Ah, não são desses poderes que estou falando, Phillip... – Sorri maliciosamente.

Phillip me encarou, confuso.

– Bom, mudando de assunto... Eu gostaria de saber o que a senhorita está fazendo aqui. Afinal, este é um lugar para a alta sociedade. Sociedade que vive na terra, se entende o que quero dizer...

– Estou acompanhando o Elliot, meu namorado. Não vejo problema nenhum nisso.

– Uma festa não é lugar para peixes, Sarine. – Ele disse, com desdém.

– Também não é para asnos e mesmo assim você está aqui, não é?

Phillip pareceu um pouco ofendido. Talvez aquela era uma das únicas vezes em que já fora desafiado.

– Por acaso a senhorita sabe com quem está lidando?

– Mas é claro que sim. Com um garoto mimado acostumado a ter tudo o que quer. Eu, por outro lado, sou um ser mágico de linhagem mais antiga que a sua civilização.

Vi a raiva em seus olhos e olhei à minha volta para pedir ajuda, mas sem eu perceber, ele havia nos levado para um canto do salão onde não havia ninguém por perto.

Senti seu aperto em meus braços e comecei a me desesperar, assustada.

– Escuta aqui, garota, você se acha a tal, não é? Pois deixe-me dizer uma coisa, a qualquer momento eu posso derrubar você e o seu namoradinho. Eu sei do seu segredo, não se esqueça disso. – Ele chegava cada vez mais perto de mim - Você acha que pode simplesmente entrar nessa cidade e dominar tudo ao seu redor? Claro que não. Eu mando nesse lugar.

– Eu posso não ser humana de verdade, Phillip. Mas eu sempre terei mais humanidade do que você.

Ele apertou meu braço mais ainda e, quando eu pensei que fosse avançar para cima de mim, Elliot apareceu.

Ele puxou Phillip pelo colarinho, o pegando de surpresa. O jogou contra a parede e começou a socar sua barriga.

– Nunca... Mais... Toque... Na... Minha... Namorada! – Ele gritava enquanto socava Phillip.

Sem se agüentar em pé, Phillip caiu no chão, sangue escorrendo de sua boca.

– Elliot, o que você fez...?

Eu nunca tinha visto Elliot com tanta raiva em seus olhos.

– Desculpa Sarine, mas eu acho que está na hora de irmos embora.


Elliot PDV


Saímos correndo da mansão do prefeito com medo de que alguém nos prendesse. A raiva ainda não havia sumido completamente do meu corpo, por isso que, quando nos afastamos o suficiente da mansão, virei Sarine para mim e a abracei mais forte do que nunca.

– Você está bem? – A soltei de meu abraço e peguei seu rosto em minhas mãos, beijando suas bochechas, testa, nariz, boca...

– Estou, Elliot. – Ela sorriu um pouco com minha preocupação. - Você precisa se acalmar, ok? Eu poderia ter lidado com Phillip sozinha.

– Não poderia não.

– Mas é claro que sim. Se esqueceu que eu descobri certos poderes? – Ela sorriu, se gabando.

– É, Sarine. Mas você ainda não sabe como controlar esses poderes. Este é o problema.

Ela revirou os olhos e bufou, me fazendo rir.

– Pelo visto você anda aprendendo muitas coisas com os humanos, hein?

Ela riu também.

– Agora vamos para casa. – Entrelacei seus dedos com os meus. – Precisamos conversar com a Dona Ruby sobre seus poderes recentes. Ela deve saber alguma coisa sobre isso.


Contamos todo o incidente com a água para Dona Ruby e ela nos encarou, pensativa.

– E então? A senhora sabe alguma coisa sobre isso? – Perguntei.

Ela assentiu, misteriosa.

– Eu sei até demais sobre isso, querido. Mas antes de qualquer coisa eu preciso pegar meu livro.

– Então o pegue, oras.

– Você realmente acha que eu guardaria um livro tão precioso aqui em casa? – Ela perguntou. – Ele está muito bem escondido, Elliot. Então amanhã vocês dois me encontrem na praia perto daquela antiga caverna.

Assenti, mesmo achando estranho o fato de ela guardar um livro na praia.

– Agora vão dormir. E por favor, não façam nenhuma besteira, hein.

Fui no banheiro e quando voltei para o quarto, parei ao ouvir aquele maravilhoso som.


Oh, my man I love him so
          He'll never know
         All my life is just despair
        But I don't care
       When he takes me in his arms
       The world is bright, all right
       What's the diff'rence if I say
       I'll go away, When I know
       I'll come back on my knees some day?
       For whatever my man is
       I am his forever more...

Sarine cantava sentada na penteadeira do quarto enquanto penteava seus longos cabelos e admirava seu reflexo.

O maravilhoso som de sua voz me hipnotizava tanto que eu fiquei parado na porta do quarto boquiaberto.

– O que foi? – Ela perguntou, sorrindo.

Não consegui falar, nem pensar em nada. Simplesmente apreciava a sua beleza.

– Ai meu Deus, me desculpe. – Ela veio em minha direção. – Eu não sabia que isto teria o mesmo efeito depois que eu tivesse pernas.

Sarine estalou os dedos na frente dos meus olhos e consegui me concentrar novamente.

– O-O que aconteceu? – Senti minha cabeça rodar e tive que me sentar na cama.

– Digamos que... Eu acabei te hipnotizando sem querer. – Ela disse, envergonhada.

– Como assim?

– Bom, as sereias sempre tiveram o dom de hipnotizar humanos com suas vozes. Essa parte das lendas é verdade. O mito é o que dizem sobre nós matarmos os pescadores que se encantarem por nós. Não é culpa nossa se eles se jogam no mar para tentar ficar com a gente... – Ela falou rápido. – Enfim, eu nunca gostei desse negócio de hipnotizar. Mas não resisto cantar de vez em quando. E, bem, essa é a única música humana que eu conheço. Quero dizer, com letras.

– Ela se chama My Man. – Falei, porque a reconheci das rádios – É de Fanny Brice, uma famosa cantora da Broadway.

– Eu lembro que a ouvi pela primeira vez quando nadava perto daqui... Uma moça linda a cantava em um barco. Eu lembro que eu sentei em uma pedra e fiquei ouvindo e apreciando...

– Você se lembra de como ela era? – Perguntei.

– Claro que sim. Ela era a mulher mais bonita que eu já havia visto. Lindos e ondulados cabelos loiros, olhos azuis e com traços faciais bem delicados. Ela remava para o marido enquanto ele pescava. Uma vez ouvi o marido a chamando de Ísis. Dava para ver em seus olhos o quanto ele a amava e... Elliot?

Lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu senti meu coração doer de saudades.

– Elliot, o que houve?

– E-Essa mulher que você citou... – Respirei fundo, tentando controlar as lágrimas. – Ela era a minha mãe.

Sarine imediatamente me abraçou forte.

– Ela morreu, não é? – Assenti. – Sinto muito, amor.

Só o fato de ela me chamar de ‘amor’ e o calor de seu abraço fez eu me sentir melhor. A abracei de volta e percebi que nunca havia contado sobre minha mãe para Sarine.

– Ela morreu quando eu tinha 11 anos. – Limpei minhas lágrimas. – Nós éramos uma família muito feliz, sabe?

Ela assentiu.

– E depois que ela morreu... Meu pai mudou e nunca mais nos olhou do mesmo jeito que antes. Agora eu só quero fazer com que Daisy seja feliz novamente.

– Acredite em mim, você cuida dela com tanto carinho e amor que ela deve ser a criança mais feliz dessa cidade. – Ela disse, me dando um beijo na bochecha.

Sorri e peguei seu rosto com as minhas mãos, olhando em seu rosto.

– Eu te amo tanto, Sarine... Nunca se esqueça disso, ok?

Ela assentiu e me beijou profundamente.

Como em todos nossos beijos, um arrepio percorreu meu corpo.

Quando o beijo acabou, ficamos com nossas testas encostadas enquanto procurávamos por ar.

– Se amar uma pessoa é sentir como se a felicidade dela fosse mais importante do que qualquer coisa nesse mundo... Então eu também sinto isso por você. – Ela falou e eu a beijei de novo, dessa vez mais urgente.

Ficamos alguns minutos nos beijando até que o sono apareceu e Sarine deitou sua cabeça em meu peito, adormecendo logo em seguida.


Acordei com o brilho do sol e percebi que Sarine abraçava minha cintura e sorria enquanto dormia.

Passei meus dedos pelos seus cabelos e não consegui evitar o sorriso que escapou dos meus lábios. Eu nunca pensei que iria sentir aquilo por mulher alguma.

E com a minha sorte, é claro que ela tinha que ser um ser mágico.

Ela acordou e me olhou de volta.

– Apreciando a vista, é?

– Sempre. – Respondi.

Eu lhe dei um beijo na testa e me levantei, indo trocar de roupa.

– Aonde você está indo? - Perguntou.

– Pescar, ué.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando controlar sua raiva.

– Sarine, você sabe que esse é o meu meio de sobreviver – Expliquei.

– Eu sei, eu sei. E deixarei só porque é você – Ela sorriu e me puxou para um rápido beijo. – Mas será que eu poderia ir com você hoje?

– Tem certeza? – Perguntei – Eu vou... Matar peixes.

– Sim, eu tenho certeza – Ela riu.


Eu estava desatando os nós do meu barco quando vi Sarine parar descalça em frente ao mar. Ela mergulhou seus pés na água e fechou os olhos, sorrindo.

– Saudades? – Perguntei, indo até ela e passando meus braços pela sua cintura.

– Muita – Ela abriu os olhos e me fitou – Eu não pensava que seria assim tão difícil. Mas, vale a pena.

Lhe dei um beijo na bochecha e entramos no barco.

Fiquei quase meia hora com aquela isca e... Nada.

Só consegui pegar um pequeno peixe.

– É, pelo visto o mar não está para peixe hoje.

Sarine juntou suas sobrancelhas, confusa.

– Como assim? Sempre tem peixes no mar.

Eu ri.

– É um ditado popular, Sarine.

Ela fingiu entender até ver minha frustração.

– Quer que eu te ajude?

– E como a senhorita iria fazer isso? Você nem sabe pescar.

– Está duvidando, é? – Ela me desafiou. – Eu não preciso de uma vara para isso.

Para minha surpresa, Sarine se segurou no barco e agachou sua cabeça em direção ao mar.

Então ela começou a cantar uma suave e bela melodia.

Mais uma vez fiquei hipnotizado pelo som de sua voz, mas dessa vez consegui me controlar um pouco.

Olhei para o mar e me assustei quando vi um cardume aparecer.

Sarine sorriu para mim, triunfante.

Então, ela se voltou aos peixes e pôs sua mão na água. Pegou um bem grande, o beijou e sussurrou algo como “muito obrigada pelo seu sacrifício” e o pôs na minha cesta.

– Você é incrível... – Comentei, pasmo.

– Você acha que eu não sei disso? – Ela riu, me dando um breve beijo.

Chegamos no armazém da cidade com quase 30kg de peixes.

Peter, o dono do armazém nos olhou, chocado.

É, a minha namorada era mesmo incrível.


Quando Sarine descobriu que eu tinha escola no dia seguinte, passou o caminho inteiro de volta para casa tentando me convencer a deixá-la ir comigo.

– Por favor, por favor!

– Eu não sei o que você quer tanto fazer na escola. Não tem nada de mais lá.

– Eu nunca vi uma escola. Quero saber como é! – Ela explicou.

– É, mas vai ser complicado. Todo mundo vai estranhar nós termos uma aluna nova no final do semestre e ainda precisa te matricular e... – Parei quando vi aqueles grandes olhos azuis me encarando. Eu nunca conseguiria resistir àquilo. – Argh, tudo bem.

– Sério? – Ela perguntou e eu assenti. Sarine pulou em meus braços e me deu vários beijos. – Muito, muito obrigada!


No dia seguinte acordei com Sarine pulando na cama, animadíssima.

– Vamos, vamos pra escola!

– Ai meu Deus, eu namoro uma criança... – Comentei.

Ela me deu um beijo e saiu correndo atrás de Daisy para minha irmã lhe ajudar a encontrar a roupa perfeita pro seu primeiro dia de aula.

Pus uma calça e um suéter azul, a cor preferida de Sarine, e fui para a sala comer uma maçã e esperá-la.

Estávamos quase atrasados quando Sarine apareceu, saltitando de alegria.

– Wow – Deixei escapar.

Ela estava perfeita, como sempre. Seus cabelos lisos caíam sobre seus ombros até a cintura, leves como o ar. Alguns fios da frente se prendiam atrás de sua cabeça e o resto se balançava de acordo com os movimentos de Sarine.

Seu vestido era branco e a partir da cintura era rodado até os joelhos, destacando perfeitamente seus olhos azuis. Ela usava um sapato preto com um pequeno salto e deixou suas pernas de fora.

É, Sarine se destacava na multidão completamente.

Quando ela se transformou, meu plano inicial era não chamar muita atenção da população, para não termos mais motivos de perguntas. Mas, algo me dizia que se Sarine queria se vestir assim, ninguém iria impedi-la.

– Então, vamos? – Ela sorriu de orelha a orelha, depois olhou para minha irmã. – Você não vem conosco, Daisy?

– Ah, não. A minha aula é mais tarde. – Ela explicou. – Bem, boa sorte no seu primeiro dia de aula!


Matricular Sarine não foi uma coisa fácil. A escola precisou ligar para Dona Ruby para registrá-la como avó de Sarine e pedir todos os detalhes de data de nascência até tipo sanguíneo, que Dona Ruby teve que inventar, é claro.

O diretor fez várias perguntas para Sarine, tentando entender o porque de sua chegada no fim do semestre, o que eu tive de responder, declarando que Sarine tinha alguns problemas de raciocínio e que eu era um velho amigo que estava sempre disposto a ajudar.

Quando ela finalmente se matriculou, andar com Sarine nos corredores também não foi uma coisa muito fácil. Ela atraía os olhares de todos os alunos. Meninas com inveja e meninos encantados com sua beleza.

É claro que eu não gostei nada daqueles olhares, mas não é como se eu pudesse escondê-la no meu bolso.

Ela acenava e sorria para todos eles, adorando a atenção que estava ganhando.

– Elliot, eles me amam!

– É... Amam o seu corpo – Murmurei.

– O quê?

– Ahn, nada...

Encontramos com Emily e Derek no corredor e eles até pareciam mais amigáveis.

Emily olhou para Sarine de cima a baixo e pareceu se conter para não fazer um comentário maldoso.

– Então você está estudando conosco agora, huh? – Ela perguntou, meio desagradável.

Sarine assentiu, super feliz.

Derek olhou nos olhos de Emily, como se estivesse dizendo para ela tentar ser mais simpática.

– Bom, eu... Gostaria de lhe pedir desculpas por aquela noite, Sarine. Eu percebi que estava errada por te julgar daquele jeito. – Emily falou, soando sincera, mas ainda desconfiada.

– Eu aceito suas desculpas, Emily. Afinal, qualquer amigo do Elliot é meu amigo também. – Sarine disse, honesta. Ela então correu na direção de Emily e lhe deu um forte abraço.


Na aula de história, ao fazer presença, nosso professor notou que tinha uma aluna nova e pediu para Sarine ir se apresentar na frente da turma.

Sarine parecia nervosa no começo, mas foi só eu sorrir para ela que seu corpo se encheu de confiança.

Alguns garotos assobiaram quando ela passou por eles, fazendo outras meninas revirarem os olhos. Lá na frente, ela contou toda a história que tínhamos ensaiado na casa de Dona Ruby.

Tinha vindo de Chicago, onde seus pais moravam. Houve alguns problemas familiares e por isso, sua mãe lhe mandou vir morar com sua avó Ruby, por algum tempo. Quando chegou, ela me conheceu e logo virou minha amiga quando fui lhe apresentar a cidade.

– Amiga, é? Pff. – Um garoto do meu lado debochou.

Isso mesmo, quis dizer. Muito mais do que amiga.

Ela continuou sua história falando que logo que chegou quis conhecer a vizinhança e não tinha melhor jeito de fazer amigos do que entrando na escola.

O professor agradeceu e lhe deu boas-vindas, tendo depois que mandá-la de volta a seu lugar, pois Sarine estava muito distraída com os aplausos que recebia.

Do canto do olho, reparei em Phillip que olhava para Sarine e para mim com uma tremenda raiva aparente. Ele ainda estava bastante machucado por causa de meus socos na noite da festa. Não consegui evitar o pensamento de que eu era sim capaz de desafiar Phillip, só precisava de um bom motivo para isso, minha família.

Passei o resto do dia ao lado de Sarine e mesmo assim isso não impediu alguns garotos de chegarem perto dela, perguntando se ela gostaria de sair com eles depois da aula.

Eu sei que não deveria demonstrar logo que eu e Sarine possuíamos algo muito mais forte do que só amizade, mas quando o quarto garoto veio falar com ela, eu não aguentei de ciúmes e passei meus braços por sua cintura, a puxando para mais perto de mim.

Alguns garotos se entreolharam e outros cochichavam entre si, mas eu não estava dando a mínima para aquilo.


Depois da aula, nos despedimos rapidamente de Derek e Emily e corremos para a praia, deixando-os ainda mais desconfiados do que já estavam antes.

Ao chegar na praia, fomos direto à mesma caverna onde Sarine havia se escondido e Dona Ruby já estava lá nos esperando.

– Vocês precisam me prometer de que nunca vão mostrar este esconderijo para ninguém. Este é um livro muito precioso, ok?

Assentimos e Dona Ruby começou a tirar algumas pedras no fundo da caverna.

– Vocês vão ficar parados aí ou vão me ajudar?

Corremos para ajudá-la a tirar algumas pedras e, quando terminamos, nos deparamos com uma camada de lama.

– Sinto muito se não quer sujar suas lindas mãos, Sarine, mas precisamos escavar isto daqui.

– Já escavei coisas piores, Dona Ruby.

Depois de alguns minutos escavando, achamos uma coisa bem pesada, enrolada em uma folha de bananeira.

Dona Ruby o pegou com muito cuidado e o desenrolou da folha de bananeira, deixando à mostra um livro grande e grosso. Nele, se intitulava:

Sereias: Um Mistério A Ser Descoberto.



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Muita treta vem por aí, galera LOL Fiquem atentos por novos capítulos que virão provavelmente daqui a umas duas semanas porque essa semana já vou ter que começar a estudar pras minhas provas ~~de novo~~. Pois é, a vida não ta fácil, mas eu to fazendo o possível pra atualizar Sea Sick o mais rápido, então espero que me perdoem pelo meu atraso. Então, mereço reviews?



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