Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 4
Let The Moon Be Our Only Light


Notas iniciais do capítulo

AEAEAEAEAEA GIO ESTÁ DE VOLTA DOS MORTOS-VIVOS, GALERINHA. LOL ok. Desculpa pela demora, mas já expliquei a vocês no meu aviso. Bom, me esforcei bastante nesse capítulo e acho que é o meu preferido até agora. Espero que vocês gostem também (:



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Phillip havia decidido em transformar a minha vida em um inferno. Mais do que já era, é claro.

Ele me denominou seu “assistente”. Na verdade, eu era um escravo porque quando chegamos à escola eu não podia e nem tinha tempo para falar com Emily e Derek. Phillip foi logo me dando ordens para carregar sua mochila, seus livros e te dizer os compromissos do dia.

Até na sala de aula ele me perturbava, tirando minha atenção do professor.

– Você fez o meu dever de História que eu pedi? - Ele perguntou e eu bufei, entregando-o seu caderno.

Se um dia Sarine reclamar que eu não faço nada por ela, eu vou ficar muito irritado.

Na hora do almoço eu já ia direto para a minha mesa de sempre com Derek e Emily, quando Phillip me parou.

– Aonde você pensa que vai? - Ele ergueu uma sobrancelha. - Pegue meu almoço e o traga até a minha mesa. Depois você vai se sentar na nossa mesa e comer em silêncio, sem se meter na minha conversa com meus amigos.

Revirei os olhos e fui fazer o que ele havia mandado.

O dia foi horrível. Não tive nenhum tempo livre de Phillip e suas ordens. Por isso, na hora da saída, saí o mais rápido que pude.

Peguei Daisy que tinha aula na mesma hora que eu e fomos para casa. Lá, comecei a preparar o almoço, mas alguém bateu na porta.

– Emily? O que você ta fazendo aqui? – Perguntei, ao me deparar com minha amiga.

– O que foi aquilo lá na escola? – Ela ignorou a minha pergunta e sentou em uma cadeira. – Você sentado na mesma mesa que Phillip e seus amigos... Até onde eu saiba, vocês se odiavam, certo?

– E nós ainda nos odiamos, Emily.

– E então por que você ficou o dia inteiro correndo atrás dele que nem uma marionete? – Ela perguntou. – Ele tem alguma coisa contra você, não é?

– E-Eu não posso falar sobre isso.

– Por que não? É alguma coisa com a Daisy? Algum segredo de família? – Ela me olhou com preocupação. – Você sabe que você pode me falar qualquer coisa, certo?

– Certo. – Evitei seu olhar. E era verdade. Eu sei que pode soar estranho, mas era muito mais fácil conversar com Emily do que com Derek. Ela sempre me escutou e tentou me ajudar com meus problemas. Derek não era muito bom com conselhos. A não ser se tivesse a ver com algum esporte. – Eu juro que gostaria de me desabafar com você, Emily. Mas é que... Ninguém sabe sobre isso e é um segredo perigoso. Eu sei que posso contar com você. Mas no momento eu não posso falar sobre isso com ninguém. Se você tivesse um pouco de paciência...

– Tanto faz. – Ela bufou e andou em direção à porta. – Eu sei que você não é muito bom em guardar segredos e logo, logo vai contar isso para alguém. Eu só espero ser a primeira a saber.

– E você vai. – Lhe mandei um sorriso. Ela sorriu de volta e foi embora.

Meu pai logo chegou dando ordens como sempre e eu fiz minhas tarefas o mais rápido possível para sair dali.

Quando eram umas 17hs da tarde, fui buscar Daisy na escola.

– Elliot! – Ela pulou em meus braços quando me viu. Lhe dei um beijo na testa e peguei sua mão. Mas, ao invés de parar em frente à nossa casa, a levei adiante.

– Ué, onde a gente está indo?

– Eu tenho uma surpresa pra você.

Chegamos perto da praia e eu pedi para ela me esperar na beira da areia. Segui em direção às rochas, em um canto mais distante da praia e joguei minha concha no mar.

Em menos de 30 segundos, Sarine estava lá.

– Boa tarde, senhor Elliot. – Ela se apoiou de bruços em seus cotovelos enquanto batia com sua calda na água.

Novamente, fiquei encarando sua linda forma das barbatanas à cabeça.

Ela ergueu uma sobrancelha com meu silêncio.

– Ah... Er... Bom te ver, Sarine. – Sacudi a cabeça para tirar todos aqueles pensamentos da minha mente. – Então, eu tenho uma pessoa para te mostrar.

Ela arregalou os olhos.

– Aqui? Agora?

– É? Algum problema? – Perguntei.

Ela respirou fundo e me olhou. – Elliot, eu fico confortável perto de você. Mas eu não sei se vou conseguir falar com outras pessoas.

– Mas é claro que você vai. Só não tente ir embora desesperadamente, ok? Qualquer coisa, eu estou aqui. – Falei, me ajoelhando na sua frente. – Além do mais, essa pessoa é inofensiva.

Ela assentiu e se ajeitou para que ficasse encostada com as costas em uma pedra.

– Pronta? – Perguntei.

– Pronta.

– Daisy, pode vir! – Gritei.

Daisy apareceu de seu esconderijo de trás de uma pedra andando cautelosamente na minha direção enquanto segurava seu ursinho de pelúcia.

Ela ficou em pé do meu lado e deixou seu ursinho cair na areia quando viu Sarine.

Os olhinhos de Daisy se arregalaram e percorreram a longa cauda de Sarine.

– E-Ela é...

– Ela é uma sereia, Daisy. Aquela minha amiga que te contei. – Sorri para minha irmã que não conseguia tirar seus olhos da cauda de Sarine. – Sarine, essa é minha irmã, Daisy. Daisy, essa é Sarine.

Daisy se ajoelhou na areia e se inclinou para tocar nas escamas da linda cauda azul, mas ao seu toque, Sarine se distanciou.

Daisy a olhou nos olhos, confusa.

– Desculpa, é que eu não estou acostumada com estranhos. – Sarine disse.

– Mas você virou amiga do meu irmão.

– Ele não era um estranho pra mim... – Ela olhou nos meus olhos e sorriu, fazendo meu coração bater mais rápido.

– Ah, eu fiz um desenho pra você logo quando Elliot me contou que tinha conhecido uma sereia. – Daisy começou a mexer em sua pequena mochila até achar um pedaço de papel dobrado. Ela o desdobrou e o mostrou para Sarine.

Me aproximei das duas para poder analisar o desenho e sorri instantaneamente.

No desenho, tinha um boneco de palito do lado de uma boneca que no lugar das pernas tinha uma grande cauda e do lado da boneca tinha uma menor. Todos de mãos dadas e com sorrisos nos rostos.

Não consegui evitar em pensar que éramos como uma família feliz.

– É um desenho lindo. – Sarine sorriu e estendeu os braços para Daisy que, contente, a abraçou.

– Bom, a Sarine não pode levar esse desenho de volta para o mar, então acho melhor enterrarmos ele embaixo dessa pedra para ela poder vê-lo quando quiser, certo? – Falei e Daisy assentiu quando se soltou do abraço.

Dobrei o papel e o coloquei debaixo de uma pequena pedra.

– Sabe, eu sempre acreditei que sereias existiam mesmo quando todo mundo me dizia o contrário. – Minha irmã explicou para Sarine. – Eu acho as sereias melhores do que os humanos.

Sarine riu.

– Bom, você e o seu irmão são os primeiros humanos que eu conheço, então eu não tenho muito com o que comparar. Mas posso lhe garantir que nem todas as sereias são boazinhas.

Daisy assentiu e olhou fixamente para a cauda de Sarine, como se ainda não acreditasse no que estava vendo.

– Eu tenho tantas perguntas pra fazer para você! – Ela exclamou.

– É, mas já está ficando tarde, não? – Falei, olhando para o céu se escurecendo.

Daisy olhou para mim como se fosse começar a implorar para ficar mais um pouco, mas eu logo a interrompi antes que ela me convencesse com aqueles grandes olhos cor de mel.

Com seus cabelos louros e aqueles olhos, Daisy se parecia tanto com minha mãe que até me assustava um pouco.

– Acho melhor você voltar aqui em um outro dia e aí vocês irão ter a melhor conversa de suas vidas. Combinado?

Ela suspirou, cedendo.

– Ok, Daisy. Agora vá pra casa que eu te encontro lá.

Ela assentiu, me deu um beijo na bochecha e outro abraço em Sarine antes de pegar seu ursinho e saltitar de volta para casa.

– Então, o que você achou da minha irmã? – Perguntei para Sarine logo depois que Daisy foi embora.

– Ah, ela é um amor de pessoa. Por isso não tem nada a ver com você. – Ela respondeu e nós dois rimos. – E você acha que ela gostou de mim?

– Eu acho que ela te amou. – Respondi. – Óbvio que ela é tão fascinada por sereias que iria amar até a pior sereia de todos os mares.

– Impossível amar aquela bruxa.

– Você conhece a pior sereia de todos os mares?!

– Claro que conheço. Ela vive fazendo maldades e se esnobando. – Ela bufou. – E o pior de tudo é que essa bruxa é a mãe do tritão com quem eu tenho que me casar.

– Eu não consigo te ver casada com ninguém... – “A não ser eu”, pensei em completar, mas calei minha boca.

– É, eu também não. – Sarine olhou para a areia. – Odeio o fato de ser obrigada a fazer as coisas que meus pais mandam. Eu só queria ser livre, sabe?

Assenti e peguei em sua mão, acariciando-a.

Ela olhou para mim e sorriu.

Ficamos algum tempo assim antes que ela quebrasse o silêncio.

– Elliot, eu posso experimentar uma coisa?

Uni as sobrancelhas, confuso com o que ela queria dizer, mas ao ver que ela esperava uma resposta, assenti.

De repente, senti seus lábios nos meus e meu coração começou a bater mais rápido.

Automaticamente coloquei minha mão em seu rosto e, acariciando sua bochecha, a puxei para mais perto.

O beijo se tornou um pouco mais intenso, mas ela logo se afastou.

– Uau. Não é nada como eu pensei que fosse. – Ela comentou, encarando meus lábios. – É melhor.

– Sereias não se beijam?

Ela negou com a cabeça e, quando reparei, já estávamos nos beijando novamente.

Eu não sabia o que aquilo significava para nós dois ou para nossa amizade, mas eu sabia que não queria parar nunca.

Quando escureceu completamente a única luz que nos iluminava era a da Lua, me despedi de Sarine e voltei para casa, mas antes de sair da praia, encontrei Phillip.

– Ah, então vocês agora são namoradinhos? Ótimo, assim deixa a situação mais divertida ainda.

– O que você quer? – Cruzei os braços diante do peito.

– Eu quero mudar a minha proposta contigo.

Assenti para que ele continuasse.

– Você não vai mais precisar trabalhar comigo. Mas... – Ele formou um leve sorriso em seu rosto. – Se você quiser que eu não conte para ninguém sobre a sua sereiazinha, vai ter que me pagar.

– Quanto você quer?

– Simples. Eu quero cinco mil dólares.

– Cinco mil dólares?! – Gritei, apavorado. – Mas você não precisa desse dinheiro todo! Você é o garoto mais rico da cidade!

– E você acha que eu não sei disso? – Ele riu. – Tente entender, Elliot. Eu posso não precisar desse dinheiro, mas eu gosto de ver as pessoas sofrerem. Ainda mais você.

– M-Mas eu não tenho nem mil dólares quanto mais cinco mil!

– Eu não ligo pra sua pobreza, Elliot. Ou você me paga cinco mil dólares até sexta-feira, ou a sua querida namoradinha vai direto para a Área 51.

Com isso, ele se virou e foi embora.

Três dias. Eu tinha exatamente três dias para conseguir cinco mil dólares.


No dia seguinte, voltei a falar com Derek e Emily como se nada tivesse acontecido. Eles estranharam, mas me aceitaram de volta. Porém, eu não conseguia me concentrar em quase nada a não ser naqueles malditos cinco mil dólares.

Depois da escola, fui direto para a praia me encontrar com Sarine.

Já estava pegando minha concha quando vi que ela já estava ali, encostada na pedra de sempre.

Mas o problema é que ela estava dormindo.

Ok, aquilo era estranho.

– Sarine, acorda.

Nenhuma resposta.

Tentei sacudi-la, mas não tive sucesso. Por fim, tive uma última ideia.

Peguei seu rosto de leve com as mãos e lhe dei um beijo.

Ela me beijou de volta e me olhou com ternura.

É, está aí uma coisa em que ela se viciou.

– Ei, o que houve? Por que você estava dormindo aqui?

– Eu passei a noite aqui.

Ao ver meu olhar confuso, ela suspirou e se explicou.

– Ontem à noite, quando eu voltei para casa, vi que o tritão com quem devo me casar estava me esperando junto com seus guardas. Felizmente, eu consegui fugir antes que eles me vissem.

– Espera, o que eles estavam fazendo lá?

– Eles foram me buscar, Elliot! Eu não tenho mais tempo, o casamento já está sendo planejado e eu nunca mais vou poder te visitar! – Lágrimas desesperadas rolaram pelo seu rosto e eu instintivamente a abracei como se fosse protegê-la de todos os maus desse mundo. Era tudo o que eu mais queria.

Pela primeira vez eu estava vendo Sarine frágil e eu não podia deixar ela continuar daquele jeito. O problema é que eu não sabia o que fazer.

– Eu não posso voltar para o mar, Elliot. Eu não posso voltar para a minha própria casa!

A abracei mais forte para que ela parasse de chorar.

– Nós vamos pensar em alguma solução, Sarine.

Ela não disse nada, simplesmente continuou com seu rosto enterrado em meu pescoço.

Estávamos com um sério problema.

Sarine não podia nem ficar no mar e nem na terra.

Nós precisávamos de ajuda. E rápido.

– Eu já sei quem pode nos ajudar. – Sorri de orelha a orelha.


– Sarine, esta é a Dona Ruby. Dona Ruby, esta é Sarine, minha... Amiga. – As apresentei.

Dona Ruby olhava boquiaberta para a cauda de Sarine.

– Eu sabia, Elliot! Eu sabia que você iria se apaixonar por um ser místico! – Ela sorriu para mim, feliz com sua visão ter se tornado real.

– Se apaixonar? – Sarine olhou confusa para nós dois.

– Ahn... Então, Dona Ruby, nós temos um sério problema. – Logo mudei de assunto.

Depois de contarmos toda a nossa história para Dona Ruby, inclusive a negociação de Phillip (que chocou Sarine quando ela descobriu), ela se pôs a pensar.

Dona Ruby era a nossa única esperança e ela tinha que nos ajudar.

– Já sei!

Olhamos para ela, esperando por uma resposta.

– Se a Sarine não pode nem ficar no mar e nem na terra, o único jeito de livrá-la do casamento e da chantagem de Phillip é transformando-a.

Nós dois a encaramos, sem entender.

– Sarine precisa ter pernas, Elliot.



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Notas finais do capítulo

Qual é o seu pedido, senhora? Uma Sarine com pernas? Ok, já está saindo.
LOL E aí o que acharam? Hoje no dia do beijo, eu lhes entrego um beijo Sarelliot (Sarine/Elliot)!!! YAY! QUEM GOSTOU BATE PALMAS. Eu adorei escrever esse capítulo e coisas muito interessantes estão vindo por aí. Essa fic vai ser meio curta, mas vai ser boa, eu prometo. Olha só, semana que vem eu vou estar em semana de provas, mas prometo que na outra semana escreverei. E ESSA SEXTA-FEIRA QUE VEM EU VOU ENCONTRAR A MINHA JU ROSSIT EM SÃO PAULO!!!11!!!!!11!!! AEAEAEAE VEREI MINHA WIFEY NOVAMENTE DEPOIS DE 7 MESES, DEUS É PAI. LOL mas ok bjbj.