Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 3
I Wonder What It's Like To Breath Under The Sea


Notas iniciais do capítulo

HOLA. Então, desculpem pela demora, falarei a verdade: Tava com preguiça de escrever LOL. Mas farei de tudo pra isso não acontecer de novo. Espero que vocês gostem do capítulo (:



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Eu precisava contar pra alguém. Eu simplesmente precisava compartilhar o fato de que eu era amigo de uma sereia.

Uma sereia de verdade.

E a primeira pessoa que veio na minha cabeça foi Daisy.

– Daisy, eu preciso te contar uma coisa. – Falei enquanto caminhávamos em direção a escola.

– O que foi?

– Você tem que prometer que não vai contar para ninguém. Nem para o papai e nem para a Dona Ruby. – Pedi.

Ela assentiu e olhou para mim, curiosa.

– Bom, ontem quando eu te deixei na casa da Dona Ruby, eu fui pra praia e... Bem, eu conheci uma sereia.

– UMA SEREIA?! – Ela gritou com os olhos arregalados.

– Shh, fala baixo.

– Eu sabia, Elliot! Eu sabia que elas existiam! – Ela pulou de alegria. – Como ela é? Ela é bonita? Qual é o nome dela? Me leva pra conhecer ela, Elliot!

– Calma, calma. – Falei. Ok, talvez contar para a Daisy não tenha sido uma ideia muito boa. – Eu acho que ainda é muito cedo pra ela conhecer novos humanos, mas eu vou falar com ela sobre você, ok?

Ela assentiu e continuou olhando pra mim como se pedisse por mais detalhes.

– Ela é linda, Daisy. Sua calda é azul e gigante. Eu acho que ela não gosta muito de mim, mas eu vou ganhar sua confiança.

Daisy não parava de me fazer mais e mais perguntas sobre Sarine até chegarmos à escola.

Lá, me despedi dela e encontrei meus amigos Derek e Emily.

– E aí, preparado para a festa de hoje? – Emily perguntou.

– Que festa? – Perguntei, confuso.

– A festa na praia! – Derek exclamou como se fosse um pecado eu ter me esquecido.

– Ah claro, a festa na praia. – Falei.

Era uma festa tradicional em que todo ano, a vizinhança inteira ia para a praia celebrar o aniversário da cidade. Era bem divertido, mas só em pensar que eu não poderia encontrar com Sarine por causa das pessoas em volta, já me deixava desanimado.

– Se anima, cara! – Derek falou. – Pelo menos dessa vez você pode tentar achar uma namorada pra você. Porque cá entre nós, você já está solteiro há muito tempo.

– Eu não me importo com isso. – Falei enquanto Emily revirava os olhos e dava um selinho em Derek.

Nós três éramos melhores amigos desde crianças, mas os pais de Emily sempre acharam estranho ela não ligar muito para o que vestia e ser rebelde daquele jeito. Por isso que, um dia, Emily perguntou para Derek se ele poderia namorar com ela por um tempo só para poder enganar seus pais e fingir que ela realmente se importava com namorados.

Mas, com o tempo os dois foram se apaixonando e já estão juntos a dois anos.

– Ok, mas nós vamos, certo? – Derek perguntou e eu assenti. – Nos vemos a noite então.

Acenei e fui para a aula.


À noite, Daisy me esperava ansiosamente.

– Vamos logo, Elliot! Eu já to pronta.

– Ei, calma, ok? – Apareci na sala.

– Aonde vocês pensam que vão? E o meu jantar? – Meu pai perguntou, nos olhando sobre seu jornal.

– Nós vamos à festa da praia e o jantar já está pronto. – Respondi.

– Você arrumou a casa?

Assenti e, quando ele percebeu que não tinha mais nada para me impedir de ir à festa, voltou a ler seu jornal.

Peguei a mão de Daisy e fomos para a praia que era logo na esquina da minha casa.

Já havia bastante gente por lá, música tocando, algumas pessoas com violões e algumas barracas de roupas e comidas comandadas por alunos da minha escola.

Eu venho a essa festa desde pequeno e eu costumava me divertir muito. Dançava com a minha mãe, comprava balões e brincava com meus amigos.

Mas, depois de seu falecimento, foi como se tudo tivesse ficado mais sem graça.

E apesar de eu querer ficar em casa, eu ia a essa festa todo ano só para poder dar a Daisy uma infância digna.

Encontramos alguns amigos de Daisy e depois de alguns minutos, me encontrei com Derek e Emily em um lugar mais vazio, perto do mar.

– E aí, Daisy? Está se divertindo? – Emily se agachou para ficar do tamanho de minha irmã.

– Aham. O Elliot comprou um algodão doce e um balão pra mim. – Ela sorriu, apontando para o balão rosa amarrado em seu pulso e para o algodão doce que ela comia.

Emily sorriu e fez cócegas em Daisy.

– Olha só quem está aqui... – Phillip, o garoto popular da escola apareceu com dois de seus amigos atrás dele. – Se não é o perdedor do Elliot e sua estúpida irmãzinha.

– Não fala assim com ela. – O ameacei, sentindo a raiva tomar o meu corpo.

Mas, Phillip me ignorou e agachou na frente de Daisy.

– E aí, como andam as coisas no seu mundo imaginário de felicidades? Aproveitando o único dia do ano em que você pode se divertir? Porque nos outros você tem que ajudar o seu irmão pra botar comida na mesa, não é? Quero dizer, se você não quiser morrer de fome. Eu imagino como a vida deve ser difícil para pessoas pobres como vocês.


Quando percebi, eu já tinha chutado Phillip e lhe dava socos na beira do mar.

– Você pode me xingar o quanto quiser, mas não ouse falar uma palavra da minha irmã!

Ouvi os pedidos de ajuda de Emily e os gritos de “Briga! Briga!” dos amigos de Phillip, mas nem me importei de prestar atenção neles.

Entre um soco e outro, Phillip conseguiu se recuperar e me socou também. Acabei caindo na areia e quando percebi, já estávamos quase no fundo do mar. Percebi que a concha que Sarine havia me dado tinha caído do meu bolso, mas naquele momento eu não tinha como me preocupar com isso.

Foi aí que Phillip percebeu a vantagem de estarmos no meio do mar e me empurrou para debaixo d’água. O puxei junto comigo e tentei lhe socar para eu poder voltar para a superfície, mas era difícil.

O mar estava bem escuro àquela hora da noite, mas eu ainda podia ver algumas coisas.

Quando de repente, eu vi um peixe azul brilhante passar por nós. Mas logo percebi que não era um peixe, era Sarine.

Sua calda brilhante era ainda mais bonita no fundo do mar. Ela percebeu que alguma coisa não estava certa e olhou para nós dois com seus olhos azuis arregalados.

Phillip também reparou em Sarine e, quando viu sua calda gigante, entrou em desespero. Aparentemente ele se esqueceu da minha existência e tudo o que pensava era sair dali por dois motivos.

Um: Óbvio que precisávamos de ar.

Dois: Ele tinha acabado de ver uma sereia.

Phillip era filho do prefeito da cidade, então ele nunca acreditou nas histórias de sereias dos pescadores. Por isso todo seu espanto.

Dei uma última olhada para Sarine e fui atrás de Phillip.

– UMA SEREIA! UMA SEREIA! – Ele gritava enquanto tentava sair do mar desesperadamente.

– O quê? – Um de seus amigos perguntou.

– Uma sereia! – Ele gritou mais uma vez – Eu acabei de ver uma sereia!

As pessoas que estavam lá para ver a briga (aproximadamente umas 10 pessoas) começaram a rir de Phillip.

– Parabéns, Elliot. Você fez o menino alucinar. – Emily riu.

Daisy, que estava abraçada com Emily, olhou pra mim com uma sobrancelha levantada. Provavelmente desconfiando que a sereia que Phillip viu era a minha sereia. Bom, não tecnicamente minha, mas tudo bem.

Várias pessoas me perguntaram se Phillip estava falando a verdade, mas óbvio que eu disse que não.

Depois de muita confusão e várias pessoas tentando acalmar Phillip, resolvemos ir para casa.


No dia seguinte, eu tive que ir pescar de manhã para podermos ter o que almoçar.

Arrumei a vara e peguei um livro para ler.

Depois de alguns minutos...

– Hey - Me assustei tanto com Sarine que quase derrubei meu livro no mar.

Ela estava com os braços apoiados no barco e batia sua calda de leve.

E mais uma vez eu fiquei encarando sua beleza.

– Ah, o-oi - A cumprimentei.

– Então, você pode me explicar o que aconteceu ontem á noite? - Ela perguntou.

– Ah, eu acabei entrando numa briga com o idiota do Phillip.

– No meio do mar? - Ela levantou uma sobrancelha.

Ri e revirei os olhos.

– Enfim... Você deixou isso cair. - Sarine me entregou a concha.

– Ah, obrigado. - A peguei de sua mão. - Eu achei que tinha perdido.

– Foi por isso que eu apareci. Achei que você estava me chamando.

– Me desculpe. Eu tinha esquecido que ia ter uma festa na praia ontem. - Expliquei. - Eu sei que foi só um dia, mas eu senti falta de conversar com você.

Ela sorriu

– Eu também

– EU SABIA! – Ouvi um grito e me virei para ver o que tinha acontecido. Phillip apontava para nós dois, boquiaberto. Felizmente ele estava sozinho.

Olhei para Sarine, mas ela já tinha começado a nadar desesperadamente de volta para o fundo do mar.

– V-VOCÊ É AMIGO DE UMA SEREIA! – Phillip gritou novamente.

Remei de volta para a areia com medo de que alguém o ouvisse.

– Cala a boca!

– NÃO! VOCÊ MENTIU PARA TODO MUNDO ENQUANTO FICA AÍ TENDO UM CASO COM UMA SEREIA!

Saí do meu barco correndo e tapei sua boca.

– Eu posso explicar. – Tirei minha mão de sua boca quando percebi que ele tinha se acalmado.

– Ah, você não precisa nem se incomodar em explicar. Eu já entendi tudo. Você tem um caso proibido com uma sereia. E sabe qual é a melhor parte?

Neguei com a cabeça.

– É que agora eu tenho uma coisa contra você. Então Elliot, acho melhor você começar a fazer tudo o que eu quiser se não a cidade inteira vai ficar sabendo que você estava brincando de casinha com uma sereia e vão caçar ela. Aí, a sua querida namoradinha vai para a Área 51 e não tem nada que você possa fazer pra impedir isso.

É, eu estava ferrado.



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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Será que vocês podem indicar a fic? Eu agradeceria muito (: