Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 41
Premonição Sombria


Notas iniciais do capítulo

Rukia e Sado enfrentam Colossus em uma forma mais evoluída e durante o combate a pequena shinigami se depara com um grande problema.

Mais a frente uma mensagem cai dos céus e um aviso abre aos heróis as portas de um futuro sombrio...

O último caminho rumo a uma batalha feroz finalmente se revela.

Conselho - Leiam ouvindo as músicas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196747/chapter/41

Abertura de Memórias

 

—___________________________________________________

Colin Franke on Fire Mountain - Fire Mountain

Sado e Rukia voavam como dois foguetes em direção a Droon Tanker quando o veem sacar sua enorme marreta e posicioná-la para batalha, o abissal sorri ao ver seus adversários mais entusiasmados com suas revelações e não pensa duas vezes em entrar na dança:

— Alcance os céus e derrube-o com as suas mãos...

Como Rukia corria na frente de Sado, ele não precisa fazer muita coisa ao começar a ouvir a sentença de seu adversário, ele segura a roupa de Rukia pelas costas e mergulha em direção ao chão.

— O-Oi Sado, o que você está...!? — resmunga Rukia sendo puxada.

Mas ela não precisa esperar uma resposta, a reiatsu de Droon se exalta a outro nível.

— COLOSSUS!

O corpo do abissal explode em reiatsu e joga os dois que já estavam a certa distância, mais longe ainda e eles caem no chão.

— O que foi isso!? Essa reiatsu...! — Rukia exclama.

— É o verdadeiro poder dele Kuchiki, mas está forte demais! — Sado responde igualmente surpreso.

Quando aquela explosão cessa eles podem ver outra criatura que mesmo Sado fica boquiaberto.

Aquele não era o abissal de nome Colossus que Sado havia enfrentado. Ele estava completamente diferente e seus traços mais humanos haviam desaparecido e agora ele lembrava um Vasto Lorde com máscara de dragão. Algumas esporas que pareciam ossos negros saiam de seu ombro e recobriam o braço direito. Sua marreta parecia aço negro e tinha uma lança de porte pesado na ponta, além disso, sua reiatsu estava totalmente negra, seu domínio desértico é tomado por uma tempestade de areia muito forte e algumas pedra evaporam quando Colossus pousa no chão.

Ele não era nenhum gigante naquele momento, mas aquele homem negro de traços fortes parecia uma muralha de músculos bem desenvolvidos.

— Em tão pouco tempo ele já evoluiu tudo isso!? — Sado exclama para si.

Rukia nada diz, ela parecia concentrada no que Colossus poderia lhes fazer.

O abissal pega uma pedra gigante com a mão e arremessa contra os dois como de ela fosse feita de papel em uma velocidade tão absurda que não dá tempo de Rukia pensar, ela só consegue chutar Sado que parecia ainda tentar calcular como seu antigo rival havia ficado tão forte, mas em troca ela é arrastada pela pedra que a enterra na areia.

— KUCHIKI! — o latino grita preocupado e correndo em sua direção, mas Colossus se interpõe entre ele e a pedra que a amassava. — Sai dá frente! — ele grita com seu punho envolto em energia.

Colossus desvia de um lado para outro e Sado tentava atingi-lo atacando freneticamente com socos e chutes.

— “Não pisque” Sado Yasutora... Pode ser a diferença entre viver e morrer... — Colossus repete as mesmas palavras que usara em seu primeiro embate e pega a cabeça do latino tentando esmigalhá-la.

Sado grita se contorcendo e Colossus o suspende do chão fazendo mais pressão no crânio do guerreiro que tenta segurar os braços do adversário na esperança de diminuir a dor e tirar sua cabeça dali. Sado pisa na face do abissal repetidas vezes fazendo-o sangrar e por fim, Colossus o liberta, mas o latino fica tonto e sem equilíbrio, por isso o abissal aproveita e o chuta dali enterrando-o na areia.

Sado não consegue se recuperar e Colossus já chega pulando de joelhos no jovem moreno que tem o abdômen atingido com brutalidade. Ele cospe sangue e o abissal não para de pisar afundando-o cada vez mais.

Os olhos do moreno ficam brancos e seu pensamento enevoado, mas em um lapso de consciência ele vê a imagem de Andressa extremamente ferida, senão morta, passar rapidamente em sua cabeça e encontrando forças de onde não sabia existir ele segura o pé de Colossus e em um urro o joga longe dali e volta a ficar em pé.

— Impressionante... Não sabia que ainda tinha forças... — Colossus gira sua Marreta se posicionando.

Sado ofegava com a mão na cabeça. Ele tinha tomado um susto e sentia vontade de vomitar devido a dor no estômago esmigalhado.

(— O que foi isso... Que sensação desagradável foi essa...?) — pensava confuso.

— Sado Yasutora. — o latino sai de seus devaneios. — Sua força não é mais equiparável à minha, nestes meses que se passaram eu apostei em sua evolução e hoje me decepcionei... Por que não evoluístes a meu patamar? Por que parastes no tempo tendo alguém do calibre de Kurosaki Hisana e Shihouin Katsuya ao seu lado?

—...

Sado não responde.

— Seu silêncio é a resposta que preciso para entender que já não existem chances de me vencerem, mesmo sua amiga Kuchiki Rukia usando os poderes de Hisana não foi páreo para mim.

A expressão de Sado fica mais fria e pensativa.

(— Ele tem razão... Não entendo o porquê de Kuchiki não estar tão forte quanto Ichigo... Antigamente eles tinham um poder monstruoso... Qual o motivo de ser tão diferente agora?) — pensava. — Aliás... Eu tenho que tirar Kuchiki dali o mais rápido possível ou ela...!

Tokyo Ghoul Symphony

Uma reiatsu diferente chama a atenção dos dois.

— “Sua grande idiota... — a voz vem da pedra onde estava a pequena shinigami. — Eu sabia que ia dar nisso...”.

Sado e Colossus olham em direção a gigantesca pedra que havia caído sobre Rukia e feixes de luz emanam em todas as direções fazendo-a em mil pedaços. Enquanto a pequena chuva de pedras caia na areia já era possível perceber que o olhar de Rukia era outro.

A pequena shinigami estava cheia de marcas cobrindo seu rosto e braços como as de um felino, seus olhos lembravam os de um tigre, sua íris era contraída e sua coloração amarelada, seus cabelos estavam longos e prateados e sua vestimenta rasgada lhe conferia um aspecto mais selvagem e sua reiatsu agressiva como um relâmpago indicava que ela não era amistosa.

— Kuc... Kuchiki...? — Sado sussurra.

A shinigami balança o dedo.

Kuchiki Rukia está tirando seu sono de beleza e você sabe como é o ditado não mesmo? — Rukia abre os braços. — Quem não tem cão... — ela estala o pescoço e os dedos. — Caça com Seiken!

Rukia some em um piscar de olhos aparecendo na frente de Colossus com uma expressão maníaca e segura sua cabeça desferindo uma cabeçada no abissal que tem a testa afundada pela violência e voa fazendo uma trilha no deserto criando pequenas dunas até parar de quicar.

— Você é a zanpakutou de Hisana? O que fez com Kuchiki? — Sado se aproxima.

Seiken faz sinal para ele não se aproximar e imediatamente aponta para o latino.

— Eu já falei que aquela idiota tá dormindo e só está dormindo porque tentou tirar o seu traseiro do caminho e eu tinha avisado que se ela não soubesse usar os meus poderes EU iria ensiná-la a fazê-lo, então vê se fica na tua “cabeludo” porque você perdeu a vez e a diversão agora vai ser inteiramente minha.

— O-o quê?

Seiken ri e aponta para uma pedra.

— Na verdade você pode ficar sentado naquela pedra contando os grãos de areia do deserto ou ficar em posição fetal de castigo pensando no quanto é inútil enquanto eu resolvo esse problema.

— Eu não vou fazer isso! Você não pode controlar o corpo de Kuchiki, ela não é seu brinquedo!

Seiken gargalha alto.

— Fica olhando.

Ele dá as costas e anda em direção a Colossus que se erguia da areia.

— Seiken! — Sado o chama.

Sem olhar para o latino a zanpakutou aponta a mão para o rapaz e dispara um pulso de reiatsu que o joga em direção à pedra que ele havia indicado.

— Fique ai de castigo e não se meta caso não queira se machucar... É meu último aviso, não me confunda com minha irmã, não ache que sou Hisana e principalmente... — Seiken olha de soslaio para Sado com seus olhos frios e penetrantes. — Não pense que sou seu amigo.

Sado engole em seco.

Seiken volta a andar em direção a Colossus e assim que se aproximam um do outro eles param e ficam se encarando.

— E ai cabeção? Andou malhando muito esses dias? — Seiken debocha.

Colossus vê Rukia com expressão e tom de voz diferente e percebe que não somente sua aparência havia mudado como aquela não era mais ela. Por isso ele fecha a cara e fica mais sério.

— Eu conheço você...

— Oh, mas é claro que conhece! Aliás, quem não conhece o grande Seiken, a zanpakutou mais poderosa do universo? ! — declara o felino.

— Você é aquela zanpakutou que abandonou Hisana.

— Negativo! Ela que me abandonou primeiro ao trair minha confiança, eu só fui um bom garoto e segui sua linha de raciocínio. — ele sorria sarcasticamente. — Quer zanpakutou mais obediente e simpática do que eu? Reclame com o criador.

— Se você está aqui significa que se eu destrui-lo junto de Kuchiki Rukia, Hisana nunca mais poderá reaver seus verdadeiros poderes novamente...

— Uau! E eu aqui pensando que sua cabeça só servia para segurar esses chifres! — ele bate palmas. — Muito bem, adivinhou, mas e agora? Como pretende fazer isso?

— Boa pergunta!

Colossus pula sobre Seiken que apenas meneia a cabeça olhando-o como se tivesse vendo uma lesma se aproximar, a zanpakutou de Hisana desliza o corpo a milímetro da grande marreta atingi-lo e sorri para o abissal. Tinha uma coisa que ele gostava ao estar no corpo de Rukia.

Por ela ser pequena e mais leve seus reflexos eram igualmente mais rápidos, ele desvia da investida de Colossus e fica olhando para o gigante com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

— Eu sei que você pode fazer melhor do que isso...

O abissal desfere um chute em Seiken, mas ele acompanha o movimento da perna de Colossus e seguindo a onda de impacto pula sobre o adversário se apoiando de cabeça para baixo em um dos chifres do abissal com a mão direita e ri parecendo se divertir com o corpo mais leve de Rukia.

— Esse corpo é muito leve, parece que eu flutuo enquanto me movimento, mais do que nunca eu tenho certeza agora que irei me divertir bastante com você!

— É o que veremos! — Colossus fecha a palma das mãos sobre a cabeça na tentativa de esmagar o corpo da shinigami, mas ela some rindo e surgindo na frente do abissal que estava com a guarda toda aberta. — O quê?! — ele fica surpreso.

Seiken prepara um soco puxando fôlego enquanto posiciona o punho na altura da cintura.

— HÁ! — ele grita e enterra o pequeno punho agulhado de Rukia no abdômen superdesenvolvido do abissal que vomita antes de voar outra vez e se espatifar em uma pedra. — Hehehe! Isso é muito divertido! — Seiken estala os dedos das mãos. — O corpo dela é muito leve e como adquiriu uma boa quantidade de reiatsu durante o treinamento eu consigo controlar as ondas de impacto dos meus golpes. — ele fecha o punho enquanto sorri ambiciosamente. — Eu definitivamente vou pegar este corpo para mim. — conclui.

Colossus se levanta vomitando sangue negro e olha confuso para Rukia que parecia encantada olhando para os punhos.

— Como...? Como é possível que aquele corpo pequeno tenha tanta força... É totalmente diferente do poder que ela usava minutos atrás!

— Eu estou te ouvindo cabeção! — Seiken debocha falando alto. — Não adianta me elogiar porque eu ainda irei te matar mesmo assim. — ele ri.

Colossus levanta e se apoia em sua marreta encarando-o.

— Você deve estar pensando: “Por que diabos ele não apresentou esse poder antes enquanto estava no corpo de Hisana na luta contra Kaliver”, não é? — ele imita a voz de Rukia com tom debochado.

A expressão do abissal treme.

— Por causa da resistência do corpo. — ele responde. — Kurosaki Hisana não possuía mais afinidade comigo e consequentemente seu sincronismo com os meus poderes era mínima. — ele olha para sua mão. — Kuchiki Rukia era a segunda opção mais viável além de Hisana para ser o receptáculo de meus poderes, mas a diferença é que esta resistência não existe por dois motivos: Primeiro eu sou filho de Sode no Shirayuki a zanpakutou dela e segundo, porque eu gostei de brincar neste corpo. — ele abre um largo sorriso.

— Mas você não pode utilizar todos os seus poderes, eu também sei disso perfeitamente... — Colossus o encara. — Pois não importa o quanto rejeite Hisana você AINDA É a zanpakutou dela e um laço espiritual rejeitado... Nunca poderá se tornar completo.

Seiken estala os dedos.

— Bingo! E não é que você é inteligente mesmo! — ele ri. — Mas é ai que entra uma terceira opção... — Seiken some e surge a milímetros da face de Colossus encarando-o friamente. — Os ferimentos causados neste corpo não me interessam... — Ele cria uma super nova de reiatsu e envolve tanto ele como o abissal em uma luz dourada e da explosão o corpo de ambos saem machucados, porém somente Seiken ria vendo o estado do próprio corpo que na verdade não era seu.

— Kuchiki! — Sado não fica mais quieto e corre até Seiken. — Seu idiota pare com isso você vai destruir o corpo dela! — ele protesta.

Seiken se levanta em um salto e pega Sado pelo pescoço apertando com tanta força que o latino se ajoelha sufocando, ela deixa seu rosto bem próximo ao dele.

— Vejo que o abissal não é o único que quer morrer...

Os olhos de Sado começam a revirar e sua boca a espumar, Seiken sorria olhando para aquilo, os braços de Sado perdem a força e o latino fica à beira da morte.

— Já chega Seiken.

A voz vem da consciência de Rukia.

— Há! Você e Hisana só acordam na melhor parte! — ele ri. — Mas você perdeu sua moral Kuchiki Rukia.

—___________________________________________________

West One Music - Eternal Crusade

Rukia estava diante de Seiken em seu mundo interior, ela não estava nem um pouco feliz com o que tinha acontecido.

— Não adianta fazer essa cara Kuchiki Rukia, nós tínhamos um acordo e você não cuidou dele muito bem.

— O acordo era você me emprestar os seus poderes em troca de um mundo interior que não fosse na consciência de Hisana que tanto odeia. — a shinigami fecha a cara. — Mas não me lembro de permitir que você possuísse o meu corpo e machucasse Sado, o meu amigo! — ela exclama furiosa ao ponto de seus olhos ficarem dourados como os dele.

Seiken olha cauteloso, mas logo aponta para ela.

— Você deveria estar agradecida de eu ter arrebentado a cara daquele abissal Kuchiki Rukia, você ficou postergando a utilização dos meus poderes e quase morreu por causa disso!

— Se eu morro ou vivo é problema meu Seiken.

Ele ri.

— Agora vai querer botar moral? Não seja patética Kuchiki Rukia, nem Hisana tem controle sobre mim o que VOCÊ acha que pode fazer?!

— Existe apenas um detalhe que você mesmo me disse uma vez e acabou esquecendo Seiken...

Ele arqueia a sobrancelha.

— Você é a zanpakutou de Hisana tanto quanto é a minha... Mas... — Rukia olha por trás das costas do rapaz e faz um sinal com a cabeça.

Seiken sente um frio na espinha e olha para trás se assustando com o que vê.

— Eu não sou Hisana... — Rukia diz.

— Sou muito mais, pois eu sou a sua mãe e já está mais do que na hora de lhe ensinar uma lição... Filho tolo... — outra pessoa olhava para ele.

Seiken fica paralisado olhando para uma mulher alta de cabelos compridos brancos como a neve e olhos da cor do sol, ela tinha uma reiatsu branco-azulada eletrizante emanando de seu corpo e uma presença que faz Seiken ficar paralisado.

— A senhora é...! — gagueja.

—___________________________________________________

A mão de Rukia afrouxa e Sado cai se apoiando com as mãos no chão tossindo desesperadamente puxando golfadas de ar, ele olha para Rukia e vê os cabelos da shinigami encurtando, as marcas de seu corpo mudam para uma coloração prateada e a íris felina de seus olhos se tornam normais embora a coloração dourada continue a mesma nos olhos da shinigami.

Kuchiki...? — Sado sussurra com a pouca voz que ainda tinha por ter a traqueia quase destroçada.

— Me perdoe Sado... Em um momento de descuido eu acabei machucando você... Mas agora está tudo bem, Seiken está sob controle. — ela estende a mão para ajuda-lo levantar.

— O que aconteceu? — ele segura na mão de Rukia e levanta.

— Eu perdi a consciência por um instante quando aquela pedra me atingiu, ele foi intrometido e tomou conta do meu corpo tal qual fez com Hisana na luta contra Kaliver.

— Entendo... Mas está tudo bem... Não se preocupe com isso.

— Sado. — Rukia olha para o amigo. — Eu tenho controle apenas parcial dos poderes de Seiken, como nosso laço espiritual não é completo por causa do pouco tempo que tivemos para treinar e por Hisana ter perdido a afinidade com ele, eu vou precisar da sua ajuda para por um fim a esta luta.

— Deixa comigo. — ele responde.

— Então se prepare, pois lá vem ele. — Rukia aponta com a cabeça.

Colossus se erguia e sua pele parecia cair como uma casca podre.

— Maldição... Maldição... Maldição... Meu corpo... Instável... Maldição...

Sado e Rukia ficam em posição de combate.

— O que está acontecendo com o corpo dele? — ela pergunta.

O corpo de Colossus quebra como um casulo e de dentro sai uma versão maior dele próprio que vai crescendo desproporcionalmente a cada segundo até assumir o tamanho de um prédio de dez andares.

— Meu corpo!!! — ele fala, mas a potencia de sua voz é tão grande que Rukia e Sado tapam os ouvidos gritando ao pensar que seus tímpanos explodiriam. — Meu corpo perfeito arruinado!!! — ele exclama e olha para baixo. — Malditos insetos! Malditos insetos!

Two Steps From Hell - Titan Dune (Archangel)

Rukia e Sado olham surpresos para o abissal que ergue a perna para pisar nos dois que saem correndo e sumindo com passos rápidos.

— Ele é rápido demais para uma montanha falante! — Rukia corria olhando para cima.

— Kuchiki! Nós precisamos atingir a cabeça! — Sado grita.

— A cabeça!? — ela acha loucura.

— É o único lugar que não possui a mesma resistência do corpo, se criarmos uma onda de impacto em um único ponto da cabeça, ele não vai resistir!

— Entendi! — ela assente.

Os dois param de correm freando na areia e olham afiados para cima, o pé gigante de Colossus vem novamente em suas direções.

— AGORA! — Rukia grita e começa a literalmente escalar o corpo do abissal, Sado faz o mesmo.

Colossus vê os dois subindo em seu corpo e tenta atingi-los com as mãos como se fossem insetos e a cada desvio a pressão do ar era imensa obrigando-os a agarrarem-se com força para não serem arrastados, em um momento de descuido a pressão arranca o pedaço da roupa de Colossus e Sado começa a cair.

— Sado! — Rukia se joga para segurá-lo e assim que pega em sua mão ela com força o impulsiona jogando-o como bala na direção da cabeça do abissal. — VAI! — ela grita quando o arremessa.

Sado ganha muita velocidade e posiciona as mãos coladas ao corpo para encontrar menos resistência no ar, Rukia consegue se equilibrar e volta a escalar Colossus que parecia mais distraído com Sado agora.

— Malditos insetos, eu vou esmagá-los! — o gigante grita e desfere um soco no latino, mas ele consegue desviar por pouco e mesmo perdendo o equilíbrio no ar consegue pousar no ombro do adversário.

Rukia surge do outro lado.

— Kuchiki!

— AGORA! — ela grita.

O punho de Sado é envolvido em um turbilhão de reiatsu, o de Rukia em uma aura gélida eletrizante. Colossus tenta agarrá-los com as mãos, mas eles somem com passos rápidos e surgem atrás da cabeça do abissal.

— El DIRECTO! — a massa de energia azulada é disparada criando um efeito cônico

Kōtei no gōon! (皇帝の轟音Rugido do Imperador).

Rukia desfere uma rajada gélida elétrica de energia que se junta ao golpe de Sado e cria um turbilhão horizontal de reiatsu que atinge um único ponto da nuca de Colossus transpassando sua cabeça e saindo pela boca, o abissal grita, mas logo seus olhos ficam brancos e ele cai de joelhos fazendo um grande estrondo no domínio, seu corpo é tão grande que demora a cair, mas quando atinge o chão levanta uma imensa coluna de areia que enterra parcialmente seu próprio corpo inerte.

Sado e Rukia pousam e se cumprimentam com um toque de punhos.

— Por isso dizem: “Quanto maior o tamanho, maior a queda”.

Rukia sorri para ele.

— Precisamos destruir o espírito dele antes de...!?

Uma pequena esfera de energia sai do corpo de Colossus que começa a evaporar rapidamente, ela sobe em grande velocidade.

— Kuchiki!

— Deixa comigo! — Rukia salta e pega a esfera do espírito do abissal com a mão, mas...

Uma descarga elétrica atinge o seu corpo e ela grita em desespero se contorcendo no céu sendo repelida com velocidade em direção ao chão.

— Kuchiki! — Sado corre e a apara no ar servindo de escudo antes deles atingirem o chão, ele a protege com o corpo e o impacto de suas quedas abre uma vala nas dunas de areia. — Kuchiki, você está bem? Kuchiki!

— Argh... — ela senta ao seu lado e balança a cabeça. — Eu estou bem... Obrigada Sado.

— Consegue levantar? — ele estende a mão para ajuda-la.

— Sim... Aliás... O que diabo foi aquilo? — ela pergunta confusa enquanto segura na mão do latino que a levanta do chão.

— Talvez uma maneira de Solomon impedir que a gente destrua o espírito de seus abissais...

— Para revivê-los... — Rukia conclui o pensamento de Sado e eles se entreolham sérios.

O domínio começa a se desfazer ao seu redor.

— Kuchiki, vamos voltar e ver como estão os outros... Eu preciso ver Alessa.

— Sim, vamos voltar e entrar em contato com a Soul Society para ver se estão bem. — ela acrescenta a sugestão à de Sado.

Os dois assentem e somem com um passo rápido.

—___________________________________________________

Algum tempo depois o grupo se reúne próximo a Inoue que tratava os ferimentos de Ishida. Alessa estava deitada em um futon com Soryuu e Sado ao seu lado, Katsuya olhava alguns papéis com Soi Fon e analisava as baixas da batalha em Karakura, Ichigo estava lá de braços cruzados ouvindo a conversa dos dois.

— Eles diminuíram a onda de ataques com a morte de Granus, mas ainda existe uma leva de deep hollows constante vindo da fenda principal. — Soi Fon diz.

— A senhora consegue pedir reforços da Soul Society para realocar os feridos? — Katsuya pergunta.

Ela balança a cabeça.

— Eles estão com os próprios problemas deles lá, talvez tenham menos shinigamis do que nós segurando o fronte de batalha.

— Mas eles têm mais capitães, o Zaraki está lá não está? — Ichigo pergunta.

— Não somente ele, Mayuri-taichou entrou em contato conosco há uma hora avisando que Kuchiki-taichou, Komamura-taichou e Abarai chegaram do deserto e já entraram em combate contra um dos abissais. — ela responde.

— Contra Zerus?! — Katsuya fala alto e todos olham para ele. — Como ele está Soi Fon taichou!? — o loiro pergunta preocupado segurando nos ombros da pequena capitã.

Soi Fon fecha os olhos e delicadamente retira as mãos de Katsuya de seus ombros.

— Até o momento ele está bem, não ouvimos notícias de nenhuma baixa entre os capitães e Abarai junto a Komamura taichou estão ajudando a 13º Juíza Ayame a guardar a entrada do Deserto das Almas.

— E Hisana? Alguma notícia? — Rukia pergunta já aliviada pela boa notícia sobre o irmão e enquanto tem sua mão enfaixada por uma shinigami do 4º esquadrão.

Soi Fon balança a cabeça novamente.

— Tudo o que sabemos é que ela precisou ficar.

O grupo desanima.

— Então o que faremos agora? — Soryuu pergunta olhando para Katsuya.

— Eu vou entrar em contato com o meu pai para tentar encontrar uma maneira de fechar as fendas menores que abriram na Soul Society, não podemos continuar arriscando a vida de tanta gente.

— Mas Katsuya-kun... Não conseguimos entrar em contato com eles já faz muito tempo... — Tomoe lembra.

O rapaz fica calado, ele não gostava daquela sensação de estar perdido.

— E se falarmos com o Urahara daqui e perguntarmos se ele não tem outra forma de entrar em contato com nossa base Katsuya? — Alessa pergunta mesmo estando deitada.

— Ele já está tentando fazer isso Alessa, mas também não está conseguindo nada, nem Mayuri taichou... É isso que está me deixando nervoso...

— Se for assim, não temos outra alternativa a não ser voltarmos e restabelecer a comunicação com nossa base manualmente. — Soryuu diz.

— Também pensei nisso, mas meu pai disse para não fazê-lo caso haja algum risco nesta época onde transcorre nossa missão... E no momento... O que acontece aqui é mais importante do que lá...

— Mas nós ainda temos família lá Katsuya você não pode...! — Alessa argumentava quando um estrondo faz a terra tremer e assusta o grupo que olha confuso.

— O que foi isso?! — Katsuya grita olhando para todos os lados.

— Veio da fenda! — responde Ichigo saindo da tenda.

Os outros vêm logo atrás, inclusive Sado e Alessa que se apoia em Soryuu.

Os shinigamis que lutavam contra alguns deep hollows menores param por um instante e ficam olhando a fenda ainda perplexos com o susto do barulho.

— Essa não... O que será que vai sair agora... — Soi Fon range os dentes.

O grupo entra em posição de batalha.

A fenda distorce e uma pequena explosão acontece de onde uma massa de fogo cai como meteoro no chão.

— Caiu ali! Será um abissal? — Soryuu corre.

— Por favor, não seja a Lanathel... — Tomoe sussurra suando nervosa e seguindo o irmão.

— Vamos! — Ichigo e Rukia correm sendo seguidos pelos outros.

Eles se aproximam com cautela do buraco que estava aberto no chão, tinha alguma coisa lá, mas o fogo e a fumaça não deixava o grupo ver bem do que se tratava.

— Não baixem as guardas pode ser um inimigo! — Katsuya alerta.

Eles vêm deslizando devagar se aproximando do objeto em chamas, Rukia se põe à frente do grupo e emana sua reiatsu na direção das chamas apagando-a e espalhando a fumaça que some junto ao vapor.

Katsuya, Soryuu, Alessa e Tomoe olham perplexos.

O objeto era uma grande capsula de metal que devido as chamas agora estava chamuscada, ela tinha um número indicando qual a ordem de lançamento do objeto e uma pequena janela que estava embaçada por causa de algum gás dentro dela.

— Isso é...!? — Tomoe olha surpresa.

— Isso é...! — Alessa fica do mesmo jeito.

— Uma capsula de fuga! — Katsuya corre e segura a grande escotilha, mas suas mãos queimam e ele solta reclamando.

— Esperem! — Rukia se aproxima e segura a escotilha congelando o empuxe e arrancando com as mãos, assim que o faz, Katsuya e Sado não perdem tempo e arrancam a porta com força bruta.

Uma pequena fumaça criogênica sai da cápsula até ir revelando o conteúdo do objeto de fuga, ao ver o que tinha dentro Sado larga a porta sem querer e Katsuya cai de bunda no chão não conseguindo segurar sozinho.

— Não pode ser... — o latino sussurra.

Todos se aproximam e ficam mudos, Alessa chega perto e quando vê quem era leva as mãos à boca apavorada.

— Mamãe?! — exclama vendo a mulher morena de cabelos amendoados inconsciente e extremamente machucada segurando uma pequena maleta como se fosse um tesouro.

—___________________________________________________

O grupo retorna para as barracas do ponto de controle. Eles estavam pensativos e silenciosos. Katsuya andava de um lado para o outro e faltava muito pouco para fazer um buraco no chão.

Alessa estava ao lado de Sado que nem piscava de tão concentrado que estava nas cortinas que os separavam da outra ala onde Inoue e Tomoe tentavam de tudo para salvar a vida de Andressa.

— Mas que merda! O que foi que aconteceu!? — Soryuu exclama finalmente quebrando o silêncio de todos com um susto.

— Se acalme Soryuu! — Ishida pede.

— Não dá! — ele exclama de volta pondo as mãos na cabeça. — Droga, droga, droga! — ele bate o pé diversas vezes no chão.

— Soryuu-kun... — Alessa sussurra de volta com olhos em súplica.

O rapaz morde os lábios e fica calado baixando a cabeça.

Tomoe e Inoue voltam e já são imediatamente cercadas pelo grupo.

— Como ela está Inoue? — Sado pergunta.

A ruiva respira fundo.

— Nós conseguimos salvá-la... Por muito pouco...

Todos respiram aliviados, Soryuu e Alessa se abraçam.

— Mas... — Tomoe olha para Katsuya e seus amigos. — Eu nunca tinha visto ferimentos como aqueles... Tem uma reiatsu muito densa sobre elas que não desaparece nem usando meus poderes e o de Inoue-san juntos...

O grupo olha assustado.

— Como assim? — Alessa pergunta.

— É como se ela estivesse intoxicada pela reiatsu de alguém. — Inoue responde.

— Mas você não consegue retirar essa reiatsu? Como isso é possível? — Ishida pergunta.

— Porque quem causou esses ferimentos é muito mais poderoso do que nós... — Inoue responde.

Ichigo e Rukia se entreolham.

— Mas vocês vão conseguir salvá-la? — Sado pergunta voltando a se preocupar.

Elas assentem.

— Vai levar tempo... Mas nós vamos conseguir recuperá-la por completo. — Tomoe responde.

Sado sorri aliviado.

— Era só isso o que eu queria ouvir.

Ichigo e Ishida seguram no ombro do amigo que sorri de volta.

— O que tinha dentro da maleta que ela segurava? — Soi Fon pergunta.

— Eu não sei, ainda não abri, mas podemos fazer isso agora que as meninas conseguiram estabilizar a tia Andressa. — Katsuya responde pegando a maleta e colocando sobre a mesa da barraca ele abre e vê um computador de monitoramento.

— Ué? Por que ela estaria segurando isso? — Soryuu pergunta.

Katsuya estava tremendo.

— Katsuya? — Rukia o chama.

—... Eu não tenho certeza se vamos querer ver isto...

Os ali presentes se entreolham.

— Nós precisamos saber do que se trata Katsuya... — Ichigo fala em baixo tom.

Child of Light — Hymn of Light choir

O rapaz fica um tempo calado, então digita algumas coisas no teclado e amplia uma tela holográfica e aperta o botão dando início a uma gravação.

A tela chia e mostra UraharaF de frente para o monitor, ele estava muito ferido e sem um olho que tinha um orbe vazio e sangrante, estava sem o seu chapéu e metade da roupa rasgada. Ele ofegava pesadamente e fazia expressão de dor e cada tentativa de respirar.

— PAI!? — Katsuya exclama dando um passo para trás.

— Katsuya... Pessoal... — ele engole saliva com dificuldade e volta a falar. — Hoje às 09h46min horas da manhã nossa base de operações foi descoberta... Fomos atacados por M.A.D e Lanathel...

— O quê?! — os jovens do futuro exclamam surpresos.

— Merda! — Katsuya faz menção de correr, mas Soi Fon segura o seu braço.

— Aonde pensa que vai garoto?

— Como assim “aonde”? Eu estou indo salvar a minha família! — ele responde com voz ríspida.

— Katsuya... — Ishida olha para o rapaz que estava nervoso. — Essa é uma mensagem gravada hoje de manhã... E agora já é tarde do dia...

A expressão do jovem tremia, assim como todo o seu corpo.

— Não tivemos chance alguma de defesa... Desde o início eles estiveram esperando o momento certo para nos atacar, tentamos deslocar a base usando a máquina de translocação... Não conseguimos... Solomon descobriu a localização do computador-mãe e simulante... Ele destruiu nosso ponto de contato, hackeou o sistema... Deixou-nos encurralados... Foi um massacre...

Tomoe já estava sem força nas pernas e de joelhos no chão olhava de forma vazia para o monitor.

— Yoruichi tentou de tudo... Eu tentei de tudo... Não conseguimos... Não conseguimos salvar ninguém... — é possível ver Urahara segurando suas lágrimas. — Ela morreu heroicamente para que esta mensagem pudesse chegar até vocês.

Agora é Soi Fon que cai de joelhos.

— Ouçam com muita atenção. — uma explosão faz Urahara cobrir o rosto e tossir. — Solomon planeja reviver Magnus em sua época e usar sua presença física como um paradoxo para quebrar as barreiras do tempo que impede que a sua maldição o mantenha preso e incapaz de viajar a outras dimensões habitáveis.

O grupo olha perplexo.

— O quê?! — exclamam.

— A partir do momento que Magnus for libertado em sua dimensão o Magnus de nosso futuro poderá pisar livremente em seu mundo... Todo o seu conhecimento sobre vocês, sobre Hisana... Sua ambição já realizada aqui, tudo o que ele já alcançou será levado com sua presença perversa para esta dimensão!

A boca de Inoue tremia de medo.

— Nossos amigos que estão no deserto, juntem-se a eles e tentem impedir. — ele tosse sangue e uma trilha vermelha sai de sua boca. — Eu não consegui salvar a pessoa que amava... Mas tenho certeza que Andressa será o consolo de que precisam nessa hora de aflição. — Urahara sorri cansado. — O consolo que ela sempre foi para vocês, o grande coração e amor que ela tem e que foi o único capaz de trazer Hisana de volta para nós... Mais do que nunca eu sei que precisarão dela.

Tomoe, Soryuu e Alessa choravam com expressão de sofrimento contida que os demais não conseguiam descrever, porém Katsuya continuava estático olhando para o pai.

— Kurosaki-san e creio que ainda é Kuchiki-san não é mesmo? — ele sorri, mas logo fica melancólico. — Eu sinto muito por quebrar a promessa de proteger a Hisa-chan... Eu fiz tudo o que podia, mas no final sempre coloquei sua filha em perigo... Perdão por não conseguir fazer algo melhor, mas agora eu creio que com suas memórias completas e seus sentimentos renovados, vocês voltarão a ser tudo aquilo que eu e Yoruichi não conseguimos... Esse é meu único consolo...

— Do que esse idiota está falando... — Ichigo apertava os punhos e enquanto seus olhos tremiam Rukia o abraça. — Somos nós que devemos pedir desculpas... E agradecer... — uma trilha única de lágrima desce do seu olho esquerdo.

— Soi Fon-san se estiver ai, bem... Eu sei que nunca fomos muito chegados... Mas se procurar em suas lembranças existe alguém que você sabe que precisará de você... Por favor, peço que cuide bem dele...

— Idiota... — ela vira o rosto apertando o punho. — Quem você pensa que é para me pedir favores?

— Soryuu, Tomoe... Vocês sofreram bastante quando eram crianças e assim como Hisana sentiram na pele a solidão de não ter mais pai e mãe, mas ainda assim sempre tiveram um ao outro, nunca se esqueçam disso e continuem cuidado um do outro como sempre fizeram assim como de seus pais, pois a oportunidade que tanto esperaram finalmente apareceu e eu sei o quanto estão felizes de serem uma família completa novamente.

Soryuu e Tomoe choram sozinhos assentindo com cada palavra de Urahara e não percebem quando Inoue se aproxima por trás e os abraça, Ishida toca no ombro de Soryuu e o seu filho deixa lágrimas silenciosas caírem.

— Alessa, Sado-san... Andressa não é uma guerreira como vocês, mas é tão poderosa à maneira dela que assusta... Hisana deve muito à ela e sei que ficará feliz em vê-la novamente... A presença de Andressa na vida de vocês mais uma vez é meu último presente... Sinto muito não ter podido fazer muito mais...

— Nós agradecemos... — Sado sussurra e sua filha se aproxima encostando a cabeça no ombro de seu pai ela chora em silêncio.

—... Katsuya...

O rapaz levanta o semblante para o monitor.

— Eu sei que eu não fui um pai exemplar e que você deve ter me odiado muitas vezes por não ter lhe dado a devida atenção... E eu sinto muito por isso... Mas eu tinha dívidas a pagar e promessas a cumprir... Independente do que pense sobre mim ou sua mãe, eu quero apenas que você saiba que... — Urahara sorri. — Desde o primeiro momento que você respirou o ar deste mundo e abriu os olhos para a vida eu fui o seu pai a cada segundo de sua existência.

As primeiras trilhas de lágrimas silenciosas descem dos olhos de Katsuya.

— Se cuide... Lute para existir e viva o máximo que conseguir viver, esse é o último desejo de um pai para um filho.

Katsuya tinha tanta emoção contida dentro dele, mas sua incapacidade de se expressar estava lhe matando.

— Se cuidem pessoal... Eu lhes desejo boa sorte e... Confiem na Hisa-chan... Eu sei que ela conseguirá realizar o nosso sonho, aliás... Se a Hisa-chan já estiver ai eu gostaria de dizer que... — Urahara abre um largo sorriso. — Minha melhor invenção foi te ajudar a nascer. — a estática da tela encerra a comunicação.

Com o fim da mensagem a sala fica em silêncio sendo preenchida somente pelo choro abafado de alguns.

— Estamos perdidos...

O grupo abalado olha para Katsuya.

— Não conseguem entender?! — ele exclama nervoso. — Nós vamos todos morrer! Não tem como a gente sobreviver a essa guerra! Tudo o que fizemos até hoje foi em vão! Nós ficamos anos tentando impedir que isso acontecesse, alimentando uma falsa esperança por um dia melhor que se tornou um pesadelo e tudo o que construímos com tanto sacrifício eles destruíram em horas! — Katsuya leva as mãos à cabeça chorando.

— Katsuya... — Alessa sussurra espantada com as palavras do rapaz.

Ele cai de joelhos no chão chorando derrotado e batendo no chão.

— Droga! Droga! Maldição! — ele grita com tanta força que sua voz chorosa é ouvida em todo o batalhão.

Uma mão toca em seu ombro, ele vira o rosto coberto de lágrimas.

Era Rukia que olhava fixamente para ele.

— Hisana nunca deveria ter existido.

Katsuya arqueia a sobrancelha sem entender, Rukia fecha os olhos sorrindo.

— Eu e Ichigo sempre tentamos ter filhos, mas nunca conseguíamos porque meu corpo não suportava carregar uma criança especial como ela... Sempre que pedíamos ajuda a alguém só ouvíamos palavras como “É impossível”, “Não há como acontecer” ou “Desista”... — Ichigo e Rukia se entreolham e eles sorriem ao lembrarem. — Nós quase chegamos a acreditar no que os outros nos diziam.

Sado começa a sorrir e Alessa estranha o sorriso repentino de seu pai, da mesma forma, Ishida e Inoue também, mesmo Soi Fon parecia lembrar-se desta história e faz o mesmo discretamente.

Katsuya olhava atentamente para Rukia.

— Mas antes que pudéssemos desistir do nosso sonho de ter uma família seu pai veio com sua resposta... E fez o impossível acontecer... — Rukia se ajoelha e enxuga a lágrima de um dos olhos do jovem.

Katsuya pisca como se passasse a absorver a história naquele momento com mais afinco.

— Se não fosse pela ajuda de seu pai Hisana nunca teria existido Katsuya, nós devemos uma grande parcela de nossa felicidade ao seu pai. — Rukia olha para seus amigos. — Assim como todos nós devemos uma parcela de nossa felicidade a ela, também devemos a Urahara e eu tenho certeza que Hisana sabe bem disso.

A shinigami se levanta e seu tom de voz fica mais sério.

— Por isso, não diga que “É impossível” ou que devemos “Desistir”, porque Hisana não conhece essas palavras, afinal... — Rukia abre um largo sorriso. — Afinal ela é uma filha do impossível não é mesmo?

A expressão de Katsuya treme e ele volta a sorrir, quando fecha os olhos ele vê claramente a imagem de Hisana e se levanta limpando os joelhos.

— Têm razão... Tinha me esquecido desse detalhe importante... Obrigado Rukia-san.

— É triste perder um pai e uma mãe, mas você ainda os tem aqui não?

Ele assente.

— Desculpa pessoal... Eu não sei quem era aquele garoto loiro chato e escandaloso que vocês viram alguns minutos atrás.

Seus amigos olham compreensivos para ele.

— Mas agora nós temos um problema dos grandes não temos? — Ichigo lembra.

— Sim, não podemos perder mais nenhum segundo sequer por aqui, devemos nos dirigir para a Soul Society e impedir que Solomon liberte Magnus em nossa dimensão. — Ishida sugere o plano. — Assim como foi o último desejo de seu pai.

— E torcer para Hisana chegar logo porque não aguento mais ficar esperando esse “impossível”! — Katsuya sussurra em tom de súplica.

— Não se preocupe... Ela chegará a tempo. — Ichigo sorria afiado.

E sua confiança faz o grupo concordar em silêncio.

 

—___________________________________________________

Two Steps From Hell — 17 Tristan (No Choir)

Longe dali a jovem de cabelos longos negros vestia uma túnica desértica e olhava para a enorme multidão sem fim de bestiais de todas as formas e idades que estavam curiosos ao vê-la partir.

Hisana estava no centro da cidade com seus amigos e preparava-se para usar o relógio paradoxal e criar um portal de emergência para a loja de Urahara e assim pousar sobre o campo de batalha em Karakura.

— Boa sorte Hisa-chan! — Miwa pula chorosa e a abraça.

— Obrigada Miwa. — a jovem agradece.

— Foi um prazer conhecê-la Hisana. — Mordecai a cumprimenta e ambos apertam as mãos.

— O prazer foi todo meu Mor-san.

— Arrebente a cara deles com o que aprendeu Hisana. — Soren socava a palma da mão interpretando o seu desejo.

— Pode crer! — ela responde rindo.

— Cuide bem de seus companheiros Hisana. — Aizac diz.

— Esse é o plano.

Hisana olha para um canto específico entre a multidão e enxerga Rhafir, ele faz um sinal discreto de despedida e Hisana apenas sorri de volta.

Raysha se aproxima e Hisana a reverencia, mas ela levanta o rosto da pequena com a ponta dos dedos e a abraça fazendo a jovem fechar os olhos.

— Obrigada Raysha reikin, por tudo que a senhora fez por nós e principalmente pelo meu tio.

— Vocês se provaram merecedores do que deveríamos lhes transmitir, nós também temos muito a agradecer querida Hisana, pois também aprendemos muito com vocês e a partir de agora, esta casa também é a sua casa, aqui você sempre será bem vinda.

Hisana sente um conforto indescritível com as palavras de Raysha e sorri emocionada.

— Muito obrigada... A senhora não faz idéia do quão bom é ouvir isso. — ela diz.

Hisana sente a presença atrás de si e se vira para Arion, eles ficam sérios trocando olhares em silêncio e assentem em igual consentimento sabendo que não precisavam trocar muitas palavras.

— Vá e vença. — é tudo o que Arion ordena.

Hisana sorri determinada e olha para o relógio paradoxal.

— Tá na hora de morfar! — ela faz pose e digita alguns botões e abre uma pequena tela, os bestiais ficam admirados com a tecnologia, a tela pisca mostrando uma coordenada, mas repentinamente... — Eh?! – Hisana olha confusa.

— Algum problema Hisana? — Miwa pergunta fazendo um bico curioso.

— Não... Eu acho... — ela digita novamente as coordenadas da loja de Urahara, mas uma mensagem de erro surge. — Que merd...!? — ela fica apertando os botões freneticamente e o relógio começa a emitir alarmes estranhos e os bestiais assustados ficam em posição de batalha.

— Ah! Que barulho é esse?! — Aizac tapa os ouvidos.

Arion olha parecendo preocupado.

— O que aconteceu minha filha?

Hisana estava trêmula, sua expressão parecia assombrada e ela suava feito condenada.

— Meu relógio... Quebrou...

—___________________________________________________

Continua...

—___________________________________________________

Trailer de Quando o Futuro Vem dos Céus: Ascensão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quando as coisas parecem finalmente estar pendendo a ajudar, uma desgraça sempre acontece... É para fazer qualquer um desistir kkkk.

E então crianças gostaram do capítulo? Ficou tão grande que me deixou preocupada e eu fico admirada no quanto sou boa em quebrar promessas kkkkk eu disse que os capítulos seriam menores, mas é muita tentação e eu não resisto, eu tento, mas os dedos não quietam! Desculpem pela leitura cansativa.

Mas aconteceu tudo o que tinha que acontecer e agora dará início o último evento que culminará com o término de Memórias!

TA ACABANDO GENTE!!!!

Obrigada por terem lido e nos veremos nas reviews e next chapter!!!

Não esqueçam de dizer o que acharam tbm no whatsapp! BJUS!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.