Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 32
OVA III - Sombras do Passado


Notas iniciais do capítulo

O passado sombrio de Kurosaki Hisana começa a ser desenterrado aos poucos onde uma criança feliz e cheia de sonhos se torna alguém cruel e cheia de ódio.
A esperança se perde no coração desta jovem que diante de um dos maiores dilemas de sua vida comete um dos erros que acarretaria em uma separação cruel de alguém que sempre fez parte de sua alma... Seiken...



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SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

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(09 Midnight Awakens)

A pequena reunião com os bestiais repentinamente fica tensa e Rhafir é o primeiro a puxar Hisana pelo colarinho.

– O que você fez?! Sua miserável você tem noção do que fez?! – Ele cospe as palavras na cara de Hisana que desviava o olhar sentindo-se derrotada.

– Eu sei exatamente o que eu fiz e sei exatamente o que aquilo acarretou para todo o mundo... Eu sei mais do que imagina... – Lamenta com o olhar ainda distante.

– Sua...!

Rhafir não se controla e desfere um soco violento em Hisana que cai de costas no chão, ninguém impede a ação do bestial que bufava para ela querendo trucida-la. A jovem levanta cambaleante cuspindo sangue e limpando o filete que escorria da borda de seus lábios.

– Não vou conseguir esconder de vocês o que eu sou de verdade para sempre, tentei fazer isso a princípio por que tinha vergonha do olhar dos meus pais, tinha medo de descobrirem toda a verdade sobre mim por que você não é o único que não me perdoa pelo que aconteceu.

Byakuya, Renji e Komamura continuavam em silêncio ainda tentando compreender o que ela dizia, mas a jovem de cabelos negros não conseguia encarar ninguém nos olhos.

– Se você acha que matar o Reiō foi o meu maior erro, então não vai querer sabe nem metade do que aconteceu na minha vida até agora.

– Como assim Hisana... O que está tentando dizer...? – Byakuya pela primeira vez parecia confuso.

– Hisana, conte-nos um pouco sobre o seu passado, mostre-nos as razões por detrás destes olhos sem vida... – Arion pede.

Ela continua em silêncio.

– Duvido muito que ela tenha algum bom motivo para servir de desculpa para matar aquele que administra todo o reino espiritual! – Rhafir braveja.

– Cala a boca Rhafir! Não está vendo como ela está nervosa!? – Miwa perde a paciência e seus pêlos eriçam.

– Como é fedelha?! – Rhafir a encara em igual tom.

Mordecai toca no ombro da companheira.

– Se acalme Miwa, perder a paciência de nada ajudará em uma situação complicada como esta.

– Desculpe Mor-kun... – Ela baixa a cabeça.

– Hisana... Duvido muito que o seu passado mude a opinião que Arion e eu já temos de você, porém se pudesse compartilhar conosco um pouco de sua própria história ficaríamos felizes em ajudá-la no que pudermos. – Raysha sorri com ternura.

– Raysha você não pode...! – Rhafir começa a gritar com a bestial de aparência humana, mas ela olha para o companheiro como uma mãe olha para o filho desobediente e ele se cala.

– Rhafir, achas que temos o direito de julgar o passado de alguém que ainda não conhecemos? – Ela diz olhando de certa forma decepcionada.

– Tsc! – Ele vira o rosto, mas seus lábios se mexem sozinhos em resposta. – Não... Não temos... – Ele entra em consenso com a bestial.

Ela sorri.

– Que bom que compreendeu, então deixe a jovem reunir a coragem que precisa para desenterrar o seu passado. – Raysha olha para Hisana. – Pois é penoso reunir forçar para contar algo do qual não se orgulha e que sabemos não poder mudar.

– Minha jovem. – A voz de Arion faz Hisana erguer o rosto para ele e seu olhar era penetrante possuindo um calor que acalmava o seu nervosismo. – Não tenha medo de revelar aquilo que lhe vem ao coração, tenha coragem seja forte e supere a escuridão de sua alma. – Ele diz.

Os olhos de Hisana tremiam e ela parecia se controlar para não chorar, a jovem olha para seu tio e amigos, Rhafir não a encarava, mas parecia calmo e pronto para ouvir.

– Está bem... Talvez esteja na hora de conhecerem um pouco sobre meu passado...

Os ali presentes voltam suas atenções totalmente para ela, Hisana fecha os olhos como se começasse a buscar em suas memórias aquilo que deveria contar, ela solta um longo suspiro para reunir coragem e se vira vagarosamente para seus amigos.

“- Meu nome é Kurosaki Hisana, tenho vinte e dois anos e quando tinha oito meu mundo acabou...”.

(233_divinity_statue~)

(Lembro-me claramente do dia de suas mortes... Do último olhar de meu pai... Do último suspiro de minha mãe...).

(Meu mundo tinha ficado escuro naquele dia e quando acordei eu não sabia mais onde estava, meus braços e pés estavam algemados e minha cabeça doía, eu estava em um quarto escuro e a luz que existia era o suficiente apenas para ver a cor de minhas mãos, estava confusa, com medo... Com fome, triste... Órfã e solitária, cercada pelos responsáveis em tirar tudo o que era mais precioso para mim e nada podia fazer para enfrentá-los).

(Tentei levantar daquele chão frio para encontrar algum indício de que poderia sair dali, mas assim que cheguei até a porta ela se abriu sozinha e quatro criaturas me recepcionam com um sorriso sinistro, eu sabia que eles eram os chamados deep hollows que ajudaram a destruir a cidade, o que eu não sabia era o que eles faziam ali).

– Olha só a garotinha acordou finalmente heim? – Um dele debocha começando a cercá-la.

– Já estávamos contando o tempo que levaria para podermos entrar e lhe fazer uma visita pequenina. – Um deep hollow de aparência feminina diz.

– O... O que querem de mim?! – A criança pergunta nervosa.

– Ué? Não te contaram? – O maior deles e que estava na frente dela pergunta. – Você está em um grande parque de diversões e você é a atração principal!

Eles riem.

– O que?! – A criança dá alguns passos para trás e cai sentada no chão perdendo o equilíbrio por causa das algemas.

– Não está vendo...? – A mulher começa a se aproximar seguida pelos outros. – Nós só queremos brincar...

(O que se seguiu depois daquilo era algo que se tornaria cotidiano para mim, era o método preferido deles para tornarem a criança mimada em alguém forte).

(... Porém mesmo um cão quando maltratado morde a mão do próprio dono... Eu não era nenhum cão... Mas começava a mostrar minhas presas...).

– Senhor, já são mais de três mil deep hollows destruídos em menos de um ano, Kurosaki Hisana está pronta para iniciar o experimento. – Zerus relata a Solomon.

– Mande “ele” para iniciar o treinamento. – O cientista ordena.

– Sim senhor. – Zerus o reverencia. – Ele vai adorar ter que ficar ao lado dela. – Ele não consegue evitar a risada.

(Depois de dias apenas sofrendo nas mãos daqueles deep hollows, cansei e reagi, reagi tão bem que mandaram alguém pior para me atormentar).

– Kurosaki Hisana, sou Kaliver Shadowheart e a partir de hoje serei seu vigia, levante-se o experimento número dois a aguarda.

(Shadowheart? Que nome mais ridículo, foi o que pensei, mas logo iria implorar aos céus para que o coração dele não fosse tão sombrio... O único abissal que tinha um defeito chamado “coração” era o pior pesadelo de minha vida, ele era um niilista, criatura sem crenças, sem desejos, sem nada... O terror que eu sentia em suas mãos era incomparável e perder a consciência era constante naqueles dias, ossos quebrados, carne rasgada, para depois sentar ao seu lado e aprender as artes da guerra e conhecimentos gerais como se nada daquilo tivesse acontecido e artes herdadas e ensinadas pelo próprio Magnus, eu tinha uma vontade tremenda de quebrar o pescoço daquele abissal, mas sempre que tentava era o meu que era quebrado...).

(Perdi a conta de quantas vezes disseram que eu morri... Sim eu morria, ou acham que uma criança sobreviveria ao ter uma espada transpassada em seu coração? Quem me dera poder morrer naquela época, acredite eu tentei e me esforcei para isso, mas até a morte já tinha dono e eles se chamavam Magnus e Solomon, por que acham que eles destruíram e conquistaram a Soul Society primeiro?).

(Ter poder sobre todo o trajeto que as almas faziam dava livre controle sobre o fluxo natural da vida assim como da morte, por isso, “morrer” se tornou algo insignificante).

(Meu corpo se tornou uma marionete do terror, eu tinha que acordar para matar alguém e só dormia quando era dopada e examinada por Zerus ou Solomon que utilizavam aquelas informações para melhorar o DNA espiritual de suas próprias criações, eles só ficavam satisfeitos quando eu matava certa quantidade de Deep hollows que a cada dia ficavam mais fortes, com o tempo, os tão temidos “abissais” se tornaram as piores experiências de minha vida, como se não bastasse morrer os malditos Magnus e Solomon ensinaram a eles a praticar a primeira habilidade de Konso que existiu no mundo, a maldita técnica que os shinigamis primordiais usavam para retirar os espíritos dos que estavam à beira da morte, mas eles não faziam aquilo de uma forma muito gentil... E oh! Deus como aquilo doía! E ter a alma reimplantada à força então?! Na maioria das vezes meu corpo de uma criança nunca aguentava e eu normalmente falecia).

(Então os cientistas Zerus e Solomon tiveram uma idéia brilhante).

– “O corpo dessa criança é muito frágil, vamos criar algo que compense isso para que ela fique de pé por mais tempo, sem que tenhamos de reimplantar seu espírito todas as vezes”. – O de cabelo azul diz.

– “Vamos modificar seu DNA para que ele se regenere e assim replicar suas células a níveis exponenciais!”. – O mais velho exclama.

(Clint Mansell_Requiem for a Dream)

(Com isso a criança que já possuía a habilidade natural de regeneração graças ao sangue de seu pai agora tinha células replicantes no corpo que curavam suas feridas tão rapidamente que chegava a ser assustador).

(Com o poder regenerativo o treinamento e os experimentos intensificaram e por causa da resistência que eu tinha adquirido eles pareciam mais seguros em extrapolar os limites do meu corpo).

(Quando eu tinha mais ou menos 14 anos, Kaliver repentinamente foi mandado para alguma missão de emergência na Europa e eu fiquei sem meu mentor no laboratório. Karl Marx tinha razão em dizer que o ser humano é produto do meio em que vive, sem Kaliver por perto que era alguém a quem aprendi a ter afeto, minha mente foi se despedaçando pouco a pouco e no fim, somente uma casca vazia restou para ser preenchida...).

Hisana já tinha alcançado um poder extraordinário. Ela pisoteava a cabeça do deep hollow de classe 5 Fisus no chão esmagando-o de forma sádica e se divertindo com aquele momento.

– Veja a que nível caiu Fisus, justo você, um daqueles que mais deixaram cicatrizes em meu corpo agora não passa de um inseto sob minhas botas. – Hisana ri.

– Sua... Desgraçada! Quando eu sair daqui eu vou...! – Fisus começa a gaguejar.

– Você vai continuar beijando as minhas botas! – Hisana começa a rir outra vez.

(Com o tempo mesmo os abissais começaram a ter problemas em lidar comigo, lembro que às vezes Solomon tentava testar os limites de meu corpo e chegava a colocar mais de um na mesma arena de treinamento, exceto Lanathel e eu costumava apanhar bastante, mas os abissais não saiam ilesos, meu desenvolvimento era mais rápido que a tecnologia de Solomon e isso passou a preocupá-lo, a coleira em meu pescoço não me detia mais eu estava ficando incontrolável).

Em uma grande arena transparente existiam vários corpos de diferentes classes de hollows no chão, Hisana pega a cabeça de Droon Tanker e pula se pendurando na vidraça onde Solomon, Magnus e Lanathel assistiam à sessão, ela brinca esticando o rosto do abissal tentando fazer expressões e fingindo ser a ventriloquista.

– Creio que manter alguém como um rato de laboratório por muito tempo crie resultados desfavoráveis como esse. – Magnus comenta de braços cruzados.

– Está na hora de usá-la em campo Magnus, tenho certeza que ela é perfeita para aquele serviço.

– Concordo afinal ela é a única que conseguiria quebrar a barreira sem impedimentos, assim nossos exércitos entrariam para terminar o trabalho.

(Quando meus olhos viram a luz do dia pela primeira vez em anos eu achei aquilo tudo uma grande merda, primeiro por que estava na Soul Society, mas o lugar estava totalmente transformado, parecia uma cidade-fábrica futurística sombria, com um monte de hollows nojentos de diferentes espécies em todos os lugares, Solomon costumava me enviar em pequenos batalhões para fazer coisas simples: Matar hollows defeituosos ou destruir algum escravo humano simbionte Inútil, fugir não era mais uma opção, eu havia desistido quando vi que era inútil enquanto não tivesse o poder necessário para isso).

Hisana vestia uma jaqueta branca em detalhes negros, uma calça com cintas laterais e botas da mesma cor, ela definitivamente parecia um rato de laboratório e principalmente: Ela estava igual a um abissal.

– Eu quero o primeiro e segundo batalhões no quadrante quinze, os hollows abomináveis não podem fugir, cerquem e destruam-nos.

– Sim senhora! – Os deep hollows de patente respondem.

(Para ter certeza que não perderia as correntes que me prendiam, ataque psicológico era a melhor arma que eles tinham, então uma idéia foi implantada em minha cabeça, confesso que até hoje eu não considero ela errada, mas naquela época ela significou a queda completa do mundo).

(Um dia fui convocada por Magnus e não fazia idéia do por quê).

Hisana passa por entre os abissais e fica diante de Magnus em pé e de braços cruzados.

– O que foi? – Ela pergunta.

– Ajoelhe-se diante do grande Magnus sua Insolente! – Lanathel ordena.

– Eu não. – Sorri cínica. – Estou com dor nas costas. – Ela debocha.

– SUA...! – Os olhos de Lanathel se tornam negros e os de Hisana vermelhos.

– Chega. – A voz poderosa de Magnus ordena.

– Perdão meu senhor. – Lanathel se ajoelha.

Hisana ri.

– Kurosaki Hisana, quero ver o seu progresso, mostre-me o quanto evoluiu. – Diz o homem sem levantar de sua cadeira.

Hisana descruza os braços com um sorriso sinistro.

– Com todo prazer!

(Desde o dia que entrei naquele buraco aos oito anos não tinha uma única vez que ao ver Magnus eu não tivesse tentado mata-lo, mesmo sabendo da diferença absurda de poder entre nós a vontade de jogá-lo no limbo era tão grande que me motivava a continuar em frente e ficar mais forte, quando dei por mim, somente três criaturas eram páreo para meu poder, Magnus, Solomon e Lanathel a vagabunda que transformou metade da minha família e amigos em monstros).

Hisana some e aparece na frente de Magnus, quando ela soca o shinigami a sala inteira explode e os abissais pulam ficando no ar após desviarem do golpe.

O braço de Hisana estava tremendo, seu soco tinha acertado não a testa de Magnus como ela gostaria, mas sim o seu dedo indicador que ele tinha usado para defender-se, ela olha assustada para o shinigami.

– Seis anos... Seis anos fazendo o possível para te dar poder e o meu dedo indicador ainda continua sendo seu único adversário à altura... Lamentável... – Magnus diz sentado, ele ainda continuava na mesma posição, mas tudo ao redor tipo explodido.

– Eu ainda não acabei Magnus! – Hisana recua o braço ainda no ar para desferir um segundo impacto.

– Errado... Nós já acabamos por aqui.

Magnus dá um peteleco no ar e a pressão do vento transpassa a testa de Hisana como uma bala invisível, sangue jorra por trás de sua cabeça e ela voa caindo do outro lado do prédio direto no chão da cidade, a jovem fica estirada tremendo de dor sem conseguir enxergar direito por causa do sangue que cobria seu rosto.

Magnus se aproxima e olhando para ela começa a falar.

– Eu quero que você abra os portões do palácio real e mate o Reiō, partirás amanhã ao meio-dia deixo em suas mãos um exército de dez mil deep hollows, estou promovendo você a um dos generais de meus exércitos. – Magnus anuncia.

– Você é louco...? Por que acha que vou matar o Reiō? Não tenho que obedecer a merda dessa ordem, já disse que tudo o que eu quero é o poder necessário para te matar e eu juro que irei conseguir! – Hisana começa a tentar levantar, mesmo que miseravelmente.

– Estou dando a você a oportunidade de se vingar, não acha isso o suficiente para obedecer? – Magnus pergunta.

– Como? – Hisana olha confusa.

– No dia que Karakura foi destruída deveria existir outro tipo de ajuda que nunca veio e essa ajuda era o esquadrão zero, os guardiões do palácio real. – Ele conta.

– O... O quê?! – Ela exclama.

– É exatamente o que ouviu, os sobreviventes da Soul Society pediram a ajuda do palácio real, mas a ajuda foi negada por ordens de Reiō.

– Mentira...

– O palácio real é uma dimensão paralela e como você sabe eu possuo uma maldição que me impossibilita atravessar dimensões habitáveis, se naquele dia fatídico o Reiō tivesse interferido na batalha e levado sua família e amigos para o palácio real, então talvez eles estivessem vivos até hoje.

– Você fala como se fosse culpa do Reiō o mundo ter sido destruído, mas lembro bem que foram você e Solomon que destruíram o mundo, foi VOCÊ que matou os meus pais! – Hisana braveja desferindo um soco em Magnus que apara seu punho sem esforço.

– Nunca se perguntou por que o criador do mundo permitiria que ele fosse destruído por uma criatura inferior como eu Hisana? O porquê dele não interferir para impedir que o pior acontecesse? Por que alguém como o seu pai que fez tanto pelo mundo não merecia a ajuda do criador no momento que mais precisava?

Hisana olha surpresa.

– Você cresceu ouvindo as lendas sobre o seu pai, no seu íntimo sentia orgulho de suas histórias e queria ser como ele, todos o tinham por amigo até mesmo o Reiō, mas no dia que ele precisou, seu estimado amigo real não veio e sua família morreu.

Hisana relaxa o punho da mão de Magnus e dá um passo para trás olhando confusa.

– O mundo já estava condenado em sua concepção e por isso se tornara indigno de sua ajuda, sua família era indigna de ajuda...

Ela cai de joelhos.

– Todos vocês eram usados por uma mente superior que os manipulava a cada passo apenas por benefício próprio, ele JAMAIS mancharia as mãos por meros mortais.

O corpo de Hisana começa a tremer.

– Tanto pai quanto filho prefere assistir o mundo ser destruído e nunca interferir na vida dos homens, por isso, optam por deixa-los sofrer... Morrer. Consegue ver Kurosaki Hisana? É contra isso que estou te ordenando usar o seu poder.

Hisana se levanta vagarosamente e continua sem olhar para Magnus, demonstrando que tinha perdido a fé.

– Boa menina. – Magnus toca na cabeça de Hisana que estava com o olhar vago e desestimulador.

(Parecia piada que palavras tão fracas como aquela tivessem atacado e causado uma ferida profunda no meu coração, mas para uma criança que cresceu sendo conhecida como a “filha do maior herói” que a Soul Society conheceu, ouvindo as coisas extraordinárias que ele fez, que treinava como louca para fazer jus ao nome dele, ouvir que o desgraçado que ele mais ajudou não teve sequer a coragem de levantar a bunda da cadeira para ver nem que fosse a gente morrendo me irritou...).

(O impacto das palavras de Magnus e a realidade de algo que nunca tinha parado para pensar me mudaram por dentro, a criança forte que lutava todos os dias para não ser derrotada por aquilo que vivia tinha perdido a batalha, Magnus venceu, Kurosaki Hisana desapareceu...).

(O palácio real existia em uma dimensão paralela ao mundo real e espiritual, somente aqueles que possuíam o selo real tinham permissão para passar, porém, Magnus atravessava qualquer dimensão, mas por causa da maldição do Grande rei, poderia atravessar somente aquelas que não eram habitáveis, o palácio real, por exemplo, não era exceção, por isso, eu era necessária).

(Meu DNA foi modificado para que eu tivesse essa habilidade assim como ele, mas sem o problema de ser como ele, ter a habilidade de atravessar dimensões sem ter a maldição do Grande rei, o soldado perfeito...).

Hisana estava de pé no céu, seu exército inteiro atrás de si aguardando suas ordens, a jovem segura o céu como se fosse uma parede invisível e começa a forçar abri-la como uma janela emperrada, o céu rasga e outra dimensão completamente diferente aparece, cheio de ilhotas flutuantes com pequenos palacetes e outras estruturas que flutuavam no ar, em um movimento forçado único, Hisana abre uma grande fenda no céu.

(Lyel SNK OST II_ Shadows in the Heart)

– Invadam, destruam tudo, façam a coleta dos espíritos dos servos reais, mas não toquem no palácio real, aquele lugar é meu. – Ordena.

Seu exército urra e adentra a dimensão começando a atacar, Hisana caminha calmamente em direção ao palácio real. Quando chega diante do portão da sala do Reiō, alguém já a aguardava.

– Você é a filha de Kurosaki Ichigo e Kurosaki Rukia. – O homem Ichibei Hyōsube aguardava Hisana na entrada.

– E daí?

– Por que está fazendo isso? – Ele pergunta com olhar decepcionado.

– A pergunta não é “por que estou fazendo isso” E sim “por que VOCÊS não fizeram nada?”. – Ela rebate.

– Minha jovem ouça, o que aconteceu no passado não pode justificar seu ato destrutivo, você não tem idéia do que está fazendo, se o Reiō morrer o mundo inteiro ruirá! – Ichibei tenta explica-la.

– Agora entendo o que Magnus quis dizer... – Hisana baixa a cabeça lamentando com um sorriso cínico. – Vocês realmente não costumam sair muito daqui... – Hisana ergue os olhos de maneira fria para o grande homem. – O mundo já acabou faz tempo e vocês não tiveram nem mesmo a decência de assisti-lo ruir.

Ichibei fica em posição de luta.

– Não vou permitir que passe daqui pequenina, não deixarei que mate o Reiō!

– Você não é inimigo para mim, posso amassá-lo como um inseto a hora que quiser velho, não me obrigue a fazê-lo passar por essa vergonha e caia fora. – Hisana aponta com o dedão para trás enxotando-o do caminho.

– Isso não me impedirá de levantar a mão para derrota-la! – Ichibei grita, mas...

Sangue jorra para todos os lados, seus braços passam voando diante de seus olhos e caem no chão, ele grita em choque se ajoelhando ainda tentando entender o que tinha acontecido.

Hisana estava diante dele olhando como o inseto que o nomeara.

– E agora que não tem mãos vai levantar o que contra mim? – Ela pergunta.

Ichibei não conseguia falar ele ergue o semblante para olhar a jovem e se assusta ao ver os olhos dela totalmente negros.

– Você... Entregou sua humanidade ao ódio.

Hisana coloca o dedo indicador na testa do shinigami.

– Não, ódio não significa nada comparado ao que estou sentindo por vocês.

– Então o que é isso que carrega no seu coração? – O homem pergunta com a expressão pálida por causa da perda de sangue.

– A revolta do mundo.

Hisana desfere um cero e explode a cabeça de Ichibei, ela olha para o portão e continua a andar, a jovem abre e se vê diante de um homem incomum, ele tinha uma aparência andrógena, pálida e magricela, seus olhos pareciam desenhados, seus pés não tocavam o chão e uma redoma de luz envolvia o seu corpo.

(XENOSAGA_Escape ~)

– Quem é esta que se aproxima com o coração confuso envolto em trevas? – Uma voz ecoa na sala, porém a boca de Reiō não se mexe e ele fala mentalmente com Hisana.

– Eu sou aquela que carrega toda a tristeza do mundo e estou aqui para compartilhar um pouco dela com você. – A jovem responde sem surpresas.

– Vejo muitas dúvidas em seu interior e seu coração chora por não encontrar todas as respostas.

– Antes de fazer o que tenho que fazer eu vou te perguntar uma coisa e tenho certeza que vai me responder: Por que deixaria Magnus destruir o mundo sem tentar impedir? – Hisana o encara.

– O mundo possui diferentes destinos, o que aconteceu com o seu é apenas uma das diferentes trilhas que ele seguiu até seu derradeiro fim.

– Então está dizendo que o mundo possui diferentes finais e que ao ver que já estava condenado deixou ele lá de presente para Magnus e Solomon fazerem o que quisessem por que ele já tinha perdido a graça em suas mãos?! – Hisana conclui.

– A mente humana é muito limitada para entender a extensão do universo, o que significa fim para um mortal significa a renovação de uma nova vida a cada geração que se passa, o que Magnus e Solomon fazem não passa longe dos olhos do Grande rei e seus atos consequentemente encontrarão um fim. – A voz ecoa.

– Pelo que eu sei você e seu pai são muito bons com filosofias, mas se mexer para evitar que alguma coisa ruim aconteça isso vocês não fazem! – Ela diz de forma grosseira.

– Minha criança... Não se deixe cegar pelo sofrimento que estas passando, provações maiores virão e você será importante para a renovação do mundo, ouça a razão de seu coração e pese aquilo que guiará o seu destino na trilha certa.

– Ou seja, você quer me manipular como manipulou o meu pai até o dia que não precisou mais dele? – Hisana ri balançando a cabeça. – Você é definitivamente o pior de todos... O PIOR DE TODOS! – Elas invoca uma asauchi.

– Eu sei onde minha vida termina, mas meu destino não pára aqui, mesmo que pereça pelas suas mãos as correntes que guiam as estrelas do céu nos unirão outra vez.Reiō diz de forma calma.

– Eu não aguento mais essa conversa estúpida e sem sentido! Se o mundo não acaba quando deve realmente acabar, então assim que destruir você e a porcaria desse mundo ele se renovará mais uma vez pelas mãos de Magnus e Solomon! Vai tudo virar uma grande merda! Então que se dane, eu vou te matar, vou chutar a bunda do Grande rei e vou assistir de cima o mundo entrar em colapso igual vocês assistiram meu mundo ruir!

(SNK_ Vogel im Kafig (Vocal Cyua))

Hisana parte para cima do Reiō, mas Seiken em sua forma animal e Hiryuken em sua forma humana ficam no caminho, ela pára surpresa, porém logo braveja.

– Saiam da minha frente!

– Hisana você está fora de si, olhe o que se tornou, você está há alguns passos de causar a destruição do mundo! – Seiken grita nervoso.

– O mundo já acabou Seiken! – Ela grita. – Vocês viram e sofreram comigo tudo aquilo que ele não pôde impedir!

– Já chega, por favor! O que o seu pai e sua mãe diriam se a vissem assim Hisana!? – Hiryuken grita de volta quase chorando.

– MORTOS NÃO PODEM FALAR HIRYUKEN! Saiam da minha frente ou eu vou...!

Seiken fica à frente da irmã.

– Ou então o que Hisana? – Ele pergunta.

– Ou então eu... Ou então eu...! – Hisana tremia de raiva e abaixa a cabeça, mas repentinamente pára de tremer e ergue o semblante para suas zampakutous. – Ou irei destruí-los. – A voz dela estava mais sinistra e seus olhos totalmente negros.

Seiken e Hiryuken ficam surpresos e assustados.

– Hisana?! – A dragonesa estava confusa.

– Hisana pare com isso! – Seiken dá mais alguns passos para frente. – Eu não vou permitir que você traia o pilar do mundo que nossos pais tão arduamente lutaram para manter de pé! – Ele ruge.

– O que você deseja que eu tire primeiro gato tolo? Seu orgulho ou o seu sangue?

– Sua grande idiota! – Seiken grita com sua reiatsu explodindo.

– Sangue então?

Hisana some desferindo um soco violento no felino que tem a cabeça enterrada no chão.

– Seiken! – Hiryuken grita atônita e corre até ele, Hisana dá alguns passos para trás e volta sua atenção sombria ao Reiō.

– Viu o que você fez com minhas próprias zampakutous? Elas se levantam contra mim por sua causa Reiō!

– Não foi ele... – Seiken se levanta mudando para sua forma humana. – FOI VOCÊ! – Ele invoca uma zampakutou branca.

– Tem certeza que pretende fazer isso? – Ela pergunta.

– Meu dever como sua zampakutou é protegê-la, nem que isso signifique ir contra a sua vontade para impedi-la de fazer uma loucura!

– Você não pode me vencer Seiken, eu sou sua mestra, sei tudo sobre você, sua força e suas fraquezas, se eu quiser posso até mesmo te fazer desaparecer em um piscar de olhos.

– Isso não vai me impedir de te parar! – A zampakutou responde em um urro correndo na direção de Hisana que fora de si sorria cinicamente para ele.

– É inútil...

Hisana desfere uma coronhada em Seiken que cai tonto no chão, ela olha balançando a cabeça decepcionada para ele e vai até o Reiō.

– Alguma última palavra Reiō? – Ela pergunta.

– Eu te perdoo. – Ele diz com voz serena.

O que irrita Hisana ainda mais pelo ar de superioridade que ele demonstra.

– PARE!!! – Grita Seiken com toda força.

Ela desfere um golpe brutal no administrador do reino espiritual, de onde está Seiken olha horrorizado para sua irmã pulando entre os dois e tendo seu corpo atingido com violência na tentativa inútil de proteger o Reiō, a barreira quebra e o corpo frágil do rei das almas é atingido, uma luz dourada sai do peito do homem e sua zampakutou que estava na frente entra em choque, seus olhos ficam pálidos e Hiryuken começa a perder o equilíbrio segurando as lágrimas enquanto olha para sua dona que parecia não se importar com o que tinha acabado de fazer.

– HIRYU! – Ele grita entrando em choque correndo e amparando a irmã nos braços.

Ela cai tremendo de dor e olhando com ternura para seu irmão toca em seu rosto.

– Meu irmão, por favor, não levante a mão contra Hisana... Ela precisa de ajuda... Ela precisa da nossa ajuda, se não fizermos nada nós vamos perder a única pessoa importante que nos restou...

– Não diga mais nada! Não diga mais nada sua idiota! – Ele começava a chorar.

– Por favor... Não...

Hiryuken começa a desaparecer.

– Hiryu! Hiryu! – Seu irmão chamava desesperado.

A zampakutou desaparece e Seiken fica tremendo.

Assim que o rei das almas cai inerte no chão o palácio real fica em silêncio, ele cospe um sangue dourado e sorri para Hisana.

– Enfrentarás um caminho difícil jovem Hisana... Caminho que pensarás em desistir muitas vezes... Mas lembre-se... Só você pode mudar seu próprio destino... Só... Você...

Reiō fecha os olhos seu corpo começa a se transformar em partículas espirituais e à medida que isto acontece o palácio real se torna instável e pequenos tremores começam a surgir em todos os lugares.

– Você... – A zampakutou ainda tremia. – Você... TEM IDÉIA DO QUE FEZ SUA MISERÁVEL?! – Ele se ergue com seus olhos explosivos.

Hisana fica parada encarando sua zampakutou rebelde.

– Você matou o Reiō, destruiu a minha irmã, sua própria zampakutou a sangue frio! Tem idéia de quanto tempo vai levar para ela se regenerar sua desgraçada isso se ela voltar a se regenerar!? – Ele cospe as palavras com furor na direção de Hisana. – Você ajudou Magnus e Solomon a destruírem tudo!

– Eu mandei vocês não se meterem no meu caminho!

– Eles só queriam te ajudar!

– Eu não preciso da ajuda de vocês! Por que acha que eu luto com uma asauchi todos os dias!? Por que nunca invoquei nenhum dos dois para lutar!? Por que eu não preciso mais de vocês! Nunca precisei!

As palavras atingem Seiken como um tiro e ele fica paralisado, negar a existência de sua própria zampakutou era como negar ou nunca querer ter nascido.

– Vo... Você... O quê...? – Ele gagueja ainda não acreditando.

– Desapareça, não preciso de você. – Hisana diz friamente. – Não preciso de você e de mais ninguém!

Seiken baixa a cabeça trêmulo... Ele olha para o lado ponderando aquelas palavras, de repente seu corpo pára de tremer e ele ergue o semblante com um olhar completamente intimidador.

– Eu não vou desaparecer. – Ele diz com voz de trovão. – Por ter traído minha irmã, a minha confiança, a de seus amigos e do mundo eu Seiken a partir deste momento desfaço o vínculo espiritual que tenho contigo.

Hisana ri.

– E dai? Que difere... – Antes de terminar de falar a visão de Hisana fica turva e ela começa a perder o equilíbrio. – Mas... O que...? – Ela coloca a mão na cabeça.

– Eu quebro hoje o equilíbrio de tua força e transformo meu poder em um receptáculo vazio dentro de teu coração. – Seiken continua falando.

Hisana fica sem fôlego e cai de joelhos no chão, sua reiatsu começa a sair do corpo como uma grande chama amarela descontrolada.

– O que está acontecendo!? – Ela questiona confusa e suando.

– Não sou mais tua sombra, não sou mais tua aliada, não serei tua lâmina que rasga o céu. – Continuava sentenciando.

Hisana começa a gritar enquanto uma massa gigantesca de poder sai descontroladamente de seu corpo, ela põe as mãos na cabeça e a encosta no chão.

– Ontem fui teu irmão, parte de tua alma, hoje não serei mais que uma vaga lembrança, um inimigo à espreita, caçador de tua determinação, farei de tua vida o inferno que causastes à terra até o dia que não suportarás mais viver sem metade de tua existência e quando este dia chegar... – Seiken olha com ódio para ela. – Destruirei por completo tua razão de viver.

Hisana grita sentindo uma dor espiritual inexplicável e fica trêmula de joelhos segurando o próprio corpo.

A zampakutou se aproxima de Hisana que olha ofegante para ele, os papéis se invertem e ela parecia assustada, ele estende a mão sobre a cabeça da jovem dando a última sentença que se tornaria um dos maiores arrependimentos na vida daquela que tanto estimava.

– Arranco de tua língua meu nome para que nunca mais o use para profanar minhas memórias.

Ao dizer isso a alma de Hisana se distorce, seu olhar negro volta ao tom castanho normal, porém vazio, ela gesticula com os lábios, mas sua voz não sai, ela olha confusa para frente e enxerga um homem alto de cabelos prateado cheio de marcas tribais no corpo.

– Quem... Quem é você...?

– Alguém que não és digna de conhecer.

A visão de Hisana embaça e ela cai inconsciente no chão.

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(Somniator_-_08_-_Another_Reason)

Uma trilha de lágrimas cai silenciosa no chão, Hisana olhava para o nada e com um sorriso parece implorar.

– Por favor, eu quero parar por aqui, não me peçam para contar mais do que isso por que depois desse dia tudo piora...

Mas ninguém conseguia responder.

– Desde esse dia eu perdi metade de minha alma e poderes, joguei minha humanidade no lixo junto com quase todas as minhas memórias, sem Hiryuken e a minha outra zampakutou que não lembro mais o nome Solomon teve domínio completo sobre mim... Então... Então...

Hisana olha para seus companheiros ali presentes e cai sentada no chão.

– Hisa-chan... – Miwa soluçava emocionada.

Byakuya, Renji e Komamura estavam em silêncio, agora entendiam por que ela não queria que descobrissem a verdade.

Hisana olha para Byakuya com um sorriso fraco.

– Um monstro bem diferente da criança que existe em suas lembranças não é mesmo?

– A criança que existe em minhas memórias conhecia motivos para sorrir até os oito anos, não posso julgá-la pelo que foi obrigada a passar depois daquele dia... – Ele responde de olhos fechados.

– Uma história lamentável e inacreditável. – Arion começa a falar e se levantar junto com Raysha. – Um passado cheio de dor e sofrimento que forjou uma jovem cheia de coragem que mesmo em meio ao caos soube onde mais uma vez encontrar a esperança.

Hisana olha para ele em silêncio.

– As estrelas tinham razão ao mostrar o destino de uma criança capaz de moldá-las, uma jovem perdida e sem lar que busca uma forma de se encontrar, Kurosaki Hisana você é aquela que quebra as barreiras do destino.

– Eu já quebrei muitas coisas Raysha-san, mas destino é algo que nunca consegui mudar até hoje, mas pretendo fazer isso agora nem que custe a minha vida. – Hisana fica de pé.

Todos começam a se levantar e Rhafir fica de costas para o grupo.

– Rhafir você tem alguma coisa a declarar? – Mordecai pergunta.

– Eu não apenas está confirmado que realmente estamos diante de uma assassina, mesmo que o rei das almas não esteja morto nesta era o que a impede de tentar fazer isso outra vez? – Ele pergunta.

Hisana fica em silêncio, Raysha toca gentilmente em seus ombros fazendo-a sentir um conforto semelhante a um abraço de mãe.

– Um voto de fé. – Ela responde.

Rhafir olha para elas.

– É só do que ela precisa meu irmão, pessoas que possam confiar que ela quer mudar não o seu passado que já está escrito, mas o futuro daqueles que ama, eu confio nesta jovem e como já disse, não mudarei minha opinião a seu respeito. – A voz de Raysha penetra no coração de todos.

– Todos nós temos um passado que possui alguma coisa que não queremos lembrar, porém é a maneira como se escolhe viver depois do que aconteceu que define o tipo de pessoa que se tornará e os novos caminhos que abrirá em seu futuro. – Arion fala. – Vamos voltar, alimentem-se, descansem e amanhã me encontrem aqui mais uma vez. – Arion olha para Komamura. – Está na hora de saber a verdade sobre o seu passado nobre amigo.

– Estarei honrado em ouvir suas palavras meu senhor. – Komamura se ajoelha.

Arion e Raysha sorriem, eles se despendem e juntos voltam à cidade.

– Hisa-chan! – Miwa pula nas costas de Hisana. – Vamos voltar a esta hora já deve ter um banquete de boas vindas esperando!

Hisana tenta sorrir.

– Tá certo.

– Venham conosco, o banquete é para todos vocês. – Mordecai chama Byakuya e os outros.

– Agradecemos a hospitalidade. – Byakuya diz.

O estômago de Renji ronca.

– Uaah! Que fome! Foi só falar em comida que lembrei não ter comido nada até agora!

– Também estou com fome, acho melhor nos apressarmos – Hisana sai andando com Miwa nas costas.

Rhafir estava em silêncio olhando Hisana que andava carregando Miwa, a jovem de cabelos negros ainda tinha um olhar vago disfarçado.

– Alguém capaz de quebrar as barreiras do destino uh? – Fica pensativo.

Arion andava ao lado de Raysha conversando.

– O que achou da história dela Arion?

– Nunca imaginei que encontraria alguém com um olhar tão profundo igual ao dele.

– Magnus possuía um olhar determinado a fazer as coisas darem certo. – Ela lembra. – Será que ele viu nela o que procurava?

– Eu já vi nela o que ele procurava. – Arion responde. – Então Magnus provavelmente já viu as trilhas do destino de ambos.

– Espero que esta jovem possa encontrar a paz que procura no final... Ela carrega um fardo muito maior do que imagina. – A bestial olha com pesar.

Arion toca em seu ombro.

– A única coisa que podemos fazer para ajudá-la e dando o poder que ela necessita para que no momento que precisar decidir não se arrependa de olhar para trás.

– Kurosaki Hisana... A filha do destino.

Raysha e Arion continuam seu caminho pensado no futuro da jovem que as estrelas lhe trouxeram...

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Continua...

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Trailer da Terceira Temporada: Ascensão.

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Ficha Técnica

Nome: Raysha Alomar

Idade: ???

Altura: 1,72m

Raysha, a bestial com aparência humana é ao lado de Arion aquela que manteve seu povo unido durante o período de provação no exílio, sua personalidade maternal faz dela a mãe que todos aqueles shinigamis perdidos e sem esperanças precisaram no momento de maior necessidade, mas embora tenha uma personalidade pacífica e amável, Raysha também esconde os seus segredos que a levaram a adotar outra forma de vida.

Recebeu o título de "perscrutadora de estrelas", pois foi a única a quem foi ensinado interpretar o futuro lendo o movimento dos astros, habilidade que lhe permite identificar os diferentes caminhos que unem os destinos das pessoas.

Raysha ficará encarregada de mostrar a Kuchiki Byakuya a forma de buscar em sua essência as respostas que precisa para se tornar alguém mais forte, porém, mais que o conhecimento que compartilharão, as estrelas já definiram um novo destino aos dois guerreiros.


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Notas finais do capítulo

Agora ficamos sabendo um pouco mais sobre o passado de Hisana e por que Seiken a considera uma traidora, porém esta Zampakutou testemunhou muito mais coisas no passado sombrio dessa jovem, mas essa parte mais obscura do passado de Hisana ficará guardado para outro momento.

Espero que a galera tenha ido bem no ENEM, quero todo mundo universitário nessa casa!

Obrigada por terem lido pessoal, bjus da tia Lyel e até mais nas Reviews!