Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 33
The Beast Within


Notas iniciais do capítulo

Arion finalmente revela o passado dos bestiais e a real história por trás do exílio de seu povo, Komamura finalmente recupera sua identidade e agora ele e seus companheiros estão prontos para o verdadeiro treinamento...

Algumas coisas citadas neste capítulos podem ser relembradas no capítulo 12 de Crônicas.



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OST no EMAIL:quandofuturovemdosceus@gmail.com

SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

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A noite na cidade perdida dos bestiais é bastante agitada, uma festa cheia de danças, bebidas e comida, as crianças corriam de um lado para o outro dentro da roda de festividades.

Byakuya, Renji, Hisana e Komamura estavam sentados em uma mesa enquanto a cada minuto alguém trazia alguma coisa para satisfazê-los.

– Se eu comer mais um grão de arroz vou explodir... – Renji bate a testa na mesa.

Hisana por outro lado tinha uma fome colossal, àquela altura já estava comendo a comida dos outros também.

– Se não vai comer, vai me passando ai! – Diz puxando o prato de Renji.

– Onde é que essa comida toda vai parar heim?! – Renji pergunta virando a cabeça.

Hisana responde dando de ombros, pois a boca estava muito cheia para falar.

– Dizem que a fome de um shinigami é proporcional ao seu poder espiritual, talvez ela tenha um poder além da compreensão. – Komamura diz observando a movimentação da festa.

– HISANA!!!

Miwa bate nas costas de Hisana e ela no susto cospe na cara de Renji.

– Miwa por que me assustou desse jeito!? Quase eu boto para fora tudo o que comi! – Hisana responde respirando rápido e com a mão no peito.

– Correção... Você botou... – Renji responde limpando o rosto.

Miwa ri sem graça pedindo desculpas.

– Vem dançar Hisana! – Ela convida.

– Eu não sei dançar.

– Mas a gente não se importa e só chegar e se divertir! – Ela diz puxando-a da cadeira.

– Se eu pisar na cauda de vocês não quero nenhum gato miando nos meus ouvidos depois heim!

A bestial ri.

– Por que vocês não vem também!? – Miwa convida os outros.

– Eu estou tão cheio que não consigo me levantar da cadeira. – Renji se justifica.

– Não tem problema a gente rola você no chão! – Responde Miwa arrastando Renji e Hisana pelos braços para o meio da roda. – Komamura-san você também! – Komamura acaba acompanhando-os.

O tio de Hisana fica sozinho bebendo uma espécie de vinho mentolado doce.

(– Um monstro bem diferente da criança que existe em suas lembranças não é mesmo?). – Lembra-se das palavras de Hisana.

(– A criança que existe em minhas memórias conhecia motivos para sorrir até os oito anos, não posso julgá-la pelo que foi obrigada a passar depois daquele dia...).

– Se eu estivesse lá... Se qualquer um de nós estivesse lá... Que diferença iria fazer...? – Fala sozinho.

– Faria toda a diferença.

A voz surpreende Byakuya que se ajeita na cadeira ao ver Raysha se aproximando e sentando na cadeira ao seu lado.

–...

– Você tem um sentimento muito lindo pela jovem Hisana, mas não sabe como demonstrá-lo. – Raysha sorri.

– Eu não sou o Kuchiki Byakuya que ela conheceu em seu futuro.

– Errado, vocês são exatamente a mesma pessoa, mas no momento tens medo de acreditar que pode se tornar algo além daquilo que estas acostumado a ser.

– Eu não conseguirei ser do jeito que eu ou ela lembramos. – Byakuya fala sem olhar para a bestial.

– Mas não precisa ser. – Raysha olha para ele. – Por que ser do jeito que és agora, é o que faz a jovem Hisana amá-lo. – Ela olhava para onde Hisana estava.

Byakuya olha para Raysha e em seguida na direção de Hisana que ria de Aizac fazendo gracinhas no meio da dança, ela repentinamente desvia o olhar para seu tio e o capitão fica surpreso, pois ela o fita com ternura e volta a dar atenção a Aizac, mas a sensação terna é tão rápida que o faz piscar confuso pensando ser aquela uma mera impressão.

– Sentimentos não possuem forma, mas são reais. – Ela bebe mais um pouco enquanto sorri de olhos fechados.

– Tem certeza que não lê mentes? – Byakuya pergunta outra vez desconcertado e se sentindo invadido.

Raysha solta uma risadinha divertida ao ver o sentimento desconcertante do capitão.

– Já disse que não leio mentes, eu me comunico com suas emoções e interpreto como elas se refletem no seu coração. – Ela explicava olhando para ele. – Quanto mais puro e forte é o sentimento de alguém, mais fácil é comunicar-me com eles. – Raysha olha com ternura para Byakuya. – Seus sentimentos são um dos mais convictos que pude sentir, cheio de orgulho, confiança, uma determinação sem igual, tudo isso formando uma muralha resistente protegendo um núcleo cheio de um amor puro e intocável.

Byakuya enrubesce sem resposta, aquela bestial sabia exatamente o que falar para derrubar suas barreiras e ele disfarça bebendo um pouco.

Raysha sorri e se levanta estendo a mão.

– Quer dançar? – Pergunta.

Byakuya olha com a ponta dos olhos para ela.

– Pensei que nós homens é quem fazíamos o convite.

Raysha inclina a cabeça para o lado se divertindo.

– Nós bestiais gostamos de tomar a iniciativa. – A bestial sorria de uma maneira sapeca.

Byakuya olha para o fundo do copo e sorri.

(Audiomachine - Life Chronicles).

Hisana e Renji já estavam tontos de tanto girar e pular, mesmo Komamura já tinha entrado na festança e não parecia bem das pernas quando uma comoção se forma no meio dos bestiais e eles começam a abrir espaço olhando surpresos em uma direção.

– Não pode ser... – Miwa, Mordecai, Aizac e Soren olham surpresos assim como todos os outros bestiais.

Arion pede licença e abre espaço fazendo uma pequena reverência sendo acompanhado pelos que estavam ao seu lado.

Hisana, Renji e Komamura ficam confusos.

– O que está acontecendo? – Komamura pergunta tentando olhar por cima dos outros.

Raysha e Byakuya vinham andando de mãos dadas até o centro da roda, enquanto vários cochichos circulavam pela festa.

– A Raysha reikin vai dançar? – Uma criança pergunta parecendo empolgada.

Hisana e Renji ficam de olhos arregalados e boca aberta, então se entreolham surpresos.

– “NON CREIO!” – Exclamam ao mesmo tempo.

Byakuya cumprimenta Raysha que faz o mesmo educadamente, ela olha para os músicos e eles pareciam bastante empolgados quando começam a tocar.

– Incrível... Fazia muito tempo desde a última vez que vimos Raysha-san dançar com tanta alegria... E sempre é um verdadeiro espetáculo. – Miwa comenta olhando para cima.

– Tem razão... Sempre é revigorante... – Mordecai fala acompanhando-a com o olhar.

– Como assim? – Hisana pergunta.

– Por que quando Raysha dança... As estrelam dançam também. – Arion responde fazendo um sinal com a cabeça para Hisana olhar para cima enquanto ele faz o mesmo com um sorriso estampado no rosto.

Hisana, Renji e Komamura acompanham o olhar de Arion e dos outros bestiais ficando maravilhados quando enxergam as infinitas estrelas no céu.

Elas brilhavam intensamente iluminando a noite como verdadeiros astros imitando notas de uma grande sinfonia e pareciam responder aos passos de Raysha como se a acompanhassem na dança, Arion observa Hisana que olhava de boca aberta para cima e se deixa sorrir quando percebe que ela parecia uma criança que tinha acabado de descobrir algo novo.

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Na manhã seguinte eles se reúnem mais uma vez no jardim, pois Arion e Raysha ainda tinha uma coisa muito importante a revelar.

– Arion reikin, o senhor disse que iria nos contar algo muito importante sobre Komamura taichou e o porquê de não lembrarem nada sobre ele. – Hisana vai direto ao ponto.

Ele assente.

– Sim... Mas para podemos compreender a resposta para esta pergunta, primeiro vocês devem entender por que os bestiais “precisaram” ser exilados.

– Precisaram? – Byakuya é o único a desconfiar.

Raysha olha para ele.

– Sim, nós bestiais fomos exilados não como uma punição... Mas como uma forma de proteger o mundo de vocês... – Ela responde.

Os amigos de Hisana ficam sérios.

– Como assim Arion reikin? Raysha-san? – Renji parecia surpreso.

– Tudo começou quando os shinigamis primordiais ainda andavam sobre a terra... – Arion e Raysha se entreolham prontos para começar a contar.

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(YANNI_03 Until the Last Moment)

Éramos duas classes de shinigamis primordiais distintas, enquanto os shinigamis humanos velavam pela vida dos mortais, nós shinigamis bestiais tínhamos outra tarefa.

Somos conhecidos como “Vigilantes” e não é difícil deduzir que devido nossa aparência nossa maior responsabilidade estava em manter o equilíbrio da fauna e flora em segurança.

“A população dos leões cresceu demais?” – Vamos mudar a localização da fauna e flora local para que eles se espalhem mais pelas regiões longínquas e assim mantenham o equilíbrio da região.

“Existem humanos vivendo nas montanhas?” – Chamem os quadrúpedes das grandes altitudes para habitar o local e prover alimento.

Ao contrário dos shinigamis humanos nós bestiais tínhamos uma sensibilidade extraordinária com os seres vivos e através dessa habilidade entendíamos suas necessidades.

Aquele era um trabalho ininterrupto, mas era prazeroso, porém essa responsabilidade um dia aumentou junto com o crescimento da população mundial.

A quantidade de shinigamis primordiais começou a se tornar pequeno diante da explosão demográfica e com essa situação um grande problema começou a surgir...

Mesmo com a habilidade de Magnus não era possível tomar conta de tantas almas e algumas ficavam vulneráveis por dias ou meses, além disso, a humanidade se tornava cada vez mais violenta e pequenos grupos nômades se espalhavam pelo globo tornando o trabalho muito mais difícil.

Por causa disso algumas almas puras perdidas se corrompiam por esta influência terrena e se distorciam criando forma.

Nós os conhecemos como “Abominações espirituais”, vocês os chamaram de “Hollows”.

Fomos convocados para auxiliar nesse trabalho e suprir essa deficiência, mesmo assim ainda éramos poucos, por isso, para garantir que tais abominações não ocorressem passamos a viver desde o nascimento com famílias de humanos, às vezes tomávamos conta de vilarejos inteiros para garantir sua segurança.

– Então na verdade os shinigamis primordiais ainda não se dividiam por regiões como é hoje em dia? – Renji pergunta.

– A população na terra era pequena, nosso trabalho era mantido sob controle, mas quando a população cresceu demais mesmo com o auxílio dos bestiais ainda era impossível velar por todos eles. – Raysha conta.

– Além do mais, com o surgimento das abominações espirituais nossas habilidades de luta eram sempre requisitadas, em outras palavras, a terra estava se tornando um campo de guerra. – Arion conta.

– Lembro que naquela época tudo era tão difícil... Não tínhamos descanso Hisa-chan, às vezes éramos obrigados a ficar décadas... Séculos em uma mesma área. – Miwa conta.

– E por nos mantermos tanto tempo afastados do reino espiritual nossa própria constituição espiritual envelhecia... Como almas cansadas vivendo longe de casa, então o grande rei nos deu um presente. – Arion se levanta. – Acompanhem-me.

O grupo se entreolha e acompanha Arion pelo jardim.

– Para recuperar nossas forças e nos manter vivos na terra era necessário algo que fortalecesse nossas almas, em alguns pontos do globo foram plantadas arvores capazes de nos dar um fruto conhecido como...

“Fruto do espírito”. – Respondem ao mesmo tempo Hisana e Byakuya se entreolhando surpresos.

Arion olha para eles.

– Exato e a arvore espiritual se chamava... – Diz ele abrindo uma cortina feita de cipós. – “Raiz dos espíritos”.

Todos ficam sem palavras diante de uma arvore prateada brilhante gigante com uma enorme copa que cobria todo o centro do jardim abarrotado de frutos purpúreos agradáveis aos olhos, ela era cheia de flores coloridas que caíam no chão formando um enorme tapete multicor, de dentro das raízes da enorme arvore brotava uma agua cristalina criando um córrego.

– Esta agua é a mesma que corre pela cidade não é? – Hisana pergunta.

– Esta é a mesma agua que corre por todo nosso território, dependendo da região por onde corre ela fica mais abundante e forte, por isso ela é nosso bem mais precioso e o que dá vida a este lugar. – Raysha conta.

– Antigamente existiam várias delas, às vezes em uma única região, porém com o tempo, mesmo as abominações espirituais começaram a se alimentar de seus frutos para aplacar suas emoções e por isso elas foram morrendo pela corrupção causada por eles no solo. – Arion toca nela. – Elas passaram a ser tornar lendas... Esta arvore é a última que existe.

Raysha continua a história.

– Com a Raiz dos espíritos nossa presença na terra se tornou constante e quase não voltávamos para casa, com o tempo, a terra se tornara nosso lar e os humanos nossas famílias.

– Porém, não sabíamos que essa sensibilidade única bestial seria nossa ruína... Nós compartilhávamos das emoções humanas e por isso entendíamos o que se passava em seus corações: Dor, raiva, alegria, tristeza, ter essas emoções fortes humanas nos diferenciava dos demais shinigamis. – Aizac fala.

– Então por causa disso eu cometi o maior pecado que um shinigami poderia cometer e todos nós pagamos o preço. – Arion se vira para seus companheiros. – Eu matei um ser humano. – Ele anda um pouco e olha para o céu.

Eu fui designado a tomar conta de um grupo nômade formado por aproximadamente cinquenta pessoas e entre eles existia um casal que esperava seu quarto filho, o grupo nômade era pacífico e costumava se ajudar em qualquer dificuldade, eu era muito apegado a eles por sua simplicidade e companheirismo.

(Scorpions_Moment Of Glory – 07)

Depois de alguns meses enquanto atravessava um deserto a mulher entrou em trabalho de parto, a caravana teve de parar para ajuda-la... Era um evento mágico, um milagre sem igual, mesmo tendo que passar por dores terríveis, ao ver a criança um sorriso surgiu no rosto da mulher que chorava de alegria, eu chorava também, como uma criança mimada e maravilhada, mas quando me aproximei para ver o rosto do bebê algo inesperado me aconteceu, a criança que não parava de chorar repentinamente parou e quando a fitei ela parecia olhar para mim, pensei que não passava de impressão minha, mas ela ficou misteriosamente quieta, eu senti uma conexão muito forte com aquele bebê e um amor muito grande à primeira vista, eu sentia que tinha um dever imperativo de protegê-la. Quando o pai da criança entrou na carroça ele abriu um sorriso tão largo e brilhante que eu gargalhei alto ao ver a alegria do casal que protegia desde a juventude.

– Bandoleiros!

A mulher cansada por acabar de dar a luz fica apavorada e segura forte o bebê, as parteiras ficam em alerta e Arion aflito, pois sabia que aquele era o pior momento para aquilo acontecer.

O pai da criança se arma, mas antes de sair da carroça sua mulher segura sua mão e eles se olham de uma forma que parte o coração de Arion, ele pula da carroça e começa a dar ordens para seus companheiros.

As mulheres se desesperam e pegam as crianças entrando nas carroças, os homens se armam com espadas e lanças e ficam diante da caravana, os bandoleiros cavalgavam se aproximando cada vez mais, eles gritavam e babavam imaginando as maldades que poderiam fazer, Arion fica atônito, ele sabia que não poderia intervir, mas fica horrorizado quando enxerga aqueles homens que vigiava desde pequenos serem abatidos como animais pela crueldade de seus semelhantes.

Os bandoleiros entram de carroça em carroça praticando maldades e matando todos, quando chega onde a mulher estava com sua criança recém-nascida, seu marido tenta protegê-la, mas tem uma espada transpassada no coração, Arion vê sem poder fazer nada quando ele tenta andar até sua família, os filhos da mulher são mortos e ela não sabia se chorava de dor ou tristeza.

– Parem! – Arion pula em cima de um homem alto que se aproximava da carroça, mas seu corpo atravessa o homem e ele cai de rosto na areia. – Não se aproxime dela! – Ele desfere um soco, mas atravessa outra vez.

A mulher implora pela vida de seu bebê, mas aquele homem não parecia se importar.

Arion grita horrorizado chorando em desespero quando ele atravessa o peito da mulher que tenta esticar a mão para proteger sua criança, mas ao ver que ela não estava morta o homem desfere uma ultima estocada no pescoço, o bebê chorava e irrita o chefe dos bandoleiros que atravessa seu peito.

Eles começam a vasculhar e roubar os pertences da caravana, Arion tremia segurando coração.

(- Por que depois de tudo o que passaram eles tiveram um destino tão cruel... Por que eu não pude fazer nada...? Eles não mereciam passar por isso...).

Os homens riam enquanto saqueavam, alguns imitavam as expressões de terror daqueles que foram mortos, até que um choro chama a atenção de todos eles que imediatamente olham em direção a carroça da mulher que acabara de dar a luz.

Arion se levanta e ao se aproximar vê um dos bandoleiros pegando aquela criança que eles pensavam estar morta, Arion sente uma ponta de esperança, mas o chefe dos bandoleiros se aproxima e a pega pelo pé pronto para matá-la.

Eu não sei o que deu em mim, mas ver aqueles homens tirando a vida dos outros como se fosse algo normal e sem um fio de remorso me transformou e vê-los querer tirar a vida daquela criança que por causa deles os pais não tiveram tempo de sequer dar-lhe um nome fez um sentimento brotar dentro de mim como uma chama minúscula que cresceu exponencialmente até explodir.

Quando o chefe dos bandoleiros está para desferir o golpe no bebê eles ouvem um rugido alto e feroz de um leão, eles se assustam e olham para trás vendo uma enorme fera de dois metros e olhos dourados feita de fogo vivo, eles tremem diante da criatura sobrenatural e a atacam por instinto, Arion estava fora de si, em sua forma bestial verdadeira ele havia perdido a razão e massacra os bandoleiros de uma maneira ainda pior do que eles mesmo haviam feito com sua família.

O chefe dos bandoleiros parecia uma criança sob as patas de Arion, ele implorava por sua vida da mesma forma com a mulher havia feito pela sua criança, mas ele não pensa duas vezes em incendiar seu corpo e vê-lo queimar sob suas patas.

Quando se aproxima da criança outra vez ela estava em silêncio, Arion se aproxima e cheira o bebê tentando ver se estava viva e se assusta quando ela segura em sua juba flamejante sem queimar, mesmo com o susto ele sabia que aquela criaturinha não estava fora de perigo e sabia que tinha o dever de protegê-la, mesmo que fosse contra todas as regras Arion não iria deixa-la morrer ali.

Eu viajei durante algum tempo com aquele bebê vagando pela terra como um fugitivo, o que eu tinha feito era um crime gravíssimo e apenas uma questão de tempo até ser descoberto, mas eu não podia permitir que me levassem até eu encontrar um lar para aquele bebê.

– Como o tempo na terra era diferente do tempo no mundo espiritual, às vezes um dia lá podia equivaler a uma década na terra ou vice versa. Por isso pude ficar durante alguns meses com a criança e pude perceber que ela era de fato especial, ela podia me ver mesmo no mundo espiritual. – Arion conta com um sorriso saudoso.

– “Laço espiritual”... – Hisana sussurra. – Por isso a criança não morreu... De alguma forma o senhor criou um laço espiritual com ela no momento em que nasceu... Igual ao que eu tenho com os meus pais!

Arion assente.

– Sim, era como um laço espiritual, mas a convivência com o bebê não durou muito tempo, logo eu encontrei um vilarejo onde pude deixa-la sob os cuidado de um casal de boa índole e de longe pude vê-la crescer, quando voltei ao reino espiritual para pagar pelos meus erros vi que ninguém ainda tinha descoberto o meu crime por uma razão bem simples, os bandoleiros que eu matei estavam destinados a morrer naquele mesmo dia, eu sabia que eu estava errado, mas também sentia um alivio muito grande em estar ali, pois sabia que poderia voltar à terra e vê-la crescer.

Os anos passavam e sempre que possível eu voltava para o vilarejo onde ela morava e a via crescendo como uma criança normal, aquilo me deixava feliz, o bebê que eu havia resgatado tinha se tornando uma jovem e amável mulher.

(09 Crusaders of the Light).

Arion põe um capuz sobre o rosto e fica ao longe observando a jovem que colhia algumas frutas arbustivas.

– Eu sei que está me observando, não precisa ter medo, pode ser aproximar. – Ela fala repentinamente fazendo Arion olhar surpreso, ao ver que ele parecia receoso em aparecer a jovem ri graciosamente e bota o cesto com as frutas no chão, ela se levanta limpando a roupa e anda em direção a ele. – Olá, como se chama? Pode sair eu gostaria de conhecê-lo, eu sei que você vem me observando há algum tempo.

Arion continuava surpreso ele sai dos arbustos e se aproxima dela com o capuz cobrindo o rosto.

– Finalmente nos conhecemos... – Ela sorria com ternura.

–...

– Eu sempre senti o senhor por perto, de alguma forma sinto como se já o conhecesse de algum lugar... – A jovem olha para ele. – Já nos encontramos antes?

Arion balança a cabeça negando.

– Entendo...

– Não se preocupe... Não irei mais perturbá-la, estou partindo agora. – Arion tenta fazer sua voz a mais humana possível.

– Partir, para onde? – Ela pergunta.

– Para onde eu vou você não pode ir e há incertezas quanto a nosso reencontro.

– Eu posso sentir que você é uma pessoa de bom coração... Mas por algum motivo eu realmente sinto como se já nos conhecêssemos há tanto tempo... – A jovem comenta enquanto segura no peito deixando uma cicatriz de espada à mostra, Arion desvia o olhar.

– Seja feliz minha jovem, viva o máximo que puder e encontre alguém que possa amá-la.

A jovem toca no rosto do bestial que se assusta um pouco com o toque, principalmente por que ele estava em sua forma espiritual.

– Me diga pelo menos qual é o seu nome?

–... Meu nome não pode ser pronunciado.

– Então me deixe dizer-lhe o meu, assim você poderá partir sabendo que aqui fizestes uma amiga.

Arion pisca.

– Muito prazer, meu nome é Elena.

Arion sorri e toca gentilmente na mão da moça.

– Fique em paz jovem Elena e seja feliz, é tudo o que desejo de coração.

– Espero que o senhor possa encontrar o que procura meu senhor e que também consiga ser feliz.

Arion assente e adentra a floresta.

Enquanto vê a criatura encapuzada se distanciando Elena tem um flash onde enxerga um enorme leão carregando um bebê nas costas e sem conseguir entender chora em silêncio.

“Assim os dois que há tanto tempo se conheciam, partiam sem nunca se conhecerem”.

– Pára tudo! – Hisana levanta coçando a cabeça. – Deve ser brincadeira... – Hisana ri irônica, mas logo sua expressão fica sombria. – Tem que ser coincidência...

Byakuya, Renji e Komamura sabiam exatamente o que assustava Hisana, por que aquilo os assustava também.

Arion e os outros bestiais não estavam entendo a reação deles.

– O que houve Hisana? – Raysha pergunta.

– A... A mulher do Magnus... A mesma que estava esperando um filho dele... Que foi levada pelos shinigamis primordiais... – Ela olha assustada para Arion e Raysha. – Ela se chamava ELENA...

Os bestiais também ficam surpresos.

– Pode ser verdade... – Arion fica pensativo. – Me lembro de Magnus estar interessado em uma humana com poderes espirituais e ter ficado muito feliz com essa descoberta... Na época que fui preso ele tentou intervir no julgamento e acabou sendo detido em uma cela restritiva.

– Ele não sabia que o senhor talvez tivesse contato com Elena Arion-san, mas talvez tenha se identificado com a sua situação por que já estava apaixonado por ela... – Hisana também fica pensativa.

– Meu crime nunca seria descoberto, mas eu não poderia viver daquela forma... Ver que Elena estava sã e salva e que tinha uma nova chance de ser feliz me deu forças para confessar meu crime, mesmo eu sabendo das consequências.

Arion fechava os olhos lembrando...

– Arion, por quê? Por que você fez isso? – Yamamoto o jovem shinigami de cabelos negros longos e lisos estava em uma espécie de templo sem grades, sem guardas e sem desconfiança de olhares condenadores.

– Por que eu tenho um coração nobre amigo. – A voz forte responde.

– Como? – Yamamoto parece não entender.

– Um coração capaz de sentir emoções e agir quando estes sentimentos tomam conta de meu ser.

– Mas... Por que você matou aqueles homens!? Você sabia que somos proibidos de nos envolvermos no mundo dos humanos Arion, que somos punidos se mudarmos os seus destinos!

– Não pude evitar... Apenas segui o meu coração e não me arrependo... – Arion se vira para Yamamoto. – Não me arrependo mesmo, nobre amigo.

– A... Arion... – Yamamoto suava frio.

O bestial sorri sereno.

– Agora entendo os sentimentos de Magnus para com os humanos e o motivo de amá-los tanto... São criaturas magníficas sem dúvidas e capazes de nos fazer agir da maneira mais impensada... Quando eu desaparecer, cuide para que ele não cometa o mesmo erro.

– Não diga uma coisa dessas seu grande tolo! – Genryuusai desfere um soco no bestial que dá um passo para trás, o jovem shinigami de cabelos negros apertava os punhos com tanta força que sangravam. – Não diga desaparecer... Por que... Mesmo que você não esteja mais entre nós... – Genryuusai chorava apertando os olhos. – Eu nunca vou esquecer o meu melhor amigo... Isso Nunca! – Ele desabafa sem conseguir levantar o rosto.

– Genryuusai... – Arion sorri e abraça a cabeça do amigo. – Eu sei que conseguirá seguir em frente, as lágrimas de agora cairão somente agora, depois você logo irá sorrir por causa das infinitas possibilidades de um novo futuro... Que você ajudará a criar.

– Não... – Ele balança a cabeça. – Por que o grande rei colocaria esse ‘defeito’ na gente... Sentimentos humanos... Se não podemos sequer deixá-los que nos vejam? Agimos como ladrões sem sermos vistos ajudando-os e eles nem mesmo sabem que existimos... Odeio... Odeio essa sensação e não entendo por que ele nos faz passar por isso.

– Obediência nobre amigo, um mundo sem obediência é tomado pelo caos, você entende muito bem o significado da justiça Yamamoto, por isso sabe que devemos obediência.

– Se for para correr o risco de outros como nós passarmos pelo o que você irá passar... Então que a justiça seja mais rigorosa, que nossa companhia ao lado dos humanos não seja tão íntima... Que eles aprendam a andar com suas próprias pernas sem depender sempre de nós.

– Eles ainda não estão prontos para isso meu amigo e você sabe muito bem, mas quando este dia chegar, temo que os corações dos shinigamis se tornem frios e acabem por esquecer o significado de sentimentos... E o real significado de cuidar destas nobres vidas.

– Eu não me importo e estou ansioso por este dia por que hoje por causa deles estou perdendo meu melhor amigo. – Yamamoto enxuga as lágrimas.

– Não. – Arion sorri. - Você não está perdendo ninguém Yamamoto, mas ganhando uma preciosa lição. – Arion toca no ombro do jovem shinigami que apenas ouvia. – A vida é uma eterna lição e mesmo depois da morte o ensinamento continua, seja na memória dos que ficam... Seja pela memória dos que vão...

Momentos depois Arion estava diante de um grande altar em pé e acorrentado diante de uma grande lança cheia de selos amarrada em pé em duas pilastras.

Danielle se aproxima diante de todos e sentencia aos ouvintes.

– Hoje estamos reunidos aqui para testemunhar os últimos momentos de um grande companheiro que diante das escolhas feitas em seu coração cometeu o único crime que nos é imposto o julgamento da morte. – Danielle olha para Arion que parecia mais calmo que ela, ele assente com a cabeça e em sua serenidade lhe dá forças para continuar. – Uma vez nos dado vida... O grande rei não possui mais poder para destruí-la apenas renová-la, por isso... Danielle aponta para a enorme lança. – O Soukyoku é a zampakutou que age como a justiça em nossa sociedade, foi forjada com o poder de todos nós e significa obediência, por isso uma vez esquecida a obediência, essa zampakutou deve brilhar... – Danielle tremia. – Brilhar... E nos fazer lembrar da autoridade do grande rei.

– Vai ficar tudo bem Danielle... – Arion a tranquiliza outra vez.

Danielle tremia e evitava olhar para trás.

– Preparem... O altar... – Ela gagueja.

Três shinigamis se aproximam e liberam os selos ao redor da grande lança que vão desenrolando como serpentes e ao cair o último selo Soukyoku acende tornando-se uma enorme fênix.

– O poder de Magnus... Então foi o seu poder o escolhido para personificar a vontade do grande rei... – Arion sorri e fecha os olhos. – O poder que simboliza a ressurreição hoje simbolizará a minha morte...

Danielle levanta a mão e a grande fênix se prepara para voar em direção a Arion e pôr um fim a sua existência.

– Arion... – Danielle teme baixar a mão.

Yamamoto cerrava os olhos evitando olhar.

Arion fecha os olhos aceitando seu destino.

– Soukyoku... Faça justiça... Danielle sentencia de olhos fechados.

A grande fênix emite um som ensurdecedor e bater de asas majestosas então sai voando a toda velocidade...

– ARION!!!

Várias vozes gritam o nome do bestial pulando e ficando na sua frente.

– Parem essa insanidade! – Um bestial alto e jovem com orelhas lupinas e pêlos ruivos grita com toda força.

– Komamura não faça isso! Desse jeito todos irão morrer! – Arion rebate.

– Não posso fazer isso Arion, nenhum de nós pode! Seu julgamento é injusto! – Ele vocifera olhando para Danielle. – Você melhor do que ninguém sabe disso Dani, se o que digo não fosse verdade você jamais estaria tremendo como está!

Danielle morde os lábios fechando os olhos.

A enorme Fênix também conhecida como a personificação do poder de Magnus pára diante de toda a comoção e fica batendo suas asas no céu.

– Até mesmo você sente a dor de apagar uma das grandes chamas do grande rei não é mesmo? – Raysha se aproxima da enorme fênix. – Nós entendemos o seu dever e por isso nos voluntariamos a ter nossas existências extintas ao lado de nosso nobre companheiro.

Murmúrios se espalham entre as multidões de shinigamis que surpresos enxergam vários e vários shinigamis bestiais se aproximando do pedestal de execução.

– Isso é loucura, vocês pretendem extinguir toda a raça bestial por causa do erro de um único shinigami entre vocês?! – Uma mulher alta de cabelos negros e expressão feroz grita e se volta para Yamamoto. – Genryuusai você deve conhecer algum meio de evitar tudo isso!

– Kuchiki, nós estamos fazendo isso por um motivo muito simples. – Komamura começa a falar. – Por causa da convivência com os humanos nós bestiais nos tornamos perigosos, desenvolvemos sentimentos humanos e por causa disso também suas fraquezas, mesmo que Arion tente levar toda a culpa pelo erro que cometeu gostaria apenas que lembrassem que isso se deve a uma característica que agora existe dentro de nós, tão comum que cedo ou tarde estamos fadados a cometer o mesmo erro.

– Mesmo assim Komamura, podemos fazer alguma coisa para que isso não se repita, podemos tirá-los da vigília humana! – Kuchiki argumenta.

– Ele tem razão Kuchiki, isso seria apenas adiar uma coisa que já faz parte deles. – Um homem moreno toca no ombro da mulher shinigami. – Sabendo disso eles pretendem eliminar a ameaça que poderiam se tornar à humanidade...

– Shihouin... – Kuchiki baixa a cabeça.

– Por isso se vão matar Arion, matem a todos nós, pois somos criminosos premeditados e uma ameaça a qualquer espécie... – Komamura diz cruzando os braços.

Vários bestiais se aproximam.

– Vocês... – Arion estava sem palavras diante de tal sacrifício de seus companheiros.

– Arion. – Raysha toca no rosto do companheiro. – Nós bestiais fomos criados para sermos fiéis um aos outros por toda a eternidade, mas se a única forma de deixarmos de existir seja pelas chamas da vida ou da morte, isso não importa mais, estaremos todos juntos até o fim. – Ela sorri.

– Raysha... – Arion baixa a cabeça.

A enorme fênix se prepara outra vez e com a presença dos bestiais suas chamas se tornam mais intensas.

– Danielle faça alguma coisa! – Kuchiki grita outra vez.

– Genryuusai! – Alguns shinigamis o chamam entrando em pânico.

– TSC! – Shihouin não gostava nada daquela situação.

(- Pare).

A voz ecoa na cabeça dos shinigamis e a enorme fênix apaga repentinamente voltando a ser a enorme lança.

– Todos veem quando Reio se aproxima a passos firmes ficando ao lado de Danielle.

(- Eu estou muito feliz em ver o sentimento de companheirismo que existe entre vocês e me alegra ver que ele não possui horizontes).

– O senhor nos honra. – Komamura responde.

(- Porém um crime continua sendo um crime e por isso ainda passível de punição, Komamura sua coragem em ser o primeiro a doar sua vida por seu amigo abriu meus olhos e por sua causa os pouparei da morte, porém, é verdade o que dizes sobre a ameaça que se tornaram, o poder de seus corações alcançaram níveis que mesmo eu sou incapaz de mensurar e por isso temo pela segurança daqueles que vivem na terra).

– Nós entendemos senhor e agradecemos pela sua bondade, mas se não podemos voltar para a terra também não poderemos ficar aqui. – Komamura diz.

– Ele tem razão Reio. – Arion se manifesta. – Fomos criados como criaturas inocentes que se moldaram pela influência terrena dos homens e por isso não podemos mais chamar este mundo de lar.

(- O que sugere Arion?).

– Mande-nos para longe, um lugar onde tenhas a certeza que não seremos ameaça para ninguém, lá viveremos sem perturbar o equilíbrio que temes perder. – O bestial sugere.

– Vocês querem se exilar?! – Danielle se exalta. – Mas Arion, mesmo que façam isso nós não vamos permitir que fiquem isolados para sempre! Vocês ainda são nossos companheiros, não é justo que isso tenha que acontecer a vocês! – Ela baixa a cabeça.

– Você não precisará se preocupar com isso se não tiver memórias de nossa existência. – Komamura fala sozinho.

– O que?! – Alguns shinigamis exclamam.

Komamura fica a frente dos bestiais.

– Reio, apague as memórias de todos e nos mande a algum lugar para que nunca mais tenhamos contato com os outros seres vivos, apague tudo o que for relacionado a nós, essa é a maneira mais segura de garantir que o mesmo erro não se repita!.

– Komamura não! – Genryuusai grita.

– Sinto muito Genryuusai, mas é preciso.

– Ele tem razão nobre amigo. – Arion toca no ombro de Komamura. – Essa é a melhor escolha que podemos tomar.

(- Aceitarei sua condição, lhes mandarei para o deserto das almas e os guiarei em direção a um novo destino, coloco em suas mãos a responsabilidade de manter o equilíbrio das almas dos animais que cuidaram um dia e entrego para vocês a raiz dos espíritos para que possam viver, porém não permitirei que se apague para sempre suas existências, Komamura será a lembrança viva daquilo que foi decidido neste dia e se em algum momento sentirmos a necessidade de reviver o passado tu serás a chave que guiarás as duas raças).

Ao dizer isso o corpo de reio brilha e uma luz pousa sobre os shinigamis que caem inconscientes no chão, inclusive Komamura, somente alguns shinigamis primordiais ficam de pé. Os bestiais olhavam para seus companheiros naquele sono profundo e se entristecem.

– Yamamoto, Danielle cuidem dele, por favor. – Rhafir pede.

– Não se preocupe Rhafir. – Genryuusai responde cumprimentando-o.

(Vocês terão de passar por muitas provações até chegarem ao local onde viverão prósperos, sejam fortes, quando o tempo certo finalmente chegar suas memórias se apagarão aos poucos e somente Arion e Raysha lembrarão o real motivo por trás de tudo o que aconteceu aqui).

– Obrigado senhor.

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(10. LYEL OST_SNK I_Track 10 E.M.A Part-A)

– Vagamos por décadas no deserto e sofremos bastante por causa das mudanças espirituais intensas que ocorriam durante o dia e a noite, quando finalmente encontramos onde iriamos finalmente viver plantamos a Raiz dos espíritos e ela rapidamente frutificou tornando o solo ideal para viver. – Raysha conta.

– Eu acordei séculos depois um pouco confuso sem saber quem eu era de verdade, Genryuusai-dono me ensinou a ser um shinigami mais uma vez... Mas agora lembro claramente quem eu sou...

– Capitão? – Hisana o chama.

Komamura começa a se levantar vagarosamente, sentindo-se diferente.

– Meu nome é Komamura Sajin, sou um shinigami primordial criado para proteger o mundo espiritual e guiar as almas humanas...

Hisana, Byakuya e Renji olham surpresos para ele e se levantam.

– Ko... Komamura-taichou... – Renji o chama com a voz trêmula.

– Sim?

– Sua... Aparência...

Komamura pisca e olha para suas mãos.

– O... O que?! – Ele toca em seu rosto e olha para suas costas. – Eu... Eu...!

Aizac, Mordecai, Miwa e Soren colocavam as mãos na cabeça sentindo a mesma surpresa que Komamura.

– Eu me lembro de tudo agora... – Aizac comenta.

– Sim... Komamura...! Komamura! – Miwa pula agarrando o bestial. – Komamura!

Komamura começa a rir.

Aizac e Soren também pulam em cima do amigo.

– Não pode ser... Então é por isso que tínhamos a sensação dele sempre ser um de nós mesmo nunca o tendo visto... Nossas memórias estavam bloqueadas para proteger-nos do exterior... – Mordecai sussurrava.

– Então agora todos os bestiais poderão lembrar quem ele realmente é? – Renji pergunta.

– Sim, agora que ele recuperou as suas memórias o selo que havia sido posto nas memórias de todos se rompeu, mas com certeza Yamamoto já tinha facilitado o retorno delas antes de entrarem no deserto. – Arion comenta.

– Sim. – Komamura se aproxima. – Antes de entrarmos no deserto Genryuusai-dono quebrou o selo de meus instintos bestiais e por causa disso pude nos guiar pelo deserto, mas eu sinceramente ainda não acredito que me lembro de tudo agora! – Komamura fica maravilhado. – Minhas memórias estão fluindo como um rio é incrível!

– Kurosaki Hisana.

– Eu! – A jovem se vira para Arion.

– Como havíamos prometido, iremos ajuda-los naquilo que pudermos, portanto eu me ofereço a treiná-la. – Arion diz.

– É sério Arion-san!? – A expressão de Hisana brilha.

– Arion eu também precisarei treinar, como fiquei durante a criação da Soul Society, meus poderes primordiais foram usados na remodelação do mundo espiritual. – Komamura lembra.

– Não se preocupe com isso, alguém ficará encarregado de ajuda-lo a lutar como um bestial outra vez. – Arion aponta para trás.

– Komamura!

Todos olham surpresos para trás e veem um ofegante Rhafir olhando surpreso para o capitão.

– Rhafir...

– Não pode ser... Você...

– Rhafir! – O capitão cumprimenta o bestial de pêlos morenos.

– Seja bem-vindo de volta meu irmão. – Rhafir sorri.

– É bom estar em casa irmão. – Komamura responde.

Renji e Hisana olham de boca aberta quando Rhafir sorri.

– Eu ouvi o que Arion reikin disse, não se preocupe, vou ajuda-lo no que puder. – O bestial se voluntaria.

– Eu também gostaria de treinar você Byakuya-san. – Raysha olha para o capitão.

– Será um prazer senhorita.

– E eu? E Eu?! – Renji já estava preocupado até que sente dois braços diferentes entrelaçarem seu pescoço.

– Até parece que a gente ia perder essa oportunidade. – Soren ri.

– Oh, sim, claro, claro Soren, vai ser divertido ensiná-lo a lutar como um bestial! – Comenta Aizac com um sorriso irônico.

– Por que eu sou o único que não pega alguém do sexo oposto... – Lamenta Renji.

– Acho que o capitão thundercat ali não é fêmea não... – Brinca Hisana apontando com o dedão para Komamura.

– Não sei quanto tempo necessitarão para alcançarem um bom resultado, mas garanto que ao finalizarem o treinamento, vocês se tornarão shinigamis completamente diferentes. – Arion diz.

– Então o que estamos esperando. – Komamura soca a mão. – Mostre-nos o caminho.

Os olhos de Hisana brilham e cada um de seus companheiros toma uma direção diferente e a partir daquele dia todos eles despertariam verdadeiras feras escondidas em seus corações...

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Continua...

Trailer de Ascensão

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Músicas temas

Arion Leonis: Visions Of Atlantis - Cast Away: Lost

Komamura Sajin: Angra - Temple Of Shadows: Late Redemption.

Raysha Alomar: Enigma - Gravity Of Love.


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Notas finais do capítulo

Capítulo Grande e atrasado por causa da manutenção do site, mas a espera sempre aumenta as expectativas com relação ao que acontece e torna a vontade de ler ainda maior xD.
Com este capítulo encerramos a parte dos Bestiais e nossos queridos amiguxos tomarão um chá de sumiço por mais alguns capítulos aparecendo de vez em nunca só para mostrar que estão vivos, mas o resto da surpresa só para quando retornarem agora hehehe.
Voltaremos ao nosso amado grupo de Karakura e novos acontecimentos se desenrolarão, aguardem!

Também gostaria de deixar um aviso aos meus leitores queridos! Comecei o último período da faculdade e com a aprovação do meu projeto de TCC agora comecei a escrevê-lo e estou cheia de coisas para fazer por causa do internato e por que estou trabalhando em postos de saúde e tá uma loucura só! Por isso gostaria de avisá-los que a partir deste capítulo não conseguirei garantir uma frequência de postagem... Peço mil desculpas pela inconveniência, mas sempre que possível tentarei voltar a escrever ok? Grata pela compreensão e vejo vocês nas reviews!