Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 31
A Cidade Perdida


Notas iniciais do capítulo

Hisana acorda em um novo mundo onde conhece a realidade de uma raça que nasceu para viver de uma maneira que ela nunca imaginava, entre uma conversa e outra ela e os bestiais acabam compartilhando fatos jamais registrados na história, porém Rhafir pressiona Hisana sobre toda a verdade escondida em seu coração e ela acaba revelando algo chocante ao grupo...



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SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

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(05 Frankenstein's Monster)

No lugar oculto e distante onde Solomon trabalhava o abissal Zerus não se portava mais como uma visita, mas como o servo que nascera para servir e ouvir as ordens de seu senhor, embora o cientista de monóculos fosse de uma época diferente, sua inteligência em nada ficava atrás de seu futuro “eu” que o deixava a par de todos os seus planos.

No dia que Zerus chega ao laboratório ele relata tudo que o seu senhor no futuro ordenara e se prontifica a auxiliar Solomon a concluir seus planos e encaixar novos, com a inteligência dos dois em funcionamento tudo se tornava mais rápido e depois de poucos dias a conexão com o futuro tinha finalmente sido estabelecida, agora, não apenas Urahara, mas Solomon também poderia ter contato com seu outro “eu”.

– Faça a conexão. – Ele ordena.

– Sim senhor. – Zerus aperta o botão da conexão no teclado virtual e na tela do computador científico uma estática surge com ruído sem sinal, de repente o ruído diminui e a imagem branca e estruturada do fundo de um laboratório surge, mostrando o rosto familiar que já aguardava do outro lado.

– Saudações Solomon Bloodfield. – O homem o saúda do monitor.

Solomon levanta uma sobrancelha e sorri.

– A última coisa que eu esperava ouvir seria a saudação vinda de mim mesmo.

O homem no monitor ri.

Não seja modesto “consigo”, ambos sabemos que tudo se espera daquele que guarda a sabedoria do grande rei. – SolomonF brinca.

– Tanto a sabedoria... Quanto a loucura... – O cientista na frente do monitor lembra-se do pequeno detalhe.

Os dois riem.

– Zerus já relatou a base de tudo aquilo que pretendo fazer com você, agora eu irei relatar tudo aquilo que ambos farão e quais são os meus planos para seu futuro. – SolomonF fala.

– Sim, claro, claro! Estou extremamente curioso em saber que tipos de planos o tempo me fará planejar, mas primeiro eu tenho um pedido a lhe fazer...

Zerus olha curioso para o cientista sentado à frente do monitor, mas SolomonF sorri fechando os olhos.

– Eu já sei o que irá pedir, afinal nesta época eu me lembro muito bem qual era meu maior desejo, por isso eu o pedi para estar aqui neste momento...

Ao dizer isso SolomonF olha para o lado e alguém alto se aproxima do monitor, o ângulo da câmera muda e Magnus surge encarando o homem do passado.

– Solomon...

O cientista olha surpreso por um instante, mas em seguida volta a se concentrar na figura distinta diante de si.

– É bom revê-lo outra vez... Velho amigo...

Magnus assente em igual consentimento.

– Me encontrar é o pequeno detalhe diante do grande acontecimento que virá em seguida... – Magnus diz.

Solomon olha para seu “eu” com curiosidade, depois volta a encarar Magnus.

– Parece que em breve começaremos uma guerra não é mesmo...?

O homem de cabelos claros sorri.

– Exatamente, mas para isso você precisará de um exército... Para isso... Precisará da ajuda dele. – Magnus olha para Zerus.

Solomon começa a gargalhar insanamente.

– Isso está ficando cada vez melhor...! – Solomon entrelaça os dedos e olha curioso para os dois conhecidos do futuro, as mãos escondendo metade de seu rosto, mas deixando bem evidente o olhar sinistro de um cientista perigoso. – Surpreenda-me... – A voz do cientista se torna sombria.

Zerus sente um arrepio na espinha e instintivamente se ajoelha diante de seus superiores.

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(04 - Tsuioku ~Mezameru Tamashii~)

No dia que Ichigo passa mal e Rukia de maneira “amorosa” recupera sua saúde, Katsuya e Hiryu conversavam na varanda da loja, ele sentado na escada, ela escorada na coluna.

– Então quer dizer que Hisana finalmente colocou um pouco de juízo na cabeça heim?! – Katsuya parecia olhar aliviado para cima.

Hiryu sorri.

– Parece que ela finalmente dará mais atenção ao que realmente importa você não é o único que está feliz com isso. – Ela afirma ao rapaz com expressão tão aliviada quanto a dele.

– Mas ainda estou preocupado. – Suspira. – Meu pai está tentando fazer uma conexão com ela há semanas e não consegue estabelecer contato, ele disse que isso pode ser culpa das partículas de reishi desenfreadas circulando pelo deserto e a única coisa que ele sabe é que ela está bem por causa das funções vitais que monitora.

– Eu ainda consigo sentir Hisana, mas a conexão mais forte que tenho agora é com Ichigo que está mais perto de mim no momento.

Katsuya olha para ela de maneira esquisita.

– Falando em Ichigo... Que brincadeira foi aquela de dizer que a Rukia-san tinha que beijá-lo para estabilizar a reiatsu?

Hiryu levanta uma sobrancelha.

– Eu não disse nada, foi você que sugeriu fazer aquilo, eu ia dizer para ela segurar na mão dele, mas ai você começou a gesticular com a boca, então tive que concordar com a sua idéia para não fazê-lo de bobo e deixá-la com raiva de você.

– Você me usou! – Katsuya bufa totalmente vermelho com veias na testa.

– Mas eu não disse nada. – Hiryu fala de maneira calma em contraste ao desconcerto do rapaz. – Sabia que eu salvei a sua pele...? – Tenta lembrá-lo.

– Gah! – Katsuya se dá por vencido.

– Aliás... Já que estamos falando de Ichigo e Rukia... Como vai você e a Hisana? – Ela pergunta de supetão.

Katsuya engasga e não deixa de ficar vermelho.

– Como... Como assim!? – Ele pergunta engasgando com as palavras.

– Oh... Desde que éramos crianças eu sabia o que você sentia por ela, mas Hisana sempre foi sapeca daquele jeito e nunca se importou muito com sentimentos alheios, mas sabe... – Hiryu olha com a ponta dos olhos para ele. – Independente de ela ter amado Kaliver um dia você sempre teve um espaço muito grande e querido dentro do coração dela e esse espaço fica logo ao lado do que ela tem reservado para o Ichigo e a Rukia... Nem mesmo Kaliver tinha isso...

Katsuya arregala os olhos surpreso.

– Q... Ãhm?!

Hiryu ri.

– Quer um conselho de uma zampakutou que conhece bem a própria mestra? – A moça de cabelos longos negros se vira para Katsuya. – Hisana não sabe como se expressar, mas eu tenho certeza que ela está esperando você.

– Sé... Sério? Você acha mesmo isso Hiryu?

Ela olha com carinho para o rapaz.

– Katsuya, quem era o garoto que Hisana visitava todo o fim de semana para brincar? Quem era aquele que ela considerava o melhor amigo? Quem sempre esteve ali para ouvi-la quando ela chorava ou precisava contar alguma novidade a alguém?...

Hiryu começava a falar e as imagens de Katsuya e Hisana quando crianças brincando, correndo, rindo... Várias lembranças passam como filmes na cabeça do rapaz de sorri com ternura quando se lembra do como eram realmente próximos.

Hiryu se abaixa para olhar Katsuya nos olhos e tocar em seu ombro.

– Quem foi o único que sempre esteve ao lado dela quando todos ficaram contra “naquele dia”?

Os olhos de Katsuya se encontram com os de Hiryu e ele parecia determinado.

– Tem razão... Quando Hisana voltar... Não vou deixar essa oportunidade escapar!

Hiryu sorri satisfeita.

– Pode contar comigo Katsuya. – Ela se oferece a ajudar.

– Também tem outra coisa que eu gostaria de perguntar. – Ele muda de assunto.

– Pode falar.

– Quando o Ichigo acordar ele vai se lembrar de tudo mesmo? – O rapaz pergunta à zampakutou.

– Sim, as memórias de Ichigo se completarão, não posso dizer o mesmo de Rukia por causa do meu irmão, mas assim que Ichigo estiver de pé, ele ainda estará um pouco confuso com as lembranças... Mas também...

– Vai se lembrar dos seus poderes... – Katsuya conclui.

Hiryu assente.

– E o laço espiritual? – Pergunta outra vez.

– É uma questão de treinamento, eu posso fazer isso assim que falar com meu pai Zangetsu. – Hiryu cora um pouco coçando a bochecha sem graça.

– Feh, parece que Hisana não é a única que fica sem graça na frente dos pais.

– Com certeza... Ela não foi a única há ficar anos sem vê-los... – Ri de forma suave, mas sem graça.

– Fico feliz por você Hiryuken. – Katsuya diz.

– Obrigada.

– Então vamos nos esforçar para manter a casa em ordem para quando Hisana voltar encontrar tudo no lugar! – Diz Katsuya estendendo a mão para cumprimentar a zampakutou de Hisana.

Hiryu ri.

– Katsuya, a forma como você falou, parece um marido esperando ansiosamente pela esposa!

Ele engasga corando furiosamente.

– Cala a boca sua zampakutou pervertida!

Hiryuken começa a gargalhar e ele cruza os braços resmungando, os dois se comportam por um momento até que o rapaz volta a tocar em outro assunto.

– A propósito... Será que eles estão se beijando até agora...?

Hiryu não responde ficando levemente corada.

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Hisana estava em casa, ela adentra a porta de sua residência e encontra sua família reunida, suas tias gêmeas agora mais crescidas estavam ali com suas respectivas famílias rindo em meio a uma conversa que ela não conseguia ouvir, seu avô brincava com um bebê de cabelos prateados e olhos verdes enquanto seus primos pequenos passavam correndo ao lado dela brincando, ela enxerga seus pais na cozinha preparando alguma coisa e se aproxima para cumprimenta-los com um sorriso no rosto, seu pai passa a mão na cabeça da jovem e ela olha para Rukia que exibia uma barriga em seu final de gestação, Hisana se abaixa e encosta a cabeça no ventre de sua mãe falando alguma coisa e tirando risos de seus pais o bebê mexe surpreendendo-os e ela levanta olhando orgulhosa para a barriga da mãe.

Aquela era uma família grande, feliz e completa, eles comiam e riam em meio a conversas naquela tarde de domingo, a campainha da casa toca e Hisana se prontifica a atender, ela pede licença e se dirige até a entrada da casa, quando abre a porta Magnus e Solomon surgem segurando o corpo de Katsuya extremamente ferido, a jovem entra em choque e ouve gritos atrás de si, quando vira para trás enxerga sua casa em chamas e sua família virando cinzas, ela grita em desespero e ao encarar Magnus e Solomon novamente o corpo de Katsuya começa a se desfazer, ela grita de ódio e desespero esticando a mão para segurar o amigo, mas assim que encosta, ele se desfaz em suas mãos.

– KATSUYA!

Hisana grita acordando suada e ofegando, ela estava sentada com o braço trêmulo olhando para frente, mas volta a si e olha para a palma da mão concluindo ser aquele um pesadelo de um desejo antigo que gostaria que se concretizasse, também percebe que estava vestida com uma roupa que misturava detalhes árabes e tribais, então olha ao redor e percebe estar em um lugar diferente, parecia um quarto de regiões áridas com detalhes regionais e tapetes tanto no chão quanto nas paredes, o ambiente era limpo e organizado chamando a atenção da moça.

– Ah, finalmente acordou! E parece que teve um sonho e tanto heim?

Hisana se assusta olhando para o outro lado e encontrando uma jovem de características felinas sorrindo com as mãos na cintura.

– Vo... Você é aquela bestial da floresta! – Hisana diz surpresa.

– Sim, prazer o meu nome é Miwa. – Continuava sorrindo.

– Eu... Eu sou Kurosaki Hisana. – A jovem cumprimenta fazendo reverência com a cabeça.

– Ah, não precisa ser formal comigo não, eu não ligo para essas coisas Hisa-chan! – Miwa ri.

– Ah... Peraí... Onde é que eu estou?! – Ela começa a olhar confusa para o ambiente.

– Não se preocupe você está em casa e antes que pergunte seus companheiros estão vivos e muito bem apenas aguardando que se recupere para poder encontrá-los.

– O quê? Como assim, quanto tempo eu fiquei desacordada? – Diz suando nervosa.

– Cinco dias precisamente. – Miwa responde.

– Cinco dias!? – Hisana tenta levantar com um salto, mas fica tonta e Miwa a segura antes que caia de rosto no chão.

– Se acalme você não está totalmente recuperada, aquela coisa estranha que você fez na floresta quase a matou, mesmo Raysha teve um pouco de dificuldades para trazê-la à vida, ela me deu ordens explícitas para vigiar você e não deixa-la fazer nenhuma insanidade. – Miwa colocava Hisana novamente na cama.

– Raysha? – Hisana não sabia quem era.

Miwa assente com a cabeça.

– Ela é a bestial mais respeitada em nossa cidade depois de Arion reikin, foi ela que salvou a sua vida e também espera poder vê-la assim que se recuperar.

– Eu... Eu preciso encontrar o meu tio e os outros, nós temos muitas coisas para conversar com Arion Leonis, eu tenho que...

– Seus amigos já contaram para gente sobre a sua missão enquanto estava inconsciente, mas antes que se encontre com eles, Arion reikin pediu que se recuperasse e comesse alguma coisa antes de sair ao seu encontro.

– Não posso... Cada segundo que perco aqui representa maiores riscos aos meus amigos, já tentei entrar em contato inúmeras vezes com eles sem sucesso, se eu não estiver lá para ajudar tenho medo do que pode acontecer. – Hisana começa a se levantar novamente. – Se você já ouviu a minha história sabe que tempo é tudo o que eu não posso perder Miwa!

(01 Deliverance)

Hisana encara Miwa demonstrando que não pretendia esperar, a bestial analisa o olhar de Hisana então suspira.

– Fuh! Você é tão teimosa quanto um elefante! – Ela levanta se dando por vencida e se dirige até a porta, então vira o rosto para Hisana. – O que está esperando? Vamos!

Hisana sorri para a bestial e a acompanha passando pela porta, elas andam por um palacete ornamentando e esculpido em pedras de mármore e outros valores naturais dando um toque árabe ao lugar, era um ambiente agradável aos olhos e Hisana observava cada detalhe, alguns bestiais passam por elas e as cumprimentam, Hisana não deixa de notar a forma natural como a tratam, embora ela fosse tão diferente dos demais habitantes eles agiam como se ela fosse um deles, quando chegam a uma grande porta Miwa abre fazendo uma forte luz entrar nos olhos da jovem deixando sua visão branca até se adaptar à luz, quando isso acontece ela imediatamente fica de boca aberta e olhar estupefato.

– Isso é! Isso é...!

Miwa abre um largo sorriso colocando as mãos atrás da cabeça.

– Seja bem vinda a nossa casa!

O lugar se assemelhava a um Oásis no deserto, o ambiente tinha aquela aparência dourada de um deserto causado pelas ornamentações das casas que se assemelhavam a palacetes, as ruas eram limpas assim como o céu, embora o sol estivesse radiante, não se sentia calor no lugar, Hisana e Miwa começam a andar em uma direção, a jovem andava seguindo a bestial sem conseguir fechar a boca e se sentia em um paraíso o calor que sentia era das criaturas que passavam pelas ruas, os bestiais as cumprimentavam e algumas crianças brincalhonas passam correndo por Hisana e uma delas coloca uma rosa amarela em sua orelha, era possível ver uma grande calha construída em mármore passando pela cidade em diversos pontos onde os bestiais tinham acesso a água potável e o cuidado que tinham mostrava o como aquilo era precioso, as pessoas riam, conversavam, amamentavam seus filhos sem preocupações naquele lugar ela sentia a simplicidade daquelas criaturas e imediatamente é cativada por estes shinigamis sentindo-se confortável por estar ali.

– Esse lugar é... Não tenho nem palavras para descrevê-lo...

– É bonito não é mesmo? Devemos tudo a Arion reikin, quando conseguimos encontrar este lugar no meio do deserto ele e Raysha foram os que mais se esforçaram para transformá-lo em um ambiente que pudéssemos chamar de lar.

– Então Arion e essa que chama de Raysha são os que vocês têm mais respeito não? – Hisana pergunta.

– Sem dúvidas! Arion reikin e Raysha são os pais que nunca tivemos. – Miwa começa a rir quando afirma tal fato com naturalidade.

– Agora... Que mal lhe pergunte... Aonde está me levando?

– Para o jardim das meditações, é lá que Arion e Raysha vão quando precisam meditar ou conversar sobre o destino de nosso povo.

– Ah... E meus companheiros estarão lá?

– Sim, Arion reikin os convidou e estão conversando neste momento sobre você.

– Oh é mesmo o Komamura-san! Ele é um bestial, mas por que agem como se não o reconhecessem?

Miwa olha fazendo bico para Hisana.

– Por que nós não nos lembramos de ter deixado um irmão para trás quando entramos no deserto! – Ela parecia inconformada com esse detalhe.

– Eh?! – Hisana estava tão confusa quanto a bestial.

– Não lembram...? – Hisana pensa um pouco e se atem ao fato de Komamura também não lembrar nada sobre si mesmo. – É verdade...

– A propósito, aquele senhor de cabelos negros compridos, ele é seu tio não é mesmo? – Miwa pergunta curiosa.

– Sim o que tem ele?

– Seu tio não parava de entrar no quarto para saber como você estava ele parece se importar muito com você não é mesmo? – Miwa sorri.

– O tio Byakuya não parava de entrar no quarto? – Hisana pisca.

– É verdade, nos dois primeiros dias quando você estava muito mal, ele não saía de lá, só quando Raysha o tranquilizou que ele se acalmou um pouco.

– O tio Byakuya se preocupou comigo...? – Hisana sussurra com um sorriso.

– Em fim, estamos chegando. – Miwa aponta para uma pequena colina cercada de flores e arvores de diferentes espécies.

Hisana sente as reiatsus de seus amigos e começa a subir acompanhada por Miwa, ao longe elas avistam os companheiros de Hisana e também outros bestiais que os aguardavam.

– Oh! É a Hisana! – Renji vem correndo cumprimentá-la. – Hisana!

– Renji! – Ela sorri com um largo sorriso.

– Eu estava quase para jogar um balde de agua fria na sua cabeça para acordá-la de uma vez! – Diz rindo.

– Se você fizesse isso, eu arrebentaria a sua cara! – Ela responde inflando as bochechas e olhando afiado.

– Hehe! Essa é a Hisana que eu conheço! – Fala dando tapas nas costas da jovem.

– Ah! – Hisana grita ficando arrepiada e caindo de joelhos no chão.

– Ei! Não está vendo que ela ainda não está totalmente recuperada seu homem de cabelo igual ao um cacho de bananas! – Miwa fica eriçada na frente de Renji assuntando-o.

– Oi, oi, oi! Foi só uma tapinha, não tem como ela...

Renji olha para Hisana e consegue ver o olhar sarcástico da jovem se divertindo com a situação.

– Olha ai ela nem está sentindo dor! – Aponta para Hisana com uma veia na testa.

– Ai, ai, ai, Miwa, tá doendo! Tá doendo! – Hisana faz cara de choro.

– Se afaste seu brutamonte! – Ela empurra o rapaz. – Venha Hisa-chan, eu ajudo você a levantar. – Miwa levanta Hisana com o maior cuidado e ajuda a jovem a andar.

Quando passa por Renji, Hisana ainda faz gracinhas testando o que tinha sobrado de paciência do ruivo.

– Essa...! Essa...! Rukia nº2! – Treme de raiva tendo que segui-las de volta.

Eles chegam ao centro do jardim onde Arion, Raysha, Soren, Mordecai, Aizac, Komamura, Byakuya e...

– Ah! Você é!? – Hisana dá um salto vendo Rhafir sentado ao lado de seus amigos.

– O que foi forasteira? Se não quiser ficar eu indico o caminho. – Ele responde rispidamente.

– Esse?! Esse! – Hisana cerra os punhos.

– Se acalme Hisa-chan, Rhafir é um bom amigo, ele não irá nos fazer mal. – Miwa segurava Hisana.

– Ele bateu em você Miwa! – Hisana ainda bufava lembrando-se da covardia do bestial.

– Está tudo bem eu não guardo ressentimentos. – A jovem bestial responde com um sorriso.

– Mas... Mas!? - Hisana ainda queria bater nele.

– Sente-se. – A voz de Arion é ouvida.

– Sim senhor.

Ela senta como uma garota obediente.

– Como se sente jovem Hisana? – Ele pergunta com a voz que faz a jovem lembrar o quanto ficou arrepiada em ouvir pela primeira vez.

– Ah... É... Novinha em folha, como um bebê! – Ela responde de cabeça baixa.

– Não se preocupe, não precisa sentir-se intimidada, estas entre amigos. – Arion diz.

– Falar é fácil quando não foram eles que quase morreram só de olhar para os seus olhos! – Hisana faz careta.

Arion e Raysha riem.

– Então permita que eu me apresente mais uma vez jovem Hisana. – Arion coloca a mão no peito apontando para si. – Meu nome é Arion Leonis, senhor dos shinigamis bestiais.

– Muito prazer meu nome é Raysha, sou uma perscrutadora de estrelas.

A voz suave e tranquila de Raysha trazia uma paz que Hisana não conseguia explicar, mas ela olha para a bestial sorrindo.

– Então a senhora é a Raysha-san, muito obrigada por curar minhas feridas.

– Foi um prazer ajudá-la minha querida.

Ela sorri de volta fazendo Hisana corar sem graça.

Aizac bate no peito.

– Eu sou um dos líderes designados por Arion reikin a proteger nosso povo, Me chamo Aizac.

– Eu também sou um líder igual ao Aizac, só que mais forte, sou Soren! – O jovem lupino fala sorrindo debochando do amigo apenas querendo se exibir.

– Me engana que eu gosto... – Aizac levanta uma sobrancelha cruzando os braços.

O bestial de pêlos verde azulado faz um sinal com os dedos na testa.

– Sou Mordecai um dos responsáveis por manter o equilíbrio no ciclo da vida.

– Ciclo da vida? Como assim? – Hisana pergunta.

– Nós somos aqueles que vigiam o ciclo da vida dos animais que habitam a terra em ordem mantendo o fluxo reincarnativo dos espíritos funcionando, aliás... – Miwa abre um largo sorriso. – Esse é o meu trabalho também Hisa-chan!

– É verdade! Eu nunca vi nenhum animal na Soul Society até hoje! Por isso sempre me perguntei onde eles poderiam estar então quer dizer que os bestiais são os responsáveis por cuidar deles!? – Hisana pergunta.

– Sim, esse é nosso principal trabalho, é aqui que todos os animais criados habitam até mesmo alguns que já foram extintos e não fazem mais parte do fluxo terreno. – Mordecai explica.

– Mesmo aqueles do deserto? – Hisana pergunta novamente.

– Os animais do deserto são criaturas que se desviaram do ciclo reincarnativo e se corromperam unindo-se a outros animais criando abominações espirituais. – Miwa conta.

– Ah... Por isso eles são tão assustadores e fortes... – Hisana conclui.

Miwa e Mordecai assentem.

– E você não vai se apresentar? – Mordecai pergunta olhando para Rhafir.

– Ela já sabe quem eu sou. – Ele responde.

– Eu não sei não! Só sei que você é chato e mal encarado. – Hisana diz fazendo bico para o bestial.

– Apresente-se. – Raysha sorri para ele. – Seja cordial.

A expressão de Rhafir treme.

– Tsc! Rhafir, sou o líder da unidade de fronteira, sou eu que protejo esse lugar.

– Uh hum! Bom trabalho, por isso que conseguimos entrar. – Hisana fala balançando a cabeça e de braços cruzados.

– Oras sua! – Rhafir olha de maneira agressiva para ela.

– Chega Hisana. – Byakuya chama a atenção da sobrinha.

– Hehehe, foi mal tio. – Hisana põe a mão na cabeça olhando travessa para o capitão.

Arion e Raysha se entreolham sorrindo.

– Minha jovem, seus companheiros nos contaram sua história... Mas é difícil acreditar no destino que Magnus e Solomon escolheram para si...

–... O senhor não fica surpreso em ouvir falar de alguém que veio do futuro? Estranho, pensei que iria no mínimo desconfiar. – Hisana coça a cabeça confusa.

– Isso não é surpresa para nenhum de nós Hisa-chan. – Miwa responde.

– Por que não?

– Nós somos tão milenares quanto o mundo e convivemos com Magnus de perto para compreender as coisas fantásticas que ele era capaz de fazer. – Arion responde.

– É verdade... Já tinha me esquecido deste detalhe.

– Omni Magnus era o principal shinigami primordial responsável pela constante observação do fluxo espiritual do mundo, ele via o fim do destino das pessoas e ajudava a nos aproximarmos deste momento de suas vidas para resguardar suas almas vulneráveis ao mundo. – Raysha conta.

– Magnus não era apenas um observador do destino das pessoas, mas também um guardião da vida, por isso sua lâmina é um símbolo de eternidade e sua aparência sinal de ressurreição. – Mordecai lembra.

Cronos... A chama da vida... – Miwa sussurra.

– É essa zampakutou que Magnus quer libertar, ela foi selada junto com ele em outra dimensão separada, se ele conseguir fazer isso o mundo com certeza vai acabar. – Hisana é direta.

– Conte-me sobre a rebelião e acrescente mais um pouco de sua própria história jovem Hisana... Gostaríamos de ouvi-la pessoalmente. - Raysha pede.

Hisana conta seu ponto de vista da história, até por que ela possuía um testemunho diferente dos seus amigos, quando Arion indicava já saber de certos detalhes ela acrescentava novos, até por que tinha que convencê-los da ajuda que precisavam assim o dia passa e Hisana finalmente termina de contar tudo o que havia passado com seus amigos até aquele momento.

– Isso é incrível, vocês passaram por coisas inimagináveis, até mesmo para nós! – Soren diz surpreso.

– Não apenas isso, mas pensar que Magnus seria capaz de fazer tais coisas é o que mais me incomoda... – Aizac fica pensativo.

– E Solomon? Não acredito, ele já não parecia bem da cabeça desde aquela época, mas agora vejo que sua loucura tomou forma. – Soren comenta novamente.

Rhafir fitava Hisana de maneira misteriosa, mas parecia se convencer da história da jovem, exceto por dois detalhes, ele resolve citar o primeiro.

– E onde estava o grande rei nessa história toda? – Ele pergunta.

– Dormindo, de férias, tomando o chá das seis ou chocolate quente, sei lá! Ele não mostrou sinais de vida uma única vez e deixou o mundo ser destruído por alguém que ele criou e não deu a mínima. – Hisana parecia revoltada.

– Mas isso é ilógico... O grande rei não deixaria o mundo chegar a tal situação sem intervir. – Aizac comenta.

Arion olha para Hisana.

– A história que você contou sobre Yamamoto e os shinigamis primordiais que ficaram e criaram uma sociedade espiritual totalmente diferente deve ser o motivo...

– Oh, é verdade! Os shinigamis primordiais que tiveram de hibernar! – Miwa estala os dedos.

– Sim... Com nossos companheiros primordiais sendo obrigados a assumir um estado fragilizado e voltar ao ventre para recuperar os poderes é o indício de algo muito grave para o grande rei... – Arion continuava explicando.

– Como o que? – Hisana pergunta.

– Um shinigami primordial foi criado para “ter” poder, enquanto os shinigamis treinados por Yamamoto foram criados para “adquirirem” poder, em outras palavras, nós compartilhamos da fonte do poder do próprio grande rei, por isso quando a nova Sociedade foi criada e vendo o poder que seria necessário para alcançar tal objetivo o grande rei não viu outra opção senão usar aquele poder outrora compartilhado para construir o novo mundo e isso foi desgastante para ambos os lados. – Ele conclui.

– Para uma existência feita de energia pura como a nossa, o impacto com certeza é muito grande, não é algo que se recupere em dias ou séculos. – Raysha parecia calcular os fatos.

– Então se o grande rei tentasse intervir naquele momento, ele seria destruído e o mundo de fato iria acabar. – Arion diz olhando para Hisana.

– Entendi... Eu sempre pensei que ele só estava com preguiça de mexer o traseiro para ajudar... Mas... – Hisana olha curiosa para os bestiais. – Vocês... Não parecem ter sido afetados por isso...

– E não fomos nós não fazemos parte da nova sociedade que foi criada, este é nosso mundo agora, não vivemos em sua era presente e isso você já deve ter notado.

– Sim... Quando entrei aqui foi como entrar em outra dimensão...

– Exatamente, este foi o último presente do grande rei, um novo lar. – Arion diz.

A conversa fluía, porém Raysha continuava calada o tempo todo.

– Raysha? – Arion percebe o silêncio misterioso da companheira e chama por seu nome.

– Arion... Não consigo acreditar que Magnus tenha assassinado Danielle...

–... Entendo como se sente...

– Arion-san... Quem era essa Danielle afinal? Mesmo o velho Yamamoto quando citou o nome dela ficou muito triste, quem era ela? – Hisana pergunta curiosa.

– Além de nós as três chamas do grande rei, existiam alguns outros poucos shinigamis que se destacavam entre os outros por suas habilidades incomuns, uma dessas pessoas foi Danielle. – Ele diz.

– Dani desenvolveu as artes da guerra e por causa do surgimento dos espíritos transgressores, estes que hoje vocês conhecem como hollows, ela nos ensinou a lutar para proteger as almas das pessoas. - Raysha diz.

– Então está dizendo que Danielle é a responsável por criar as artes da guerra que conhecemos hoje? – Komamura pergunta.

– Sim, ela ensinou a todos nós como lutar, mesmo Arion e Magnus foram discípulos dela. – Raysha conta.

Hisana e seus companheiros ficam pasmos.

– Sé... Sério!? Mas como alguém poderosa assim foi capaz de ser derrotada por Magnus?! – Hisana parecia surpresa e confusa.

– É isso que não entendo... Magnus pode ter sido considerado o mais poderoso de nós na época, mas isso se devia a diversos fatores que juntos o tornavam assim... Porém Dani era... Era como “A mãe de todas as batalhas”... – Raysha relembra.

– Bem... O que aconteceu naquele dia eu não faço idéia, os registros sobre o passado relativo aos shinigamis primordiais são muito escassos e o pouco que eu sei aprendi lendo os documentos escondidos da família Shihouin e Kuchiki. – Hisana comenta.

Rhafir resolve citar o segundo detalhe que o incomodava sobre Hisana.

(31 - Ma Shishou)

– Já pararam de brincar de relembrar o passado? – Rhafir corta o diálogo amistoso. – Por que algumas coisas ainda não foram respondidas e espero que a nossa querida visita aqui seja bem mais específica! – Ele a encara.

– O que falta saber? – Hisana dá de ombros.

– Arion! – Rhafir olha de forma rígida para o bestial. – Eu entendo que você e os outros sejam amigáveis e gostem de conversar e entendo que existem muitas outras coisas que desejam descobrir um dos outros, mas agora não é o momento e mesmo ela disse que não podia perder tempo. – Rhafir aponta para Hisana. – Como pode olhar para ela com esse interesse todo sem desconfiar por um único momento das verdadeiras intenções dela?

– Rhafir, o que pretende trazer à tona? – Ele olha de forma serena ao amigo.

– Seu tolo, ainda não foram esclarecidas várias coisas a respeito dela, vejam! Ela contou histórias de um futuro sem esperanças e de sua viagem milagrosa em busca de auxílio, mas em que parte ela citou alguma coisa sobre si mesma? Não estranhas o fato de alguém com missão tão importante não ter um passado?

Todos olham para Hisana.

– Oh! Bicho ruim! – Hisana infla as bochechas para Rhafir. – Eu não conto nada sobre mim mesma por que não é o ponto que interessa nessa missão!

– É mesmo? Então explique por que Reiō não fez nada? Mesmo que o Grande rei não pudesse intervir o filho dele deve ter feito alguma coisa! – Rhafir encarava Hisana.

Hisana engole seco.

– É verdade Rhafir... Não tinha parado para pensar nisso... – Miwa parecia curiosa.

Hisana começa a empalidecer.

Arion e Raysha eram bastante perceptivos, o detalhe não havia escapado deles, porém para Hisana não ter citado nada até aquele momento os fez perceber que era algo que ela não gostaria de comentar.

– Não há necessidade de saber tal fato Rhafir, nós já confiamos na jovem Hisana e consideramos sua missão justa. – Arion intervém.

– Arion, você pode ser o mais poderoso, o mais inteligente ou sábio de nós, mas não pode me convencer a aceitar uma coisa que não escolho como minha! – Ele volta o olhar para Hisana outra vez. – O que Magnus fez com Reiō?

– Nada, Magnus não fez nada com ele Rhafir-san... – Hisana diz.

– Então por que Reiō não os ajudou contra eles? O que ele andou fazendo? – O bestial pergunta outra vez.

Hisana levanta encarando o bestial com olhar meio perdido.

– O filho do grande rei, ou esse tal de Reiō que tanto falam não ficou muito a fim de nos ajudar no futuro, a única coisa que ele queria era me ver morta.

O grupo olha para Hisana.

– Hisana o que você está tentando dizer...? – Byakuya começa a suar frio.

Hisana aperta os punhos.

– O Reiō não fez nada...

Miwa e Mordecai se entreolham confusos Aizac e Soren também pareciam não entender a mudança repentina de humor da jovem.

Hisana estava pálida e suando nervosa.

– Ele não fez nada...

Ela cerra os olhos apertando os dentes.

– Por que eu o matei.

Seus companheiros entram em choque.

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Continua...

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Antes que vocês se dirijam para as reviews, eu tenho uma surpresinha para vocês.

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Notas finais do capítulo

Tia Lyel criou vergonha na cara e criou uma conta de compartilhamento de mídia online, agora nada de entrar em e-mail para baixar bagulhos! Porém ele ficará ativo até eu criar nova coragem para repassar todas as trilhas do capítulos anteriores...
Gostaram do capítulo gente? Ainda tem muuuuuuita informação para passar para vocês e algumas ainda são referentes a conversa que tiveram nesse capítulo, mas agora Hisana acabou revelando algo completamente inesperado e tenho certeza que vocês imaginavam que o "grande rei" era um personagem exclusivo e único como autoridade espiritual na fic heim? POIZÉ! O Reiõ está de volta mostrando que ele está abaixo de uma autoridade espiritual maior ainda que é o alvo de Magnus nessa história, mas parece que o Reiõ não se deu muito bem nas mãos da Hisana... O próximo capítulo vai ser... (Aguardem).

Não esqueçam de comentar sobre o que acharam da surpresa que deixei para vocês!