Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 28
A Voz do Deserto


Notas iniciais do capítulo

Hisana e seus amigos enfrentam problemas no deserto e em meio ao desespero algo inesperado acontece.

E após a longa jornada finalmente nossos heróis chegam ao seu tão esperado destino...

Mas seriam eles recebidos da maneira que tanto esperavam?



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SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

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Hisana e seus companheiros já haviam completado mais de um mês no deserto, mesmo que não tivessem alcançado seu objetivo, seus corpos já estavam acostumados ao clima severo do ambiente e por causa disso conseguia apressar os passos mesmo à noite, mas a travessia do deserto durante a tempestade exigia mais cautela, principalmente quando perceberam pela primeira vez que não estavam sozinhos durante a noite.

Hisana havia se aproximado bastante de Renji e Komamura durante a viagem, porém Byakuya ainda não mostrava muito interesse em se relacionar com a sobrinha agindo e respondendo apenas por educação.

Algum tempo depois Komamura sente as mudanças climáticas a favor do grupo e por isso dá boas notícias.

– Já faz algum tempo que percebo que a medida que nos aproximamos de nosso destino, mais dessas criaturas aparecem, isso é a prova de que nosso objetivo está mais perto. – Relata o capitão bestial.

– Mais perto quanto capitão Komamura? – Hisana pergunta.

– O quanto não sei dizer, mas hoje, talvez amanhã, não tenho como lhe dizer por que nem mesmo eu sei o que iremos encontrar exatamente.

– Agora que o senhor mencionou isso... Como será a moradia desses shinigamis no meio disso tudo? Será que eles vivem entocados? – Pergunta Renji.

– Talvez vivam em iglus! – responde Hisana.

Ela e Renji se entreolham e começam a rir.

– Shh! – Byakuya faz um gesto para fazerem silêncio.

– Tio se o senhor soubesse o quanto odeio quando faz isso... – Hisana sussurra no meio da tempestade.

– Há uma matilha passando por perto se abaixem. – Komamura ordena se abaixando no meio da neve.

Seus companheiros fazem o mesmo.

Várias criaturas diferentes de qualquer uma que já tinham visto se aproxima do grupo andando em direção oposta ao que caminhavam, eles seguiam seus caminhos calmamente andando em grupo para aumentar as chances de sobrevivência e facilitar a caça.

– Droga é uma matilha com os piores deles... – Hisana cochicha.

O motivo de Hisana comentar tinha a ver com um enorme tigre de seis patas e pelos tão grossos que chegavam a espetar, ele parecia liderar o bando formado por outras criaturas tão fantásticas quanto ele, um elefante coberto por espinhos, cavalos com duas cabeças de águias, leões com rabos de serpentes javalis tão grandes quanto touros e tão feios quanto hienas.

– É melhor nós sairmos daqui, pela direção da rota que estão tomando eles passarão muito próximos de nós. – Byakuya sugere.

– Sigam-me. – Komamura começa a rastejar na neve.

Hisana seguia logo atrás da fileira e observava a movimentação da matilha com cautela, porém enquanto rastejava um vento muito forte pega o grupo de surpresa e castiga seus corpos criando queimaduras de reiatsu e arrastando Hisana para longe do grupo, ela nem grita para não chamar a atenção de seus inimigos, mas seu sangue escorria pela boca e uma trilha de sangue descia pela sua têmpora, tudo queimava e o vento lhe dava vontade de gritar.

– Detesto tempestade surpresa. – Resmunga.

Byakuya se vira para saber onde ela estava e ao encontra-la afastada faz sinal para que os outros parem.

– E agora? – Renji fala baixo.

Byakuya faz um sinal e Hisana entende que ele queria saber do seu estado, ela não perde tempo em responder que estava péssima, mas rebate com outro sinal para que o grupo prossiga.

– Vamos prosseguir. – Ele diz, mas quando se voltam para o que estavam fazendo suas expressões ficam pálidas.

O enorme tigre já estava na frente dos três encarando-os com particular interesse e provavelmente muita fome.

– Porcaria! – Ao ver a situação, Hisana não perde tempo em fica de pé não se importando com o sigilo e corre na direção de seus amigos. - Saiam dai! – Ela grita vendo melhor a situação que estavam do que eles mesmos.

– Shire Senbonzakura! – A zampakutou de Byakuya surge e ele começa a desferir seus golpes contras as criaturas que os cercavam.

– Capitão! – Renji pula para trás. – Hoero...!

Um pé enorme amassa e prende Renji no chão, ele cospe sangue e ao virar a cabeça uma espécie de hiena com corpo de touro e presas de javali o encarava salivando.

– Droga! – Renji tenta se soltar, mas a criatura faz mais força para prendê-lo e isso causa mais dor. – Ahh!! – Grita o ruivo sentindo como se seus ossos fossem quebrar.

– RENJI!!! – Hisana surge desferindo um chute aéreo na criatura que o prendia no chão fazendo-a voar longe. – Renji!

Renji começa a tentar se levantar.

– Hisana atrás de você! – Komamura grita, mas ela não consegue enxergar direito no meio de tantas partículas tempestuosas de reishi e leva uma chifrada que a atravessa e a faz cair de cara no chão.

– HISANA! – Renji grita.

Byakuya olha para trás e vê Hisana jogada no chão, ele enfurecido começa a abrir caminho entre as criaturas até chegar a ela.

– Levante-se Hisana! – Ele grita para sua sobrinha.

Hisana coloca a mão no estomago e se vira para ele.

– Eu estou bem, nos temos que reagrupar, eles são muito inteligentes!

Mas a estratégia de Hisana não tem tempo de se concretizar, as criaturas em forma de cavalo e cabeças de águias cercam Hisana e de suas bocas começam a sair teias de reishi que grudam em Hisana e começam a prendê-la.

– Mas que troço é esse?! – Ela luta para se desprender.

– Hoooo! – Komamura surge e com uma ombreada leva dois dos inimigos que prendiam Hisana, porém, ela já estava quase toda presa. – Hisana você precisa sair dai!

Mas ela estava tonta, tinha alguma coisa errada com ela.

– Meu corpo... Minha cabeça... Não estou sentindo o meu corpo...

– Essa não, essas teias estão sugando a energia dela! – Komamura exclama.

Um bramido ecoa atrás de Komamura e ele só tem tempo de enxergar a silhueta de um enorme elefante lhe empalando com vários espinhos e o arremessando no chão, onde cai Komamura fica se contorcendo paralisado pela dor enquanto a enorme criatura caminhava em sua direção.

Ao ter sua reiatsu sugada pelas teias, a habilidade que ela havia adquirido de controlar as partículas de reishi no deserto começa a se perder e a se prender vagarosamente em seu corpo.

– Droga...! DROGA! – Ela grita ficando tonta sem conseguir ajudar seus companheiros.

– Hi... Sana...! – Renji tenta se levantar, mas estava imobilizado no chão.

Byakuya ainda lutava ferozmente contra os predadores, mas pouco a pouco começa a ser cercado por elas que se preparam para dar o bote.

Ao ver a situação desesperadora em que se encontrava o seu tio, Hisana se desespera.

– Tio Byakuya, gah! – Hisana grita tentando se desprender do gelo que já a aprisionava.

– Maldição! – Ele segura sua zampakutou com firmeza, mas já estava cercado pelas feras sedentas.

– Tio Byakuya! – Hisana estica o braço enquanto uma trilha de sangue escorria pela sua testa.

– Roar! – Byakuya investe contra as criaturas, mas ele é sobrepujado facilmente e um grande tigre de seis patas morde seu tronco engolindo todo seu braço. – Uahh! – Grita o capitão sentindo a dor alucinante.

O corpo de Hisana congelava e a última coisa que ela consegue ver é seu tio sendo jogado no ar direto para a boca da enorme criatura.

(- Não quero perder mais ninguém... Não vou perder mais ninguém... Tio Byakuya... Tio Byakuya... Tio...).

Os pensamentos se Hisana se perdem no vazio enquanto seu corpo congela e seus olhos se tornavam brancos...

(Pain and Anger).

O corpo de Hisana não se movia, mas a transparência do gelo permitia que ela pudesse ver tudo o que acontecia, como a criatura que devorara o seu tio vir em sua direção, e mais límpida que a visão aterradora que assistia era a apunhalada de suas memórias e pensamentos que ecoavam em sua cabeça como as batidas de seu coração.

(DESESPERO)

(- Urahara-san... A mamãe... O papai... O titio... Todos... Estão...).

(MEDO)

(– Me solta! Me solta! Eu não quero ir!).

(CULPA)

(– Kurosaki Hisana o que aconteceu naquele lugar foi culpa sua, sua emoções desnecessárias arruinaram meu experimento e por isso toda a dor que está sentindo e ainda vai sentir se tornarão cúmplices de seus erros).

(IMPOTÊNCIA)

(- Já... Chega... Não aguento mais...).

{...}

(- Não... Quero mais...).

{...}

(- Se... Fazendo o que me ordenam impedir que o pouco que me resta não se perca... Então não vou mais lutar contra o impossível...).

{...}

(- Se for para me perder neste mundo que vivo agora... Queria que me restasse ao menos as minhas memórias... Que não fossem apagadas... Tomadas de mim como tudo o que tomam.).

(PERDA)

(- Por favor, eu faço tudo o que me mandarem, mas não faça isso eu imploro! Lanathel!).

(ÓDIO)

(- Qual o seu nome?).

(- Kurosaki Hisana e o seu?).

(- Eu me chamo...).

Uma batida forte de coração ecoa e os olhos de Hisana arregalam quando a imagem de uma criança surge em sua cabeça.

– BYAKUYA-TAICHOU!!! – Grita Renji desesperado ao ver seu capitão sendo devorado.

– KUCHIKI-TAICHOU!!! – Komamura tenta se mexer sendo sobrepujado pelo enorme monstro com porte de elefante.

O gelo que a prendia trinca, as partículas de reishi que circulavam tempestuosamente no deserto formam um turbilhão em direção à prisão da jovem, o enorme bloco começa a rachar e a mão de Hisana surge quebrando o gelo e segurando a cabeça do tigre monstruoso que assustado não consegue se mexer, o turbilhão de reishi explode o bloco de gelo que a imobilizava e ela aparece segurando a maxila e mandíbula da criatura com as duas mãos e em um esforço mínimo puxando a boca da mesma o parte em dois espalhando vísceras no ar e jogando Byakuya coberto de sangue no chão.

Komamura e Renji olham perplexos para a cena sem conseguir piscar ou respirar, os monstros que os imobilizavam saem de perto e se aglomeram ao redor de Hisana.

– Hisana... – Renji sussurra assustado.

–... O quê... – Komamura sentia a mesma coisa aterradora que o tenente.

Byakuya tosse puxando golfadas de ar, mas sente algo sinistro e assustador, por isso se esforça para virar e erguer a cabeça, mas quando levanta o semblante para ver do que se tratava a sensação que sentia a sua expressão perplexa é inevitável...

– Não pode ser... Hi... Hisana...!?

Uma aura negra emanava do corpo de Hisana e as sombras das criaturas no deserto começam a subir no corpo da jovem como se tivessem vida própria, sua pele fica mais escura e seus cabelos negros se tornam como sombras, marcas douradas semelhantes a veias grossas aparecem pelo seu corpo e seus olhos castanhos ficam completamente negros e foscos, ela estava em pé com a coluna um pouco curvada e com a expressão sedenta bufava como uma fera.

Hisana parecia possuída.

E Byakuya parecia não acreditar no que estava vendo.

(O Vendetta di Dio).

Ela olha para frente e ao encarar as criaturas sua expressão se torna mais enfurecida, seus caninos ficam à mostra e ela ergue a voz em um longo rugido que afasta as partículas de reishi que circulavam ao seu redor.

A jovem some e aparece por debaixo do enorme elefante que havia pisado em Komamura, com um impulso das pernas que fazem um buraco no chão ela desfere um gancho arrancando a cabeça do monstro que morre sem sentir dor.

Os três acompanhantes de Hisana não enxergam quando ela desaparece outra vez da visão de todos e surge a alguns metros arrastando dois cavalos com cabeças de águias pelo chão até não sobrar muita coisa de seus corpos espalhados pelo deserto.

– O que está acontecendo com ela, o que é isso?! – Renji consegue ficar de pé e vai até seu capitão.

– Esse poder! O que significa isso?! – Komamura não consegue se mexer muito e ver Hisana daquele jeito torna sua tentativa de se levantar desencorajadora.

A expressão de Byakuya tremia mesmo nas memórias que já tinha de sua sobrinha ele nunca a tinha visto agir de tal maneira e por isso fica sem saber o que dizer, porém, ao olhar melhor para ela um pensamento surge como um flash em sua cabeça.

(MEDO).

Hisana caminhava e bufava na direção de seus alvos, o relógio paradoxal estava maluco e emitia fagulhas elétricas ao redor de seu pulso, as sombras negras começavam a subir em seu corpo e mesmo as sombras de seus companheiros seguiam a mesma direção ao notar este detalhe Byakuya acaba falando:

– Medo... Ela está com medo... As sombras... As sombras que ela suga... Não pode ser...! – Ele se expressa com dificuldade.

Na cabeça de Hisana não existiam memórias, lembranças doces ou palavras de conforto, mas uma espécie de mantra que se repetia em sua cabeça e a fazia seguir em frente por puro instinto.

(Medo, agonia, desespero, ódio, impotência, culpa, perda...).

O pensamento se repetia e se intensificava fazendo aquelas sombras criarem forma.

Komamura, Renji e Byakuya olham abismados quando aquela massa de sombras negras em Hisana começa a criar a forma de um par de asas nas costas da jovem que em uma batida veloz faz surgir um redemoinho de reiatsu, Hisana voa a poucos milímetros do chão e manipula todo aquele turbilhão de energia livre no ar ao redor de seu braço desferindo um soco que cria uma rajada cônica quilométrica.

A esta altura, a matilha que atacara seus amigos já estava pela metade e os que sobraram além de assustados atacavam por puro medo da morte, as ondas de reishi não chegavam ao corpo de Hisana, ela utilizava aquela energia livre no ar a todo o momento matando seus inimigos sem piedade.

Alguns retardatários tentam fugir, mas ela desvia o olhar para eles e os persegue até alcança-los, mas ao contrário de matar, ela brinca como um gato e sua presa.

Renji ao perceber isso grita para Hisana:

– Pare com isso Hisana!

A jovem não parecia ouvir e torturava as criaturas em suas mãos.

– Jovem Hisana, pare com isso, essa não é você! – Komamura cria coragem e ergue a voz.

Hisana continuava sem dar atenção a nenhum deles.

– Não adianta, ela não nos ouve, Hisana está completamente fora de si, mas se continuar desse jeito Kuchiki-taichou, ela vai...

– Perder a sua humanidade... – Komamura completa ofegante.

Hisana pisava e parecia gostar de ouvir os gritos do monstro que matava vagarosamente.

(Medo, agonia, desespero, ódio, impotência, culpa, perda...).

As palavras se repetiam em sua cabeça.

(- Vocês querem tirar tudo de mim, mas eu vou tomar tudo de vocês primeiro).

– Acorde Hisana! – Renji grita novamente.

Byakuya se esforça e consegue ficar de joelhos.

(- Vou matar de um por um até não sobrar mais ninguém, igual fizeram comigo...).

Lágrimas de sangue começam a escorrer dos olhos de Hisana.

Byakuya consegue ficar de pé, mas segura no peito machucado pela mordida do monstro que por pouco não arrancara seu braço.

(- Ninguém manchará minhas memórias nunca mais... Nunca mais...!).

Hisana pisava com força na cabeça esmigalhada do monstro que já estava morto e a raiva dentro de seu coração parecia não ter fim.

– Kuchiki-taichou?! – Renji nota o seu capitão se erguendo e tenta apoiá-lo, mas ele recusa a ajuda em um gesto, ele tinha dificuldades para respirar e suas costelas estavam roxas.

Byakuya levanta a cabeça para frente e em meio às dores lancinantes pelo corpo ergue a voz com toda a força em seus pulmões:

– Já chega Hisana!!! – Grita o capitão cuspindo sangue.

Hisana pára de pisar na cabeça de seu inimigo, ela vira a face para encarar quem lhe chamava.

(Target Piano Version~)

– Já... Chega... Hisana – Byakuya cai de joelhos no chão.

– Capitão! – Renji o ampara.

Hisana se vira para seus amigos, seus pensamentos ainda nebulosos.

– Vai ficar tudo bem... Veja... – Byakuya diz para que ela pudesse observá-lo - Seu tio ainda está vivo... – Ofegava o capitão com olheiras sob os olhos e suando cansado.

Os olhos negros de Hisana começam a voltar ao normal.

– Não precisa mais ter medo... – Ele sorri com esforço. – Você não vai mais me perder...

Byakuya parecia ter entendido os sentimentos que distorciam o coração de sua sobrinha.

Ao ouvir as palavras de seu tio aqueles sentimentos amargos começam a desaparecer dos pensamentos e coração de Hisana e sua expressão, então volta ao normal, aquelas sombras sobre seu corpo começam a desaparecer como se nunca tivessem existido.

– Tio...? – Ela olha confusa vendo corpos espalhados em todas as direções e rastros de destruição por todos os lados. – Mas... O que diabos aconteceu por aqui, por acaso eu perdi o trem?! – Ela olha confusa para seus amigos que sorriem ao perceber que ela tinha voltado ao normal.

– Que bom que voltou ao normal Hisana! – Renji exclama aliviado.

– Já estávamos ficando preocupados. – Diz Komamura.

Pela primeira vez Byakuya sorri de coração para Hisana.

– Voltei ao normal, do que está falando abacaxi?! Como foi que derrotaram todos esses bichos? – Hisana começa a andar em suas direções, mas perde o controle sobre o equilíbrio de seu corpo. – Mas... Eh?! – A visão de Hisana fica turva. – Meu corpo tá esquisito... – A jovem dá alguns passos cambaleantes para frente, mas exausta cai inconsciente no chão.

– Hisana! – Komamura corre até ela enquanto as partículas de reishi curam seu corpo.

– Hisana! – Renji tenta se apressar, mas percebe que o corpo do capitão ficara mais pesado e ao olhar para ele Byakuya já havia adormecido.

Renji sorri.

– Que bom que sua voz a alcançou capitão...

Renji segura Byakuya nas costas e Komamura Hisana nos braços.

– Vamos continuar Renji. – Komamura diz continuando seu caminho.

– Sim Senhor! – Renji ajeita Byakuya nas costas e corre um pouco até alcançar seu capitão.

Renji e Komamura continuam a andar pelo deserto sem perder um minuto sequer, enquanto isso, Hisana e Byakuya começam a ser curados pelas partículas de reishi que entram em seus corpos durante a caminhada, porém, depois daquela noite, eles nunca mais seriam atacados novamente...

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(TSFH - Tristan)

Rukia e Ichigo treinavam ferozmente com Katsuya que se esforçava para trazer as memórias de batalha dos dois shinigamis, os corpos do casal se movimentavam com destreza se desviando dos kidous e cortes da zampakutou veloz do jovem que parecia não se segurar enquanto lutava contra eles.

– Hisa ensinou vocês melhor do que eu esperava, mas depois de apanhar tanto, acho que vocês acabaram criando um instinto meio que natural para as coisas. – Katsuya ri ao “elogiar”.

– Só pode ser isso! – Ichigo desvia de um chute pulando para trás.

As roupas de Ichigo e Rukia já estavam rasgadas àquela altura e o treino do dia estava quase para acabar.

– Mais uma vez pessoal, ataquem juntos com tudo o que tem e tentem me atingir! – Katsuya assume posição de defesa.

– Ok! – Responde Ichigo e Rukia assumindo posição de ataque.

– Some no Mae...! – Rukia posiciona sua espada.

– Getsuga...! – Ichigo ergue sua lâmina concentrando uma onda massiva de reiatsu, mas repentinamente sua visão embaça e ele fica tonto caindo de joelhos no chão.

– Ichigo! – A reiatsu de Rukia desaparece e ela se ajoelha ao lado de Ichigo.

– Ichigo-san!? – Katsuya aparece na frente dele com um shunpo.

Ichigo respirava com dificuldades e suava muito, ele colocava as mãos na cabeça com expressão assustada e isso faz com que Katsuya e Rukia também se assustem.

– Ichigo! Ichigo?! O que houve? O que está sentindo?! – Rukia fica de joelhos na frente dele segurando em seus ombros.

– Minha cabeça... Eu estou vendo...!

Uma criatura de silhueta feminina surge na cabeça no rapaz, ela tinha o corpo coberto por uma sombra negra assustadora e dizimava criaturas que ele nunca tinha visto antes.

– Hisa?! Hisa??!!

– Hisa?! – Katsuya e Rukia se entreolham sem entender.

Outros flashes surgem na cabeça de Ichigo e ele fica sem entender.

– Mas... O que está acontecendo...? Essa dor... Ela está sofrendo... Ela está com medo...! – Ichigo olha assustado para Rukia. – Ela precisa de ajuda!

– Do que você está falando Ichigo? Como você pode saber que a Hisa está precisando de ajuda?! – Rukia pergunta.

– Eu... Eu não sei... – Ichigo olha para suas mãos. – Eu... Não sei... Argh! – Ele leva as mãos à cabeça novamente. – Droga, parece que tem alguém alfinetando a minha cabeça! Eu não estou conseguindo pensar em mais nada!

– Ichigo! – Rukia o apoia nos braços.

– O treinamento acabou Rukia-san, vamos tirar o Ichigo-san daqui imediatamente! – Katsuya fala com ar de preocupação.

– Sim! Vamos voltar e leva-lo a sua casa!

Rukia e Katsuya apoiam Ichigo dos dois lados e começam a levar o jovem que mal conseguia se aguentar nas próprias pernas.

A expressão preocupada de Katsuya enegrece por um momento e sério ele pensa em um nome com tom de raiva.

(- Hiryuken...!)

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Algumas horas depois já era dia, Byakuya estava sem as marcas da batalha na noite anterior, assim como Hisana e seus companheiros, porém a jovem estava incomodada com a amnésia repentina do que ocorrera anteriormente e tenta convencer seus amigos a contar.

– Né Renji... Conta vai? Como foi que vocês espantaram aqueles bichos e destruíram todos eles?

– Já falei, o capitão Byakuya usou a bankai dentro do estomago do bichano e saiu varrendo todo mundo, depois de me sentir melhor eu também lutei com bankai assim como o capitão Komamura, já esqueceu que a gente pode fazer isso?

– Mas então por que só eu não me lembro disso?! – Hisana faz bico.

– Por que você estava igual um picolé no deserto tenho certeza que você não deve ter esquecido esse detalhe! – Renji retruca.

– É... Mas... – Hisana fica pensativa. – Tenho a sensação que aconteceu alguma coisa esquisita, me sinto tão vazia...

– Vai ver é fome. – Renji começa a implicar com Hisana.

– Olha Renji o que é aquilo?! – Hisana aponta para o nada.

Renji vira para onde ela apontava.

– O que foi? O que você está vendo?

Hisana desfere uma tapa na cabeça do amigo.

– Sua idiota por que fez isso...? – Ele fecha os punhos.

– Vai encarar? Vai encarar? – Hisana faz pose de boxeadora desferindo socos no ar e se balançando chamando o ruivo para a briga.

– Grrr!! – Ele rosna.

– Já chega você dois. Chegamos. – Anuncia Komamura.

– O que? Já chegamos?! Onde cadê os bichos?! – Hisana vira para todos os lados, mas tudo o que ela enxerga é o deserto sem fim.

– Capitão tem certeza que não está enganado? – Renji coça a cabeça confuso.

Byakuya também parecia confuso, porém mesmo que olhasse em todas as direções não conseguia achar nada.

– Tenho certeza que é aqui... – Komamura sussurra. – Posso sentir a presença deles, meus instintos não falham.

Hisana começa a andar um pouco mais fazendo sombra nos olhos com as mãos e espremendo a visão para tentar enxergar mais além.

– Tem certeza capitão Komamura por que não estou vendo nada além de um grande...

Hisana some.

– HISANA! – Os três exclamam.

– O que foi isso? Onde ela está? – Renji suava nervoso e confuso.

– Ela sumiu! Mas como?! – Komamura também não encontrava resposta.

Byakuya anda um pouco mais para frente e assim como Hisana ele repentinamente desaparece.

– Kuchiki-taichou! – Renji leva as mãos à cabeça em pânico.

– Acalme-se Renji, vamos prosseguir com cautela.

Komamura começa a andar vagarosamente e some repentinamente.

– Droga! Agora todo mundo sumiu o que eu faço? O que eu faço?!

Renji olha de um lado para o outro então fechando os olhos, prendendo a respiração e tapando o nariz prossegue desaparecendo em seguida.

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(Fate Zero: 07 – Babylonia)

Quando atravessa a grande parede espelhada Renji bate em alguma coisa e ao abrir os olhos percebe que eram as costas de Komamura, mas mesmo pedindo perdão o bestial parece não se importar ou notar sequer sua presença, por isso Renji fica curioso para saber o que chamava a atenção de Komamura, quando sai das costas do capitão ele percebe que tanto ele quanto Byakuya e Hisana olhavam admirados e boquiabertos para frente e quase sem fôlego.

– Mas o que é que vocês estão olhan... – Ao virar a cabeça para frente e seguir os olhos dos companheiros ele imediatamente entende o porquê e fica com a mesma expressão.

Eles estavam em cima de uma colina olhando para um verdadeiro oásis em meio ao deserto, uma floresta densa com cachoeiras que se estendia até onde a visão conseguia acompanhar, além disso, era possível notar diferentes espécies de vegetação, olhando para trás Renji pode ver o deserto de onde vieram, mas a visão que estava diante dos guerreiros era estonteante.

– Como...? – Hisana tenta falar, mas fica calada outra vez.

Até por que todos sabiam o que ela iria perguntar.

– Que lugar maravilhoso, então este é o lar dos bestiais? – Sussurra Komamura.

Byakuya admira o lugar por mais algum tempo e nota algo que a beleza não lhe permitira notar antes, então olhando para as mãos ele relata ao grupo.

– Minha reiatsu... Não está mais sendo sugada...

Todos olham para Byakuya e percebem a mesma coisa.

– Agora que o senhor falou, tem razão, minhas energias! Não sinto mais aquele peso no corpo! – Hisana pula e dá algumas cambalhotas no ar correndo alegre pela colina.

– Mas como isso é possível?

Hisana volta correndo até eles.

– Estamos em outra dimensão aquela parede era uma ilusão igual à parede espelhada que a encosto-san abriu para a gente.

– Entendo, por isso não pudemos sentir nada... Sem Komamura-taichou com certeza já teríamos nos perdido e provavelmente morrido no deserto. – Renji conclui.

Komamura chega à beirada da colina e passa a olhar os arredores.

– Estranho... Antes eu sentia várias presenças, mas agora que entramos elas desapareceram. – Relata desconfiado.

– Eles notaram nossas presenças e as ocultaram, eles são shinigamis primordiais isolados há milênios, é claro que não apareceriam diante de nós sem saber quem somos e quais são nossas intenções. – Byakuya diz.

– Então como vamos acha-los agora? – Hisana pergunta.

– Procurando, pois agora não temos escolha. – Komamura pula da colina.

– Oh! Espera ai capitão! – Hisana pula seguindo-o.

Renji e Byakuya vêm logo atrás.

Do topo da colina uma silhueta observava os movimentos dos novos visitantes.

Andando pela floresta eles podem notar uma coisa que nunca tinham visto antes: Animais.

– Tio Byakuya... Foi só eu que notei isso ou vocês também perceberam que tá cheio de bicho por aqui...? – Comenta Hisana enquanto um macaco parece interessado em procurar piolhos em sua cabeça.

–...

Byakuya não consegue responder, pois estava pensando seriamente se o coala grudado em sua perna tinha a intenção de morrer.

– É-É a primeira vez que eu vejo animais espirituais... Na Soul Society não tem nenhum... – Renji lembra balançando o braço tentando tirar algumas sanguessugas.

– Então é para cá que eles são enviados... – Komamura parece concluir pelo grupo, enquanto uma arara se aninha em sua cabeça.

Hisana olha para o macaco.

– Você não tem nenhuma banana para comer ai não?

O macaco olha confuso para ela.

O rugido de alguma fera ecoa pela floresta e os animais aninhados em Hisana e seus amigos correm assustados adentrando a densa floresta.

– Mas... Eh?! – O que foi isso?! – Renji fica em estado de alerta.

Hisana olha para seu estomago.

– Te acalma, te acalma que a gente já vai encontrar alguma coisa para comer! – Ela diz fazendo um gesto com a mão.

– Hisana... Acho que isso não foi o seu estomago. – Komamura a corrige.

Algumas folhas nas copas das arvores se mexem e Byakuya olha para cima vendo algumas silhuetas passarem velozmente pelas arvores.

– Lá em cima! Estamos sendo cercados! – Ela alerta ao notar a movimentação.

– Se eles nos cercarem aqui nós estaremos em total desvantagem! – Hisana alerta.

– Vamos correr! – Komamura corre à frente do grupo.

– Droga! Renji apressa os passos.

– Tch! – Byakuya some com shunpo acompanhando Komamura.

– Vai ver é só um macaco! – Hisana corre suando frio.

As silhuetas continuam acompanhando os guerreiros pelas copas das arvores com destreza impressionante até que eles chegam a uma área de mata mais rasa, porém ainda cercados pela floresta.

– E agora? Estamos completamente expostos aqui! – Renji fala não gostando da situação.

As silhuetas se aproximam e eles podem vê-los por entre os galhos com olhos brilhantes.

O grupo entra em formação defensiva com cada um de costas para o outro.

– O que nós vamos fazer Hisana?! - Renji pergunta.

Hisana olha para ele e em seguida para as silhuetas nas arvores, ela se afasta dos seus companheiros.

– Hisana o que pensa que está fazendo? – Byakuya a repreende.

– Relaxa tio que está tudo sobre controle... (-Eu acho...). Hisana pigarreia e fazendo um gesto com a mão direita se apresenta: - Olá meu nome é Kurosaki Hisana, eu e meus amigos viemos em paz.

Hisana olhava para cima como não obtém resposta se prepara para olhar para seus companheiros.

(Chuno_Beyond the Desert).

Mas uma criatura já olhava para ela abaixada no chão curiosa e puxando alguns pedaços de sua vestimenta.

– Eh?! – Hisana se assusta quando nota que já tinha alguém na sua frente. (- Quando foi que ela chegou aqui?!). – Pensa realmente surpresa.

A criatura se levanta e é um pouco mais baixa que Hisana, além de seus olhos purpúreos e cabelos loiros o que mais chamava a atenção de Hisana eram suas discretas orelhas felinas e cauda de gato.

– O-Olá, meu nome é Hisana e o seu qual é?

Bag thak la ren nai.

Hisana pisca e levanta uma sobrancelha.

– Olha moça... Eu estou sendo educada com a senhora, não precisa me ofender...

A jovem bestial olha Hisana nos olhos e curiosamente segura o queixo da jovem olhando de um lado para o outro como se quisesse ver as características diferentes entre elas.

– Tchá, eu shei qui tem umash marchas de porradash ai, mashi athésh que eu chou bunitinhash. – Responde Hisana tendo a boca apertada pela bestial.

A jovem de olhos purpúreos ri.

San beru rabi tha! – Ela grita para os que estão nas copas das arvores e suas orelhas ficam agitadas.

– Oh... E agora?!

Várias criaturas iguais a ela surgem em um piscar de olhos diante de Hisana e seus amigos, eles pareciam muito curiosos e vestiam roupas que lembravam uma mistura indiana e árabe além dos detalhes tribais que caracterizavam bem a raça.

– Opa... Não mete a mão ai não! – Renji afasta a mão de uma bestial curiosa até demais.

Byakuya não sabia bem o que dizer, ainda mais quando estava cercado de bestiais femininas e algumas inclusive cheiravam os seus cabelos.

– Ohh...! Ragnathaki!– Um bestial aponta para Komamura que estava mais atrás do grupo.

O capitão fica sem saber o que fazer quando os bestiais começam a olhar para ele, mas não pareciam curiosos e sim... Espantados e cochichavam coisas que ninguém entendia.

– O que houve capitão? O que eles estão dizendo? – Hisana não estava gostando muito da situação.

– Eu... Eu não sei... – Suava frio.

O mesmo rugido anterior ecoa pela floresta e os bestiais dão alguns passos para trás.

Ao perceber isso os amigos instintivamente se agrupam outra vez.

– Eu não estou gostando nem um pouco disso...

Os amigos conseguem ouvir passos pesados se aproximando deles, quando a silhueta começa a surgir no meio da floresta os bestiais que ali estavam o reverenciam, ele chega sendo seguido por outros que possuíam porte bem diferente dos bestiais que os haviam recepcionado, o homem-fera imediatamente olha para Hisana que estava à frente do grupo e rangendo os dentes se prepara para atacar, mas antes que isso aconteça a jovem felina se põe à frente dele com olhar de súplica.

– Rhafir! Ben tal ul ran pa hin ta la me na!

Ele olha para a companheira que tentava impedi-lo de prosseguir e com raiva a esbofeteia jogando-a longe e machucada no chão.

Go ban chun ren fi ca! – Grita para a pequena que encolhe de medo no chão.

– Você pode “Go” você pode “Fi Ca”, você pode ir para o raio que o parta. – Hisana fica na frente da pequena bestial. – Mas se tentar encostar mais um dedo nela eu acabo com você! – Os olhos dela estavam em fúria.

O bestial diante de Hisana a encarava com olhos sedentos, mas ao observar aquela jovem desafiando-o deixa escapar um leve sorriso.

– Hisana! – Byakuya e os outros se preparam para auxilia-la, mas os bestiais que haviam chegado com o outro os cercam impedindo-os de prosseguir.

– Não se preocupem comigo. – Hisana estala os dedos. – Posso não entender droga nenhuma do que você está falando, mas com certeza vou te ensinar a linguagem de meus punhos.

Longe dali sentando em um jardim florido diante de uma grande árvore prateada de frutos purpúreos um homem de cabelos ruivos que lhe davam o aspecto de uma grande juba estava de olhos fechados em estado de meditação, enquanto alguns bestiais o acompanhavam, mas eles notam algo estranho e ficam de pé.

– Son Reishi ka? – O homem com asas de águia olha para trás em direção à distante floresta.

– Reishi ki na ran su. – A mulher de cabelos esverdeados bem escuros em que dificilmente se notavam os traços bestiais responde com voz suave ao amigo.

– Arion Reikin, don mono desu ru ka? – Um jovem de peitoral desprotegido pergunta preocupado.

O homem sentado não parecia preocupado e sem abrir os olhos responde:

– Seki bi te reishi su ka, be to men.

– Reikin shin omon! – Os dois bestiais masculinos em reverência respondem e somem em direção à floresta em alta velocidade.

A mulher continua parada observando o seu lorde por um momento, então em reverência também se retira em direção à floresta.

Sentando diante da grande arvore prateada o bestial imponente vagarosamente começa a abrir os olhos.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Finalmente depois de milhares de capítulos nós finalmente conhecemos os bestiais e a parte que eu mais esperava da fanfic tbm hohohoho e para melhorar a situação a Hisana já chega arrumando briga hehehehe.

Tá eu sei que vocês estão perdidinhos com as falas do bestiais, mas depois tudo se explica, porém eu acho que mesmo sem entender bulhufas acaba ficando subentendido o que eles estão dizendo não?

Quanto ao que aconteceu com Hisa-chan no deserto aguardem, por que mais coisas reveladoras surgirão, porém os que possuem a memória mais aguçada já devem ter notado que algo parecido já aconteceu na fanfic =X...

E aos leitores de Retribution, peço mil desculpas por não ter postado o capítulo semana passada, mas só tenho uma coisa a dizer para me justificar: TCC.

Obrigada por lerem mais este capítulo e notei a ausência de um monte de leitores no capítulo anterior, mas acho que foi pq o capítulo deve ter ficado chato... OMG FOI ISSO!!!!!?????

(Fundo de desespero)

NoooOOOoo.....

Vejo vocês nas reviews pessoas... Eu espero...

PS: GANHEI MAIS UMA RECOMENDAÇÃO YURUPIIII!!!!