Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 24
Além das Dunas


Notas iniciais do capítulo

Hisana e seus companheiros se reúnem na Soul Society onde o velho comandante Yamamoto explica a tão esperada missão que teriam de enfrentar, diante de histórias e revelações Hisana e seus amigos se veem diante de um verdadeiro desafio.



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Palavras da autora: Bleach não me pertence, eu apenas peguei emprestado.

TRILHA SONORA DISPONÍVEL NO EMAIL: quandofuturovemdosceus@gmail.com

SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

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Yuzu arrumava a mesa para o desjejum, Karin assistia alguma coisa na TV e Isshin lia jornal já sentado à mesa esperando quando Hisana chega cumprimentando-o:

– Bom dia Isshin-san.

– Bom dia Hisa-chan, ei? Eu já não disse que pode me chamar de tio? – Ele sorri brincalhão.

Hisana coça a cabeça sem graça.

– É que eu sempre me esqueço.

– Não tem problema, agora que está morando aqui, você faz parte da família, igual a Rukia-chan.

Hisana sorri concordando e se vira para cumprimentar Karin.

– Bom dia Karin-chan.

– Ei, Bom dia. – Ela responde trocando de canal.

– Hisa-chan bom dia. – Yuzu sorri colocando tigelas na mesa.

– Bom dia Yuzu-chan, parece que você caprichou bastante hoje também. – Hisana estica a cabeça para espiar o que teriam para o café-da-manhã. – Quer ajuda?

– Não, eu tomo conta disso sozinha, mas se você pudesse chamar a Rukia-chan e o Ichi-nii eu agradeceria.

– Não precisa Yuzu, quando eu sai do quarto a Rukia já estava se aprontando.

– Então logo estarão aqui, nesse caso Hisa-chan, poderia me passar aquela panela de arroz?

– Claro.

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(Fate Zero – Silver Moon)

Ichigo estava no corredor do quarto de Rukia escorado na parede de braços cruzados e seus pés não paravam quietos ele estava visivelmente enrubescido.

A porta abre e Rukia sai, quando enxerga Ichigo no corredor rapidamente desvia o olhar.

– Bom... Bom dia Ichigo. – Ela gagueja um pouco.

– Bom... – Ele nem completa.

Rukia passa disfarçadamente por ele que segura em seu braço.

– Espera, a gente tem que conversar Rukia, sobre aquilo que você disse ontem.

– A... Agora?

– A escola está paralisada, Yuzu e Karin logo sairão e meu pai vai para o trabalho, acho que nós temos todo o tempo do mundo para conversar.

– Olha Ichigo sobre aquilo que eu disse ontem... Você entendeu errado, por isso...

– Está mentindo. – Ele corta.

Rukia esquiva o olhar.

– Você é a pior mentirosa que já vi, além do mais... Eu também não menti.

Rukia olha surpresa e enrubescida, além disso, suava nervosa, era uma sensação muito estranha.

– Eu não sei o que está havendo comigo, posso estar imaginando coisas, mas eu estou tendo sonhos estranhos com você, iguais ao que disse ter sobre mim, além do mais eu... - Ele coça atrás do pescoço sem graça.

– Ichigo... – Rukia sussurra – Eu ia tentar falar isso com você, mas fiquei com vergonha, eu não sabia como iria reagir, então guardei isso tudo dentro de mim por medo de perder sua amizade.

– Nos meus sonhos eu sempre vejo você comigo... Só que... A gente não é bem amigos... Neles nos estamos...

– Juntos... – Ela completa.

Rukia e Ichigo ficam calados, era óbvio o tipo de sentimentos que estavam compartilhando naquele momento, mas as memórias que tinham do futuro misturadas aos sentimentos que tinham no passado causava uma confusão muito grande em seus corações e por isso eles não sabiam como reagir.

Rukia sabia que as memórias de seu futuro aceleravam o desabrochar de sentimentos que somente confessaria tempos depois e no fundo ela não sabia se era o certo adiantar as coisas agora.

– Rukia... Você sente alguma coisa por mim? – Ichigo não olhava para ela quando pergunta.

A pequena fica calada por um momento ela sabia o que sentia, mas não sabia o que responder.

– Ichigo... Eu... Eu sinto por você um sentimento que nunca tive antes, mas olhe como somos diferentes... Eu não sei se é certo sentir isso por alguém como você.

– Como assim, “como eu”?

– Ichigo você é... Você é...

– Humano? É isso? Então é errado um shinigami gostar de um humano... Entendi, deve ser alguma lei não é?

–...

O silêncio de Rukia parte o coração de Ichigo e mesmo imerso em tristeza ele sorri.

– A última coisa que eu quero é coloca-la em perigo outra vez como você acabou sendo posta por ter doado os seus poderes para que eu pudesse salvar a minha família, então...

– Não é isso Ichigo... O que eu quis dizer é que “você é especial para mim”, se ficássemos juntos nossas vidas mudariam para sempre e a sua poderia ser interrompida, olhe para mim Ichigo, não passo de um corpo artificial vivendo neste mundo, que futuro você espera ter se viver ao lado de alguém como eu? Que felicidades você sentiria ao lado de alguém que não pertence a este lugar, eu nem mesmo...

Ichigo coloca o dedo indicador nos lábios de Rukia silenciando-a.

– Você já mudou minha vida há muito tempo Rukia, mais do que pode imaginar, seu corpo pode ser artificial, mas o calor que sinto em seus lábios são verdadeiros, essa é a prova que você está viva, que existe, não há mentira em sua existência... Além do mais você pertence sim a “este” lugar... Meu pai não fala brincando quando diz que considera você como uma terceira filha Rukia, por que todos nós já consideramos você como parte de nossa família, então nunca mais fale como se não existisse lugar para você em meu mundo...

– Ichigo...

Rukia segura a mão de Ichigo que silenciava seus lábios, seu coração palpita e ela beija sua mão intencionalmente levantando os olhos para encarar os seus.

Ichigo ao olhar dentro dos olhos de Rukia toca em sua face dedilhando seus traços delicados e pele perfeita, seus rostos enrubescem e o calor de seus corpos aumenta ao passo que seus rostos se aproximam cada vez mais.

– Ichigo... – Rukia sussurra.

– Rukia... – Ele a convida com a voz para mais perto de seus lábios.

O beijo é tímido, pois era a primeira vez que ambos demonstravam esse tipo de afeto por alguém, mesmo assim a emoção e sentimentos que sentiam um pelo outro transforma seus lábios em uma demonstração doce e demorada de carinho, Rukia pousava suas mãos no peito de Ichigo enquanto ele delicadamente segurava na cintura da pequena shinigami, eles sentiam o coração explodindo em seus peitos e percebem o quanto já deveriam estar desejando um ao outro, quando conseguem separar os lábios ainda trocam olhares silenciosos com uma respiração nervosa profunda.

– Rukia eu...

Agora é ela quem coloca os dedos em seus lábios silenciando-o.

– Eu quero falar primeiro.

Ichigo sorri e toca em seu rosto enrubescido.

– Então fale por nós dois. – Ele sussurra.

– Eu te amo.

Ela gagueja um pouco, pois Ichigo não lhe dá muito tempo, ele não espera a pequena terminar de falar direito o desejo de sentir os seus lábios se encontrarem mais uma vez fala mais alto.

Eles se abraçam e à medida que se apaixonam mais e mais Ichigo e Rukia sentem algo familiar voltando a florescer dentro de seus corações, era um sentimento saudoso que há tempos parecia estar adormecido ou esquecido em algum lugar dentro de suas almas e isso é o suficiente para fazê-los não querer se distanciar nunca mais.

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(Wolf’s Rain - Tip Toe Waltz)

Hisana já tomava o desjejum com sua família quando Ichigo e Rukia se aproximam, eles sorriam terminando de falar alguma coisa, ao sentarem à mesa os olhares se voltam para o casal que ao perceberem não conseguem ficar calados.

– A... Aconteceu alguma coisa? – Rukia gagueja um pouco nervosa.

Isshin, Yuzu e Karin ficam calados, mas Hisana que parecia não se intimidar muito pergunta:

– Por que demoraram tanto, os que os dois estavam fazendo no corredor?

– Não é da sua conta. – Ichigo responde sem perder tempo querendo parecer o mais natural possível e preenchendo uma tigela com arroz.

Isshin e Hisana se entreolham.

– AAAAHHHH MASAKIII!!! Nosso filho cresceu!!! – O velho pai sai correndo como uma bailarina e se agarra ao pôster de sua mulher na parede.

Yuzu suspira sem graça, Karin parece não dar importância e continua comendo Hisana espremia a cara olhando nervosa para Ichigo e Rukia.

– Que cara de bunda é essa?! – Ichigo resmunga bufando.

– Eu não estou falando nada! – Hisana tenta se defender.

– Ichi-nii, por que você está tão nervoso? – Karin pergunta com uma sobrancelha levantada.

– Na... Não estou nervoso!

– Então por que está se justificando?! – Hisana olha com uma cara cínica e olhar vitorioso.

– Sua...! – Ichigo começa a ficar vermelho.

Hisana olha para Yuzu e Karin.

– Ganhei a aposta.

– Ah! Ichi-nii, você fez a gente perder a aposta! – Yuzu lamenta passando algumas notas de dinheiro para Hisana, Karin faz o mesmo.

– EH? – Ichigo e Rukia olham confusos.

– Nós apostamos com a Hisa-chan que se fingisse que estávamos pensando besteira de vocês o Ichi-nii ficaria nervoso sem motivo na mesa... E ela ganhou...

– Não ensine o que não presta para as minhas irmãs!!! – Ichigo levanta nervoso, vermelho e cheio de veias na testa.

– Olha se controle senão suas irmãs vão ficar pobres.

Rukia toca nas costas de Ichigo, ela estava sem graça por que por um momento pensa terem descoberto alguma coisa.

Ichigo senta para o café da manhã, sua família o torna alvo de todas as brincadeiras possíveis e imagináveis, suas irmãs riem bastante, principalmente quando Ichigo não consegue “vencer” os argumentos de Hisana que ri como nunca tinha rido em toda sua vida.

(Fate Zero - The dream fades before dawn #2)

Quando apenas os três ficam em casa, Hisana aparece com uma mochila na sala onde Ichigo e Rukia a esperavam.

– O que vamos dizer sobre a sua ausência? – Rukia pergunta.

– Desculpem, mas não consegui inventar nada para dizer a eles, pois não queria deixa-lo tristes sem ter certeza de quando irei voltar, por isso tentei fazer o dia de hoje a minha melhor lembrança antes de partir, desculpe Ichigo.

– Então foi por isso que você...? – O rapaz não acreditava nas intenções da jovem.

– Não fale como se nunca mais fosse voltar. – Rukia a repreende.

– Perdão, não era isso que queria dizer, mesmo assim, eu tenho certeza que ficarei longe por algum tempo e isso não me agrada nem um pouco.

– Entendemos sua preocupação Hisa, mas nós somos mais fortes agora graças a você e seus amigos também são incríveis, tenho certeza que dará tudo certo enquanto estiver fora. – Ichigo toca em seu ombro.

Hisana sorri com a borda dos lábios.

– Vamos, nossos amigos estão nos esperando na Urahara Shoten. – Rukia se lembra do horário.

– Tem razão, não podemos fazê-los esperar, O comandante já deve estar nos esperando na Soul Society.

Os três partem em direção à Urahara Shoten.

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(Fate Zero - This day, and never again)

Vários shinigamis se reuniam na região fronteiriça ao Norte de Rukongai, existiam algumas casas de madeira mal feitas ao redor e seus moradores haviam sido removidos enquanto soldados faziam um grande cordão de isolamento na área, Yamamoto estava lá, assim como alguns capitães e autoridades centrais.

O grupo de Hisana finalmente chega e ela rapidamente se prontifica a dialogar com o velho capitão.

– Comandante, estamos todos prontos, agora o senhor pode explicar sobre como encontrar os bestiais.

Byakuya, Renji e Komamura já estavam ao lado do comandante que olha para a 13º juíza Kitsurugi Ayame que assente com a cabeça dando a entender que a Central 46 concordava com alguma coisa.

Os amigos de Hisana se aproximam assim como os capitães com particular interesse, Yamamoto então começa a explicar:

– Quando a Soul Society foi criada ela não era uma sociedade ampla dividida em regiões habitáveis, as almas uma vez coletadas e guiadas pelos shinigamis primordiais voltavam para o que chamávamos de “Ventre”, onde ficavam aguardando o momento de reencarnar, normalmente o ciclo levava quarenta anos para ocorrer, mas há histórico de almas que levaram mais ou menos tempo.

A juíza Ayame continua:

– O “Ventre” era o palácio Central onde o Grande rei das almas habita. Uma dimensão paralela impenetrável muito além do palácio real, onde somente os shinigamis primordiais tem acesso. – Ela diz.

– Com a rebelião de Magnus o poder de prever a morte foi perdido aumentando a vulnerabilidade das almas que existiam em uma forma primitiva. – Yamamoto conta. - As esferas de luz que vocês conhecem ao aplicar o “konso”, elas são as formas mais puras de existência de um espírito, mas também as mais vulneráveis.

– Quando a Central 46 foi criada, este foi nosso primeiro desafio, então a decisão tomada foi dar “forma” a estes espíritos e “moldá-los” à nossa imagem, isso daria a eles chances de tentar sobreviver após a morte até que um shinigami pudesse encontrá-lo. – A juíza explica.

– Com a modelagem dos espíritos era necessário criar um lugar onde eles pudessem habitar esperando pelo momento de seu renascimento, assim, deu-se início à criação da Soul Society que conhecem hoje e conforme mais espíritos eram modelados, mais distritos eram criados. – Yamamoto continua explicando. – Mas os espíritos que agora não possuíam uma essência primitiva adquiriram personalidade e entendimento de suas próprias existências.

– Com isso, a concepção de certo e errado passaram a existir nestas almas fazendo surgir distritos mais perigosos conforme se afastavam de Seireitei, assim nasceu Rukongai e seus 80 Distritos. – Ayame termina.

– Eu não sabia... Que existia tanta história por trás de tudo isso...! – Ichigo exclama.

Seu fascínio pela história era dividido por seus companheiros que ouviam isso pela primeira vez.

– Porém... – Yamamoto chama a atenção mais uma vez. – Para que a modelagem fosse realizada era necessário muito poder, coisa que o próprio Grande Rei sozinho não possuía e realizar algo em larga escala como construir todos os fundamentos da Soul Society parecia impossível, então foi nesse momento que os shinigamis primordiais devolveram todos os poderes do qual haviam sido criados para tornar possível a concepção da sociedade.

– Mas o preço foi muito alto. – Ayame explica. – Com a perda dos poderes os shinigamis primordiais não poderiam mais realizar as tarefas que lhe foram incumbidos, então Yamamoto teve a idéia de usar os espíritos modelados e treiná-los para assim trabalharem em seus lugares.

– E eles são os shinigamis que conhecemos até hoje. – O comandante complementa.

– O senhor também devolveu o seu poder comandante? – Komamura pergunta.

O capitão assente que sim com a cabeça.

– E onde estão os shinigamis primordiais agora? – Byakuya pergunta.

– Eles foram colocados em estado de hibernação no “Ventre” do Grande Rei para que durante os séculos pudessem recuperar gradativamente os seus poderes. – Yamamoto diz.

– E por que o senhor não foi com eles? – Hisana pergunta.

– Por que escolhi comandar a nova geração de shinigamis e guia-los em seu novo trabalho, não foi fácil antes, como não é até hoje.

– Mas tem uma coisa que me chamou a atenção... – Capitão Kyoraku Shunsui olhava com expressão curiosa para o comandante. – O senhor nos contou que os bestiais foram isolados e ao que tudo indica na história, isso aconteceu antes do banimento de Magnus, então se a Soul Society que conhecemos não existia na época, para onde exatamente eles foram exilados?

Yamamoto sorri quando somente Shunsui percebera o detalhe.

– Por se tratar de um ciclo reincarnativo o número de almas era limitado e este limite se restringe ao Octogésimo Distrito de cada região.

– E daí? – Hisana pergunta dando de ombros.

Yamamoto assente para Ayame que responde com o mesmo aceno e começa a caminhar em direção ao limite externo do distrito.

– Nunca se perguntaram o que existe além dos oitenta distritos que dividem a Soul Society entre os quatro pontos cardeais? – Ela pergunta enquanto caminha.

Kyoraku e Ukitake olham surpresos um para o outro, Byakuya olha sério em direção à juíza, enquanto Ichigo e seus amigos olham confusos.

Ayame estende a mão para frente e ela transpassa o vazio como se fosse uma parede de agua, sua mão desaparece e pequenas correntes transparentes envolvem todo o seu braço como serpentes.

– KAIJÔ!

(TSFH – Fire Nation)

Ayame grita com voz de ordem e a enorme parede que parecia feita de agua começa a se abrir, o reflexo infindável de casas que existia antes e confundia os que ali estavam presentes desaparece e todos olham perplexos para frente ao avistarem a mesma coisa.

– Mas...! Mas o que é isso!? – Ichigo grita enquanto a terra treme.

– Impossível! Isso tudo era apenas uma ilusão?! – Katsuya parecia surpreso, mas seu ar de curiosidade lhe faz escapar um sorriso maravilhado.

Hisana estava boquiaberta, ela caminha lentamente olhando para frente sem piscar passando por seus amigos que pareciam paralisados, ao ficar lado a lado de Ayame esta olha para a jovem e sorri quando a vê sem reação.

Yamamoto estende o braço mostrando e explicando o que todos já viam.

– “O Abismo do Medo” escuro e infindável que separa um grande deserto quente sem bordas e horizontes também conhecido como “O Deserto das Almas”.

Hisana olha para baixo e no limite em que estava não consegue enxergar a profundidade do abismo, além disso, na sua frente, separado pelo abismo e bem distante de onde estava um deserto imensurável era visível, mas aquela beleza feita de areia também lhe passava um ar de perigo que a faz suar nervosa.

– Deserto das almas... – Ela sussura.

– Mas... Como é que conseguiram esconder um deserto desse tamanho por tanto tempo? – Ishida pergunta intrigado.

– A barreira espelhada que protegia o deserto era necessária para que almas comuns não tentassem atravessar o abismo e se perder, mas mesmo assim, essa barreira não é capaz de esconder os efeitos do deserto, olhem. – A juíza aponta para a região em que estão. – Quanto mais um distrito se afasta de Seireitei e se aproxima do deserto, mais arenoso ele se torna.

E era verdade, na área fronteiriça que estavam quase não existiam casas e algumas já estavam abandonadas pelas péssimas condições.

– Então quer dizer que antes da Soul Society existir... – Soryuu parecia ter entendido alguma coisa.

– Exatamente, tudo era um enorme deserto que foi sendo substituído pelas casas e distritos que os compõem. – Yamamoto completa o raciocínio do rapaz.

– Então é nele que iremos encontrar os bestiais, certo? – Hisana se vira para o velho capitão.

O comandante assente.

– Que caminho devemos tomar então? – Ela pergunta outra vez.

– Não sei. – Yamamoto responde. – Mas é ai que os instintos de Komamura irão lhes servir.

O capitão bestial olha com interesse.

– E como exatamente vou poder ajudar? – Pergunta.

– Os bestiais possuem uma habilidade especial que lhes permite sentir a presença um dos outros, Solomon uma vez usou esse princípio e descobriu os fundamentos da Reiatsu, mas os instintos de um bestial vão muito além e você é o único que pode fazer isso agora.

– Entendo... De certa forma começo a compreender o motivo de minhas memórias terem sido seladas...

Yamamoto nada diz.

– Então é só atravessarmos o deserto, encontrar os bestiais, dizer o que está acontecendo e pedir ajuda, mas será que eles vão ajudar mesmo? – Renji pergunta com certa descrença.

– Isso eu não sei dizer, faz milênios que não se tem notícias deles. – Ayame responde ao tenente.

– Não me importo com o que eles pensam, se não quiserem vir ajudar vou enchê-los de porrada até mudarem de idéia! – Hisana estala os dedos e parecia bem séria.

– Você não pode tentar resolver tudo com os punhos sua tola! – Hisana leva um cascudo de Alessa.

– Primeiro pense em sobreviver ao deserto minha jovem. – Yamamoto olha para ela de forma séria e preocupada e essa expressão chama a atenção de Hisana.

O comandante anda até a borda do abismo e com um sinal chama aqueles que teriam de atravessar o deserto, por isso, Renji, Komamura, Hisana e Byakuya se aproximam.

(StarCraft 2 _Overdrive)

– O deserto das almas não é um lugar qualquer, ele é formado por partículas espirituais livres que não foram usadas na construção da Soul Society, é cheio de perigos que vão muito além das dunas, durante o dia sua reiatsu é sugada e seu corpo se torna mais pesado, a exaustão é imensa se não souberem como economizar suas forças os perigos que habitam durante o dia sentirão as vibrações na areia e irão caçá-los.

Os quatro olham preocupados.

– Sugar reiatsu, como assim? – Hisana pergunta suando fria.

– O deserto tinha como propósito impedir que almas errantes se afastassem de Rukongai, por isso, se alguma alma entrasse no deserto não demoraria muito a perecer.

– Tá brincando! Quer dizer que se nossa reiatsu for completamente sugada...!? – Hisana não parecia gostar nem um pouco da notícia.

Yamamoto não precisa completar as palavras de Hisana para fazer todos entenderem os perigos daquele lugar.

– Então não há como atravessar esse deserto! – Ichigo fala alto. – Vocês tem certeza que querem ir mesmo assim?! – Ele olha preocupado para Hisana.

– Se sobreviverem durante o dia, então poderão recuperar suas energias à noite.

Todos voltam a olhar para Yamamoto que continua a explicar.

– Durante a noite o deserto quente e seco se torna frio e congelante, as partículas espirituais encontradas no ar remodelam seu corpo, porém elas vêm em quantidades imensuráveis, se não conseguirem controlar a quantidade de partículas que entram em seu organismo, vocês congelarão e não conseguirão se mexer até o amanhecer quando o ciclo de calor retorna.

– Quente durante o dia e congelante durante a noite? Isso está ficando cada vez melhor... – Hisana murcha.

– Comandante, como os bestiais conseguem sobreviver a estas condições? – Byakuya pergunta.

– Não há como saber, mas se sobreviverem à primeira noite, então terá uma idéia de como eles podem ser fortes vivendo nestas condições há milênios.

Byakuya olha para Hisana.

– Não há tempo a perder, precisamos partir.

Hisana concorda.

– Nii-sama...

Byakuya olha para Rukia que se aproxima com Ichigo ao seu lado.

– Cuide-se Rukia... Não há como saber quanto tempo isso levará... Nem se poderemos voltar.

– Não diga isso... Você vai voltar... Eu sei que vai... – Ela baixa a cabeça preocupada.

Byakuya fica calado.

Hisana toca no ombro de Rukia

– Não se preocupe, eu vou garantir que todos voltem inteiros.

– Hisa...

Byakuya olha para Hisana que devolve o mesmo olhar.

– Não adianta me olhar com esta cara, não preciso de sua permissão para protegê-lo.

–...

Hisana olha para Rukia mais uma vez e faz reverência.

– Katsuya me contou sobre o como você salvou a minha vida através da transfusão de sangue espiritual, me disseram que é duas vezes mais exaustivo que uma transfusão comum, eu sei que já tinha agradecido antes, mas ver o como se arriscou para salvar minha vida ferida e cansada do jeito que estava me obriga a agradecê-la mais apropriadamente desta vez, muito obrigada por salvar a minha vida Rukia.

– Eu... – Rukia fica sem graça. – Só fiz o que era certo, você teria feito o mesmo e não precisa me agradecer duas vezes pela mesma coisa...

Rukia enrubesce olhando esquiva.

Hisana acha sua mãe muito graciosa quando envergonhada e por isso abre um largo sorriso.

– Ichigo cuida bem da galera senão quando voltar eu vou descontar meu mau humor todo em você.

– Tá já entendi! – Ele repreende Hisana amassando a testa da jovem com o dedo.

Byakuya olha para Ichigo e eles trocam olhares em cumprimento.

– Até breve. – Hisana se despede. – Se cuidem e nunca baixe a guarda. – Ela olha séria.

Rukia e Ichigo respondem assentindo com a mesma expressão.

– Você também... Se cuide... – Rukia responde quase em um cochicho temeroso.

– Tome cuidado Hisa, tenho a impressão que o velhote não falou nem metade do que realmente pretendia. – Ichigo alerta bastante preocupado.

– Que venham, vão ter que ralar muito pra me derrotar!

Os dois sorriem.

Hisana olha para seus amigos que se aproximam.

– Cuidem deles enquanto eu estiver fora tá?

Os jovens se abraçam.

– Se cuida Hisa-chan, não vai fazer nenhuma besteira. – Alessa faz carinho na cabeça de Hisana.

– Traz algumas lembrancinhas. – Tomoe brinca.

– Tá certo... Vou te trazer uma pele de macaco pra você pendurar na porta do seu quarto.

Eles riem.

– Ei... – Katsuya olha sério para ela. – Não demora, volte viva, traga todos e... – Ele tenta falar alguma coisa, mas não consegue.

Hisana sorri.

– Eu sei Katsuya, não se preocupe eu vou ficar bem.

Eles se abraçam.

Renji se aproxima de Rukia que parecia muito preocupada ao lado de Ichigo que tentava confortá-la com palavras.

– Rukia.

Ichigo e a pequena shinigami olham para Renji.

– Já estou de partida. – Ele diz.

– Eu sei... – Rukia olhava esquiva apenas por que estava preocupada.

– E quando eu voltar eu estarei mais forte e com certeza vou conseguir protege-la.

Rukia enrubesce e olha surpresa para ele que não se importava com o que dizia na frente de Ichigo que olhava serenamente para o ruivo.

– Re... Renji? – Ela gagueja.

O tenente olha afiado para Ichigo.

– Cuide bem dela, pois se eu voltar e alguma coisa tiver acontecido a ela...

Ichigo também olha afiado.

– Você não foi o único que jurou protegê-la Renji.

Eles se encaram em silêncio.

– Ichigo... Renji... Por favor...

Os dois olham para Rukia que não queria confusão e em um último olhar se despedem.

Renji dá as costas indo em direção à juíza.

– Se cuidem. – Ele diz cumprimentando de costas com a mão.

Hisana conversava com seus amigos e Sado, junto de Inoue e Ishida também pareciam se despedir da amiga.

Byakuya conversava com Renji acertando detalhes sobre a longa viagem, mas Rukia não estava feliz, pois três pessoas importantes em sua vida estavam indo em uma missão perigosa e ela nada podia fazer.

– Eles vão ficar bem, afinal você sabe como eles são e aquela maluca da Hisa, ela nunca iria deixar alguma coisa acontecer com aqueles dois sabendo que você ficaria triste.

– É... Eu sei...

– Ei se apressem, eu não tenho o dia todo sabiam? Manter a barreira aberta cansa! – A juíza Ayame grita.

– Já estamos indo encosto-san! – Hisana acena.

– NÃO ME CHAME DE ENCOSTO!!! – Ela berra nervosa.

Renji, Byakuya, Komamura e Hisana se aproximam do abismo.

– Lembre-se de meus conselhos, confie um nos outros e confiem no capitão Komamura.

– Sim senhor. – Hisana responde.

– Boa sorte.

Yamamoto toca no ombro de Komamura que olha com determinação para o deserto.

– Obrigado Genryuusai-dono.

– Vamos.

Ao dizer estas simples palavras, Byakuya some com um shunpo e já aparece do outro lado do deserto correndo, Komamura faz o mesmo e rapidamente aparece correndo ao lado do capitão, Renji olha para trás onde avista Rukia olhando com profunda preocupação para os companheiros, ele desvia novamente o olhar e some.

Hisana tira algo do bolso e olha por um momento para a palma de sua mão, em seguida seus amigos veem quando ela amarra o pequeno pingente de Kaliver no pescoço ela se vira fazendo um gesto de despedida com os dedos na testa apontando para eles, fechando os punhos ela se volta outra vez olhando determinada para o deserto sumindo e logo em seguida aparecendo a poucos metros dos companheiros.

O coração de Rukia tremia de medo ao pensar na possibilidade de perder seu amigo de infância, irmão e filha, Ichigo percebendo que Rukia tremia e suava nervosa carinhosamente entrelaça os dedos em sua mão e a morena ao sentir a mão lhe trazendo conforto devolve o mesmo gesto segurando firme a mão do companheiro não querendo mais soltá-la, pois no fundo ela sabia que precisaria da força de Ichigo mais do que nunca agora.

(- Minha Filha...). – Rukia fala em pensamentos.

– Boa sorte... E por favor... Não morram...

As palavras saem do fundo do coração de Ichigo que em silêncio ao lado de Rukia observam seus amigos sumirem além das dunas.

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CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO!

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– Ali! - Renji grita apontando com os dedos.

Todos o acompanham com o olhar a tempo de ver uma criatura gigantesca igual a um grande tubarão com incontáveis olhos na face e dentes numerosos e tortos na boca pular da areia para abocanhá-los.

– CORRAM!!!! - Komamura grita e ninguém hesita ao ouvi-lo.

– Mas o que diabo é isso? Um peixe no deserto? - Hisana grita confusa e nervosa sem olhar para trás.

– TSC! - Byakuya olha para trás e percebe a criatura se aproximando cada vez mais. – Não vamos conseguir. - O capitão freia e se vira para a criatura.

– O que o senhor pensa que está fazendo?! - Hisana também para de correr ficando desesperada.

Byakuya saca a lâmina.

– Shire, Senbonzakura!– As pétalas de cerejeiras afiadas cercam a criatura em um grande turbilhão.

– Bom trabalho capitão! - Renji grita empolgado e orgulhoso.

Komamura apenas observa e Hisana olha surpresa, mas depois sorri para Byakuya.

– Ele conseguiu... - Komamura respira aliviado.

–... É o que parece. - A jovem concorda.

As pétalas oscilam e a criatura grita espalhando-as como se fossem poeira para espanto de Byakuya que fica sem reação e desespero de Hisana.

– Cuidado!!! - Ela grita com todo o folego e sumindo com shunpo.

Hisana consegue empurrar Byakuya a tempo, mas a criatura consegue cravar um de seus dentes enormes e afiados em seu tronco.

– AAaaaaAHhhh! - Ela grita fazendo uma expressão de agonia e sendo sugada para as profundezas do deserto junto com a criatura.

Byakuya assiste tudo acontecer diante de seus olhos em câmera lenta quando cai no chão automaticamente estica o braço com uma expressão de espanto tentando segurá-la.

– HISANA! – Ele grita olhando para a areia em desespero.

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NO DIVÃ COM A LYEEELLL!!!! VEM PRA RUA BRASIL!!!!!

Olá pessoas sem salvação assombradas pelo fantasma do Nyah, a entrevista de hoje na verdade é com duas pessoas, como eu tentei entrevistar apenas uma, mas a outra se recusou a vir sozinha tive que chama-los de livre e espontânea pressão, então entrem logo seus amantes amados amorosos e ursinhos carinhosos! Soryuu e Alessa!!!

(Aplausos).

– Lyel-San! Há quanto tempo!

– Oi Alessa, é verdade, mas faz um tempão que não te vejo também Soryuu!

– (KYAAAHHH!!!) Nota:Gritos histéricos na plateia.

– É difícil ser gostoso né?

– Nem me fale, quando o Byakuya veio aqui mais da metade da plateia precisou do SAMU e deu para ver o Zerus lá atrás desmaiando.

– Sério, ouviu essa querida, estou na lista dos abençoados pelos poderes do grande “mel”!

– Então me passa um pouco desse mel ai que eu estou precisando.

– Ei chega de falar da gostosura alheia Lyel-san, faz logo as perguntas que estamos loucos para responder!

– Eita que eu já estava fugindo do script, sorry Rute! Então vamos ao que interessa. Antes de ser citado no capítulo anterior já tínhamos noção que vocês dois tinham o relacionamento mais concreto e explícito da Fanfic, vocês pretendem ir além?

– Eu quero, na verdade nós dois queremos, se você der alguma oportunidade quem sabe a gente até case na fanfic o que acha querido?

– É... Até que não seria uma má idéia, seria legal ter um casamento na fanfic.

– E filhos? A Tomoe está doidinha querendo sobrinhos, vocês vão fazer alguns?

– Até você Lyel-san?! Eu não sei se a fanfic possui ambiente para se gerar filhos, já viu o que você anda fazendo? Quem vai querer ter filhos num lugar desses?

– Mas... Poxa... Não fala assim comigo Alessa... Justo agora que comecei a ficar mais romântica na fanfic...

– Eu não me nego a fazer filho não, o Sado não me mete medo, meu pai é só um moleque, se marcar ainda troco as fraldas.

– É assim que se fala Soryuu!

– Peraí vocês dois vão ficar discutindo sobre minha...!?

– Faz logo uns três Soryuu!

– Três, está anotado!

– Ei, Lyel, Soryuu!?

– Eu quero ser a madrinha!

– Será que a Tomoe vai deixar?

– Então eu vou ser a madrinha do segundo!

– Beleza, está anotado também!

– Será que dá para pararem de tentar me engravidar?!

– Ei minha filha, meu negócio é com homens, quem vai fazer o serviço todo é o Soryuu!

– Isso ai, a parada é comigo e ninguém tasca!

– Rute, por favor, será que daria para você cortar a gravação antes deles começarem a falar sobre como fazer...

– Eu conheço uns livros bacanas que ensinam a fazer umas posições...

– RUTE!!!!


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Notas finais do capítulo

ACONTECEUUU!!!! ALELUIA!!

Pronto, eu realizei o seu desejo de plantão queridas leitoras lunáticas e sem salvação, Ichigo e Rukia se beijaram e pronto, mas ainda não tiveram tempo de ficarem quietinhos aproveitando ao máximo este momento por que muita coisa vai começar a acontecer, já sentiram né? MAAAAAASSSS pelo menos já esta sacramentado hehehehehe.

E então gostaram do que esta autora troladora e masoquista fez para vocês hoje? XD.

Confesso que ainda pensei em fazer aquele beijo ser interrompido, mas como já recebi ameaças de morte uma vez e com o Brasil pegando fogo resolvi não arriscar... As vezes vocês me assustam...

Obrigada pelas reviews no capítulo anterior e pela recomendação :D vejo vocês no next chapter!