Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 16
OVA I: Kaliver


Notas iniciais do capítulo

Yamamoto entrega nas mãos de Hisana a carta que Kaliver havia lhe deixado onde seus sentimentos e motivos se encontravam.

As memórias de Hisana afloram e seus sentimentos passados se exprimem em poucas palavras compartilhadas entre dois amantes que se separaram de maneira sofrível.

Este é um especial contando um pouco sobre o passado de Hisana e Kaliver.

Não esqueçam de conferir as MÚSICAS temas dos personagens no final do capítulo!



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Palavras da autora: Bleach não me pertence, eu apenas peguei emprestado.

TRILHA SONORA DISPONÍVEL NO EMAIL: quandofuturovemdosceus@gmail.com

SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

http://www.youtube.com/watch?v=czhk6z1k_xk&feature=youtu.be

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Na manhã seguinte Hisana é escoltada até o posto de comando de Yamamoto sob suas ordens, sua presença era requisitada, mas embora não andasse mais algemada e com rosto coberto, a quantidade de shinigamis lhe vigiando continuava a mesma, ela estava bufando de raiva por causa da velha juíza que havia lhe obrigado a servir de babá para seu pai e Byakuya e como se não bastasse...

– O comandante Yamamoto relatou ter algo importante a lhe dizer pessoalmente, os detalhes não foram revelados, mas é melhor que se comporte minha jovem. A Juíza de maquiagem pesada diz enquanto andam.

– Será que dava para a senhora parar de me seguir feito um encosto?! Hisana vira com seu punho tremendo. – E ainda não concordei com aquilo que me pediu!

– Eu sou a porta-voz da central 46 minha jovem, sem minha permissão você não passa de uma criminosa aos olhos da Soul Society, além do mais você não tem querer e já deve ter percebido isso.

– Obrigada por lembrar a parte que me toca!

– Disponha. A velha senhora sorri.

Ao chegarem até a grande porta da sala de comando a juíza faz um sinal e os soldados dispersam ficando apenas Renji e Soi Fon.

– Vamos entrem. Ela abre a porta. – Estamos aqui Yamamoto.

Quando entra Hisana engole seco, mas depois começa a olhar afiado, a sala estava bem cheia para uma reunião particular.

– Entre garota do futuro, você não é mais mistério para ninguém aqui. Hitsugaya diz desconfiado.

Enquanto passa pelos capitães, Ukitake e Unohana eram os únicos que pareciam sorrir fascinados, fato que faz Hisana enrubescer de vergonha e andar cabisbaixa, ao ficar frente a frente com Yamamoto ela olha com certo ar de inocência para o comandante.

– Capitão Kurotsuchi Mayuri e capitão Kuchiki Byakuya já nos esclareceram muitas coisas sobre você minha jovem e o seu Urahara afirmou muitas coisas além de contar outras... Você está envolvida em algo realmente grande.

Hisana coça o pescoço se sentindo nua, sua melhor arma, a mentira, não funcionaria mais graças a Urahara, o falecido ressurreto que não só contara sobre sua pessoa como não estava louco de deixa-la entrar em contato com ele, mais um detalhe que fazia o seu sangue ferver.

– Contou foi... E... O que mais ele contou...? Hisana gesticula com o dedo.

– Coisas que se você mentir saberemos. Byakuya olha para ela.

– E ai tio Byakuya sentiu minha falta... Seu fofoqueiro! Hisana faz careta para ele.

O capitão ignora, mas com expressão rígida.

– Foi uma surpresa saber que Kuchiki e Ichigo-kun são seus pais. Ukitake fala sorrindo. – Mas olhando para você agora talvez nem tanto.

Hisana aponta para Ukitake olhando direto para Byakuya.

– Tá vendo! É assim que um tio deve agir quando conhece a sobrinha, não tentando meter a faca! A jovem ainda fazia careta.

Byakuya olha sério desta vez.

– Você não está em posição de fazer brincadeiras menina, cale-se e ouça o que os outros têm a dizer a seu respeito.

Hisana nem liga e mostra a língua para ele dando as costas e voltando a atenção a Ukitake.

– Olá capitão Ukitake, como vai a saúde? Ela sorri simpática.

– Oh, vou bem obrigado. Ela coça a cabeça sem graça.

– Vejo que estão todos aqui, Uau, me sinto importante! Ela assovia.

– A central 46 já deve ter lhe dado todos os detalhes importantes sobre nossa atuação a partir de agora não foi? Contudo o motivo que a trouxe aqui é outro.

Yamamoto tira um envelope de seu Haori e entrega para Hisana.

– Não tem nenhuma bomba aqui dentro, ou será que tem? Hisana balança e cheira o envelope desconfiada.

– Dentro foi dito ter uma carta endereçada a você dada por alguém chamado “Kaliver” e que ficou em posse dele até...

Hisana arregala os olhos e nem deixa Yamamoto terminar de falar, ela rasga o envelope tremendo e dentro existe uma carta selada com uma energia que ela sabia a quem pertencia.

– Ka... Liver...

A energia é dissipada ao toque de Hisana e ela engole seco de tão nervosa que estava, então olha para Yamamoto e para os capitães sem saber o que fazer.

– Tenho que ler aqui?

– A escolha é sua, o conteúdo escrito lhe pertence, compartilhe se assim desejar.

Hisana levanta uma sobrancelha para Yamamoto, ele estava mais comportado do que as histórias contadas por seus amigos lhe diziam, não só isso, os capitães estavam quietos olhando para ela como se fosse uma atração de circo, exceto Byakuya que estava de olhos fechados para baixo e Renji que estava de joelhos longe da reunião entre capitães.

Hisana volta sua atenção para o conteúdo da carta e mesmo cercada por todos eles não parece se incomodar em ler ali, mesmo que em pensamentos.

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{Rurouni Kenshin - 10-The Will}

“- Nunca fui bom com palavras, nem expressões, não fui hábil em demonstrar sentimentos, nem tão corajoso a ponto de dirigir-lhe as palavras antes da hora, quando esta carta que confiei a sua família chegar a suas mãos, muitas dúvidas e ressentimentos sumirão, mas angústia e tristeza talvez ainda permaneçam.”

Ela olha para os capitães e para Yamamoto com pesar nos olhos.

– Comandante...

Sabendo o que Hisana talvez fosse dizer, Yamamoto faz um sinal e dois guardas abrem o portão da sala.

– Você pode ir.

– Oi! Espera aí! O senhor não está dizendo que...! Soi Fon começa a falar.

– Deixe um coração em luto passar para zelar pelos seus mortos... Yamamoto interrompe Soi Fon enquanto vê Hisana que já saia cabisbaixa pela porta.

A pequena capitã baixa a cabeça ela e o comandante se lembram do que Urahara havia dito.

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Eles ainda estavam no laboratório de Mayuri cercando uma mesa, quando um pequeno portal que emite um efeito semelhante ao de uma garganta abrindo se projeta diante deles.

– Mas o que é isso?! Uma garganta! Yamamoto exclama surpreso.

– É parecido, como hollows tem a habilidade natural de atravessar dimensões espirituais utilizamos uma tecnologia que simulasse a mesma habilidade para criar estes portais para atravessar dimensões. Mayuri responde apertando alguns botões sobre a mesa.

Do pequeno portal aberto um pequeno envelope surge e pousa sobre a mesa, Mayuri aperta outros botões novamente e o portal fecha, ele pega o envelope e olha para UraharaF.

– Hisana possui um passado que não tenho o direito de revelar, mas neste passado, existia uma pessoa muito importante para ela. UraharaF aponta para o envelope. – Isso que seguram em suas mãos pode ser considerado uma herança dado por essa pessoa a Hisana.

– Então esta pessoa morreu? Byakuya pergunta.

UraharaF baixa a cabeça e suspira.

– Sim, Hisana o matou.

Byakuya olha sério e o cientista continua.

– O nome dele era Kaliver, um abissal que agia como tutor de Hisana desde que ela era criança, mas que no último momento agiu como traidor...

– Por quê? Byakuya pergunta novamente.

– Creio que esta resposta está em suas mãos.

– O que nos impediria de abrir esta carta e saber o que há dentro? Yamamoto pergunta não por curiosidade, mas por que temia o conteúdo da carta.

UraharaF sorri com pesar.

– Comandante... O senhor desrespeitaria a última troca de palavras entre dois amantes?

Eles olham surpresos.

Yamamoto olha para o envelope nas mãos de Mayuri.

– Entendo...

– Ela matou... Byakuya fica pensativo e pela primeira vez lembra Hisana de outra forma, pois começa a entender que ela talvez carregasse nos ombros mais peso do que ele a imaginaria suportar.

– Por favor, tudo o que peço é que dê este último momento a ela, Hisa-chan já passou por muita coisa sozinha e eu prometi a “eles” que cuidaria dela.

Os que estavam na sala sabiam que ele se referia a Ichigo e Rukia.

– Tudo bem, não iremos interferir. Yamamoto dá sua palavra...

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O portão da sala de reuniões do comandante fecha e seus capitães ficam olhando um para os outros.

– Tsc... Que saco. Zaraki cruza os braços.

– Acho que todos nós temos uma ou duas coisas no passado que não gostaríamos de compartilhar pelo peso que representam em nossas vidas. Shunsui coça a barba.

– Sim... Unohana sorri fechando os olhos concordando.

– Genryuusai-sensei. Ukitake olha para o comandante sorrindo. - O senhor mudou.

O velho shinigami não sorri, mas roça a barba olhando por onde Hisana havia saído.

– Ela foi quem conviveu mais tempo com pessoas que um dia chamei de amigos.

– Genryuusai-dono o senhor acha que ela é alguém confiável? Komamura pergunta.

– Ainda não sei, porém de uma coisa posso ter certeza. Diz o homem olhando para o capitão. – Ela não é o tipo de pessoa que arriscaria colocar tudo a perder.

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{Rurouni Kenshin - 15-In Memories KO-TO-WA-RI}

Enquanto caminhava várias coisas passavam na cabeça de Hisana, o que tinha na carta? Quando Kaliver havia escrito? Explicava sua traição? Seus sentimentos?

– Kaliver... A voz da jovem quase não sai.

Hisana chega ao grande pátio que compunha a entrada do quartel, não demora até ela encontrar uma área gramada onde senta e respira fundo voltando a encarar a carta.

“– Lembra como foi minha primeira visita a você? Tudo começou naquela época...”.

Kaliver havia sido convocado há poucas horas e indicado como novo tutor da prisioneira que ele pessoalmente havia capturado, parecia que não era qualquer um que conseguia lidar com a criança, por isso foi lhe dado como missão educar Hisana nas artes da guerra e conhecimento compatível com sua idade, coisa que em sua opinião não passava de tolice uma vez que o destino dela era servir Magnus e Solomon com o propósito de obedecer e cumprir. Para ele, entender isso era o suficiente, mas para seu senhor, um guerreiro de verdade tinha que ser muito mais e por isso lá estava ele diante de uma grande porta metálica branca.

– Ridículo...

É tudo o que ele fala entrando e dando de cara com um ambiente escuro, mas seus olhos eram adaptáveis e por isso suas pupilas se dilatam permitindo-o enxergar no escuro e então avistar o objeto de sua missão: Uma criança encolhida no canto da sala. Ele vai se aproximando a passos calmos, a criança chorava, mas cessa quando ouve os passos, porém ainda não erguia a cabeça. Kaliver pára diante dela e olhando para baixo diz:

– Kurosaki Hisana, sou Kaliver Shadowheart e a partir de hoje serei seu vigia, levante-se o experimento número dois a aguarda.

–...

– Não repetirei novamente.

Hisana se levanta e parte para cima de Kaliver deslizando por debaixo de suas pernas, ela rapidamente se ergue e começa a correr para a porta de saída.

– Que estupidez. Ele balança a cabeça, então do seu bolso retira uma espécie de controle, quando aperta o botão Hisana leva um choque muito forte gritando e se contorcendo, mesmo assim ela ainda tenta tirar a coleira presa ao seu pescoço, mas Kaliver aperta outro botão e quatro agulhas injetam uma droga muito forte direto no pescoço da criança que enxerga seu mundo girar enquanto tomba no chão.

– Garota, eu não estou para brincadeiras, me obedeça, recebi ordens de mantê-la viva, mas somente viva.

Kaliver se dirige até onde está a menina e começa a arrastá-la pelos pés em direção ao que chama de "experimento dois". Hisana atordoada não reage e sua vista está embaçada, ela apenas olha impotente para as costas de seu mais novo carrasco.

– Tsc...

– Garota estúpida, nada do que faça fará diferença, acostume-se, essa é sua nova casa até o dia em que sua vida não seja mais necessária, se quiser amaldiçoar alguém, amaldiçoe a si mesma por se deixar capturar. Kaliver olha com a ponta dos olhos para a criança que devolvia um olhar cheio de ódio.

(Dias depois).

– Isso, odeie, amaldiçoe, deseje vingança! Isso é tudo o que você precisa para ficar mais forte! Grita Kaliver se esquivando de Hisana que desferia golpes ensandecidos contra seu algoz.

– Uaaahh!!!! Hisana acerta um soco de raspão em Kaliver que por reflexo desfere um golpe com seu antebraço ela sai voando batendo na parede e quebrando a cabeça, a criança levanta cambaleante colocando a mão na boca enquanto sangue escorre pelas suas costas, Hisana estava furiosa e seu corpo tremia de raiva.

– O que quer? Seus olhos não podem me ferir e seus sentimentos apenas me alimentam se quer ficar mais forte precisa suportar tudo e acostumar-se com a dor, não sou o seu pai, não espere carinho, não aguarde minha preocupação. Kaliver faz um sinal chamando Hisana outra vez.

– Eu... Te odeio! Custe o que custar... Eu vou acabar com todos vocês! Hisana grita com caninos à mostra e o corpo se enchendo de marcas enquanto seus olhos ficam amarelos e ela some aparecendo mais uma vez na frente de seu inimigo.

– Eu não me importava com o que você sentia sua dor, seu coração... Tudo era insignificante aos meus olhos, para mim, cumprir os desejos de Magnus era tudo, eu devia minha vida a ele, devia minha existência àquele homem.

Fui o primeiro abissal a ser criado, um projeto de aperfeiçoamento de almas feito por Solomon há séculos e só recentemente posto em prática, ele utilizava várias almas não reencarnadas minuciosamente selecionadas e modificadas para captar apenas os atributos que lhe interessavam, depois disso uma destas almas naturalmente se tornavam base para criar a personalidade primitiva do novo ser, porém... No meu caso...

– Isso não deveria ter acontecido, como uma criatura criada artificialmente nasce com um coração mesmo eu não tendo projetado um? Solomon fala intrigado, mas muito furioso, ele detestava falhas.

Kaliver estava sentado em uma cama fria, seu olhar vago tentando entender o que era sua existência.

– Talvez o problema não seja ele ter nascido com um coração.

– Sim, o poder dele é ridículo, tão ridículo quanto ter um coração.

De fato, meu poder era insignificante, para alguém perfeccionista como Solomon, eu era a prova viva e vergonhosa de seus erros de cálculos.

– Não tenho tempo para isso, vou destruí-lo. Diz Solomon colocando a mão sobre a cabeça de Kaliver.

O abissal confuso ergue os olhos para Solomon.

– Espere. Magnus põe a mão sobre o ombro do cientista. – Não o mate.

– Não tente me impedir de apagar meus próprios erros Magnus! Sabe que não posso permitir isso!

– Não foi um erro de cálculos velho amigo... Veja. Diz o homem imponente apontando com os olhos para a criatura.

Solomon nada diz, mas observa Kaliver por um momento, embora seu corpo parecesse inepto, seus olhos eram frios e profundos, porém Magnus havia enxergado algo mais.

– Potencial, um olhar simples humano cheio de potencial.

– Mas o corpo dele continua sendo tão frágil quanto o de um humano Magnus, mesmo que o deixemos viver, não poderá ter o mesmo nível daqueles que virão depois dele, não existirá perfeição! Solomon retruca.

– Talvez não velho amigo, mas é na imperfeição que vejo a infinita possibilidade de crescimento.

Eu não havia entendido até então, mas com o passar do tempo começaria a entender o poder daquele homem, o poder único que somente ele possuía: Enxergar o potencial dos seres vivos... E a capacidade de acordá-los.

– Se você insiste tudo bem, nunca consegui convencê-lo do contrário e duvido muito que hoje seja diferente. Solomon cruza os braços olhando para Magnus. – Mas que fique o alerta, um coração humano só trará emoções desnecessárias e nós não temos a obrigação de lidar com elas em nosso caminho.

Magnus sorri.

– Será interessante... Ele fica diante de Kaliver. – Você, qual é o seu nome?

Eu olhei confuso para aquele homem, mas quando meus olhos cruzaram seus orbes dourados como chamas, senti uma admiração entrando em mim como se estivesse olhando para um deus, essa era a impressão que ele passava para simples seres como nós, talvez fosse essa sensação que nos fizesse segui-lo tão cegamente... Talvez até mesmo Solomon sentisse isso.

– Não... Me lembro...

– Entendo. Magnus pousa sua mão sobre a cabeça do novo e confuso ser. – A partir de hoje, até o dia em que finalmente lembrará o seu verdadeiro nome, você será conhecido como “Kaliver” palavra antiga que significa “potencial”, lembre-se disso, pois é o que eu vi em você... Aquilo que salvou a sua vida neste dia.

– Ka... Liver...

Sob a tutela de Magnus aprendi muito mais que simplesmente lutar, ele me ensinou sobre o mundo, compartilhou muitas de suas experiências comigo, ele me educou tornando-me uma arma extremamente perigosa com um raciocínio aguçado e perversidade de um ser humano, meu coração me ensinava a distinguir o certo do errado, mas meu mundo me fazia optar pelo caminho de destruição.

Onde Solomon viu imperfeição eu personifiquei potencial e transcendi suas expectativas e tudo isso em um espaço de tempo realmente curto.

Com o tempo novos abissais surgiram e outra passou a ficar sob as asas de Magnus, ela era pequena e frágil, quase havia sido morta pelos outros, mas ele conseguia ver nela aquilo que ninguém mais via, um poder oculto impressionante que mesmo eu fiquei surpreso em descobrir, ele a chamou de Lanathel e conforme mais poder adquiria, mais ela crescia, tinha sido a última a ser criada, parecia irônico Magnus ter pego o primeiro e o último de nós, os mais fracos e sem expectativas... Erros, mas ele nos transformou em algo mais, algo que mesmo Solomon teve que admitir.

– Incrível! Fascinante! Solomon exclama batendo palma enquanto assiste Lanathel trucidar outro abissal – Você transformou algo imperfeito em perfeição!

Tive vontade de vomitar, aquele homem me enojava, ele nos tratava como lixo, mas quando alguém conseguiu “reciclar” aqueles que ele mais queria se livrar rapidamente havia mudado de opinião.

– Nunca duvidei de suas habilidades em criar algo perfeito Solomon, apenas acho que se precipita demais em ver o resultado final de suas invenções.

– Tsc!

Sempre soubemos o motivo de nossa criação e nunca duvidamos ou questionamos as ordens de Magnus, quando ele veio até mim dizendo que eu tinha que capturar uma criança humana não indaguei suas ordens nem perguntei seus motivos.

– Ela estará na cidade, atraia a criança para longe de Ichigo e faça como ordenado.

– Sim Senhor.

A criança era você Hisana...

{Rurouni Kenshin - 07-Quiet Life -Pf Solo Version-}

A jovem Hisana olha para os céus da Soul Society e imediatamente se lembra daquele dia em que perdera tudo, ela fica parada por algum tempo até sentir vontade de continuar lendo, aquela carta ainda possuía muito conteúdo e aparentemente Kaliver não pretendia lhe esconder nada.

No dia que capturamos você, Solomon e Zerus ficaram responsáveis por trabalhar em seu corpo e descobrir tudo sobre o seu poder tão especial, talvez já tenham dito isso a você Hisana, mas a capacidade de assimilação e adaptação que você possui a tornam uma guerreira sem igual, não sei se isso tem a ver com o sangue que corre em suas veias ou se isso deve-se ao fato de você ser aquilo que Solomon sempre gostou de repetir: Evolução. Descobrir do que você era capaz sempre foi o maior desafio de Solomon e ainda o é até hoje.

Me pergunto se Magnus já sabia até onde seus poderes chegariam, talvez nunca saibamos a resposta, mas de uma coisa eu tenho certeza, depois de todos os anos que convivi com você, sei que seus poderes podem não ter limites.

Anos passavam e aquela criança chorosa e mimada se tornava uma mulher de personalidade forte e habilidades sem iguais, além disso, mais cicatrizes apareciam em seu corpo e antes de Solomon aperfeiçoar suas capacidades regenerativas me lembro dos outros abissais adorarem deixar novas, não só eles, mas outros deep hollows se divertiam as suas custas, não que eu me importasse com a humilhação pelo qual passava, mas não posso deixar de admitir que ficava impressionado com a sua força em resistir a tudo aquilo, uma criança normal já teria sucumbido.

Hisana pára de ler e seu coração acelera de alguma forma aquela carta estava lhe afetando profundamente, Kaliver estava expondo seus pensamentos, mas também expondo suas piores lembranças, ela temia que as que desejaria ter esquecido estivessem ali.

Quando você completou quatorze anos eu deixei de ser seu principal tutor e fui designado a lutar e comandar os exércitos de Solomon na Europa, aparentemente seus amigos shinigamis estavam dando muito trabalho reunindo os sobreviventes ao redor do mundo para nos confrontar, tanto shinigamis como humanos com poderes especiais passaram a ser um problema aos olhos de Solomon que optou por erradica-los.

Fiquei um ano longe da base principal que ficava em Karakura e quando voltei encontrei outra pessoa, seu olhar era vago e sua personalidade estava mais fria, Solomon havia feito um ótimo trabalho em transformá-la em uma máquina de destruição e seu psicológico estava em frangalhos por causa das sucessivas visitas aos abissais e laboratório de Zerus, lembra como ele adorava envenenar seu corpo?

Hisana lembrava muito bem.

Ela já era crescida e estava deitada em uma cama metálica amarrada e sedada, vários deep hollows cercavam seu corpo em um laboratório frio e branco que fazia a luz refletir em seus olhos, ela enxergava tudo embaçado e sua audição estava prejudicada por causa das drogas.

– Injetem o SERUM 16-09L. Zerus ordena.

– Sim senhor. Uma deep hollow de feições femininas se aproxima com uma agulha calibrosa cheia de um líquido roxo e injeta no braço de Hisana que geme.

Zerus acompanhava a reação do corpo de Hisana olhando para os dados vitais da pequena em seu computador, então repentinamente ela começa a se contorcer e suar, suas veias mudam de cor ficando arroxeadas e ela sangra pelos olhos começando a gritar sofrendo espasmos na cama o monitor mostrava seu coração acelerado e seus sinais vitais descompassados.

– Revertam o estado do experimento primordial injetem o antidoto! Zerus digita freneticamente em seu computador enquanto grita para seus assistentes.

– Sim senhor!

É tudo o que Hisana lembra, quando acorda consegue ouvir uma conversa entre Solomon e Zerus.

– Se ela tivesse alguma coisa que regenerasse suas células mais rapidamente durante o processo de envenenamento, então seria possível trabalhar na imunidade de seu corpo testando novos compostos, além disso, ela se adaptaria facilmente a novos venenos e com os resultados a favor testar em larga escala nos outros. Zerus discutia com alguém de forma séria e totalmente diferente do que Hisana estava acostumada a ver.

– O processo de implantação de células auto replicantes não é algo tão complexo quanto imagina, o corpo dela já está no estágio seis do projeto e ela já possuía um nível regular de regeneração, eu consigo iniciar a fase de implantação desta habilidade em seu corpo sem sequelas para seu trabalho. Solomon responde.

– Eu agradeceria mestre. Zerus faz reverência.

– Porém, continue com os testes, preciso de uma quantidade aceitável de anticorpos para começar as análises de células, seus venenos são uma excelente opção para adquirir este resultado.

– Certamente meu senhor. Zerus ainda estava em reverência.

Muitas coisas aconteceram depois que os experimentos mais complexos começaram, muitas destas lembranças sei que não deseja que eu relembre, mesmo vivendo naquele lugar com o tempo passei a querer compreendê-la melhor e devido a solidão que sentia não foi tão difícil iniciar uma conversa.

{Rurouni Kenshin - 12-Talk to The Moon}

Hisana estava sentada na beira de sua cama no quarto selado em que ficava ela tinha acabado de voltar da sessão de treinos com Droon Tanker, Fisus e Granus, por isso estava toda machucada, tinha levado tantos golpes que sua regeneração ainda em fase de testes não funcionava muito bem.

Hisana pega um pano e começa a limpar as feridas, fazia pouco tempo que as lutas ficavam cada dia mais intensas, ela levanta um braço para limpar uma ferida nas costelas e geme quando percebe que estava roxa e quebrada.

– Droga.

Ela cai de joelhos no chão segurando as costelas.

A porta do quarto abre e Kaliver observa Hisana no chão que ao ouvir o barulho se levanta um pouco cambaleante e o ignora catando o pano e sentando para continuar a se limpar.

–... Fisus não gostou da cicatriz que fez em seu rosto.

– Pena que pegou de raspão minha intenção era arrancar a cabeça dele, da próxima vez eu consigo fazer isso.

–... Mesmo que consiga, Solomon o recriará, sabe disso.

– E daí? O problema é dele que vai ficar recriando aquele inútil todo dia, não dou a mínima.

–... Você recebeu menos ferimentos hoje.

– Um dos raros dias que não fico em coma graças a você que me treinou muito bem na arte de apanhar.

– E sua regeneração?

Hisana olha torto para Kaliver.

– Vai bem obrigada... Ela mostra o corpo de forma óbvia. - Aliás, o que você está fazendo aqui? Pelo que lembro você não é mais designado como minha babá, veio fazer uma visitinha para matar a saudade é? Sinto muito, já estou muito arrebentada por hoje, mas se mesmo assim quiser... Hisana fica em pé olhando afiado.

– Não vim aqui para isso.

– Menos mal. Ela senta na cama pegando o pano ignorando-o outra vez.

Kaliver se aproxima.

– Você não conseguirá fazer isso sozinha.

– Eu sempre faço tudo sozinha.

Kaliver pega outro pano e coloca no rosto de Hisana.

A jovem se assusta com o ato imprevisível do abissal e pula para trás batendo as costas na parede ao lado da cama, ela resmunga sozinha por causa das costelas e novamente uma ferida na cabeça que estava estancando se abre.

– O... O... O que pensa que está fazendo?! Hisana balbucia enrubescida.

– Limpando sua cara suja.

– E... E... Ninguém te pediu! Ela retruca fechando o punho.

– São ordens.

–... Por que mandariam você fazer isso?

– Nunca questionei minhas ordens, apenas obedeço.

–...

– Não tenho tempo para isso. Kaliver pega o pano e coloca na cabeça de Hisana para estancar a hemorragia.

Hisana fica calada, ela tira a cabeça desconfiada por um momento, mas logo deixa já que não era a primeira vez que o obrigavam a fazer isso.

– O... Obrigada. Ela faz bico.

–...

Ninguém havia me ordenado fazer aquilo, eu fui por vontade própria e você sabia disso tanto que me agradeceu. Depois daquilo era comum eu voltar e ajuda-la com suas feridas, com o tempo você se abriu e espontaneamente iniciava as conversas, eu não entendia por que fazia aquilo, mas com o tempo convivendo ao seu lado meu coração humano começaria a me dar as respostas.

Eu estava gostando de você.

Quando percebi que talvez meu ponto fraco estivesse sendo exposto comecei a me afastar fazendo missões, pensei que isso me ajudaria a esquecê-la... Mas apenas piorou o sentimento que já havia brotado dentro de mim.

O seu sorriso ao me ver, a maneira como falava, seus gestos, seu olhar, tudo em você estava diferente quando começamos a nos encontrar mais, por isso quando o incidente que culminou com a sua fuga do laboratório aconteceu, temi nunca mais poder vê-la, mas em uma de minhas missões...

{Rurouni Kenshin - 08-The Will - PF Solo Version-}

Kaliver andava por uma cidade destruída bem longe de Karakura, quando sente um pulso fraco de reiatsu familiar direcionado para si, ele segue a direção e atrás de alguns escombros encontra a pessoa que achou jamais encontrar outra vez.

– Você...

– Já faz algum tempo não é mesmo Kaliver?

Mesmo sendo seu inimigo você me recepcionou com um sorriso, fazia tempo que não a via e lá estava você, tinha se tornado uma mulher linda e com uma cor diferente daquela que tinha quando estava no laboratório, parecia mais viva e seu olhar em chamas.

– É muita coragem sua de aparecer...

– Se você realmente fosse meu inimigo não teria vindo até mim sozinho. Ela sorri.

–... Eles procuram por você em toda parte, como consegue se esconder?

– Longa história, mas estou aqui por que preciso fazer uma pergunta, meus aliados não estão muito longe daqui e logo precisarei retornar, por isso serei breve.

– O que deseja?

– Kaliver você ainda me considera sua inimiga?

Nunca sorri, talvez nunca tenha demonstrado qualquer tipo de emoção na minha vida, mas com certeza naquele momento eu devo ter mostrado surpresa em minha face.

– Não sei do que está falando.

– Você possui um coração humano como guia e convivemos juntos desde que sou criança, talvez por isso eu tenha a segurança necessária para perguntar-lhe isso.

– Sua fuga afetou sua mente, provavelmente ocorreu algum dano cerebral.

– Mais do que os danos que causaram em mim é impossível e se mesmo com tudo aquilo eu não mudei então não há como afirmar que há algo de errado comigo e então?

Aquilo que fazíamos era errado, se Magnus descobrisse que estava diante de você e não havia lhe informado, provavelmente eu estaria morto naquele instante, mas também estava feliz por vê-la.

– Hisana, eu não possuo tais sentimentos, nem sei o que significam.

A jovem olha com ternura para ele.

– Entendo... Bem... Era só isso, preciso ir.

– Você...

–Uhm?

– Como está indo?

– Bem, existem muitas coisas a serem feitas e temos planos para o futuro, estou envolvida em algo muito importante no momento e como não sei se vai dar certo queria me encontrar com você mais uma vez.

– Entendo...

Hisana coça a bochecha sem graça.

– Pena que você não queira ser meu amigo... Eu ficaria muito feliz se você... Pudesse... Ela coça a cabeça sem graça. – Estar do meu lado... Como aliado.

–... Hisana... O que significa ser um amigo?

Hisana olha surpresa, aquilo tinha sido repentino.

– Ainda não percebeu?

Ela toca nas mãos frias do abissal.

– É o que nós somos.

Não demorou e você conseguiu permissão para que eu entrasse em seu esconderijo, uma verdadeira obra de tecnologia criada por Urahara, um teletransportador massivo de matéria orgânica e inorgânica programado em um computador central, não existiam muitas pessoas convivendo no mesmo ambiente que você, mas não era difícil ver o porquê, por serem os principais líderes daquilo que chamavam de resistência era comum serem perseguidos e a última coisa que queriam era pessoas comuns convivendo em um ambiente tão perigoso quanto o de vocês.

– Este é Kaliver Urahara o homem de que lhe falei.

– Hisana esse homem é...! Urahara e todos os que estavam com ele ficam em guarda, alguns inclusive desembainham suas espadas.

– É eu sei, não precisa entrar em pânico! Hisana faz sinal para Urahara e os outros se acalmarem. – Ele se tornou meu companheiro Urahara, graças a ele eu consegui sobreviver naquele ninho de monstros, devo minha vida a ele! Hisana fica a frente de Kaliver como se quisesse protegê-lo.

– Conta outra! Katsuya fica cara a cara com Hisana totalmente alterado. – Em primeiro lugar foi esse desgraçado que capturou você Hisana, se não fosse por ele você nunca teria parado naquele lugar!

– Eu sei Katsu! Mas as pessoas podem mudar vocês viram o que eu fiz, mas mesmo assim me deram uma segunda chance, por que não podem fazer o mesmo com ele!?

– Você é da família! Katsuya grita de novo. – Nós não temos por que acreditar em um monstro como ele, já esqueceu que foram eles que lhe obrigaram a fazer “aquilo”, como pode trazer ele para cá e esperar que o recebamos de braços abertos!?

– Você não sabe o que eu passei naquele lugar! Hisana grita de volta também com raiva. – Não sabe nada sobre o que eu passei durante aqueles dez anos de minha vida! Não venha jogar na minha cara um passado que você não conhece! Ela diz rangendo os dentes.

Katsuya olha surpreso quando vê Hisana colocando as mãos no fogo por alguém que ele considerava um inimigo, mas quando entende que era inútil convencê-la seu semblante entristece e ele vira de costas.

– Então é isso... Você considera alguém que ajudou a tirar tudo de você mais importante do que aqueles que a viram nascer e crescer... Katsuya olha para Hisana. – Tem razão, eu não conheço mais você. Ele diz se retirando.

– Katsu... Hisana também não gosta nada da maneira como tratou seu amigo por isso baixa a cabeça entristecida.

– Hisana, mesmo que você confie nele, não posso deixar de dar razão às palavras de Katsuya. Yoruichi olha para Kaliver. – Se você considera Hisana realmente importante é melhor que não traia esta confiança, saiba desde já, que só está entre nós por causa dela... A shinigami olha séria para Hisana. – Mas isso não o faz ser bem vindo entre nós, prometi que a manteria segura e não vou permitir que alguém tente ameaçar esta promessa.

Hisana sorri fazendo reverência enquanto agradece.

– Obrigada Yoruichi-san!

– Não agradeça ainda, ele tem muito a provar se pretende fazer parte desta aliança.

– Sim! Ela continua sorrindo, mas desta vez olhando para Kaliver que fitava Yoruichi indo embora com os outros.

{Rurouni Kenshin - 16-Quiet Life}

Optei por uma vida arriscada, eu lhes fornecia informações sobre os passos de Solomon e com isto conseguiam impedir uma vitória completa dos seus adversários, mas não demorou que desconfiassem de minhas ações, mesmo tomando cuidado Magnus percebeu que eu estava diferente, um dia quando me preparava para me encontrar com você o pior aconteceu.

– Espere... Kaliver.

A voz poderosa me fez parar automaticamente, quando me virei para Magnus ele olhava diferente para mim, diria curioso até.

– Meu senhor.

Fiz reverência parecendo o mais natural possível, não desconfiava de nada que iria acontecer.

– Vejo que você mudou bastante desde o dia de sua criação, chega a ser curioso a forma como seu coração o impulsiona a agir.

– Meu senhor?

Magnus sorri.

– Quem diria que sentiria algo por uma humana, a mesma que encarcerou e torturou durante anos sem piedade. Magnus olha para Kaliver. – Exatamente como havia previsto.

– Não entendo do que fala meu senhor.

Magnus olhou para o lado e eu acompanhei seu olhar, vi M.A.D sair da parede como uma sombra, ele andava curvo no chão e segurava um objeto projetor de imagens que entrega em minhas mãos.

M.A.D aperta um botão assim que entrega o projetor e eu não consigo reagir ao que vejo.

Hisana sinto muito, mas Magnus sempre desconfiou de meus sentimentos por você, tanto que usou M.A.D para nos seguir, você sabe como aquele monstro possui um faro apurado quando se trata de achar alguém... Quando via as imagens de nossos encontros, os momentos que entrava no esconderijo, um total ato de espionagem concebido por Solomon e Magnus... Ele estava me usando para chegar a vocês... Fiquei em choque.

– Sempre calculei que seu coração um dia poderia levá-lo a isso desde o primeiro dia que o vi, achou mesmo que ninguém iria desconfiar de seu interesse em ver o experimento primordial quase todos os dias? Um abissal favorecido por minhas mãos poderia muito bem agir nas sombras na tentativa de conspirar contra mim... Tentar me trair.

Um dos motivos que me fazia odiar o coração humano que batia em meu peito eram as emoções desnecessárias que brotavam nas diferentes situações, eu estava com medo daquele homem, meu coração batia tão acelerado que pensei que iria explodir, me sentia um homem morto.

– Eu realmente não me agrado de traições, talvez seja a coisa que menos suporto, mas é estranho como não tenho vontade de matá-lo neste exato momento, talvez pela maneira como achava óbvio esta situação ou talvez por que eu mesmo o introduzi na vida do experimento primordial esperando que isso acontecesse.

Olhei para Magnus espantado, eu tinha ouvido direito? Ele havia me indicado como seu tutor propositalmente por que esperava que eu me apaixonasse por você? Mas por quê? Não precisei pensar muito... Conviver com você me ensinou muitas coisas sobre seu comportamento e sua personalidade, com isso foi possível expor seus poderes e fraquezas tornando-a um objeto de estudo mais acessível... Fui usado... Para prejudica-la o máximo possível para eles.

Ter me apaixonado por você não estava em meus planos, a idéia de conviver com você sequer me agradava, por isso Magnus deu a ordem, pois sabia que ninguém teria como recusar, seu eu fosse o mesmo de antes, não daria importância ao que fizeram comigo... Mas agora era diferente, eu me importava com você... E por isso me preocupava com o que poderia acontecer conosco.

Kaliver olhava para Magnus esperando sua sentença.

– O coração humano é imprevisível... Talvez por eu ter amado uma humana eu seja um bom entendedor de tais sentimentos... Magnus olhava normal para Kaliver sem expressar qualquer sentimento hostil.

O abissal estava tenso, não sabia o que esperar daquele homem.

– Não vou matá-lo, até deixarei que volte a conviver com aquela que se importa, contudo saiba que se por algum momento eles desconfiarem de nossas ações, irei pessoalmente matar cada um deles.

Kaliver fecha a cara tremendo, Magnus sabia que ele estava com raiva por isso se deixa sorrir.

– Então é melhor que continue com o seu bom trabalho. Ele dá as costas ao abissal indo embora enquanto M.A.D o acompanhava. – E aproveite os poucos momentos que ainda lhe dei de vida, afinal você já está morto e sabe muito bem disso.

Maldito, ele não havia me salvado coisa nenhuma! Desde o primeiro dia ele só queria peões para usar! Um mestre manipulador! Parecia prever o futuro e queria continuar me usando para estudá-la, mesmo fora do laboratório uma coisa que você nunca soube é que ainda continuava nas garras deles! A sensação de estarem me usando para esse propósito me inquietava e a idéia de não poder fazer nada era a pior de todas, mas o que eu poderia fazer? De todos que estavam ali talvez você fosse a única a sobreviver se Magnus atacasse, mas o preço seria alto demais e eu não queria arriscar pagá-lo.

Hisana olha surpresa para a carta quando lê sobre o que Magnus havia feito com Kaliver e se assusta tentando entrar em contato com Urahara novamente, mas ele não atendia.

– Droga! Eles estão em perigo.

Hisana olha para a carta e depois pensa um pouco.

– Peraí... Se eles realmente tivessem em perigo Urahara não perderia tempo entrando em contato com a Soul Society em um momento como esse... O que está acontecendo aqui...?

Hisana senta na grama e continua a ler.

Muito tempo se passou desde aquela conversa, eu sabia que estava sendo observado e que não poderia arriscar colocar tudo a perder... Mas entendia que não tardaria a receber a ordem...

– Não... Kaliver suava cerrando os punhos e rangendo os dentes para Magnus.

– São ordens simples para um abissal sem coração... Para você espero não ser diferente afinal você foi criado para me servir, se não puder concluir algo tão simples, todos eles estarão mortos e tenho certeza que ver o experimento primordial que tanto confia em você triste seja a ultima coisa que se passa em sua cabeça.

A ordem era simples para um monstro como ele e Solomon, ele queria que eu capturasse Urahara e os dados de seus estudos sobre a viagem temporal, não concluir este objetivo significava sua morte e de todos que amava duas opções difíceis e ele tinha me dado pouco tempo para isso...

Não demorou e sua missão começou, o esconderijo estava desprotegido sem a sua presença e meu tempo apenas diminuía.

– Se eu contar a eles Magnus saberá... Ela não está preparada para o que a aguarda, Não posso destitui-la outra vez de sua família, mas também não posso deixa-la pensar que seus poder é suficiente para alcançar seus objetivos... Então não me resta alternativa... Kaliver olha para sua mão. – Mais uma vez, terei que me tornar seu pior inimigo...

Eu vou morrer e sei disso, é minha escolha, mas se for para o pior acontecer, não quero que seja pelas mãos de Magnus, eu via o que eles faziam com os espíritos de suas vítimas e não quero que faça uma lavagem cerebral em mim tornando-me mais uma vez seu algoz, mas para ser um inimigo a altura eu preciso estar preparado para enfrenta-la com todo o meu poder.

Por isso deixei minhas memórias escritas, logo irei até Urahara e terei que utilizar o mesmo portal que você utilizou para voltar ao passado de seus pais, mas como sei que ele nunca me ouvirá, terei que ser convincente, espero que me odeie bastante e assim lute com todo seu poder e acabe de uma vez com tudo isso, pois não importa o quanto me perdoe, nunca mudará o fato que lhe trai e lhe machuquei.

Se em algum momento conseguir dizer a você o que sinto, mesmo que seja no momento de minha morte, saberei que valeu a pena.

Não posso colocar aqui todas as nossas memórias, pois elas não são eternas, mas se puder lembrar as que valeram a pena então saberei que meu sacrifício não será em vão.

Não se preocupe, não deixarei que Magnus encoste em sua família, protegê-los e dar a minha vida por você serão as últimas coisas que farei.

Expressar-me... Uma coisa que imaginei nunca saber como fazer, mas você me ensinou muitas coisas Hisana e eu só tenho que lhe agradecer, por isso, deixo em suas mãos meu último presente, a esperança que tanto fala pode estar aqui...

Hisana pisca confusa, suas lágrimas secando.

– Ehm...?

Ela continua lendo a carta e seus olhos ficam arregalados enquanto emocionada e trêmula se levanta do chão abrindo um largo sorriso e gritando:

– KALIVER EU TE AMOOOOOO!

Hisana salta eufórica.

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Cenas do próximo Capítulo!(será que vocês vão sofrer?)

– Comandante o que ela está dizendo? Komamura fica tenso após ouvir as palavras de Hisana e sem compreender o que realmente significavam.

– O que estou tentando dizer capitão Komamura é que o comandante Yamamoto está escondendo o verdadeiro jogo de todos nós! Ela se exalta apontando para o comandante e olhando para os outros.

– Você não entende as consequências do que me pede jovem Hisana e nem mesmo sabe o que está falando! Genryuusai se levanta para encará-la de forma imponente.

Mas isso não a intimida nem um pouco.

– Então comandante, se o senhor está nervoso significa que Kaliver tinha razão em cada palavra e o capitão Komamura pode ser a chave para a melhor arma que poderemos conseguir contra Magnus e o senhor sabe muito bem disso!

– Como assim?! Explique-se! Komamura demanda ficando nervoso.

Yamamoto treme diante de Hisana e a forma como se encaravam parecia que iriam lutar a qualquer momento.

– Acalmem-se! Genryuusai sensei! Kurosaki-san! Ukitake sai de seu posto indo até Yamamoto e Hisana para apartá-los.

Hisana de certa forma se acalma, pois respeitava muito o capitão, então suspirando volta a olhar séria para o velho shinigami.

– Vou perguntar apenas mais uma vez comandante Yamamoto...

Todos olham para Hisana que estava com seus orbes em chamas.

– Onde estão os Bestiais?

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Continua...

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NOTAS DA TIA LYYYYEEEELLLLL!!!!

Devido alguns pedidos que recebi estou enviando a partir deste capítulo algumas músicas temas de alguns personagens que podem estar relacionadas a cenas da Fanfic ou apenas ao próprio personagem, é um pouquinho difícil achar músicas que encaixem nos personagens, mas caso consigam ouçam as músicas acompanhando as letras, pois elas costumam dizer muito sobre eles.

É fácil de achar no site: http://letras.mus.br, mas aqui já coloquei as músicas com os links, aproveitem :D.

(Música Tema de Hisana e Kaliver)

Within Temptation: What Have You Done (ft. Keith Caputo)

(Música Tema de Hisana 01)

KamelotBlack Halo – When the Lights are Down.

(Música Tema de Hisana 02).

Cynthia Harrell: I am the Wind.

(Música Tema Batalha Seiken x Kaliver)

Trail Of Tears: Carriers Of The Scars Of Life.

(Música Tema Magnus e Elena)

Kamelot: Lost And Damned

(Música Tema Magnus)

Kamelot: Black Halo -Soul Society.

Por enquanto é só, nos próximos capítulos estarei postando novos temas!

Beijos da Tia Lyel!


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Notas finais do capítulo

É isso ai amigos, então como perceberam teremos capítulos chamados de OVAS e serão os especiais contando um pouco mais sobre alguns personagens da história, não garanto que serão todos que terão este tipo de tratamento, mas provavelmente serão capítulos longos como este, em primeira pessoa e repletos de conteúdo, não se estressem, tinha avisado que daria corpo e alma a alguns personagens, por isso, aproveitem suas histórias :D.

Kaliver foi o primeiro e alguns detalhes ainda contidos na carta serão mostrados em momentos posteriores e apropriados.

Obrigada pela leitura galera e espero que tenham gostado.