Quando O Futuro Vem Dos Céus - Memórias escrita por LYEL


Capítulo 14
Conversa de Adultos.


Notas iniciais do capítulo

A Soul Society planeja seus passos e que atitudes tomar diante das revelações sobre o futuro catastrófico.

Yamamoto relembra o passado, mas em que isso afetará suas decisões?

Na loja de Urahara, fica evidente o estado de Hisana que continua inconsciente, Rukia sonha outra vez, mas agora, tudo tem um significado para a pequena shinigami que fica frente a frente com Ichigo.

Será que ela pretende revelar o que sabe, mesmo sabendo que poderá estar arriscando algo mais que amizade?



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Palavras da autora: Bleach não me pertence, eu apenas peguei emprestado.

TRILHA SONORA DISPONÍVEL NO EMAIL: quandofuturovemdosceus@gmail.com

SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

http://www.youtube.com/watch?v=czhk6z1k_xk&feature=youtu.be

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Nota da autora: A partir de agora poderão existir situações em que os dois Uraharas estarão na mesma cena, por isso para não ficar “Urahara do futuro fala isso e Urahara do Passado responde aquilo” quando a cena envolver o Urahara do futuro ele será tratado simplesmente como “UraharaF” (“F” de futuro),

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Ichigo era o único que estava em condições de ficar em pé após a “cura milagrosa” de Urahara a dor nas costelas existia e o cansaço físico ainda era visível nada que a refeição que fazia no momento não resolvesse acompanhado de um bom descanso. Já estava anoitecendo e Kon servia muito bem como distração para sua família enquanto ele se recuperava na loja, Inoue estava no outro cômodo com Sado sob seus cuidados, o rapaz dormia após a árdua luta que tivera e embora milagrosa, a vitória sobre o abissal tinha sido triunfal e importante para o grupo.

Ishida também precisava de descanso, tinha usado sua habilidade especial mais vezes do que o limite permitido, graças a Tessai respirava tranquilo no futon, ele também tinha sido excepcional na luta e de grande importância para a sobrevida de Hisana.

Urahara e Yoruichi estavam no laboratório sentados conversando sobre os acontecimentos daquele dia.

– Kisuke, acha que a Soul Society ficará em segundo plano após os acontecimentos de hoje?

– Depende de como capitão Kurotsuchi lidará com os eventos, mas é difícil prever, pois a batalha de hoje tomou proporções imprevisíveis e houve muita flutuação de reiatsu na cidade.

– Então provavelmente já perceberam.

– Talvez, mas o mais importante é curarem as feridas e se prepararem, esperarei ele entrar em contato até lá.

–... O que me faz pensar em outra coisa... Solomon...

Kisuke olha para Yoruichi.

– Também achei muito estranho... Aquilo parecia apenas uma projeção do verdadeiro corpo dele, mas o que ele foi capaz de fazer mesmo assim foi espantoso, o fato dele não estar em corpo presente deve ter relação com o que Hisana já havia contado antes e com o que ele confirmou depois.

– Sim, eu me lembro... Criaturas fortes demais não podem invadir nossa dimensão sem distorcer seus próprios corpos... Mas aquela fissura no céu é preocupante.

– Precisaremos que Hisana elucide mais este problema.

– Tem razão... Mas quando acordar ela vai precisar de algum tempo para entender toda a situação.

–...

Yoruichi se levanta e toca no ombro de Urahara sorrindo e saindo do laboratório, ele continua sentado e só faz se virar para o grande computador começando a escanear a grande fissura no céu.

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{Crono Cross - 02 - Chronopolis}

Na Soul Society UraharaF havia confirmado a versão da história que Hisana havia contado por intermédio de Byakuya e Renji parecia o único que estava mais em choque, contudo a história não acabava ali.

– Embora Hisana seja muito poderosa o que ela não entende é que não pode salvar o mundo sozinha e mesmo que tente não é um direito só dela de querer, o mundo é igualmente de vocês e isso faz a batalha se tornar sua também.

– E o que sugere? Pelo que foi dito percebe-se que o inimigo não é comum, haverá uma carnificina se a Soul Society se envolver sem preparo e esta carnificina será unilateral, só nós sairemos perdendo. Byakuya relata.

– A principal desvantagem que tivemos em minha época é o fato de sermos atacados sem aviso algum e isto nos custou a Soul Society inteira em apenas um dia, porém outro fato incontestável é que isso foi realizado por apenas dois seres: Magnus e Solomon. UraharaF relembra.

Yamamoto fica calado, até então ele não parecia confiar muito na história, mas ouvir os nomes Magnus e Solomon era algo raro demais para que ouvidos comuns tivessem conhecimento.

– Comandante? Soi Fon o chama.

Yamamoto levanta o olhar para UraharaF.

– Magnus e Solomon... Lembro-me muito bem deles...

Eles se viram para o comandante e Yamamoto fecha os olhos, conforme começa a falar as lembranças vem à tona ao velho shinigami.

– Há muito tempo, quando não existia a Soul Society que se estabeleceu hoje os shinigamis, antes chamados primordiais por serem os primeiros a serem criados, formavam uma comunidade pequena comparada ao que se tem hoje, porém imensamente mais poderosa, cada um de nós possuía um dom dado pessoalmente pelo grande rei. Sendo assim passávamos a ser considerados guardiões de algum poder ou conhecimento.

Yamamoto começa a caminhar calmamente pelo laboratório.

– Solomon era muito inteligente, embora sua personalidade não fosse das melhores, sua sapiência era incontestável, seu conhecimento compartilhado em seus manuscritos é base para quase tudo que diz respeito à tecnologia e desenvolvimento até hoje. Yamamoto olha para UraharaF. – Mesmo você se baseou em muitas anotações deixadas por ele para expandir seu conhecimento e desenvolver sua tecnologia, assim como o capitão Kurotsuchi.

UraharaF assente com a cabeça afirmando, Mayuri apenas ignora o comentário.

– E este que atende por Magnus? Byakuya pergunta.

Yamamoto olha para o capitão como se ao mesmo tempo tentasse puxar alguma recordação e suspira como se isso o entristecesse, detalhe que os ali presentes notam.

– Magnus... Era diferente... Yamamoto pausa e algumas lembranças lhe invadem a cabeça fazendo-o ficar em silêncio.

– Comandante? Soi Fon chama Yamamoto outra vez.

O velho shinigami continua.

– Magnus era bondoso, tinha um coração puro que se importava enormemente com o próximo, todos o idolatravam e seu carisma era contagiante, era um jovem promissor cheio de sonhos e treinado por Danielle, uma de nós que havia talento nato para a guerra.

– Que... Nomes estranhos... Soi fon comenta.

– Os shinigamis eram designados a trabalhar em diferentes partes do globo e dependendo da região que guardavam costumavam adotar nomes comuns à região, por isso não era difícil achar alguém com nome tão incomum mesmo há tantos séculos já passados.

– O que aconteceu com Magnus? Qual era seu poder? Byakuya pergunta outra vez.

– Entre todos os poderes que nos foram designados, o Grande rei nomeou três de nós para guardar os símbolos de seu poder.

– Qual o significado do criador dividir o seu poder entre aqueles que criou? Ela pergunta outra vez.

– Por que o grande rei queria que sentíssemos que fazemos parte de um todo e aqueles poderes dados naquela época não possuem iguais até hoje.

– Entendo... Mas ao mesmo tempo é estranho... Se antigamente era o grande rei quem lhes dava poderes, por que nós conseguimos adquirir o nosso próprio poder hoje em dia então? Byakuya pergunta.

– Por que existe uma diferença muito grande entre “nascer para ter poder” e “nascer para adquirir poder”. Os dons que nos foram dados nunca mais foram dados a mais ninguém.

– Entendo... Byakuya fica pensativo.

– Quem eram esses shinigamis? Que poderes eram esses comandante? Soi Fon fica curiosa.

– As chamas da justiça dadas a mim, as chamas da vida sob a regência de Magnus e as chamas da autoridade que um amigo muito querido que não está mais entre nós possuía...

– Chamas? Mayuri fala com ar de interrogação.

– Fogo é poder e uma boa forma de demonstrá-lo era dividi-lo entre nós.

Yamamoto se lembra de mais alguma coisa, aquela conversa estava despertando lembranças realmente antigas no velho homem.

– O dom de Magnus era indescritível, ele velava pela vida e as amava igualmente, sabia o dia da morte das pessoas e com isso nos guiava ao local antes de seus espíritos se perderem, era o shinigami que tinha mais contato com a vida e também com a morte, o tempo em suas mãos possuía outro significado e todos nós sabíamos de sua importância para o mundo, graças a estes poderes, éramos imortais.

– Mas...? Mayuri fala com um gesto para que o comandante continue.

Yamamoto olha para ele e então baixa a cabeça.

– Elena...

Todos se entreolham e depois se voltam para o capitão.

Nas lembranças de Yamamoto ele se vê ainda jovem, de cabelos longos, negros, lisos e amarrados conversando com outro rapaz igualmente jovem de cabelos prateados e pontas negras, o rapaz tinha um olhar dourado profundo e sorria enquanto falava com ele sobre sua última aventura.

No meio da conversa um shinigami aparentando ser mais velho se aproxima acenando e outra passa correndo por ele pulando nas costas do rapaz de cabelos prateados, eles conversam sobre alguma coisa muito interessante relatada pelo rapaz.

– O que diz é verdade mesmo Magnus? Pergunta a jovem shinigami de cabelos loiros cheia de entusiasmo e descendo das costas do shinigami.

– Sim e ela se lembra até mesmo do konso!

– Que extraordinário! Nunca imaginei que os humanos pudessem evoluir a ponto de nos verem, mas como isso é possível? Quantos já podem fazer isso? Pergunta o de aparência mais velha e cabelos grisalhos.

– Eu ainda não sei, quero perguntar do Grande Rei por que ele está permitindo que os humanos nos vejam agora.

– Creio que não há necessidade Magnus, se isso é obra do Grande Rei basta a todos nós aceitar e aproveitar a oportunidade de interagir com eles! Diz a mulher.

– Isso mesmo ela tem razão Magnus, pense nas possibilidades infinitas que surge diante de nós! O aprendizado, a troca de experiência, a evolução! Exclama o homem grisalho cheio de idéias.

Magnus parecia refletir algo e seu olhar era distante.

– Espero que isso não seja problema, mas parece uma idéia interessante. Concorda Yamamoto.

– Até mesmo Yama-san concorda! Milagres acontecem. A mulher ri.

– O que quer dizer com isso Danielle, que eu não possuo humor?

– Exatamente. Solomon e Danielle dizem ao mesmo tempo.

– Perdão se não chego aos pés do senhor carisma aqui. O jovem de cabelos longos aponta com a cabeça para Magnus que não parecia ouvir a conversa.

– Com licença amigos, voltarei a terra e tentarei achar mais destes humanos especiais. Fala Magnus reverenciando-se e saindo.

– Boa idéia Magnus, eu começarei a pesquisar mais possibilidades de comunicação com esses humanos e se existe alguma coisa especial em seus espíritos! Diz o grisalho correndo para algum lugar só seu.

– Ah! Se vocês começarem a correr atrás desses humanos vou ficar com ciúmes heim! Tão me ouvindo? Grita a mulher correndo atrás do que fazer também.

Yamamoto cruza os braços e sorri balançando a cabeça.

– Esses três não tem jeito mesmo...

– Você também não é tão diferente velho amigo.

A voz poderosa ecoa atrás do jovem shinigami que olha para trás.

– Ouvindo conversa alheia meu caro amigo?

A criatura se aproxima e tudo que Yamamoto se lembra deste dia é o sorriso cheio de dentes daquela criatura.

Yamamoto levanta a cabeça.

– Naquele dia... Tudo começou naquele dia, quando Magnus se apaixonou por aquela humana, tudo mudou e culminou com o dia que seria marcado pela sua punição... E seu eterno selamento.

– “Eterno” é uma palavra muito forte comandante. UraharaF relembra.

Yamamoto concorda.

– Pelo que nos contou Magnus não é mais a mesma pessoa... Solomon também.

– Comandante, Os dois são muito perigosos e o senhor não pode pensar que eles continuam os mesmos de suas lembranças, precisam se preparar para quando eles chegarem.

Yamamoto fica pensativo.

– Mas antes de tudo preciso me encontrar com esta tal “Hisana”.

– Pode ser arranjado comandante, envie o tenente Abarai Renji e Soi Fon-san.

– É o que farei.

Renji estava calado e pensando muito no que tinha ouvido sobre Ichigo e Rukia e não conseguia evitar o seu desconforto.

– Renji. Byakuya o chama.

O tenente continuava perdido em seus próprios pensamentos.

– Tenente! Byakuya fala um pouco mais alto.

Renji só faz levantar o rosto.

– É brincadeira né? Só pode ser alguma piada! Renji se exalta. – Rukia e Ichigo? Desde quando eles...!

– Renji! Byakuya fica furioso.

O shinigami engole as palavras.

– Guarde seus pensamentos e principalmente seus comentários para si, eles são desnecessários neste momento.

– Perdão capitão... Renji baixa a cabeça.

– O tenente Abarai Renji e a capitã do segundo esquadrão Soi Fon levarão alguns soldados até a cidade de Karakura e trarão a jovem sob custódia. O comandante ordena.

– Sim senhor comandante! Soi Fon se ajoelha e se prepara para sair.

Renji nada diz, só queria sair dali.

– Tomem cuidado... Hisa-chan pode não estar de bom humor... UraharaF alerta.

– Comandante, vai recepcioná-la em seus aposentos? Byakuya pergunta.

– Sim e quero você e o capitão Mayuri comigo. Ele se vira para o capitão cientista que retribui com um olhar de desgosto.

– Um último pedido, por favor, comandante? UraharaF o chama e em seguida olha para Mayuri. – Por favor, preciso enviar uma coisa para Hisa-chan é muito importante e preciso que você reconecte o simulante com as coordenadas que darei para poder enviá-los o que preciso.

– O que seria? Mayuri pergunta.

–... Um envelope com uma carta póstuma para ela.

– Entendo... Mayuri leva uma das mãos ao queixo parecendo interessado.

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{Crono Cross - 14 - Reminiscing ~Uneraseable Memory~}

Rukia estava deitada sozinha ao lado de Hisana, seu sangue espiritual era drenado até uma máquina que retransmitia sangue “vivo” para a jovem que estava em sua forma humana desde que chegara ali, mas não demora a ficar sonolenta e fechar os olhos dormindo pesado pelo desgaste físico que tinha sofrido.

Algum tempo depois Tessai entra e ao ver que a quantidade de sangue doado havia sido alcançada, sem acordar Rukia ele remove o aparelho e se retira deixando as duas dormirem.

E Rukia sonha outra vez... Mas desta vez... Sabia o que significava...

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Ela tinha os cabelos negros presos, estatura mediana e vestia uma roupa simples de casa, estava na cozinha reparando uma panela no fogo ao mesmo tempo que cortava comida em uma tábua de madeira, a porta da casa abre e passos apressados vêm em sua direção.

– Mamãe, mamãe, mamãe!

Rukia olha para trás e sua filha ainda pequena vem correndo até ela.

– O que foi minha filha?

– Amanhã a gente vai passear no museu central, vai ter um monte de coisa legal pra fazer, a professora anotou o recado no meu caderno e disse que vai ligar! Eu vou levar a câmera.

– Que bom meu amor, você está muito ansiosa não está?

A menina balança a cabeça vigorosamente e abraça a mãe aproveitando para espiar o que teriam para o jantar.

– Mamãe eu estou com fome.

– O jantar está quase pronto e seu pai chegará em breve, por que não ajuda a mamãe a arrumar a mesa?

Rukia faz carinho em sua cabeça, a pequena abre algumas gavetas e armários e começa a colocar talheres e louças na mesa.

– Quando terminar de arrumar a mesa suba e vá tomar banho.

– Tá. Ela responde e enquanto coloca os protetores de copos sobre a mesa Hisana olha para o pulso e fica observando um sinal de nascença que possui. – Mamãe?

– Sim querida? Rukia responde sem olhar para trás terminando de cortar o que faltava para o jantar e lavando a tábua que havia sujado.

– Aquela mancha esquisita que eu tenho no pulso, parece que está crescendo.

Rukia enxuga as mãos e olha para a pequena que passava os dedos no sinal, sorri e vai até ela puxando uma cadeira e sentando, então pega o braço da filha e observa o sinal ao qual ela se referia.

– O que tem esse sinalzinho? Acha ele feio?

– Não é que ele seja feio... Eu só acho esquisito por que a senhora e o papai não tem nenhum e... Parece que ele foi desenhado né? Hisana olha para ela.

Rukia sorri.

– É de nascença meu coração, você nasceu com ele, só que está ficando maiorzinho por que você está crescendo.

– Ah é? Pensei que era câncer vi isso na TV um dia desse mamãe. Hisana parece aliviada.

Rukia começa a rir

– Câncer Hisana!? Rukia balança a cabeça rindo achando sua filha uma graça.

– A senhora ri? Eu fiquei preocupada mamãe! A pequena infla as bochechas.

Rukia pára de rir e com os dedos indicadores “fura” as bochechas de Hisana fazendo um barulho engraçado.

– Quando você nasceu e seu pai a viu pela primeira vez ele disse: “Olha querida, nosso bebê nasceu com uma borboletinha no pulso” eu tinha visto o sinal, mas nunca tinha pensando no quanto ele realmente lembrava uma borboleta. Rukia segura nas mãos da filha e faz carinho. – “Borboletas são tão lindas” eu disse, “Então acho que temos uma borboletinha agora” Ele falou sorrindo.

– AAHHHH!!! Hisana parecia ter lembrado algo. – Então é por isso mamãe! É por isso que ele me chama de borboletinha!

– Exatamente. Rukia toca na ponta do nariz de Hisana. – Mas você não é só a borboletinha do papai, é minha também.

Hisana olha para o sinal, era engraçada a maneira como ela parecia estar vendo o que sua mãe tinha lhe contado agora.

– Viu? Não há com que se preocupar, agora suba e vá tomar seu banho então se apronte e desça para jantar.

– Tá bom mamãe. Hisana abraça rapidamente sua mãe e sobe as escadas correndo.

Rukia apoia a cabeça com as mãos na mesa enquanto observa sua filha subir apressada e suspira de maneira nostálgica ao lembrar-se do dia que sua criança nasceu, mas logo se lembra da panela no fogo e se levanta para terminar o jantar.

Alguns minutos depois Ichigo chega e o cheiro da comida o arrasta até a cozinha onde vê Rukia de costas colocando algumas coisas na geladeira, ele a abraça por trás e ela responde fechando os olhos ao sentir aquela sensação gostosa do abraço e ele beija seu pescoço.

– Finalmente chegou Ichigo. Ela se vira para ele fechando a porta da geladeira com o pé e aproveitando para beijá-lo.

– Apressei o que tinha que fazer por que estava louco para chegar em casa. Ele coloca uma pasta de documentos em cima do balcão da cozinha. – O quem tem para o jantar?

– Hoje eu fiz o que você e Hisana adoram. Ela responde afrouxando a gravata do marido, mas parecia com um olhar distante.

– Aconteceu alguma coisa? Ele pergunta segurando nas mãos dela ao notar que ela estava com olhar diferente.

Rukia sorri.

– Nada demais, só Hisana que veio me perguntando sobre aquele sinal que ela tem no pulso.

– A borboleta?

Ela assente com a cabeça.

– Aquilo já foi há algum tempo, mas aquela sensação de poder carregá-la no colo, amamentá-la em meus seios, fazê-la dormir... Sinto saudades. Rukia olha para Ichigo de modo nostálgico. – Pena que ela tenha crescido tão rápido.

– Rukia... Você por um acaso...

– Urahara aperfeiçoou o método de controle de reiatsu Ichigo... Talvez seja hora de conversarmos sobre uma nova companhia para Hisana, o que acha?

– Um irmãozinho uhm? Ichigo fica pensativo. – Parece uma boa idéia e bem repentina vinda de você.

– Ela com certeza vai querer um irmãozinho. Rukia se agarra ao pescoço de Ichigo. – Também não tenho do que reclamar, embora tenhamos passado por tudo aquilo, adorei ficar grávida Ichigo. - Ela aproxima seu rosto do dele.

– Será que eu entrei na casa errada? Ele diz brincando. – Tem alguma coisa diferente com aquela shinigami que eu conheci...

– Tolo... Rukia fala baixinho se insinuando e aproximando-se dos seus lábios. – Eu só quero outro bebê...

Eles se beijam de forma apaixonada e demorada, fazia algum tempo que não se entregavam assim e por isso pareciam querer aproveitar bem aquela sensação.

– Rukia... Agora não... Ele diz cochichando.

– Eu sei... Ela responde em igual tom. - Vamos jantar primeiro, Hisana já deve estar descendo, leve suas coisas para o quarto já vou servir o jantar.

– Então vou tomar um banho também, não demoro. Ele beija a testa da esposa.

Rukia brinca de não querer largar a sua mão, ele responde à brincadeira sorrindo e subindo para o quarto.

No corredor se depara com Hisana sorridente.

– Papai, olha! Ela pula no colo de Ichigo sem nem mesmo dar boa noite e mostrando o pulso para ele.

– Nossa! Boa noite Hisana o que foi?

– Olha papai! Ela mostra outra vez o pulso, mas dessa vez balançando na frente dos olhos dele. – Eu fiz a borboletinha ficar mais bonita!

Ichigo olha o desenho ao redor da marca de nascença de Hisana e ele estava todo colorido à pincel.

– Que borboletinha mais linda minha criança, ela parece viva! Ele fala surpreso.

– Eu pintei papai, tem vermelho, rosa, azul, verde, laranja e fiz as anteninhas de preto. - Ela aponta com o dedo explicando os detalhes.

– Filha... Não quer ensinar a mamãe a desenhar não? - Ele fala brincando.

– Eu ouvi isso Ichigo! - Grita Rukia da cozinha.

– Caramba sua audição só é boa pra ouvir o que eu falo de você heim!? O homem de cabelos laranja replica assustado.

– Vai tomar banho Ichigo, você tem compromisso mais tarde.

Ele fica vermelho e coloca sua filha no chão.

– Minha criança, por que não vai mostrar a borboletinha para a mamãe enquanto eu tomo banho, que tal?

– Tá bem! Ela sai correndo.

– Hisana quantas vezes já avisei para não...

Ela pula do segundo andar da casa.

– Esquece... Ichigo desiste e vai tomar banho.

Hisana fica mostrando seu dote artístico para Rukia que ri se admirando do talento da filha, logo Ichigo desce e os três aproveitam um jantar em família com muita conversa animada e risos.

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Rukia acorda vermelha e ofegante antes do sonho “subir para o quarto”, a pequena shinigami vira para o lado e Hisana ainda dormia, mas percebe que a jovem gemia e parecia sentir dor, como não tinha ninguém ao redor pega um lenço deixado ao lado do futon junto a um balde e passa em sua testa, Rukia se lembra do sonho e da naturalidade que sente, então fica comparando os traços daquela criança ao da pessoa que via agora na sua frente repousando e pela primeira vez se assusta com todas as semelhanças.

– É idêntica... A idade pode ter mudado... Mas ainda é idêntica...

Rukia fica com o pano segurando na testa de Hisana.

– Não sei o que dizer... Nem o que pensar e talvez perguntar... - Ela desvia o olhar. - Estou confusa, não sei se a odeio por mentir para nós ou se fico feliz por ser verdade...

Enquanto pensa sobre a situação os olhos de Rukia estavam direcionados para o braço de Hisana, ela se lembra do sonho e se aproxima para poder ver o sinal de nascença começando a afastar as bandagens.

– Rukia?

Ichigo entra no quarto e Rukia fica surpresa soltando o braço de Hisana.

– Ichigo? O que está fazendo aqui?

– Vim ver como estava, há algumas horas você caiu no sono e por isso quis saber se já tinha acordado então aproveitei e trouxe algumas coisas.

Ichigo segurava uma bandeja com comida.

– Você... Não precisava se preocupar comigo sabia?

– Do que está falando? Todos já comeram alguma coisa antes de dormir exceto você, se não comer vai demorar a ficar melhor.

Sem começar a alongar a discussão e sabendo que Rukia provavelmente o faria, Ichigo se aproxima e coloca a comida ao lado dela.

– O... Obrigada... - Ela responde.

– Como ela está? Ichigo se aproxima de Hisana.

– Deve estar bem. - Rukia começa a comer sem fitar Ichigo.

– Ela está suando bastante, será que está com dor? Ichigo pega o pano na testa de Hisana e umedece com água voltando a colocá-lo.

– Você não deveria estar em casa Ichigo?

– Não tem problema ficar por aqui, Eu liguei para o Kon e a Chappy e pedi para se comportarem, eles queriam vir até aqui, mas disse para fazerem isso mais tarde.

– Mais tarde... Que horas são?

– 1:30 da manhã.

– Já é de madrugada...

– Não se preocupe com nada, a escola está interditada lembra? Os outros dormindo e só falta você se alimentar, coma e volte a dormir, eu também vou descansar um pouco mais, sinto meu corpo todo dolorido ainda. Ele reclama segurando o ombro e estalando o pescoço.

– Tudo bem... Obrigada mais uma vez Ichigo.

– Relaxa, já disse que não precisa agradecer se precisar de alguma coisa eu vou estar no outro quarto.

– Tá.

Ichigo olha Hisana mais um pouco e ela parecia estar normal agora, então faz um sinal se retirando.

– Ichigo! - Rukia o chama repentinamente.

– Eh? Ele estica a cabeça dentro do quarto outra vez.

– Ah... Bem... A shinigami começa a suar nervosa e coça o pescoço sem saber o que dizer. – Você... Ela olha para ele que parecia confuso esperando ela terminar de falar. – Pode ficar aqui só um instante, tem uma coisa que eu queria falar com você...

– Ok... Ichigo fecha a porta atrás de si. – Mas por que está parecendo tão nervosa?

Rukia desvia o olhar com aquele suor nervoso no rosto.

– Não estou nervosa... Ah... Não sei o que estou sentindo, na verdade estou bastante confusa.

Agora Ichigo fica preocupado então senta ao lado dela, o coração de Rukia acelera e o rubor em sua face fica muito mais evidente e para piorar Ichigo toca com as costas da mão em sua testa.

– Você está com um pouco de febre, talvez tenha a ver com a doação de sangue. Ele se levanta outra vez. – Acho melhor chamar o Tessai-san ou a Inoue.

– Não! Ela segura em sua mão antes dele sair.

Ichigo devolve-lhe um olhar outra vez confuso.

– Não vá, eu estou bem, por favor, sente aqui de novo, eu quero falar uma coisa com você.

–...

Ichigo não estava entendo nada, mas resolve sentar olhando estranho para ela que olhava para o chão tentando encontrar as palavras para começar a falar.

– Lembra... Daquela conversa que tivemos daquela vez no telhado da sua casa? Ela parecia nervosa.

– Sim. Ichigo balança a cabeça, mas fica um pouco sem graça, pois se lembra do conteúdo do sonho dela.

– Eu... Ela morde os lábios não sabendo se era prudente continuar.

Rukia e Ichigo não haviam percebido até então, mas estavam de mãos dadas e ele só percebe isso quando sente a mão dela tremer apertando um pouco a sua.

– Eu... Continuei tendo outros sonhos iguais àquele depois daquele dia e tem ficado cada vez mais constante.

Ichigo desvia o olhar surpreso e sem graça.

– Ah... É mesmo? Que esquisito não acha? Não combina com você ter problemas com essas coisas. - Ele delicadamente e disfarçadamente começa a tirar sua mão da de Rukia que parecia nervosa, a mão dela estava suada e a expressão da pequena começa a tremer. – Rukia?

– Eu não...! Ela olha para ele rapidamente, mas desvia o olhar outra vez. – Eu não entendo o que está havendo Ichigo. - Rukia pensa e balança a cabeça. – Na verdade eu sei o que está acontecendo, mas não entendo por que! Droga estou tão confusa, pareço uma idiota na sua frente, não sei o que dizer ou o que fazer, mas essa sensação está me matando! - Rukia coloca a outra mão no rosto e faz uma expressão sofrível que mexe com Ichigo.

– Ei Rukia... O que você tem pára com isso está me deixando preocupado, nunca vi você desse jeito, conta pra mim o que está fazendo isso com você, deixa eu te ajudar. - Ichigo estava ficando nervoso e por isso se vira para olhar nos olhos dela.

– Ah... Ichigo... Quando ouve o que seu amigo lhe fala o turbilhão de emoções toma conta de Rukia que morde os lábios virando o rosto não sabendo se deveria contar.

Ichigo percebe que ele talvez fosse o problema então volta a sentar direito e um silêncio paira no quarto por um minuto.

– Você... Não é a única que está tendo sonhos estranhos ultimamente.

Rukia olha com a ponta dos olhos para ele que encarava o chão.

– Eu... Também tive um sonho estranho daquela vez no telhado e outros depois daquilo... Hoje também tive... Mas quando acordei resolvi ocupar minha cabeça e fui até a cozinha fazer alguma coisa para você comer, pois aquilo mexeu muito comigo.

– Ichigo...? Por acaso o seu sonho e o meu... Rukia cochichava como se estivesse falando consigo.

Os dois se encaram.

– Rukia, eu...!

A conversa é cortada quando uma pressão espiritual muito intimidadora cai sobre eles, mas não era apenas uma, eram várias energias criando um ar pesado ao redor.

{Taiketsu}

Os dois olham assustados um para o outro.

– Essas reiatsus! Rukia fique aqui! Ichigo abre a porta com toda a força e sai correndo.

– Não pode ser! Ela com um pouco de dificuldades se levanta e corre até a entrada da loja.

Quando os dois chegam ficam assustados e em segundos Urahara, Yoruichi e os outros também chegam.

– Mas o que significa isso? Urahara diz surpreso.

– Isso não é nada bom... Ishida fala ainda com dificuldades e sendo apoiado por Inoue.

Soi Fon se aproxima acompanhada de seu tenente comilão e de Renji do outro lado que parecia de mau humor, além disso, existia um grande portal feudal aberto atrás deles e vários shinigamis cercavam a loja de Urahara.

Soi Fon fica a frente com cara de poucos amigos.

– Urahara Kisuke, estamos aqui para levar a viajante do tempo sob custódia!

– O QUÊ?!

Todos dizem ao mesmo tempo surpresos.

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Continua...

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FICHA TÉCNICA

Nome: Soryuu Ishida Idade: 25 anos. Altura: 1,82m.
Aparência: Cabelos negros e lisos curtos, olhos azuis e pele alva.

Filho mais velho de Ishida e Inoue, era muito mimado quando criança, mas seu comportamento e personalidade mudaram completamente quando se viu como a única família de sua irmã Tomoe, é superprotetor e um excelente manipulador de energia espiritual tendo mostrado a Hisana junto de sua irmã a melhor maneira de ensinar seu pai no passado a despertar tais habilidades. Ele e Tomoe são os últimos com poderes Quincy.

É apaixonado por Alessa desde pequeno e ambos estão noivos na história, são os mais velhos dos filhos dos amigos que morreram no futuro e age com grande responsabilidade sendo um dos líderes da resistência e um dos que mais trabalha para manter todos vivos.

Assim como os outros conhece o passado de Hisana e respeita suas decisões, mas se preocupa com a amiga que tem uma habilidade excepcional para arranjar problemas.

É um importante aliado de Hisana e possui uma experiência de vida completamente diferente da que sua amiga teve enquanto era prisioneira, por isso compartilham destes conhecimentos como nenhum outro, tendo herdado assim, a forte intuição e sensibilidade da mãe, características que o tornam um excelente guerreiro com capacidade de analisar a situação dos aliados e agir estrategicamente evitando assim, grandes perdas em combate.

Soryuu é um dos poucos a quem Hisana confia a própria vida sem pensar.


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Notas finais do capítulo

Neste capítulo foram usados cenas ou citações da saga Crônicas capítulos 5 e 11.

Obrigada por acompanharem mais um capítulo pessoal, como podem ver, mais uma reviravolta na história e uma bem dificil de reverter agora e que pode mexer bastante com os planos de Hisana que por sinal... Parece que vai ser presa ainda dormindo xD.

O próximo capitulo promete e outras revelações aguardam vocês... Algumas coisas começaram a encaixar!

Mas ainda tem muita estrada =X...