Meio-sangue escrita por gsiqc


Capítulo 4
Conclusões


Notas iniciais do capítulo

Esse é um mini-capitulo. Espero que gostem mesmo assim (:



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– Summer? - Perguntou o garoto, batendo no rosto dela. - Bééé, Summer, acorde.

Summer abriu os olhos, focando a imagem do amigo. Estava deitada no chão da rua deserta ainda, mas o céu já estava claro. Fechou novamente os olhos, sentindo uma dor horrível no corpo todo. Elliot bateu de novo em seu rosto, assustado.
– O que foi? Estou tonta. - Disse ela, abrindo relutantemente os olhos. - O que...aconteceu?
– Lâmia. Você a matou.

Summer pegou na mão do garoto e sentou-se com sua ajuda. Seu braço latejava tanto que parecia em chamas. Tentando encontrar coragem, olhou para ferimento, e quase desmaiou de novo.
– Preciso levá-la para o Acampamento Meio-Sangue. Vem, vou ajudá-la a levantar. - Elliot a apoiou nos ombros com dificuldade, os pés mancando.
– Isso no meu braço está horrível. Espere, me ponha no chão outra vez. - Pediu, rasgando a barra do vestido sujo e cheio de poeira. Depois tirou as botas e pegou um pequeno saquinho escondido na meia. Lá dentro havia uma pomada, alguns comprimidos e uma nota de cinco dólares.
– Remédios? Na meia? - Disse Elliot, desorientado. Ela revirou os olhos e espalhou a pomada pelo braço, amarrando o pedaço do vestido rasgado em volta com absurda destreza.
– Eu me machuco muito. - Justificou, guardando os remédios novamente sob o olhar surpreso de Elliot. - É uma das coisas que aprendi no orfanato. Se você é azarado, precisa se prevenir o máximo que puder, e do jeito que puder. Que tal comprar algo para eu beber? Minha boca está com um gosto horrível.

Elliot riu e a ajudou a se levantar, indo até o café mais próximo. Depois chamou um táxi, enquanto tentava consertar sua flauta quebrada. Summer não sabia o que era Acampamento Meio-Sangue, mas ficou feliz em ir para qualquer lugar que não fosse o orfanato da Califórnia. Ficou feliz em apenas sair dali, finalmente.


A tarde se estendeu preguiçosa, quente e abafada dentro do taxi. Summer estava com o braço dolorido e Elliot seriamente preocupado se ela aguentaria a viajem. Estava preocupado também em como iria pagar o táxi até o aeroporto, porque não tinha dinheiro e muito menos cartões ou qualquer coisa do tipo além das duas passagens para Nova York que guardava consigo desde que saíra do Acampamento.
– Hã... você não respondeu minha pergunta ontem. - Disse ele de repente, quebrando o silêncio. Summer olhava pela janela distraidamente, os pensamentos muito acelerados para conseguir dormir.
– Que pergunta?
– Sobre mitologia grega. Ah, você sabe, aqueles mitos bobos e antigos. - Disse, olhando sugestivamente para o motorista. Esperava que ela entendesse que eram para conversar, mas sem deixar o motorista notar qualquer anormalidade.
– Ah... Bom, eu gosto bastante de história. Tinha alguns livros sobre isso na biblioteca, mas a professora Leti nunca quis se aprofundar no assunto, então Madame Montez me deu umas aulas particulares, por assim dizer. Mas não me lembro de muito coisa, porque eu nunca consegui me concentrar tempo suficiente em um livro - Summer bocejou, lembrando-se de Madame Montez. Era a única pessoa que havia sido simpática com ela no orfanato. - Mas lembro que quando li os mitos dos deuses ainda era muito pequena. Fiquei horrorizada com as coisas que faziam, o modo como matavam pessoas por problemas mínimos. E confesso que fiquei pensando no que faria se tivesse o raio-mestre de Zeus nas mãos. Ah, isso seria bem divertido.

Elliot olhou com o canto do olho para ela, segurando uma risadinha debochada.
– Então não acha impossível? Aliais, você não ficou impressionada em como seu Déficit de atenção a ajudou ontem?
– O que disse? Como sabe que tenho Déficit de atenção?!
– Ah, todos têm. E Dislexia também. Mas tente ler o que está escrito na minha pulseira. - E moveu os lábios dizendo "Em voz baixa".
Na pulseira de Elliot estava escrito "Sátiro Nível 2".
– O que... Como consegui?! Isso é oficial, estou ficando maluca. - Disse, impressionada que tivesse conseguido ler com tanta facilidade. Normalmente levava mais de duas horas para conseguir ler mais do que algumas páginas de um livro. Olhou de novo para a pulseira de Elliot. "Sátiro". Seus pensamentos borbulharam de repente, pensando na ideia absurda que lhe ocorrera. - Não, não, espere ai. Não me diga que você, não me diga que é um..? Isso é ridículo. Sua pulseira...
– Esperava contar isso com mais calma, para que não ficasse tão assustada. - Elliot fez uma careta, balindo. - Está assustada?
– É claro que estou! Não é todo dia que se descobre algo assim! Mas como... você parece tão normal. Alguém como eu.
Elliot riu.
"Normal. Em dias como os nossos, quem é normal?!"


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