O Anjo De Fogo escrita por Mago Merlin


Capítulo 38
"Odinseia"




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Capítulo 38 – ‘Odinsséia’.

Lilian começou a dar sinais de que ia acordar, e quando abre os olhos vê Odin.

- Me diga que eu não estou sonhando. – disse ela.

- Você não está sonhando, e eu não estou brincando. – respondeu ele.

- É você, digo esse tempo todo?

- Sim, você acha mesmo que eu ia deixar você sumir assim da minha vida, sem fazer nada.

- Bobo. Mas como você sabia que algo ia acontecer.

- Eu não posso explicar agora, nem tenho tempo para isso. Infelizmente tenho que ir agora, por mais que eu queira ficar aqui abraçadinho com você, eu tenho outras coisas para fazer, antes de ficar com você aqui na Inglaterra.

- Quanto tempo mais? – perguntou ela um pouco magoada.

- Posso te garantir que no seu aniversário eu estarei definitivamente com você. Mas esse tempo que ficaremos separados será bom para você, de uma forma diferente.

- Nem tudo é perfeito. Então te encontro nos sonhos.

- Tchau, mio giglio. – disse ele dando um selinho nela.

- Tchau, mio drago. – respondeu ela deixando uma lágrima cair quando ele sumiu de seus braços.

Ele apareceu no corujal, para dar seqüência ao seu plano para afastar Dumbledore. Mas também tinha os olhos úmidos.

Chamou uma coruja da própria escola para não chamar atenção e prendeu a carta que ele havia escrito como se fosse o ministro, solicitando a presença imediata do diretor no ministério, claro que ele havia enfeitiçado o pergaminho, para que mesmo se ele suspeitasse que fosse uma armadilha para afastá-lo do castelo, como já aconteceu, ele iria assim mesmo.

Agora era só esperar pelo diretor no ministério. Ele ficou em uma dimensão próxima a real, onde ele poderia ficar de olho no saguão, mas sem que alguém visse ou o percebesse ali, se não fosse alguém extremamente poderoso ou estivesse o procurando.

Não demorou muito e Dumbledore aparata e depois de um segundo de hesitação segue para os elevadores. Era o momento.

Odin surgiu sobre o prédio, onde executou um feitiço restritivo, onde Dumbledore ficaria impedido de sair do prédio, usando qualquer que for o meio, mágico ou não.

Agora só faltava cuidar de Lug, aquele lá sempre foi estourado, e assim que ele sentisse que Freya estivesse sofrendo, mesmo que fosse apenas para despertar ele agiria de forma impulsiva e poderia destruir seu encantamento.

- Adoro esse lugar. – disse ele assim que apareceu assustando Carlinhos.

- Sabe tem horas como agora que eu tenho uma enorme vontade de te matar. – disse o ruivo olhando de uma forma raivosa para o amigo.

- E que graça teria mandar um ser que pode viajar pelas dimensões e mundos para o inferno.

- Nenhuma, eu te conheço bem, se eu fizesse isso, você voltaria em segundos e me arrastava para lá e me largava por alguns séculos.

- Que bom que você sabe, pois o que me trouxe aqui vai te deixar um pouco fora de si.

- Fala logo.

- Eu algum tempo, eles despertaram. Isso significa que você vai perceber quando isso ocorrer, e como você se lembra e doloroso.

- Eu tenho que ir pra lá. Me liberte desse feitiço agora. – disse ele pulando no pescoço de Odin.

- Fica calmo, mano. – disse Odin desaparecendo e surgindo nas costas dele. – E isso que eu vim tentar impedir, e é claro que você se descontrole e todos os dragões aqui reajam a você e teremos um massacre de tratadores. Além do mais você sabe que Palas está no castelo, já te contei isso, apesar dela bloquear isso.

- Tá bom. – disse Carlinhos respirando fundo. – Vou tentar me controlar. Mas como eu sentirei? Nunca aconteceu antes. Só percebíamos uns aos outros depois de despertamos, com exceção do primeiro.

- Vocês deviam pesquisar mais. – disse Odin, obviamente gozando com ele.

- Não somos capazes de viajar no tempo e perguntar pra ELES sobre nós, como você ou prever o passado como a Palas.

- Como eles despertaram ao mesmo tempo, no mesmo lugar, usando o mesmo motivo, sem contar a bobagem que fizeram ao abandonar esse plano, farão com que a onda de energia seja muito grande, sendo sentida por todo mundo.

- Mas é o ancião, ele com certeza vai tentar impedir assim que começar e poderá ser fatal para todos. – disse Carlinhos preocupado.

- Ele só poderia fazer isso, se e somente se, estivesse no castelo. Ele está preso no ministério inglês como você está aqui.

- Você não deixa nada descoberto mesmo. E Kroll?

- Zeus já cuidou disso, criando uma barreira em volta do castelo, como fez o ancestral dele quando criou a escola.

- Como você fez para que ele fizesse isso?

- Combinei meus poderes com o de Palas e fizemos um sonho profético para ele. Fico satisfeito pela genética dele e pelas lembranças de seus antepassados. – disse Odin olhando para um relógio que não tinha nada. – Agora tenho que ir.

- Sabe nunca entendi esse seu relógio. Nunca vejo nada nele, mas você sempre é pontual. Mesmo em tempo memoráveis que não existia relógio.

- Tem coisas que é melhor você não saber. – disse Odin antes de desaparecer.

____________________

Dumbledore estava preocupado. Fazia dois dias que Voldemort havia atacado, Harry estava desaparecido desde aquele dia, e pelo que parece Lilian e Sara também.  Minerva sabia onde eles estavam e não queria revelar nada, apenas que a maldição Infantus estava para ser quebrada.

Ele sentia que tinha mais alguma coisa diferente no castelo, mas não conseguia saber o que era. Só que não era um perigo para seus alunos.

Uma coruja tirou o diretor de suas teorias do que estava acontecendo, não era nenhuma conhecida, portanto ele não conseguia identificar o remetente.

Pegou o pergaminho preso na pata da ave e sentiu um leve formigamento na mão, mas acreditou que era alguma má noticia.

“Professor Dumbledore,

Gostaria de sua presença aqui no ministério. Precisamos se discutir sobre as defesas da Escola, já que esse é o segundo ataque direto. Os pais e o restante de nossa comunidade estão preocupados com a segurança de todos.

Seria importante que viesse aqui assim que recebesse essa coruja, Aquele que não deve ser nomeado não está parado.

Agradeço o seu tempo.

Cornélio Oswald Fudge - Ministro da Magia.”

Dumbledore já esperava por isso. Saiu de sua sala para avisar a Minerva que se assentaria.

- Minerva, fique de olho em tudo por aqui, Cornélio solicitou uma reunião comigo e terei que sair.

- Você irá usar um trestálio? Temos que informar ao Hagrid.

- Não, irei aparatando mesmo. Será mais rápido.

- Certo. Acredito que poderei resolver as coisas enquanto você está fora.

-Obrigado, Minerva. – disse ele se dirigindo para fora do castelo, para poder transpor as barreiras anti-aparatação, mesmo podendo desfazê-las, não deixaria essa brecha para Voldemort.

Como não queria que ninguém de fora da escola soubesse que ele estava de saída, aparatou assim que saiu da barreira.

Assim que apareceu no saguão do ministério, parou por um segundo, sentirá a mesma sensação que tinha sentido no castelo. Mas a reunião com o ministro era mais importante que isso.

Seguiu para a sala de Fudge, sem que ninguém o parasse, já que ele era Dumbledore.

- Bom dia Ministro, vim assim que recebi sua coruja. – disse ele.

- Bom dia. Mas Dumbledore, eu não enviei nenhuma coruja para você.

- Como não, veja. – disse o diretor mostrando a carta.

- Sim, essa é minha letra, mas não fui eu quem escreveu. Alguém queria você fora do castelo.

- Tenho que voltar. – disse Dumbledore saindo correndo para o saguão onde poderia aparatar.

Mas chegando lá não conseguiu sair dali, tentou aparatar em Hogsmesde, no Largo Grimauld e também na rua em frente ao ministério. Outras pessoas conseguiam tranquilamente, fazendo o diretor perceber que era o único.

Sem perder mais tempo, avançou para o setor de transportes mágicos, onde ele poderia usar uma lareira para o castelo.

- Sala do Diretor, Hogwarts. – disse lançando o pó no fogo, mas apesar do fogo ter se tornado verde e percorrido o corpo dele, Dumbledore ainda estava no ministério.

- Tem algo me impedindo de sair. – disse ele para Sra Edgecombe.

- Não detectamos nada de errado com a Rede de Floo. Podemos tentar uma chave de portal. – disse ela.

Foi preparada uma chave de portal pelo próprio Dumbledore, que com a permissão não era ilegal. A chave se ativou, mas ele permaneceu parado ali no meio da sala.

- Não acredito que me prenderam aqui. – disse Dumbledore para ele mesmo. – Aposto que foi aquela energia estranha que eu senti.

Ele pegou o pergaminho que tinha recebido e finalmente notou o feitiço nele. Ficou com muita raiva de ter caído em uma armadilha tão simples, e não era a primeira vez. Olhou novamente para o pergaminho e viu um novo recado.

Dumbledore,

Se esta lendo isso, é porque já descobriu que está preso no ministério.

Não se preocupe, só precisava de você fora da escola por algum tempo. Não que isso vai te tranqüilizar, mas foi para o bem de alguns de seus alunos.

Quando voltar para sua estimada escola, não perceberá nada de diferente. Você só tem que passar doze horas ai, a partir do momento que foi enfeitiçado.

Tenha um bom ‘Descanso’.

D.D.”

Mais uma vez uma onda de raiva passou pelo corpo do professor. Mas algo fez ele esquecer. Uma onda poderosa de magia passou. A sua primeira reação foi se proteger e anular a onda, mas como ele se encontrava muito longe de sua origem não houve efeito.

Várias pessoas no ministério também sentiram, mas ninguém conseguiu identificar, nem mesmo os inomináveis.

- Você sentiu a onda, Dumbledore? – perguntou o ministro ao encontrar novamente com ele. – Vários relatos dela, mas nenhuma explicação. Eu não senti nada.

- Ainda não sei de nada, mas acredito que esse é o motivo para que eu esteja sendo mantido preso aqui. Possivelmente algo a ver com um despertar mágico, de maior intensidade. Só espero que não seja de inimigos.

- Nem eu. – disse Fudge.

_________

Odin apareceu no cume do Vesúvio, onde esperaria o despertar dos quatro.

Naquele vulcão estava uma das entradas para o Hades, o Mundo dos Mortos. Era o mais seguro de todos, pois ele teria que manter o portal aberto, para o que ele queria. Por isso ele precisava da onda de poder. Esse portal por ser dentro do vulcão dificultava a volta, já que queimaria praticamente qualquer um.

- Parado ai. – disse uma voz grossa atrás dele. – Você não deveria estar aqui.

- Estou onde deveria estar. – disse Odin. – E você não me impedirá, Prometeu*.

- Faz mais de um milênio que ninguém me chama assim.  Quem é você?

- Alguém mais velho que o tempo, e que ia te visitar enquanto estava amarrado ao paredão tendo teu fígado comido.

- Chronos*? E você? Nem te reconheci.

-Sou eu mesmo, não a copia mal feita que se diz deus do tempo*. Mas me fala ai, que você fez para ser condenado de novo, agora como porteiro do inferno.

- Peguei um raio do Zeus. Não o seu irmão claro. Pelo menos to melhor que da outra vez, ainda tenho as cicatrizes. O Atlas* é que não teve sorte, ainda carrega o céu nos ombros. – disse Prometeu. – Mas o que você faz aqui, Oh Senhor do Tempo e Espaço.

- To indo buscar algumas almas, sabe meu estoque tá baixo desde o Ragnarok*. E como elas entraram lá de forma natural, preciso de um portal. E para isso preciso mantê-lo aberto. Esse é mais seguro.

- Já entendi, missões divinas. Se encontrar com Zeus, fala pra ele me aliviar, só vem cientista aqui, tem mais de quatrocentos anos que não vejo um bruxo com nível para abrir o portal, e mais de mil, um com poder para voltar. Seu xará não permite que voltem.

- Pode deixar. Queria mesmo dar uma passadinha pelo Olimpo, mas a patroa tem que ir junto, ela morre de ciúmes da Afrodite.

- Quem não teria. – disse Prometeu. – Bem é melhor você ir.

- Em cinco, quatro, três, dois, um. – a onda de energia chegou até eles. – Chegou a hora. Tchau.

Ele pulou no vulcão.

- Tchau. – disse Prometeu. – Eu desejaria boa viagem, mais isso seria uma redundância.

Odin ia caindo, pouco antes de chegar ao fundo, a rocha se abriu dando passagem para o magma e conseqüentemente ao portal para o inferno.

Ele acabou pousando tranquilamente no meio de uma caverna sem iluminação, onde havia uma fonte de luz que indicava a saída.

Segui para fora da caverna e encontrou com o Rio Aqueronte*, aquele que as almas atravessam para chegar ao seu destino final, o inferno ou ao paraíso, conhecido na antiguidade como Campos Elíseos*. Andou um pouco até encontrar com Caronte*, o barqueiro para levá-lo ao outro lado. Não que ele pudesse atravessar o rio sozinho, mas ele queria ter como voltar com sua carga.

- Vocês dois devem decidir de uma vez, só tenho uma vaga e vocês são dois. – disse o condutor.

- Não será necessário, eu irei. – disse Odin.

- Meu Senhor. – disse o Barqueiro com uma reverência que o fez lembrar-se dos elfos domésticos. – O senhor sempre tem um lugar aqui.

- Então podemos partir. – disse Odin embarcando.

A viagem foi tranqüila. Mesmo as almas não entendendo muito o que acontecia, o que geralmente ocorria nesta situação.

Assim que pararam do outro lado, Odin desembarcou, e esperou que todos os ocupantes do barco passassem pelo belo portal do inferno, meio receosos pela presença de Cérbero. Nenhum deles se atreveu a chegar perto do cachorrão.

- Quero que me espere aqui. – ordenou Odin.

- Mas meu senhor, como eu ganharei meu dinheiro. – disse Caronte.

- Faz séculos que você não cobra para fazer a passagem.

- Sim, as pessoas pararam de enterrar seus mortos com uma moeda, as margens opostas estavam ficando cheias.

- Como anda o mundo. – disse ele se afastando. – Se não estiver aqui quando voltar, Cérbero brincará eternamente com seus ossos.

Ele tremeu todo.

Cérbero saiu correndo como um filhotinho e começou a lamber a cara do cavaleiro.

- Bom menino. – disse ele afagando as cabeças. – Também tive saudades. Mas agora tenho que ir, depois falo pro seu pai passar por aqui. Te vejo na volta.

Ele seguiu e passou pelo portal, chegou a um caminho, que poderia levá-lo para o inferno ou para os Campos Elíseos. Nenhum dos dois era seu objetivo no momento. Seguiu para o Castelo do administrador deste reino. Deu apenas um passo para frente e estava nas portas do salão do trono, ele quer evitar encontrar com qualquer um dos juízes, não precisava de um novo confronto com eles. Entrou sem bater.

- Não precisa se levantar. Venho informar que estou aqui para pegar algumas almas. – disse ele para Hades, o deus.

- Quem é você para entrar na minha casa e falar qualquer coisa pra mim. Você sofrerá eternamente pela sua ousadia. Como Cérbero permitiu que um vivo entrasse no meu Reino.

- Eu entro onde quero, e não é um mísero humano com alguns poderes que me impedirá. – disse ele de forma fria, e começou a se transformar em sua forma de dragão. – Eu sou aquele a qual você pegou seu nome, eu sou o verdadeiro Senhor do Inferno, Eu sou Hades, Sou Osíris, Sou o Dragão Divino que controla o tempo e o espaço.

- Senhor, não havia percebido que era você. – disse humildemente o deus.

- Deixa isso pra lá, seu castigo, juntamente com os outros deuses de não poderem voltar ao Mundo é o suficiente. Só vim aqui para te deixar avisado, e manter seus lacaios longe de mim, não quero ter que atacar nenhum deles, conheço vários lugares piores que seu inferno. – disse ele voltando a sua forma humana.

- A casa é sua. – disse Hades.

- Nem pense em me seguir Perséfone. A minha é muito mais ciumenta que Hera, a deusa.

Ele partiu para os Elíseos, onde ele encontraria a maioria de suas almas. Apareceu ao lado de uma frondosa árvore, que encobria com suas folhas toda a dimensão de sua copa, ele sabia muito bem que havia um casal ali de baixo.   

Ele bateu palmas para chamar atenção deles.

Alguns segundos depois os dois saíram.

- Tiago, Lilian. Sei que vocês não me conhecem, mas gostaria que vocês viessem comigo.

- Por quê? – perguntou Tiago Potter.

- Eu tenho um presente para dar. – disse Odin. - Eu não posso fazer nenhum mau para vocês, já que eu estou vivo. Se for de alguma ajuda, eu sou amigo do Harry.

- Meu Harry? Como ele está? – perguntou Lilian Potter.

- Muito bem, inclusive ele se parece com o pai, bem mais que fisicamente. Vocês verão.

- Veremos nosso filho? – Lilian perguntou com lágrimas nos olhos.

- Bem mais que isso. – disse o cavaleiro. – Mas antes teremos que encontrar outras pessoas. Me sigam.

Ele abriu um portal com as mãos. Apesar de ter aparecido o contorno dele, o que era visto por ele nada se diferenciava do que era antes.

- Não se preocupem, não sairemos ainda do paraíso. – disse ele indicando para que os dois passassem primeiro.

Realmente ali era diferente, havia um lago de águas claras, e na margem ali perto estava uma pessoa que eles conheciam.

 - Mary? E você? – perguntou Lilian se aproximando correndo.

- Sim. Lily? Eu procurei vocês por muito tempo, cheguei a achar que vocês estavam no inferno. – disse ela.

- Os Elíseos são muito grandes, você pode passar toda a eternidade aqui sem conseguir ver tudo. – disse Odin.

- Quem é você? – perguntou a loira.

- Um amigo. – disse Odin, mas ao perceber que ela não acreditava completou. – Namorado da Pequena Sereia.

Esse era o apelido que Mary havia dado a menina, pelos seus cabelos vermelhos que lembravam a personagem das historias infantis.

- E como ela está?

- Está bem, ela agora está em Hogwarts, Assim como Sara.

- Oh! – disse ela entendendo o que isso implicava.

- Não se preocupe, tudo deu certo. – consolou ele com o que poderia ser um abraço. – Agora temos que ir.

Novamente ele abriu o portal e eles passaram. Agora eles se depararam com uma planície com uma floresta perto. Dois homens estavam sentados em uma pedra olhando o horizonte.

- Sei que isso se parece com os terrenos da Toca, mas falta algo ai. – disse Odin para os dois.

- Sim, falta a família que ali mora. – disse um dos homens sem olhar para trás.

- Que tal voltar a vê-los?

- Está falando sério? Não tem nenhuma pegadinha nisso? – perguntou o outro.

- Não, só peço um pouco de paciência, vai demorar um pouco. – disse Odin.

- Vamos logo. – disse abrindo novamente o portal.

Só neste minuto que os dois se viraram, e viram os outros três visitantes.

-Tiago? Lilian? Mary? – perguntou Gideão Prewett.

- Fabio? Gideão? – perguntou Tiago. – Que isso? Uma reunião da Ordem?

- Quase. – disse o cavaleiro. – Falta um integrante. Esse vai ser mais difícil encontrar.

Eles apareceram perto do portão.

- Aconselho a ficar aqui, Cérbero não gosta muito de almas fujonas. – disse Odin.

Ele deixou os outros conversando e foi atrás do último, ele estava no inferno.

Usou seus poderes e adentrou ao reino dos pecadores. Surgindo ao lado de um circulo de fogo mágico.

- Então você manteve a sua varinha. – disse ele para o homem que estava no meio do circulo.

- Sim, e não me importo em usá-la. – respondeu Sirius Black.

- Sei bem, mas não será necessário. Não estou aqui para te atacar, e sim para tirar daqui. – disse ele passando pelo fogo e o absorvendo.

- Como você fez isso? Esse fogo espanta os demônios a quase um ano.

- Eu não sou um demônio, nem mesmo estou morto. – disse ele. – Tenho alguns amigos que querem te ver.

Mais um portal foi aberto, mas desta vez apenas na entrada do inferno. Era impossível abrir um portal para fora de lá, uma limitação para evitar que os demônios dali saíssem por eles.

- Aonde vocês pensam que vão? – perguntou um homem da estatura de Hagrid.

- Isso não é da sua conta. – disse Odin, sem se importar com ele.

- Isso é o que você pensa. – disse o demônio lançando sobre Odin uma série de correntes de fogo.

- Você realmente acha que isso vai me prender com isso. – disse ele rindo.

- Costuma funcionar bem com as minhas almas. – disse ele satisfeito.

- Acontece que eu não sou uma de suas almas, aliás, nem mesmo morto eu estou. – respondeu o cavaleiro.

As correntes que o prendiam começaram a mudar de forma, assumindo a forma da armadura dele.

- Você é um cavaleiro-dragão. – disse o demônio.

- Não um qualquer, você deve me conhecer pela alcunha de Hades, o imperador do inferno.

- Meu senhor. – disse ele repetindo o gesto de Caronte. – Me perdoe.

Antes mesmo que ele terminasse de falar, uma onda de calor passou pelo corpo do demônio.

- Isso é apenas uma amostra de onde você vai parar da próxima vez que me desafiar. Isso é a superfície do Sol, bem mais quente que isso aqui. – disse Odin fazendo sua armadura retroceder.

- Vamos. – disse para abrindo o portão de ferro. – Explicações ficam para depois.

O Maroto estava chocado com o que aconteceu e nem pensou em discordar.

Assim que passaram, o portão se fechou, e eles estavam no caminho que levava para fora do Hades.

- Mary. – disse ele ao ver a loira.

Os dois correram de encontro um ao outro. E um beijo ardente ocorreu.

- Esse é o Almofadinhas que eu conheço. – disse Tiago.

- Pontas? Lily? O que está acontecendo aqui?

- Uma segunda chance. – disse o cavaleiro. – Agora não se preocupem, comigo aqui, ele não fará mal a vocês.

Eles saíram e viram Cérbero, que veio correndo na direção deles e pulou sobre Odin. O que parecia ser um ataque se revelou uma brincadeira.

- Bom Menino. – disse Odin. - Mas agora eu tenho que ir.

O cachorro voltou sua atenção para as almas ali presentes. Uma das cabeças começou a rosnar para Sirius, mas as outras preferiram se manter sobre as mãos do cavaleiro.

- Não se preocupe com ele, Sirius. Esta sendo territorialista apenas. Todos para o barco. – disse ele.

- Mas como você consegue controlar ele? – perguntou Lilian.

- A lenda é falsa. Ele é filho do Cérbero original, que é na verdade uma das formas utilizadas pelo meu bichinho de estimação. Quando eu venho para terra ele assume uma forma diferente. Agora ele é uma Harpia.

- Nunca vi um animal assim. – disse Mary.

- Fui eu quem o criou, é o único de sua espécie. Apesar de gostar muito de paquerar por ai. Vocês o conheceram.

Logo chegaram ao outro lado do Rio Aqueronte, se despediram de Caronte, e seguiram para a caverna onde estava o portal.

- Aqui dentro está o portal que nos levará de volta para o mundo dito real, quando vocês chegarem se tornaram pequenas esferas de luz, fiquem próximos de mim. Lá eu poderei usar meus poderes para transportar a todos para o local onde ficaremos por um tempo. Entendido?

- Sim. – Responderam.

- Ótimo. – disse ele.

 Desta vez, Odin acendeu uma luz na caverna, já que os outros não tinham a capacidade de enxergar no escuro como ele.

- Nossa aqui está mais quente que no inferno. – disse Sirius.

- Esse portal sai em um vulcão. Mais precisamente dentro do Vesúvio. – disse Odin.

- Como? – perguntou Fabian.

- Não se preocupem, esferas de luz não se machucam. - disse ele rindo. – Eu tenho uma pele bem grossa.

Eles passaram pelo portal e logo estavam voando para o cume do vulcão. Se alguém estivesse ali para ver, assistiria a um belo espetáculo, um homem com asas de dragão circundado por seis esferas de luz.

- Vejo que não teve muitos problemas. – disse Prometeu. – Senti apenas uma pequena onda de calor, mas não vi nenhum lava.

- Foi só um daqueles demônios que guardam o inferno que não recebeu o memorando e tentou me barrar.

- Queria ver a cara dele quando descobriu quem era você.

-Foi melhor quando eu ameacei mandá-lo para o Sol.

- Por falar nele, os cientistas vão botar a culpa nele pela onda que passou, assim como os deuses farão o mesmo com Apolo.

- Ótimo. Assim passamos despercebidos. Sei que deve ser solitário aqui, mas tenho que ir.

- Nos vemos por ai, ou aqui. Depende de Zeus. – disse o titã antes que ele sumisse com as luzes.

Odin apareceu ao lado do seu castelo no Valhala.

As luzes começaram a se tornar humanos de novo.

- Sejam bem-vindos ao meu lar, vocês estão em Valhala.

- Esse é o castelo de Odin? – perguntou Lilian.

-Sim, meu castelo. Mas antes de conversarmos vamos entrar. Daqui a pouco sentiram o frio que faz aqui. 

Eles seguiram para dentro do castelo, que era uma grandiosa construção antiga.

Eles entraram em um grande salão, onde havia uma mesa posta.

-Sirvam-se. Que eu começarei as explicações.

A mesa era farta. E eles tinham até dúvidas do que se servir.

- Bem meu nome é Tiago, sei isso vai causar muita confusão, mas esse não é o único que tenho. Sou brasileiro e também um bruxo. Aliás, sou mais que isso. Eu possuo duas almas, uma humana, e outra de uma criatura bem antiga. Eu sou um Dragão Divino.

Ele esperou que a notícia fosse assimilada.

- Um Dragão Divino como nas lendas? – perguntou Mary.

- Sim, como nas lendas. Que não são muito lendas, muitas são verdades.

- Qual você é? – perguntou Tiago. – Seria bom sabermos para escolher um nome.

- Sou o azul, conhecido como Hades, o príncipe dos mortos, Ou Como Osíris pelo mesmo motivo, eu posso andar entre as dimensões, uma delas o inferno, como vocês viram. Também chamado de Chronos, o senhor do tempo. Mas entre os meus sou mais conhecido como Odin.

- Que eu me lembre não exista um com esse nome. – disse Gideon.

- Claro que não. Apesar dos nomes que nos deram serem utilizados para os deuses, referentes às mitologias de acordo com nossos poderes. Algumas vezes, surgiram homens, ou melhor, filhos de criaturas mágicas poderosas com humanos, que possuíam poderes acima do normal. Eles se denominaram deuses para governar os outros humanos. Em uma dessas, no norte da Europa, eles conseguiram acesso a um portal que tinha como saída o reino de Asgard, este reino. Eles acabaram libertando meu bichinho, que naquela época estava na forma de Fenrir. Nesta forma ele é uma ameaça a todos os seres, por ser um pouco incontrolável. Por isso eu precisei interferir, para isso eu me tornei o Deus Odin. No Ragnarok, eu consegui controle sobre ele, e sumi daqui, deixei que eles resolvessem sua guerra. Isso causou a lenda que um matou o outro.

- Eu ainda não entendi essa de Dragões Divinos. – disse Fabian. – Eu nunca fui de estudar lendas, isso quem fazia era o Gideon.

- Bem antes da humanidade surgir, fomos deixados por nossos pais, ainda em ovos, em uma dimensão próxima a ‘real’. Eram cinco ovos. Eles deram origem a duas fêmeas e três machos de uma raça de dragões com poderes e inteligência. Assim nascemos. Palas, Zeus, Lug, Hera e eu. Nesta dimensão existem inúmeros outros seres poderosos, alguns pais dos deuses. Dessa dimensão não é preciso um portal ou poderes para que seus moradores se movam para a dimensão de vocês, principalmente como almas.  Assim, nós acabamos tendo ‘missões’ na Terra. A grande maioria das vezes, fazemos como almas, ou seja, nascemos na forma que precisamos para ajudar. Como agora eu sou o que chamam de cavaleiro-dragão. Ou seja, tenho duas almas, sendo ao mesmo tempo um humano e um grande dragão azul. Ou podemos habitar um corpo, sozinhos sem outra alma compartilhando o corpo, o que é chamado de alma solitária.  Como devem saber das lendas, temos outros seres que nos auxiliam, sendo principalmente a minha companheira eterna, Isis, a fênix original, e a companheira de Lug, Freya, a mãe de todos os cães.

- Você está sozinho, ou tem outro com você? – perguntou Sirius.

- Todos nós estamos aqui. Acontece que quando estamos como humanos, precisamos de um tempo para que nossos corpos se desenvolvam e possam carregar os poderes de nossas almas imortais. Até lá vivemos normalmente, até que algo ative o despertar, onde temos acesso aos nossos poderes e as nossas lembranças. O último despertar aconteceu pouco antes de encontrar vocês, dos quatro últimos, os da lenda de Kolthar, que são almas solitárias, mas essa historia pode ficar para depois. Já que para ela ser contada como se deve, vocês não podem ter segredos entre vocês.

- Como assim? – perguntou Gideon.

- Não como vocês dois, os outros. – disse Odin.

- Sirius. – começou a falar Mary. – quando eu disse que Dumbledore me pediu para fazer pesquisas na Itália, não era toda a verdade. Eu conversei com ele antes, porque eu estava com medo. Eu estava grávida.

- Que grávida? – perguntou o animago.

- Sim, nós dois tivemos uma Filha. Sara Smith.

- Sara Smith Black Potter. – disse Odin.

- Que? – perguntou a loira e Lilian ao mesmo tempo.

- Continue a história.

- Bom como vocês sabem não era a única grávida na Ordem, mais três bebes nasceram naquela época, aliás, eu tive meu parto no mesmo dia que Lilian.

- Três? – perguntou Tiago. – só sabemos de dois.

- Um deles foi escondido pelo Dumbledore, somente ele e eu sabíamos, já que eu criei a criança.

- Nem os pais sabiam? – perguntou Fabian. – não me lembro de mais nenhuma grávida na ordem. E a única que não vimos durante aquela época foi você.

- Na verdade ela estava grávida, mas não sabia que eram dois bebês. Lilian, você também teve uma menina.

A ruiva entrou em choque.

- Eu... meu... uma menina... eu só me lembro de ter desmaiado. – disse ela.

- Sim, Dumbledore me disse isso, quando deixou a menina comigo. Ele achou que seria melhor que ninguém soubesse que eram dois, seria mais fácil proteger um bebê apenas. Assim que tudo tivesse terminado eu retornaria com elas para a Inglaterra. Mas como aconteceu tudo, achamos melhor ficar pela Itália mesmo. Principalmente que Harry foi enviado para...

- Acho que a historia de Harry é melhor deixar que ele mesmo conte. – disse Odin.

- E mesmo, me perdoe Lilian. Eu achei que você não se importaria com isso.

- Não há o que perdoar, você criou minha menina.

- Eu coloquei o seu nome nela, não conseguia pensar em nada mais apropriado. Por isso sempre a chamava por um apelido, assim quando ela voltasse para vocês, poderiam escolher um nome melhor

- Como ela está agora? – perguntou o pai orgulhoso.

- Pergunte pra ele, o namorado dela. – disse a loira apontando para Odin.

Tiago olhou de forma bem ciumenta para ele, enquanto o olhar de Lilian era de afeição.

- Ela está muito bem, está em Hogwarts, junto com Harry e Sara. Dumbledore teve que contar tudo quando ele recebeu sua herança, após a morte de Sirius, e ele repatriou as duas.

- Perai, se eu estou entendendo bem desta historia, como você pode namorar a minha filha e ter sua companheira eterna aqui? – perguntou Lilian.

- Essa é a continuação da minha historia. A identidade dos outros. Minha companheira Isis reencarnou em Lilian Potter. Zeus é Harry. Assim como Freya é Sara.

- Mas como? – perguntou Sirius.

- Para receber a alma como a nossa, é necessário ter grande poder, e os seus filhos se encaixam nesse perfil. Hera é Gina Weasley, sobrinha dos dois ali, filha caçula de Molly, e namorado do Harry. Assim como Lug é o irmão dela, Carlinhos. Não se preocupe Sirius, ainda não estão namorando, mas é só porque ela é menor e ele tem mais de vinte três, e pelas regras da magia, se eles se envolvessem, perderiam seus poderes. Mantenho-o preso na Romênia.

- Quero ter uma conversa séria com ele. – disse Sirius.

 - Não vai adiantar nada, mas pode tentar. Como eu disse vai demorar um pouco para isso. Ficaremos algum tempo aqui.

- Pra que? – perguntou Fabian.

- Vocês agora são almas e nada podem fazer no mundo real, e estando aqui poderão recuperar seus corpos. Esse é o motivo de estarem aqui, onde um trazia meus guerreiros para treiná-los e poderem lutar na guerra final. Assim vocês renasceram e poderão voltar a vida anterior a morte de vocês.

- Quanto tempo? – perguntou Mary.

- Creio que será melhor que fiquemos aqui até o fim de junho.

- Você quer que aparecemos no aniversario deles? – perguntou Tiago.

- Essa é a idéia. – disse Odin. – Terei apenas um problema, as varinhas de vocês. Sirius ficou com a dele.

- Acredito que estejam nos cofres de vocês, então vou precisar que vocês se recuperem um pouco, pois eu não posso pegar nas varinhas.

- Por quê?

- Elas reagem de forma equivocada quando eu encosto em uma. – disse ele envergonhado. – Não gosto muito desta historia.

Ficaram ali conversando e comendo por mais algum tempo. Algumas dúvidas sobre os dragões foram respondidas, mas informações sobre a vida atual dos outros ficou de fora da conversa.

Os dias foram passando, como eles não poderiam fazer nada enquanto não tivessem um corpo. Eles ficaram passeando pelo castelo e depois pelo reino, ao conseguirem roupas apropriadas.

 Odin tentava conversar com Ly durante muito tempo, mas parecia que ela estava bloqueando ele. Ele estava tão desesperado que levou Gina do reino dos sonhos para Valhala.

- Não sei por que você gosta tanto assim de neve. – disse ela.

- Não é propriamente da neve, e sim das noites eternas desta região. – disse Odin ao lado dela.

- Por que você está preparado para combate? – perguntou a ruiva.

- Eu só consigo entrar nos sonhos das pessoas em Hogwarts desta forma. Por isso, Lilian não me reconheceu nem quando eu cuidei de Black Moon ou quando entreguei para ela o jornal que seria censurado. A magia que circunda o castelo é muito forte, preciso liberar muito poder para entrar, então entro em modo de batalha.

- Mas por que você veio me visitar?

- Eu tentei me conectar com ela, mas ela me bloqueou, eu queria saber se vocês estão bem.

- Sim, mas ela está aborrecida com você. Ela queria você ao seu lado, e você sumiu quando ela mais precisava.

- Eu estou fazendo isso para ela, era o único momento que eu tinha para isso. Tinha que aproveitar. Kroll poderia tentar intervir e isso seria catastrófico, assim como Dumbledore.

-Mas por que eu, por que você não tentou o Harry ou Shade?

- Você é amiga dela, antes e depois de tudo isso. A Shade também está me bloqueando, e seria muito estranho virar para o Harry e falar para ele que a irmã dele está me dando um gelo. E fácil fazer isso já que eu também não estou no mundo real.

- Onde estamos na verdade?

- Valhala. Acabei de voltar de uma viagem e meus companheiros estão dormindo agora. Entrarei em contato com você mais vezes, para saber como ela está. Mas não será muitas vezes, espero estar de volta para o aniversario deles.

- Espero por você lá. – disse ela com pesar.

- Tente falar com ela. Ela vai te escutar.

Assim que Odin sentiu que podia, os levou para recuperar as varinhas. Primeiro passou pelo cofre dos Prewett, onde havia poucas coisas. Eles ficaram meio embaraçados por saber da fortuna dos Potter e Black. Mas eles nem notaram isso, sabiam que o que importavam não era o quanto tinha no banco, mas o que tinha no coração. As varinhas dos dois estavam ali, parece que nenhum Weasley foi aceito por elas.

Aproveitaram que estavam no Grigontes e foram para o cofre dos Potter. As varinhas estavam dentro da árvore genealógica ali.

- Eles viram isso? – perguntou Tiago.

- O Harry já sabia, mas quando entraram no cofre ele disfarçou o quadro, ele queria prepará-la primeiro.

- Como elas reagiram? – perguntou Lilian.

- Aceitaram muito bem, principalmente que isso respondia algumas questões sobre os poderes deles, o que nada tem com a sua alma. Vocês sabem bem disso.

- Quantos anos você tem menino? – perguntou Tiago. – Você não pode saber tantas coisas assim.

- Eu tenho apenas 18 anos, mas tenho a capacidade de voltar no tempo, eu voltei antes de meu nascimento para conhecer vocês. Nada muito comprometedor, só algumas coisas em Hogwarts. Aulas, algumas marotices e jogos de quadribol.

- Ainda bem. – disse Tiago, mas ao ver a cara de Lilian. – Não queria que você ficasse vendo as meninas, minha filha não merece isso.

- Boa desculpa. – disse Lilian.

- Não se preocupe com isso, eu acompanho a Ly desde que consegui andar pelo espaço. – disse ele. – E como eu fui o primeiro a despertar, eu tinha um conhecimento sobre os outros até que eles despertassem, e como passei muito tempo sem ela, cuidava dela neste tempo, quando possível.

- Viu, Potter isso é romantismo. – disse Lily.

- Gostei de você. – disse Mary. – Mais que antes. Perai, você é o menino que sempre aparecia para Pequena Sereia. Aquele que a ajudava.

- Sim, eu mesmo. Uma pena que ela não me reconhece. – disse ele de forma triste. – Mas vamos que tenho que descobrir onde está a varinha de Mary.

- Como?

- Vamos para Itália. Lá dá pra sentir a magia dela. Simbora para Turim. – disse Odin levando a todos para a cidade italiana.

Na Itália eles vasculharam a antiga casa onde Mary havia morado. E encontraram a varinha escondida atrás de um quadro.

Odin tentou mais uma vez falar com Ly, mas novamente bateu em uma barreira. Então tentou entrar nos sonhos de Harry, que era um caminho mais fácil.

Apareceu em um quarto onde um casal estava na cama, pelas roupas espalhadas eles estavam mais que dormindo. Mas ele não se importou, iria interromper assim mesmo.

- Nos sonhos, não é tão bom quanto na vida real.

 O casal, que era apenas Harry e Gina, se cobriu rapidamente, mesmo ainda estando com suas roupas íntimas.

- Odin. Mas que coisa. – disse Harry. - Nem mesmo nos sonhos eu consigo. 

- Melhor assim, nos sonhos as coisas não são como no mundo real, já te disse isso. Aqui você pode manipular as coisas. E pode ser extremamente frustrante.

 - Não mais frustrante que não conseguir nem em sonhos. – disse Harry.

- Parece que não sou o único a levar gelo. Mas pensa pelo lado positivo, a Gina ainda está do seu lado, mal consigo notícias de Ly.

- Ela não conseguiu te mandar uma carta não. Ela disse que ia te mandar assim que Osíris viesse para a escola.

- Gabriel costuma monopolizar o coitado quando eu não estou, vou dar uma pregada nele. E ela vai poder me escrever. Mas por que ela quer me escrever?

- Ela acha melhor assim. É melhor você esperar pela carta dela.

- Ok. Depois você me fala onde vai ser a festa do aniversário de vocês. Vou aparecer por lá.

- Nas férias eu vejo isso.

- Bons sonhos. Se contente em voar.

Passaram boa parte do tempo treinando para que o corpo suportasse o poder deles, mas não deixavam de lado suas características.

Tiago e Sirius viviam para pegar pegadinhas nos outros três homens, já que respeitavam suas mulheres, mas Odin conseguia contorná-las, já que ele podia manipular o espaço.

Lilian vivia na biblioteca ali existente, apenas se lamentando por muitos estarem escritos em runas que ela não conhecia. Odin se ofereceu para ensinar a língua, mas ela mesma preferia treinar magia, pelo menos enquanto estivesse ali. Quando voltasse ela poderia estudar isso, já que vários mistérios poderiam estar resolvidos ali naquela biblioteca.

Mary estudava a arquitetura e as obras de arte presentes no castelo, era o que ela fazia na velha bota. E ficou encantada com a diversidade de culturas presentes ali.  Odin tinha lhe dito que ele recolhia por onde passava e colocava neste castelo, que somente ele e Ly tinham acesso.

Gideon e Fabian preferiam estudar esgrima, assim teriam uma vantagem contra os comensais. Odin era especialista em diversas técnicas e os ensinava sempre que possível e deixava os dois treinando o que tinha ensinado.

Um pátio interno do castelo existia um lago, onde podia-se ter uma visualização do mundo real. Apenas Odin conseguia ouvir o que era dito, mas todos passavam alguns minutos visualizando seus entes queridos ali. Era difícil tirar Lilian e Mary dali, alguns dias. Mas a promessa de ver a todos pessoalmente em alguns dias era o suficiente para acalmar as mães.

- Eu não agüento mais essa espera. – disse Tiago, enquanto ele passeavam pelos jardins congelados daquele castelo. – Eu quero conhecer meus filhos logo.

- Tenha calma, Ti. – disse Lilian. – Devemos esperar pelo melhor momento. E o que não seria melhor que o aniversário deles.

- Mas como vamos saber onde será? – perguntou Fabian.

- Odin saberá. – disse Mary. – devemos confiar nele.

- Tem horas que eu não sei se fizemos o certo ao confiar nele. – falou Gideon.

- Eu fiz, qualquer coisa é melhor que ficar no inferno. – disse Sirius.

Ao falar isso ele teve uma sensação estranha, um arrepio na sua espinha. Virou se para a o caminho que trazia para o castelo e viu uma figura correndo ao longe.

Parecia ser um lobo, mas era muito maior que qualquer outro, parecia maior mesmo que um urso. Era tão grande que a pequena ave que o acompanhava passou despercebida.

- Se preparem para se defender. – disse Tiago.  

- Não será necessário. – disse Odin aparecendo na frente deles. – Aquele é Fenrir.

- Aquele é o seu lobinho de estimação? Não tinha um animal maior não? – perguntou Sirius.

- Cérbero é maior e tem três cabeças. – disse Odin, se aproximando de Fenrir e Isis, crescendo a cada passo, ficando com três metros de altura e com aparência de um verdadeiro Viking.

- O que você tem pra mim? – perguntou para o Lobo, vendo que ele tinha uma coisa presa na coleira. – Uma carta de Lilian. Se precisar responder eu te chamo, agora pode ir namorar.

Com um latido, Fenrir chamou Isis, que estava sobrevoando os pais de seus donos.

Odin voltou ao normal, e leu a carta.

- O que diz a carta? – perguntou Tiago.

- Ela é pessoal, Ti. – disse Lilian.

- Concordo com ela, mas vocês vão gostar do PS. - Disse Odin. – E um convite para o aniversário deles, que será na Toca.

- Voltaremos direto para a Toca, então. – disse Gideon.

- Sim, se preparem que vamos às compras. – disse Odin. – Precisamos de presentes e vestes. Vocês preferem Roma, Paris ou Nova Iorque.

- Nova Iorque. – responderam.

- Partiremos em uma hora. E não voltaremos aqui mais, de lá vamos para a Toca.

Chegaram na Toca justamente quando Harry saía para arrumar os presentes das meninas. Se não tivesse prometido seguir o que Odin falava, Lilian tinha corrido para abraçar o filho.

- Eles vão sair daqui a pouco, eles poderão ficar um pouco confusos com tudo isso. Se lembrem que não existe nenhuma magia que possa ressuscitar ninguém, o que eu fiz foi buscar suas almas, e dar um novo corpo. Vocês estarão invisíveis. E Pontas, se segure.

Harry voltou a sair da casa, agora acompanhado por duas garotas, o que fez Mary ter que segurar o choro.

 Odin foi se aproximando e escutou Harry dizendo:

- Mas vocês só poderão tirar ela daqui, quando aprenderem a andar com elas. Principalmente que elas possuem os mesmos feitiços da minha moto.

- Eu posso ensinar para Lilian. – disse ele ainda do outro lado do jardim.

Todos olhavam ele, e viram o viram parado ali com um ramalhete de rosas vermelhas na mão.

- Espero ter chegado a tempo. – disse ele com um sorriso.

Lilian não pensou em nada e correu para ele.

- Isso é parte do presente. – disse ele entregando o buquê e puxando a ruiva para um beijo cheio de saudades.

Quando eles se afastaram, Odin viu algo no olhar dela que ele não esperava. Raiva. E não viu que ela levantava a mão.

O som do tapa ecoou pelo jardim, fazendo todos os convidados fazerem caretas de dor.

- Isso é por ter me abandonado quando eu precisava de você. – disse ela. – Vou fazer pior que isso da próxima vez, ouviu Sr Tiago.

- Muito bem, mio amore. – disse ele a puxando para mais um beijo.

As pessoas se aproximaram para conhecer o namorado de Lilian.

- Agora tenho que entregar o resto do presente. – disse ele ao quebrar ao beijo para respirarem. – Harry, Sara. Se aproximem, ele serve para vocês também.

E com movimento de mão, uma luz iluminou algo atrás dele. Eram seis pessoas.

Quando as pessoas se recuperaram do choque ao reconhecer as pessoas ali paradas, sacaram as varinhas.

Ali estavam parados Tiago e Lilian Potter, Sirius Black, Mary Smith, Fabian e Gideon Prewett. VIVOS. 


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Notas finais do capítulo

NA:
Espero que tenham gostado do capitulo. Fiquei dois fins de semana inteiros só escrevendo ele.
Eu gosto muito do casal Tiago e Lilian por isso adoro multiplicá-lo. O Nome Tiago também serve para criar confusão com o Pontas original.
Se alguém tem duvidas sobre alguma passagem sobre mitologia tem alguns links ai em baixo para tentar solucionar isso, se não for possível, e só me avisar que eu tento responder sobre o que eu quis passar com isso, não quero ser o expert em mitologia, mas gostou bem disso e não podia deixar de colocá-la aqui.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chronos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atlas_(mitologia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ragnar%C3%B6k
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades_(reino)



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