O Anjo De Fogo escrita por Mago Merlin


Capítulo 33
Cuidados




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Capítulo 33 – Cuidados

- Você sabe como fazer isso? –Perguntou Palas.

- Sim. – respondeu Odin, olhando para as crianças. – Essa é uma maldição que necessita que o feiticeiro use um dos sentimentos que possui para atingir seu alvo, de preferência um que tenha pelo alvo. No caso foi o ódio. Foi uma pessoa que não participou da batalha, pois é necessário que reúna o poder e o sentimento bem. Parece que nosso atacante tinha muito ódio pelo meu cunhado. Agora a cura neste caso é simples, amor. Infelizmente, não é receber amor, mas ter amor, gerar dentro deles, qualquer tipo dele. Ai que entra o problema.

- Que problema?

- Deve ser pela mesma pessoa que já possuía amor, mas o amor verdadeiro.

- Temos que trazer Carlinhos e Gina aqui, então.

- Carlinhos não será necessário, curando um dos outros dois a maldição quebra nela e seria muito ruim trazê-lo aqui agora. E Gina terá que vir por conta própria. – disse ele de forma triste.

- Que tristeza é essa na sua voz?

- Antes que Krull atacasse e os quatro se perdessem. – disse ele com raiva. – E assumi a forma de cavaleiro-dragão nos Estados Unidos, para auxiliar nas guerras naquele país que não se transformassem em massacres maiores. Antes de despertar me casei, e tive dois filhos, um menino e uma menina, esta nasceu poucos dias depois que despertei para auxiliar em uma batalha. Essa menina era Isis que veio ao meu auxílio. Você não sabe o que é ter a sua companheira de eternidade como sua filha. É doloroso demais amar alguém e só poder demonstrar o amor para um filho, ver outros homens se interessando por ela e não poder fazer nada. Mesmo sendo casado, e eu não podia simplesmente abandonar uma pessoa que eu tinha afeto, era amiga e mãe dos meus filhos. O pior foi quando ela despertou que eu via em seus olhos a confusão das duas almas. Eu não posso viver isso de novo.

Bastet abraçou o garoto, um menino de dezoito anos que tinha a sabedoria de um ancião, mas o coração de uma criança.

- Não entendi o problema. – disse ela.

- Se ela me amar como um amigo, o amor que ela tinha antes voltará. Mas se ela me amar agora como se eu fosse seu pai, quando ela se curar será assim que ela me amará. E o mesmo ocorrerá com Harry e Gina.

- Céus! – exclamou ela.

- Eu esperava que fosse outra coisa. Algo menos drástico. E nestas horas que eu sinto falta de seus conselhos e predições.

- Você está indo bem sem isso. E me diz ainda está com raiva deles.

- Sim, e tenho os meus motivos. Lug também está.

 - Fico satisfeita que você está cuidando deles. – disse ela mudando de assunto, já que aquele era algo que já discutiram durante os anos. – Tenho que ir agora, tenho muito que fazer amanhã cedo.

Depois que Palas saiu, Odin se aproxima dos meninos para confirmar que estavam dormindo mesmo, cobriu direito e sem conseguir se conter ele deu um beijo na testa da ruiva. Mas não viu que esta sorriu durante o sono e murmurou mio drago.

  ~~~~AdF~~~

Gina acordou com uma sensação estranha, não tinha conseguido dormir direito, por não conseguir ver Harry. Levantou-se e arrumou, iria tentar ver o namorado antes do café.

Encontrou com Hermione no salão comunal.

- Bom Dia Gina.

- Dia. – respondeu de mau humor.

- Que cara é essa?

- Deixa seu namorado ser atingido por um feitiço desconhecido e depois você me fala.

- Me desculpe. – disse Hermione arrependida. – Você está indo ver o Harry?

- Sim. Espero que Madame Promfrey deixe.

- Se você ver a Lilian ou a Sara, diga que está indo para lá. Se bem que elas devem estar lá com ele. Não vi as duas desde ontem.

A ruiva seguiu seu caminho para a enfermaria. Encontrou a enfermeira arrasada, parecia que não tinha dormido nada durante a noite. Ficou assustada com a cena e procurou Harry pela enfermaria, mas todas as camas estavam vazias.

- Madame Promfrey, o que aconteceu? Onde está o Harry? – perguntou ela.

- Ele sumiu. – disse ela. – Sai para conversar com os professores e quando voltamos, ele não estava aqui.

- Descobriram o feitiço que o acertou?

- Sim, um feitiço que o faz rejuvelhecer, ele vai ficando mais novo a cada momento até que ele desapareça por completo.

- Ele desapareceu? – perguntou aflita Gina.

- Não, segundo Dumbledore ele ainda está no castelo, mas ninguém o encontra. Pode estar em alguma passagem secreta perdida. O maior problema é que o Feitiço afetaria também Lilian e Sara, mas não encontramos nenhuma das duas também.

- Mione disse que não viu nenhuma delas desde ontem.

- Temos que encontrá-los. Dumbledore pediu que ninguém soubesse disso. Ele acredita que uma criança de cinco anos não consegue se defender. Ele esqueceu que aqueles lá são Potter.

-Cinco anos?

- Sim essa é a idade que ele tinha quando o vi pela última vez. Acredito que ele ficará nesta idade mais um pouco antes de voltar a ficar mais jovem. – disse a enfermeira. – Como alguém pode machucar um garoto daqueles, a se eu encontro com os tios dele.

Poppy saiu resmungando para o seu quarto.

Gina saiu procurando pelo castelo e nada de encontrar nenhum dos sumidos.

Já era perto da hora do almoço e Gina ainda vagava pelos corredores, mesmo seu estomago reclamando de fome.

- Srta Weasley, não me lembro que era sua ronda hoje, aliás, esperava que você estivesse descansando.

- Estou procurando Harry.

- Então, você ficou sabendo. Todos os professores estão procurando dele desde ontem, mas sem notícias.

- Se pelo menos ele tivesse largado o mapa no quarto. Será que não tem como saber deles, alguém deve ter visto uma criança de cinco anos por ai. Um fantasma, um quadro. Eles não podem ter simplesmente aparatado para onde quer que eles estejam. – explodiu a ruiva.

- Você disse uma criança. – disse uma senhora em um quadro. – Eu vi duas ontem passando por aqui.

- Você viu?

- Sim, um menino com cabelos negros e espetados e com óculos, e uma menina ruiva muito bonita. – disse o quadro.

- Definitivamente são Harry e Lilian. – disse Minerva.

- Para onde eles foram? – perguntou a monitora.

- Eles foram para o sétimo andar, com um homem.

- Que homem?

- Não era nenhum dos professores e nunca tinha visto aqui, Ele era alto, com cabelos longos mais escuros, não consegui identificar a cor, cada hora parecia uma diferente, seus eram olhos castanhos esverdeados, parecidos com os do Tiago Potter, e uma pequena cicatriz perto do olho direito. Era musculoso, e que músculos.

- Sétimo andar, Sala Precisa. – disse a ruiva ignorando o ataque de calor do quarto.

As duas mulheres correram para lá. Gina passou pela parede três vezes pensando em encontrar o Harry. Uma porta apareceu e elas entraram e não acreditaram no que viram.

Harry e Sara estavam sentados em uma mesa, desenhando, Lilian dormia sentado no colo de um homem que tinha um livro nas mãos e não parava de olhar para a menina.

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Odin acordou cedo e decidiu arrumar o café da manhã dos pequenos. Não queria chamar os elfos, além de atrapalhar a cura, havia a hipótese deles atacarem por não conhecê-lo e não poderia ficar mais por perto.

Na cozinha foi muito bem servido, mesmo não sendo um aluno ou funcionário. Conseguiu tudo o que achou que os meninos gostam. Voltou para a sala precisa e montou a mesa para eles.

Pouco depois, Harry acordou preocupado.

- Tenho que fazer o café do Tio Valter. – disse o menino se levantando antes mesmo de colocar os óculos.

- Nada disso, Harry. Você não precisa mais de fazer isso. – disse Odin.

- Tupã. – disse o menino se lembrando do que aconteceu. – Me desculpa, mas em casa em tenho que fazer o café.

- Mas aqui não, sente-se e coma, não precisa se preocupar com nada. Toda essa comida é pra você, pra Lilian, pra Sara e pra mim. Pode ficar a vontade.

- Obrigado. – disse o menino de forma tímida e começando a se servir.

As meninas não demoraram a acordar também, e logo estavam todos ali comendo.

Passaram parte da manhã jogando um simples jogo de tabuleiro trouxa, se divertiram muito durante horas.

- O que faremos agora? – perguntou o homem.

- Lê um livro pra gente. – disse Harry apontando para a estante.

- Escolham um.

Os três meninos escolhiam um, com Sara lendo para os outros dois os títulos, ela parecia agora ter oito anos.

- A Bela e a Fera. Uma boa história. – disse Odin, pelo menos não é uma em que o dragão é o vilão, pensou.

Ele se sentou novamente na almofada no meio do quarto. Harry sentou na frente dele, com Sara deitando perto dele.

Lilian reparou em algo no pescoço do Odin. Sem pedir licença ela puxou o cordão do pescoço dele. 

- Que isso? – perguntou a ruivinha.

- Foi um presente de Natal de uma pessoa que eu gosto muito. É um dragão.

- Eu gosto dos dragões, gosto mais dos azuis. – disse a ruiva.

- Eu gosto dos verdes. – disse Sara, como se fosse algo que elas discutiam corriqueiramente e queriam que os outros dois soubessem.

- Eles são mesmo legais, agora, rossa, você precisa se sentar para que eu comece a ler. – disse ele meio constrangido. Ele é um dragão azul.

A menina não se intimidou e escolheu um lugar para se sentar, o colo dele, sobre uma almofadinha.

- Eu gosto de ver as figuras. - justificou a ruiva ao sentir que ele endureceu os músculos do peito e do braço.

- Tudo bem. – disse ele ainda meio constrangido.

Começou a ler o livro, dando emoção as vozes dos personagens. Depois da metade do livro ele percebeu que Lilian adormeceu no seu colo.

- Acho que o livro foi demais para ela. E vocês querem que eu continue ou que pare.

- E melhor deixar pra depois. – disse Sara. – Lilian vai querer que você termine o livro mesmo.

- Podemos desenhar? – perguntou Harry timidamente.

- A vontade. – disse Odin.

- Acho melhor deixa a Lily dormir. – disse Sara. – Ela fica um pouco mau se dorme pouco, mesmo deste jeito que foi.

Odin passou algum tempo olhando para a menina no seu colo, e não percebeu que a porta se abriu.

- Licença, mas quem é você? – perguntou Gina chamando atenção dele.

- Seu irmão me chama de Tupã. – disse ele.

- O que você está fazendo aqui, e não cuidando dos seus dragões? – disse a ruiva reconhecendo ele ao conseguir ver sua cara, e neste momento pensou ter visto em seu olhar, por um segundo apenas, uma tristeza muito grande.

- Ele tá cuidando da gente. – disse Sara se aproximando. – Ele conhece o Harry e a Lilian, e sabe que somos bruxos.

- Você sabe como trazê-los de volta ao normal? – perguntou a ruiva, estranhando que Minerva ainda não tenha se pronunciado.

- Ainda não. – disse ele, mas Gina percebeu que era uma mentira.

- O que ela faz no seu colo? – perguntou a professora.

- Eu li um livro para eles. – disse ele mostrando o livro infantil. – Ela se sentou aqui para poder ver as figuras do livro. Acabou dormindo aqui.

- Vou providenciar o almoço para vocês. – disse Minerva assustando a menina. – Depois podemos conversar melhor.

A professora saiu e deixou a monitora ali parada no meio da sala.

- Qual o seu nome? – perguntou a pequena morena.

- Meu nome é Gina.

- Você nos conhece?

- Sim, sou...

- Uma grande amiga dos três. – respondeu rápido Odin.

Gina olhou para ele espantada, ele apenas balançou a cabeça, e a ruiva entendeu que não era para comentar nada sobre o namoro dos dois.

- Você quer ver meus desenhos. – disse a menina puxando Gina para a mesa.

Harry voltou seu olhar para o seu desenho, tentando ignorar Gina.

- Olha é um dragão. – disse a menina feliz.

-Ficou muito bom. – a morena corou com o elogio e mostrou outros desenhos.

Gina ficou magoada com Harry por nem mesmo olhar para ela, deixou os dois desenhando e se aproximou de Odin.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou ela olhando para o Harry.

- Eles não só têm corpos de cinco anos, eles voltaram aos cinco anos, com as lembranças e personalidades que tinham na época. O Pequeno Pontas viveu um inferno na casa dos tios e não confia muito nas pessoas, os tios fizeram a cabeça de todos contra ele. Isso inclui as professoras. E devo dizer que é assim que ele te vê como uma professora, você é uma mulher jovem, bonita e arrumada, ele só viu isso na escola. – disse ele baixinho.

Ela corou com os elogios. Mas fechou a cara.

- Não me entenda mal, é apenas uma constatação e elogio. Eu sei o que rola com você. Eu também estou compromissado. – disse ele mostrando a jóia no pescoço. – Eu quero te ajudar. Volte lá, e comece a desenhar, converse com ele, mas nada a respeito do desenho, pergunte o nome dele, o que ele gosta de fazer, nada muito complexo, e peça os lápis para ele. Ele é curioso, mas de uma forma diferente, ele não gosta de fazer perguntas, prefere observar as coisas. Se preferir converse com Sara, ela sabe que é bruxa. Só não aja como se fosse a mãe dele, vai por mim, um dia você vai me agradecer.

Gina fez o que ele falou, começou a desenhar e conversar com Sara que parecia ser mais animada agora.

Aos poucos Harry passou a observar e perceber que ela era diferente. Falou pouco com ela, mas notou que desenhava bem. Quando ela parou para pensar em que cor usar, ele estende um lápis. Era justamente o que ela precisava.

- Obrigada, Harry.  – disse ela com um sorriso.

Ele corou e murmurou um ‘De nada’. E depois passou a conversar um pouco com as duas. Gina se virou e agradeceu ao homem sentando nas almofadas.

Minerva chegou um pouco depois, com uma cesta de comida pra eles. Comeram tranquilamente, com a professora contando coisas sobre os pais dos meninos. Lilian ficava o tempo todo buscando atenção de Odin, ficando com raiva quando ele se dirigia a Gina. Harry ainda timidamente falava com a ruiva.

Minerva chamou Gina e Odin para um canto para poder conversar enquanto os meninos comiam a sobremesa.

- Com certeza é melhor que eles permaneçam aqui, ninguém fica sabendo o que aconteceu, e ficam seguros, mesmo achando que eles poderiam se virar sozinhos.

- Claro, estou a disposição. – disse Odin. – Mas não me sinto muito a vontade de cuidar das meninas, eu não sei o que fazer.

- Eu posso ajudar. – disse Gina. – Mesmo que você já venha fazendo um belo trabalho.

- Obrigado.

- Mas amanhã eu tenho aula. – disse a ruiva.

- Não se preocupe com isso. Os professores entenderão. – disse a professora. – Mas temos que curá-los rapidamente. Eles são importantes na guerra, não só nas batalhas, mas para dar esperança para todos.

- Pode deixar. – disse ele.

- Quem realmente é você? – perguntou Gina para ele, o que ela queria perguntar desde o inicio, mas não na frente dos meninos.

- Eu já fui chamado por vários nomes, e você já ouviu vários. Osíris, Hades, e o que eu mais gosto Odin. – Disse ele puxando as mangas da camisa e mostrando as duas tatuagens. – Essa é a forma que eu vivo agora.

- Você é..? – perguntou Gina.

- Sou um Cavaleiro-Dragão. – disse ele.


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