I Make Plans To Break Plans escrita por frederiica


Capítulo 5
Capitulo 2 ;D


Notas iniciais do capítulo

só porque eu to feliz ;D



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Andei em direção ao portão do cemitério. Ele tinha que estar ali. Era o único lugar que me restava. Abri o portal principal e entrei, andando cautelosamente em direção ao túmulo dele. Ali ele apareceria pra mim, era questão de vida ou morte.

Em pouco tempo eu já estava contemplando sua lápide como sempre, me sentei ao lado dela com uma expressão de puro tédio e arrogância. Fiquei brincando com uma pedrinha durante cinco minutos, e logo pude sentir a rápida brisa passar pelo meu rosto.

“Que demora Wolfgang” – falei sorrindo de canto, arrogante.

“Saudades amor?” – ele perguntou se sentando ao meu lado. Ri alto.

“Não se ache vai, você não tem nem motivos pra se achar” – falei com uma voz arrastada.

“Vamos lá Dougie, assuma que você não consegue ficar um dia sem me ver” – ele falou presunçoso, era de dar nos nervos.

“Oh, claro querido, eu não vivo sem você” – falei colocando as pontas dos meus dedos em seu queixo. - “Me poupa Perseo, você realmente acha que vai me seduzir com um rostinho bonito?” – falei empurrando seu rosto levemente, e me afastando. Ele me olhou com raiva.

Por um momento parecia que ele ia avançar em mim, que ia acabar com minha vida. Seu olhar era de quem queria que eu virasse merda, mas segundos depois ele girou os olhos, entediado.

“Pelo menos eu tenho um rostinho bonito” – ele falou baixo, mas pra ele do que pra mim.

“O que você está querendo insinuar? Olhe aqui, pra sua informação, eu sou a pessoa mais linda de Londres, todos me querem, e eu nem preciso fazer esforço, eu só tenho que escolher a dedo, e pisar em cima dos outros” – falei irritado.

“Você é criança demais Douglas, nem vale a pena discutir” – ele falou desinteressado, mas preocupado com um furinho na manga de sua blusa.

Por alguns momentos eu fiquei sem palavras, sem saber o que responder.

“Você é um idiota, e eu te odeio, nem sei porque ainda perco meu tempo com você” – falei me levantando revoltado.

Ninguém me ignora Perseo Wolfgang, ninguém ignora meus chiliques, nem mesmo você.

Saí irritado em direção ao portão principal. Um idiota, isso que ele é, pensei nervoso.

Ao chegar ao portão, já fui automaticamente colocando a mãe nele para abri-lo, mas novamente a voz dele me chamou a atenção.

“Já vai?” – ele perguntou. Virei-me para ele, que estava encostado na parede, com um dos pés encostado nela, seu olhar caia sobre sua mão. Como se olhar para sua unha fosse mais importante do que eu. Bufei irritado.

“Vou, e eu não lhe devo satisfações” – respondi sorrindo convencido.

“Legal eihn?” – falou ele ainda não prestando atenção em mim.

Apertei meus olhos o olhando com fúria, meu cérebro já trabalhava a mil, pensando em um milhão de xingamentos pra despachar em cima dele, mas me contentei em abrir o portão e sair do cemitério.

Escutei seus passos apressados vindo atrás de mim e sorri.

“Douglas, me desculpa” – ele falou baixinho.

Parei de imediato, o olhando o mais arrogante possível.

“Ora, ora, ora... vamos registrar esse momento, Perseo Wolfgang em pessoa, pedindo desculpa pra alguém?” – falei no tom mais sarcástico que consegui.

Ele avançou contra mim, me encostando à parede, e prensando seu corpo contra o meu.

“Por que você me odeia tanto?” – ele perguntou roçando seu corpo ao meu, quase me arrancando um gemido.

“Garoto, qual o seu problema? Me solta!” – pedi irritado. Por que ele tinha que agir assim sempre?

“Meu problema? Meu único problema é te amar tanto” – ele falou baixo, logo depois atacando meus lábios em um beijo feroz.

Acordei assustado e ofegante. Levei as mãos ao meu cabelo suado, tirando-o da testa. Levantei-me atordoado e fui até a cozinha tomar um copo d’água. Ao chegar lá, forcei ao máximo minha mente, tentando lembrar o motivo por eu ter acordado tão chocado, mas por mais que eu tentasse não conseguia, apenas imagens preta e o borrão de um cemitério me vinham à cabeça. Duas noites seguidas assim, por que eu não conseguia me lembrar?

Fui até a sala cansado, passando a mão pela minha, cabeça de olhos fechados, mas acabei por tropeçar em algo no centro da sala, o que fez com que meu corpo fosse direto ao encontro do chão.

Merda!

Já havia me sentado, com a intenção de jogar o que quer que fosse na parede. Mas quando minha mão tocou no objeto parei curioso, tentando identificar o que era. Em pouco tempo reconheci o objeto empoeirado em minhas mãos. Comecei a folhar o álbum, que eu havia deixado ali no dia anterior, e logo meus olhos se depararam com aquela mesma foto.

Observei-a bem, era impossível não ser ele. Percebia-se com clareza que era ele. Sua pele branca, seu cabelo preto em contraste, o sobretudo e seu óculos de sol no frio, como poderia não ser ele? Era semelhança demais, e além do mais, eu nunca esqueceria seu rosto.

Levantei-me e andei até meu quarto disposto a tomar um banho e colocar uma roupa descente. E foi isso que eu fiz, em muito pouco tempo já estava na sala, arrumado, e ajoelhado sobre o álbum de fotos. Tirei aquela foto, cujo ao fundo tinha aquele garoto estranho. Coloquei-a dobrada dentro do meu bolso e levantei-me em direção a porta de casa. Mas antes, peguei meu ursinho que tinha também achado na manhã anterior e o abracei em uma tentativa inútil de voltar a ser criança, a ser feliz. Ele me trazia conforto. Continuei o abraçando e fui até a porta.

Eu precisava achar ele, eu precisava falar com ele novamente.

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