(Morgana Pov’s)
Eu e Melanie sentamos em uma mesa afastada de todos,um garoto meio loiro de óculos e olhos verdes veio na nossa direção.

- Ahn... Oi Morgana?                                                                
Ele parecia envergonhado.

- Ciao,te conheço?
Perguntei mexendo com o garfo de plástico no meu macarrão que parecia feito de ração de cachorro.

- Na verdade,não. Meu nome Dérick...

- Prazer Dérick,essa é minha amiga Melanie.
Olhei para Melanie que estava paralisada e com os olhos brilhando.

- Oi Melanie... - Dérick assenou,Melanie deu uma risada envergonhada e voltou a comer. – Bom,queria saber se você não quer sair comigo sabe,tomar um sorvete algo assim...
Ele disse passando a mão no cabelo.

- Ahn... – Olhei para Melanie e ela parecia triste – Acho melhor não,eu... tenho namorado – mentira – Desculpa.

- Ah,tudo bem.
Derick saiu.

- Você gosta dele!
Disse para Melanie que deu um pulo da cadeira.

- O que? Eu? De quem?
Ela se fez de desentendida.

- Ah não se faça,do Dérick,você gosta dele! Desde quando em sua safada?

- Ta,eu gosto dele,acho que desde a 8° serie quando ele entrou no colégio.

- Awwwwwn que fofo. Por que não chama ele pra sair?

- Ficou louca de vez? Nem pensar!

- Por que não?

- Eu sou a invisível por aqui não sei se reparou,ele vive me pedindo canetas emprestadas mas até hoje nem sabia meu nome.

- Mude isso ué! Se você não quer chamar ele pra sair,faça ele te chamar.

- Acho melhor não.

- Ah,fala serio,até o final do ano esse garoto vai ta caidinho por você,vai ver só.
Ela bateu palminhas sorriu e voltou a comer. Avistei o Baker voltar para a cantina com dois amigos dele. Peguei um pedaço de “carne” do meu macarrão,bom pelo menos eu acho que era carne,e joguei na cabeça dele,ele olhou pra trás e não viu nada. Melanie riu pelo nariz e eu joguei outro pedaço de carne,dessa vez ele virou na direção certa e veio andando até mim.

- Ciao Baker.
Disse sínica.

- Vai se ferrar garota,me deixa em paz e eu não vou atrapalhar sua vida ta legal?
Ele disse me lançando um olhar mortal.

- Awn,desculpa,mas não vai dar. É legal te irritar,você fica com essa cara de gordo irritado.
Disse e apoiei o queixo nas mãos.

- É mesmo? E que tal se eu apagar essa sua cabeça de fósforo?
Ele disse sorrindo.

- Como as...
Antes de eu terminar ele jogou um copo de suco inteiro na minha cabeça.Cuspi na cara dele todo o suco que entrou na minha boca e sai andando batendo o salto no chão. Algumas patricinhas começaram a rir,eu mostrei o dedo do meio e fui até meu armário. Peguei algumas coisas e resolvi ir pra casa,nem me despedi de Melanie graças aquele filho da puta do Baker.Cheguei em casa batendo a porta,minha nonna olhou com desaprovação,subi para meu quarto sem falar com ninguém bati a porta do quarto,taquei a mochila em um canto e comecei a tirar a roupa em direção ao banheiro em quanto resmungava e gritava “eu mato aquele desgraçado filho de uma puta de beira de estrada!!!”
Tomei um banho quente,coloquei meias listradas preta e branca,um shorts preto  e uma blusa de moleton preta que cobria quase todo o shorts. Peguei o livro “O que sussurra nas trevas” e comecei a ler. De repente a porta do meu quarto se abriu,eram meus irmãos.

- Morganaaa,verdade que hoje na escola você jogou pudim na cabeça de um garoto?
Gerino disse correndo e pulando em cima da minha cama.

- Fala baixo garoto! Foi sim,como vocês souberam disso?

- A irmã de uma amiguinha nossa comentou na saída da nossa escola.
Germano disse se sentando na cama também,fechei o livro.

- Sei,não comentem sobre isso ta legal? Se o papà fica sabendo disso ele me mata.

- Vinte pratas.
Os dois disseram juntos.

- Vinte pratas o que?

- Pra gente não contar nada pro papà.
Germano disse.

- Ta, - peguei o dinheiro na gaveta. – Toma.Dez pratas pra cada um.

- Hey,era pra se vinte pra cada!

- Não se folgue garoto! Agora vão logo.
Disse e taquei uma almofada neles.

- Ta ta.
Eles disse e saíram do quarto,voltei para o meu livro e acabei pegando no sono.

(...)

Acordei eram 1:27 da manhã,tinha um pedaço de pizza na escrivaninha ao lado da cama,provavelmente a Nonna tinha levado. Me levantei e olhei na janela,estava uma noite bonita e algumas nuvens estavam envolta da lua,parecia coisa de desenho. Coloquei um All Star de botinha ajeitei o cabelo e sai de casa na ponta do pé. Olhei para o carro na garagem mas resolvi andar a pé,a praia não era longe...
Andei pelo calçadão olhando os bares que estavam muito cheios,fui até a praia e me sentei na areia fiquei olhando o mar por um tempo e me lembrei da minha mãe. Eu sentia tanta falta dela,já fazia 4 meses,será que meu pai sentia falta dela também?E meus irmãos? Será que só eu queria que ela tivesse aqui?
Meus pensamentos foram interrompidos por um garoto loiro de cabelos arrepiados.

- Hey,você está bem?
Ele perguntou.

- Sì,quero dizer,sim.
Ele sorriu,incrível como o sorriso dele era lindo.

- Então, - ele se sentou ao meu lado – Como é seu nome?

- Morgana.

- Uau,meio do mal seu nome não acha?

- Não,é um nome normal para italianos,sabe com é...

- Você é italiana?

- Sou sim.

- Devia ter reparado pelo sotaque.
Nós rimos.

- E o seu nome como é?

- Peter.
Ficou um silencio meio constrangedor e nós ficamos nos encarando.

- Então,o que faz por aqui sozinha a essa hora?
Ele perguntou interrompendo o silencio.

- Nada demais,resolvi dar um volta e acabei parando por aqui.

- Sei,quantos anos tem?

- 16 e você?

- 19.

- Hum...
O silencio voltou,ficamos olhando o mar.

- Bom,acho que vou embora...

- Ah,quer que eu te leve?

- Não precisa minha casa é aqui perto.
Me levantei e ele também.

- Não é bom você ficar andando por aqui sozinha,vamos eu te levo.

- Tudo bem.
Disse e comecei a andar,ele andava do meu lado sem falar nada. Passamos em um bar e estava tocando AC/DC,ele cantou uma parte e ai nós começamos a cantar juntos logo depois caindo na gargalhada,ficamos conversando de bandas até chegarmos na minha casa. Passei meu celular pra ele e quando ia dar tchau ele me puxou e me beijou,ele pediu passagem com a língua e eu concedi,nos separamos por falta de ar e ele sorriu. Me despedi e entrei em casa.