Problemas Não São Saudáveis escrita por halmina
Notas iniciais do capítulo
Mais um cap. Eu não sei bem se demorei, mas desculpem à mesma. è que eu estou a entrar na época de testes, para além de que tenho um bloqueio criativo do tamanho do mundo.
Bem, leiam...
Chamada Matinal
O Sonho do Akira
Pedro, Mais Um Amigo
O fim-de-semana passou sem percalços, bem… Quase. No sábado acordei às 10h com o meu telemóvel a tocar.
- Estou? – disse com MUITO sono.
- Frena! – gritaram três pessoas malucas do outro lado.
- Estou em alta voz? – perguntei.
- Sim. – disse alguém, que me pareceu Lala.
- Oi. – bocejo – O que querem de mim, a esta hora da MANHÃ?!
- Frena! – gritaram todas ao mesmo tempo.
- O que te aconteceu ontem? – perguntou Bah.
- Um miúdo disse que te viu sair a correr, ainda nem eram 22h. – acrescentou Nel.
- Onde é que vocês estão?
- Em casa da Nel. Era suposto teres dormido aqui também. – disse Lala.
- Pára já, Free. Eu sei qual é o teu jogo… - acusou Nel – Estás a desconversar.
- Nel! Não acredito. Como descobriste? – disse eu em tom de deboche.
- Então… O que aconteceu?
- Nada meninas… Eu senti-me mal e vim para casa.
- À noite? Sozinha? Do outro lado da cidade?
- Eu pedi boleia.
- A um desconhecido? – gritou alguém, com a voz demasiado esganiçada para perceber quem era.
- Não, a um amigo. Agora, boa noite… Quer dizer, dia. – elas riram-se e eu desliguei.
Nessa manhã, não consegui mais dormir. Passei o dia no computador, a ler fics. Os rapazes, Triz e Bia, estavam noutra cidade, e eu não tinha ânimo para mais nada. As mesmas imagens rondavam a minha cabeça. A loira, a faca, o sangue… Não conseguia esquecer.
À hora de jantar, a minha cabeça não estava lá. A rapariga dizia que nós éramos iguais, que fazíamos parte uma da outra. A rapariga era real, ou apenas um sonho? Não, não era um sonho. Nem sequer um pesadelo. Era tudo muito real, muito vivido, e ela sentia dor, senti frio, calor…
- Está tudo bem, filha? – perguntou o meu pai, ao jantar.
- Está. Estou só distraída.
- Rapaz? – a curiosidade da minha mãe era… Inconveniente.
- Não. Na verdade, é uma rapariga.
- Oh. Não faz mal filha. Nós não nos importamos se tu…
- Não! Eu gosto de rapazes. A minha preocupação é que tem a forma de uma rapariga. – interrompi eu, bufei de incredulidade – Agora, se me dão licença.
Fui para o quarto e deitei-me. Hoje estava mais descansada, nunca tinha sonhado dois dias seguidos com ela. Revirei-me na cama durante muito tempo, mas logo caí na inconsciência.
- Onde estás, pequena? – sussurrava uma voz, que me parecia familiar. Mas como? Com certeza eu nunca tinha ouvido tal voz… Lembrar-me-ia dela.
- Vem até mim… - sussurrava ela, não, era um ele – Queres que eu te vá buscar?
Não! O sonho era-me familiar. Demasiado vivido, demasiado perto da realidade, muito perto de mim. De repente o escuro onde eu (não me tinha apercebido que) estava, transformou-se numa… Praia? A sério, que falta de originalidade. Olhei à volta outra vez, encontrava-me numa floresta.
- Onde estás? Diz-me. – ele continuava a sussurrar. A voz atraia-me e… Tenho a certeza que já li algo parecido. Eu estava muito cansada.
- Eu só quero ter um sonho normal! – gritei.
- Ah… Estás aqui. – disse a voz, agora mais perto, e vi um rapaz sair da orla das árvores.
- Quem és tu? O que fazes no meu sonho? – perguntei em pânico, o rapaz olhou para mim debochado e riu-se.
- Teu? Se sou eu que o controlo, não é exatamente teu. Eu sou o Akira, e estou aqui a mando da minha amiga… Alice.
- Alice? – perguntei confusa, eu conheci-a mas de onde? Eu não percebia. Alice… A rapariga… - A loira dos sonhos?
- Exatamente. Nós queremos-te. Onde estás, querida Frena?
- Não! Não faças isso. Eu não a quero ver. Desde que ela apareceu… - senti uma picada na cabeça, foi ficando mais forte, até que era quase insuportável.
- Nããão!!! – guinchei e caí de joelhos.
- Interessante… És igual à Alice, imune a mim. Mas tu pareces sentir dor. – disse e riu divertido. Com o quê? Com a minha dor? Com a descoberta? Não sei…
- Não penses tanto, Frena.
- Eu sei quem tu és, és aquele rapaz que sempre está com ela.
- Eu mesmo. – riu debochado.
- Sai! Deixa-me sonhar em paz!
- Isso não será possível, minha querida. Até à próxima.
Ele foi-se, simplesmente desapareceu. Começou a chover, como se o sonho sentisse a sua falta. Mas não era esse o intuito da chuva, a água lavou as cores do meu sonho, deixando-o negro outra vez. E depois, como uma luz a ligar-se, voltei a sonhar. Ou pesadelar.
Eu estava num beco escuro. Escuro, molhado e sujo. Não percebia porque estava ali, no meio de nenhures. Onde me tinha levado aquele rapaz? Primeiro fala comigo e depois manda-me para aqui… Abandona-me, dentro da minha mente.
Só depois reparei em duas características dos meus sonhos… Pesadelos, com ela. Primeiro, não era eu que controlava o sonho, e nem sequer estava nele, desta vez fazia parte do cenário. Segundo… Era real demais, a sensação de frio e humidade, aquilo estava mesmo a acontecer.
Passou um vulto à minha frente. Eu não a vi, mas sabia que era ela. A sua presença era inconfundível para mim. Ela estava lá. Ela riu estridentemente. Olhei para… Alice. Ela parecia destroçada. O mesmo vestido do sonho anterior, branco, manchado de sangue. Ela estava suja e os seus cabelos estavam apanhados. Vi a cara dela mudar, fugiu para o fundo do beco, a chorar. Lágrimas falsas. Ela gritava, aos prantos, em pânico. O meu corpo, ou a minha alma, moveu-se involuntariamente até ela, parecia tão frágil… Eu não podia acreditar nisso.
- Sai daqui… - ela sussurrou. E de repente, outra vez, eu…
Acordei.
- Fuck. – sussurrei. Era só o que me faltava, mais um sonho destes. Olhei para o relógio, eram 2 da tarde. – Ao menos acordei num horário decente.
- Frena! Freninha. – chamaram os meus irmãos, enquanto espancavam a minha porta. – Frena.
- Sim. – disse eu, alto o suficiente.
- Acorda. – disse o Nuno e o Bernardo começou-se a rir.
- Já estou acordada. – respondi simplesmente, mas depois reparei numa coisa – Mas que deficiência foi essa? Se eu não estivesse acordada vocês acordavam-me. Então… A pergunta não vale nada. Não é? Ah. Não me obriguem a pensar. E desapareçam!
- O almoço está na mesa. – gritou Bernardo e saiu a correr, como Nuno, a rir.
- Minorcas irritantes. – disse antes de me levantar. Esta coisa de me convencerem sempre com comida é incrível. E então eu notei numa coisa.
- Dia bom! – gritei. O melhor de tudo é que os dias bons vinham sempre aos pares, ou aos trios, não sei porquê.
- Finalmente. – gritou um dos meus irmãos, da cozinha.
Fui almoçar diretamente, sem pequeno-almoço nem roupa. Quer dizer, eu estava de roupa, mas ainda estava de pijama. Vocês percebem. Fui sem mudar de roupa.
Depois do almoço lembrei-me de uma coisa importantíssima. Eu tinha que ir ao hospital. Ia ver um amigo que estava internado, o Afonso e o resto da malta também iam, e vinham-me buscar às 16:30. Olhei para o telemóvel, 15:42.
- Bolas. – disse para ninguém, como todas as pessoas normais fazem. Corri para o quarto e vesti-me o mais colorido que pude. Dias bons eram para aproveitar. Acabei por escolher ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44844537 ) essas roupas do link. Eram 16:20 quando ouvi uma buzina a tocar.
Desci rapidamente e despedi-me da minha família. Entrei no carro e todos olharam espantados para mim.
- Dia bom? – perguntaram Carol e Viv ao mesmo tempo.
- Ya e já não era sem tempo. – desabafei. Elas sorriram.
- Frena, sabias que o Pedro vai ter alta daqui a uma semana? – disse Afonso, simplesmente. Vocês já perceberam que sempre que eu digo simplesmente, a coisa por trás é muito importante? Pois é, é que o Pedro sair do hospital é uma ótima noticia, ele já está lá há tanto tempo…
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Como já disse lá em cima, eu tenho um bloqueio criativo muito grande, e só consegui escrever este cap porque já tinha o sonho escrito.
Bom, uma coisinha, o Akira consegue entrar nos sonhos da Frena porque ela não tem problemas. Mas não lhe consegue ler os pensamentos porque ela partilha a alma com a Alice e isso dá-lhe uma meia imunidade.
Bem, espero que tenham gostado e comentem.
BjsS