Problemas Não São Saudáveis escrita por halmina


Capítulo 5
Na Boate / Os Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Oi, finalmente mais um cap. Neste as meninas vão para a boate, mas algo muito mau vai acontecer, e as coisas vão-se descontrolar. kkkk
Então...



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Na Boate

Sonhos (quer dizer, Pesadelos)

 Sexta-feira (será que nunca mais acaba? Já estamos neste dia há muitos caps.)

 Casa da Lala (depois das compras)

 19:53

 (dia mau – ainda é o mesmo)

  Como é que se começa um cap depois de termos ido às compras? É sempre complicado… Bem, eu nunca consigo começar estes caps das festas como deve ser. Então, vou começar como sempre…

  Já estávamos em casa da Larissa, depois das compras, estávamos prontas, vestidas e maquiadas. ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44120226 ) A Lala tinha um vestido azul, só de um alça. A Nel, obviamente, tinha um cai-cai rosa-choque. A Bah tinha um vestido de várias cores, amarelo, branco e preto. A Micki tinha um cai-cai verde. Eu tinha um cai-cai preto. Todas estávamos de sapatos rasos ou quase, uma tradição nossa, antiga, que vinha desde a altura em que nos tínhamos conhecido.

  Fomos para a boate, de carro, e quando lá chegámos aquilo estava a rebentar. Entramos e algumas atenções, maioritariamente masculinas, prenderam-se em nós. Bem, em algumas de nós, pois a ciumenta da Lala entrou e deu um beijo cinematográfico à Bah. A Nel foi dançar com o namorado e a Micki arranjou um cara qualquer com quem dançar. Fiquei eu, sozinha, a dançar no meio da pista. Não tardou muito e alguém se juntou a mim. Não era um desconhecido, nunca dançaria com um, sou muito reservada, era um rapaz da minha escola, andava na turma da Bia e tinha um fraquinho por ela.

  - Olá Frena. – disse ele e sorriu-me.

  - Oi, Bruno. Não estava à espera de te encontrar aqui. – disse ele e vi uma pergunta brilhar no olhar dele – Desculpa, a Bianca não está cá.

  - Ah. – disse, triste – Queres uma bebida?

  - Claro. – respondi e ele foi embora, procurar algo.

  Fiquei lá no meio a dançar, ele demorou muito tempo. Estava à espera dele quando vi de relance um corpo pequeno e de cabelos loiros. Não podia ser ela! Ela não estava aqui, ela não era real. Vi a rapariga que se parecia com… Outra pessoa. Ela sorriu, e o sorriso pareceu igual ao dela, aquele sorriso que me aterrorizava. Ela avançou para mim, ou pelo menos, veio na minha direção. Eu recuei, se fosse mesmo ela, eu não podia ficar ali, era perigoso. Comecei a ir em direção à porta. Memórias de vislumbres daquele pequeno ser passaram por mim.

  “Sangue. Sangue por todo o lado.”

  Não! Coisas que eu tentava parar, a todo o custo, invadiam-me a mente.

  “Não te podes esconder…”

  “Eu estou contigo…”

  Não podia ser. Ela não estava ali.

  “Eu sou tu… Tu és eu… Confia em mim.”

  “És igual a mim. Aceita…”

  - Não! Eu não sou igual a ti! – gritei, com as mãos agarradas à cabeça, que parecia explodir. As pessoas olhavam-me de lado, como se fosse maluca, o que eu não duvidava.

  - Frena. – ouvi chamarem atrás de mim. Esperava que não fossem os meus amigos, eles não podiam saber. Era Bruno. – Frena! Espera. – disse agarrando-me o pulso. Virou-me para ele, tinha uma cara espantada, mas não admirava. Eu chorava e o meu rosto estava manchado de lágrimas, o meu lábio sangrava, os olhos deviam estar raiado de sangue, como acontecia sempre que eu me… Lembrava. A minha cara sangrava.

  “Sangue. Mais…”

  Caí de joelhos, ainda agarrada à cabeça. Gritei e vi alguém chamar uma ambulância.

  - Leva-me para casa Bruno. – sussurrei – Não quero ir para o hospital. Não outra vez. – eu balbuciava coisas sem nexo, mas ele levou-me, ao colo, até ao carro dele. Deitou-me no banco de trás. Quando chegámos a minha casa eu disse-lhe que podia ir e pedi desculpa por estragar a noite dele.

  - Ficas bem? – perguntou, preocupado.

  - Sim. Só não comentes com ninguém. – ele olhou-me desconfiado – Promete! – eu gritei, e ele resolveu não mexer mais comigo, vendo o meu estado.

  - Eu prometo. Até segunda.

  - Até. – disse e entrei em casa, correndo para o quarto. Preparei-me para dormir.

  Fiquei muito tempo acordada, revirando-me na cama. Sabia que ia sonhar com aquilo, não queria. Tentei lutar contra isso, mas o sono venceu. E eu adormeci…

  Eu corria por um corredor escuro. Não, não era eu, era ela, aquela que tanto me atormentava. Ela tinha sangue nas roupas brancas. O sangue saia de todo o lado. As paredes, tal como ela, sangravam. Escorria aquele líquido viscoso, que ela tanto adorava. Por todos os lados. Senti algo na mão, na mão dela. Olhei para baixo, mas não deixei de correr. Na mão ela tinha uma faca, do tamanho do seu antebraço, com cabo preto enfeitado por pedras prateadas. Não sei porque reparo tanto nestes pormenores, mas reparei que da mão dela jorrava aquilo, o seu liquido favorito, sangrava.

  Continuou a sua caminhada pelo corredor estreito e sangrento, por algum tempo. Parou, em frente a uma porta de vidro, e eu vi o meu reflexo. Não! Eu vi o seu reflexo. Os cabelos loiros claros, que iam até à cintura, a pele pálida de passar os dias fechada naquele sitio imundo. Ela era pequena, não tendo muito mais do que a altura do meu verdadeiro ombro. O que mais me chocou foram os olhos, os meus olhos, naquela cara fria e que antecipa a morte. Eu sabia que os olhos dela eram vermelhos, já os tinha visto de longe, nem sempre via as coisas do seu ponto de vista. E sempre preferia quando tal não acontecia.

  Os seus pequenos lábios sorriram, um sorriso escarninho, de raiva e divertimento. Ela sabia que eu estava lá. Passou a faca no braço, sabia que eu sentiria a sua dor, como se fosse a minha. Viu os meus olhos contorcerem-se de dor e o sorriso aumentou. Não riu, não fez barulho, não podia. Abriu a porta de vidro, o homem lá dentro já a esperava.

  - Ela está cá. – disse ela, com desdém. A sua voz era igual à minha, mas não era eu que falava. – Podemos começar a festa. – o homem olhou para ela, assustado. Não sabia o que ia acontecer, eu sabia. Já o tinha visto muitas vezes.

  O homem, que se chamava Peter, afastou-se dela, talvez já tivesse a suspeita do que ela iria fazer. Eu já o tinha visto várias vezes, aquele homem mesquinho e nojento. O homem, era o seu tutor, e era o que a afastava do mundo exterior, das vítimas para lá daquelas paredes. Eu não queria ver o que aconteceria, mas eu via pelos seus olhos, e ela tinha intenção de me mostrar.

  - O que estás a fazer? – perguntou Peter, assustado – Não faças isso. Eu sempre te dei tudo, desde aquele acidente eu sempre te ajudei. É assim que tu me retribuis? Matando toda a gente dos meus edifícios, os meus amigos, a minha família?

  - Tudo? – perguntou ela com desdém – Não me deste tudo. Eu quero mais. Mais vitimas, mais liberdade… Mais sangue.

  - Se me matares, nunca conseguirás encontrar a rapariga. Não! Eu já a localizei. – disse ele, falava de mim, aterrorizado. Era isso que ela queria, encontrar-me. Para quê?

  - Eu encontro-a sozinha. Tu já falhaste nessa missão, mais que uma vez. – sentenciou ela. Senti os cantos da bocas levantarem-se, e o braço da faca erguer-se também. Ela ia matá-lo…

  - Não! – guinchei, acordando. Encontrava-me na minha cama, não naquele corredor. Os cobertores estavam no chão, mas mesmo assim, eu estava encharcada de suor. – Eu não quero. Não aguento mais isto. – sussurrei, para mim mesma. Estes pesadelos já duravam à muito. Levantei-me e escrevi o meu pesadelo, o sonho dela, no meu caderno. Era preto, com um cadeado prateado, e dizia “Porque Tenho Sonhos?”, mas eu tinha riscado o “sonhos” e escrito por cima “pesadelos”. Escrevi tudo, os mais pequenos detalhes, como eu me senti-a confusa se era ela, ou se era eu a fazer aquilo. Depois tranquei o caderno e pus a pulseira onde estava a única chave.

  - Porquê? – voltei a sussurrar e fui para o banho, precisava de relaxar. Olhei-me ao espelho. O meu cabelo castanho, que somente chegava aos ombros, estava despenteado, os meus olhos, também castanhos, continuavam raiados de sangue, a minha pele clarinha, encontrava-se também maculada pelo sangue do meu lábio, e pelo que se misturava com as minhas lágrimas. Ainda eram 8 da manhã de sábado, ia ser um fim-de-semana longo. Muito longo…


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Não? Já sabem... OPINIÕES!
O próximo já está quase pronto, e deve ser postado 4a ou 5a. Agora, o que acham de o cap a seguir ser sobre Ela. Vão ver como ela pensa e conhecer o meu personagem favorito, até agora. Se não gostarem da ideia, avisem, que eu não faço.
BjsS



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