9. Sacrifício

- Jamie, qualquer coisa é só ligar. Se cuida filha... – minha mãe falou, pelo que parecia 10 minutos, mil recomendações. Mas eu estava perdida em pensamentos, no que iria acontecer daqui a pouco. Pisquei pra espantar os pensamentos e dar atenção ao que minha mãe falava.

- Está bem mãe eu já entendi ok.

Ela me abraçou, e disse que estaria de volta em 3 dias.

Olhei para meu relógio de pulso e vi que ainda faltavam 15 minutos para Jake chegar. Qundo me virei para entrar em casa, avistei ao que parecia, alguém por entre os arbustos da casa da senhora Stewart. Forcei a vista para ver se via se rosto, mas não conseguia ver. Aquele arrepio tomou conta de mim, e então entrei em casa rapidamente e tranquei a porta em um átimo.

Fui a cozinha, lavei as louças sujas e subi para o quarto. Procurei algo para fazer o tempo passar mais rápido, mas meu quarto raramente estava desarrumado. Escutei a campainha tocas. E fiz cara de surpresa. Quem poderia ser? Desci as escada e abri a porta?

- Oi. – para minha surpresa meu namorado angelical e perfeito estava a minha porta com o sorriso meio amarelo no rosto.

- Porque você tocou a campainha? – comecei a sorrir da sua atitude.

- Pelo menos uma vez tenho que entrar na casa da minha namorada sem ter que entrar pela janela ou algo assim.

Sorrimos e fiz gesto para que entrasse.

- Bela sala Jamie, mais ainda assim prefiro o quarto. – será que ele fazia muita força pra disfarçar a realidade?

Fiquei séria assim que lembrei do motivo ao que o chamei aqui.

- Vamos pro meu quarto?

- Hum assim que eu gosto, garota de atitude. – Tá eu vi que zombar era coisa de família.

Sentei em minha cama e respirei fundo, queria esclarecer logo tudo.

- O que foi Jamie? – ele me olhava curioso no começo, mas depois ele começou a olhar pros lados preocupado e assustado.

- Jake o que você conversou com aquele trio de ceifeiros aquele dia na cabana? – cuspi as palavras para que não houvesse empecilhos.

Ele hesitou por um bom tempo. Passou a mão nos cabelos em um ato de desespero.

- Jamie você não...

- Sim eu preciso saber. – eu o interrompi.

- Jake você faz parte da minha vida agora, e é uma parte muito importante. Tenho o dever de saber o que acontece com você ainda mais se for de ruim.

Ele me olhou nos olhos, depois de muitos dias e pôs meu rosto entre suas mãos. Comecei a me perder em seus olhos, e vi o que Jake queria fazer.

- Não você não vai se sair dessa. Teremos essa conversa custe o que custar.

Ele fechou os olhos e sentou na cadeira da minha escrivaninha que esta virada de frente pra cama, onde eu me encontrara.

- Me diz o que vocês conversaram.

Muito rapidamente, a porta do meu quarto rompeu.

- Eu te ajudo a falar irmãozinho. – como Mika entrara em meu quarto? Será que anjos poderiam ser processados?

Jake se pôs em pé rapidamente e foi em direção a Mika com raiva.

- Espera, vocês não vão se matar na minha casa. – fiquei entre os dois.

Mika sorria paro o irmão, com aquela superioridade detetável.

- O que você tá fazendo aqui Mika? – Jake perguntou por entre os dentes.

- Vim te ajudar com a Jamie irmão. – ele passou por traz de mim colocando as mãos em meus ombros e falando entre meus cabelos. A minha vontade era de dar um soco em seu rosto, mas sei que isso não traria danos a “ele”.

- Tira as mãos dela Mika. – ele fez um gesto de rendição ao decreto do irmão.

- Escuta Jake, Mika não veio incomodar, eu pedi para que viesse. – menti, porque só a presença dele incomodava.

Mika me olhou com reprovação e surpresa, olhei para ele de forma que entendesse a mentira.

- Verdade? Você e ele estão tão íntimos assim? – Nunca vira Jake tão irritado comigo.

- Desculpa, mas se sua vida tá em jogo, tenho que usufruir até das armas inimigas.

- Então conto eu ou conto você? – Mika intimidou Jake.

Jake olhou para o irmão cerrando os olhos de reprovação e então respirou fundo.

- Jamie eu... eu voltei pro clã. – as palavras afundaram minha cabeça e tudo começou a rodar, mas respirei fundo e esperei ele continuar.

- Foi a única forma que encontrei para eles te deixarem em paz. Fizemos um acordo cerimonial, que vale mais que um contrato de sangue. Em hipótese alguma eles podem chegar perto de você e sua família. Eu te amo demais pra deixar alguém machucar você de qualquer forma que seja.

Ele só falara coisas que me aliviavam, mas eu sabia que tinha algo mais, que envolvia ele e não a mim.

- Entenda Jamie, não me condene pelo que fiz, por favor.

- Ele tá preso a esse acordo Jamie, sua alma pertence ao clã e nada pode reverter isso. – Mika respondera ao que estava prestes a perguntar.

Jake baixou a cabeça e colocou as mãos ao rosto. Uma lágrima veio rapidamente em meu rosto. Eu estava chorando. Mika estava parado olhando sem ver, para fora de minha janela. Então era isso. Jake sacrificara sua alma por mim, e o pior me escondera tudo.

- Por que você não soube me contar isso? Poderíamos ter resolvido isso entre nós. Essa não era uma decisão só sua.

Ele levantou rapidamente e me tomou em seus braços, o que me fez chorar mais ainda.

- Shiiii!!! Não se preocupe, tudo vai dar certo. Vo... tudo vai ficar bem. – ele só se preocupava comigo droga. E nós? Não existia mais. A ideia de perder Jake destruía minha alma.

- Bom eu tenho que ir. – Mika sumiu em um segundo.

Sentei na cama e Jake estava em pé na minha frente, senti seu olhar preocupado em mim.

- Porque? Não tem como reverter isso? Eu... eu não quero te perder.

- Jamie, meu amor. Agente se sacrifica por quem amamos é assim. Eu quero seu bem estar e ... – ele se calou rapidamente e olhou em direção a rua.

- Tenho que ir agora. – nem me direcionei direito a ele, quando vi que sumira.

A vontade de chorar aumentou, pus a mão no peito, tentando cessar o ardor, mas era inútil. Deitei em minha cama e entrei em um torpor profundo. Fechei os olhos e as lágrimas caíam em meus lençóis naturalmente. Lembrei de como era a algumas semanas atrás quando era só nosso mundo. Era como o filme, O Ultimo Tango em Paris, Jeanne e Paul tinha seu próprio mundo. Passei ao que pareceram horam deitada na cama entorpecida. Quando senti a presença de alguém em meu quarto.

- Jamie preciso falar com você. Acorde. – aquela voz de veludo me fez voltar a realidade.