5. Lugar especial

Quando entrei em casa minha principal preocupação era o que viria a seguir. Meus pais estava sentados na sala, ao que parecia a minha espera.

- Onde estava Jamie? – Meu pai parecia bem perturbado por eu ter sumido.

- Estava por ai pai. Olha desculpa ter sumido assim. – sentei no sofá de frente pra eles.

- E agora? – disse fitando o chão para não ter que encarar seu olhar triste.

Meu pai se levantou, sentou ao meu lado e colocou as mão em minhas costas.

- Agora filha, vamos ser a melhor família que podemos ser, apoiar um ao outro, ajudar sua mãe nessa fase difícil, mas não impossível. Agora é seguir em frente e ter fé que tudo pode melhorar.

Meu pai sempre foi sensato e benevolente, ele me deu uma esperança ao falar aquelas coisas que nem saberia explicar. Olhei pra ele com uma lágrima no olhar e ele estava sorrindo cheiod de vida e então o mais impressionante, minha mãe também sorria. Era isso eu iria tentar, ou melhor, nós iriamos tentar.

Subi para o quarto e tive uma surpresa, Jake estava lá. Ah então era isso ele ia invadir meu quarto? Fiquei pensando o que meu pai faria se soubesse disso.

- Olá linda. – mordendo os lábios veio em minha direção e me pegando pela cintura me puxou para ele.

- Vai saltar minha janela agora Harper? – falei zombando.

- Prefere que eu entre pela porta e seja barrado pelo seu pai Carter? – ele sabia como me deixar tonta.

Sorrimos depois disso. Então ele tomou meu rosto em suas mãos e começou a me olhar. Fiquei sem fôlego ao ver que ele se aproximava para me beijar. Ele me beijava com vontade, parecia decidido a não parar, e eu estava certa. Começamos a andar até minha cama e quando senti os lençóis frios em minhas costas via que não estava mais com minha blusa. Como ele a tirou sem que eu percebesse? Não era hora pra perguntas. Tomei uma atitude e tirei sua camisa de algodão vermelha e a joguei bem longe.

- Tem certeza de que quer isso? – ele parecia se preocupar com o que eu queria.

- Claro que quero, será que não percebeu? – eu continuava a puxa-lo pra mim e encrosca minhas pernas nele.

E continuamos como se não houvesse amanhã. No nosso momento de amor. – parei o pensamento num átimo. – eu o estava amando era isso, não podia negar. Enquanto ele me beijava eu sentia cada parte do meu corpo se eletrizar a cada toque, era como se não existisse mundo lá fora, era como só houvesse ele e eu em um só lugar.

Quando acordei, estava em seus braços. Não podia estar mais feliz. Jake ainda dormia, tão profundamente que me perguntei se devia acorda-lo, afinal tinha que ira escola.

- Jake. – tive cuidado pra não assusta- lo.

Ele acordou e quando me encontrou me deu um sorriso lindo e satisfeito.

- Bom dia meu amor. Dormiu bem? – ele parecia esperar uma resposta que tivesse algo haver com a noite passada.

- Sim dormi muito. – falei um pouco corada.

Ele sentou na cama olhando o relógio.

- Ah! Você tem que ir a escola que pena, tinha planos para hoje. – ele falou um pouco prepotente ao meu ver, Jake Harper era um garoto recatado e certinho.

- Como assim? Você quer que eu falte a escola Jake? – falei surpresa com sua proposta.

Ele apenas sacudiu a cabeça afirmativamente. Pisquei rapidamente, mas não me opus a ideia.

- Que foi? Eu disse que era um anjo e não um santo. – ele sorria zombando de minha expressão de supresa.

- Ok. E aonde vamos então? – sorria como uma boba.

- Surpresa. – ele me puxou para junto de seu peito nu e me beijou. Quando nos beijávamos meu maior desejo era que não parasse.

- É melhor ir se vestir e descer. Seu pai tem que pensar que vai a escola. Ainda não estou preparado pra enfrentar a fera.

A cada hora que passava conhecia mais o Jake de verdade e mais me apaixonava por ele. Ele parecia um jovem rebelde que adorava uma aventura.

Tomei banho, vesti minha melhor roupa para um dia de passeio em plena uma quarta-feira e quando sai do banheiro o vi pronto e sentado na cama me olhando.

- O que foi? – será que me vestira mal?

- Você está linda, Jamie Carter. – ele sorria torto e mordia os lábios ao me olhar dos pés a cabeça.

Fui até onde estava e dei um tapa em seu ombro. Senti corar todo meu rosto quando ele falou daquele jeito. Fui até o meu banheiro terminar de arrumar o cabelo, era um pouco vaidosa, mas nada de exageros. Enquanto me olhava no espelho, me lembrei da noite passada. Cada toque, respiração e cada momento me fez suspirar e sorrir sozinha. Balancei a cabeça para deixar os pensamentos irem.

- Do que está rindo? – ele estava falando em meu ouvido, me abraçando por traz e beijando meu pescoço. Senti um arrepio e um desejo incontrolável de ter Jake em meus braço como na noite passada. Não conseguia responder sua pergunta estava absorta em seus lábios em meu pescoço.

- É melhor agente ir, que dizer você ir. – e então fui obrigada a me dissipar do desejo.

- Onde vamos nos encontrar?

- Lembra da praça por onde passamos ontem? – como iria esquecer?

- Sim.

- Me espera no quiosque de sorvete que tem do outro lado eu estarei lá. – ele piscou pra mim, e saiu pela janela.

Peguei meus livros e respirei fundo, eu era uma péssima mentirosa. Desci as escada e disse que estava atrasada pra meus pais e sai rapidamente sem tomar café, queria evitar contato direto, provavelmente eles perceberiam minha farsa.

Andei pelas rua como um vulto, estava parecendo uma desesperada. O vi encostado em uma árvore perto do quiosque de que falara.

- Não vai me dizer onde vamos? – olhei pra ele como se o acusasse.

- Não. Vai ter que confiar em mim. – pegou em minha mão e me levou até seu carro, estacionado do outro lado da praça. Era um Audi A3 vermelho reluzente. Olhei admirando o carro como uma boba.

- Estou começando a desconfiar mais ainda deste passeio. – estreitei os olhos e sorri torto.

Ele abriu a porta do carona pra mim e fez um gesto de cortejo.

- Senhorita! – sorri com seu humor.

Entramos no carro. Passamos por muitos lugares lindos, como rios cheios de mata fechada, restaurantes 5 estrelas e hotéis de luxo. Quando entramos em uma estrada de terra, percebi que não iriamos a um lugar comum as outras pessoas. Mas sim um lugar que seria só nosso. Uma vez ou outra conversávamos sobre várias coisas, chegamos até a falar da conversa que tive com meus pais, mas ele se incomodava com algo e ficava sério e antes que eu perguntasse ele falava de outro assunto.

- Chegamos. – afirmou animado.

Saímos do carro e fomos em direção a um píer a beira de um rio, depois de quase uma hora de estrada de terra, vi que aquele lugar era em particular dele.

- Aqui é lindo. – olhei para além do píer e do rio e vi que o dia estava lindo, em todos os aspectos. Ele pegou minha mão e me olhou. E ficamos observando a paisagem inspiradora.

Olhei acima de uma colina verde que tinha atrás de mim e vi uma cabana simples, mas aconchegante.

Subimos a colina e chagamos a cabana.

- Bem vinda ao meu refúgio. – ele abria os braços e mostrava todo o lugar pra mim. Além da colina havia um campo de flores de todas as cores. Parecia um sonho, era um campo não muito grande mas com uma beleza inigualável, nunca vira algo assim.

- Vem, vou te mostrar a cabana. – pegou minha mão e me levou até a entrada e abriu aporta pra mim como fez no carro. Ele era tão intrigante me deixava louca com suas atitudes as vezes insanas e outras metódicas.

Curiosa, olhei todos os cantos da cabana. Havia móveis vintage por toda sala, uma infinidade de quadros com pinturas semelhantes ou da outra cabana perto da cidade. Ele me olhava como se esperasse minha aprovação, mas já estava claro, eu sorriso me entregava.

- Adorei esse lugar, é tão tranquilo. – e comecei a me aproximar dele.

- Quer conhecer o quarto? – me pegou pela cintura e juntou meu corpo ao seu.

- Como você adivinhou? – mordi o lábio e fui de encontro aos seus.

De repente tudo mudou, ele me afastara de seu corpo e correu pra fora da cabana em uma velocidade que nem meus olhos acreditaram, o máximo que consegui ver foi uma luz forte do lado de fora. Ele voltou ofegante e assustado.

- Fique aqui não saia daqui de dentro por nada ok. – falou entre dentes.

Minha reação foi consentir com seu pedido, mas minha vontade era correr para fora e ver o que estava acontecendo, me arrisquei a andar até a janela e abrir a persiana para olhar. Algo surreal vi naquele instante. Perto do píer, Jake estava posto a frente de três seres estranhos e sombrios, não conseguia ver seus rostos, estavam cobertos com o que parecia ser uma capa preta, Jake parecia conversar com eles tranquilamente quando senti uma brisa dentro da cabana. Olhei para traz e não vi ninguém. Meu desespero aumentou.

- Olá Jamie. – uma voz grave e aterrorizante cortou o silêncio do lugar. Enrijeci com a voz que chamava por meu nome.

Me virei com cuidado e vi um garoto da idade de Jake, parecido com ele até, mas tinha cabelos loiros e olhos azuis turquesa, a beleza dele era quase igual a de Jake. Não conseguia me mexer e muito menos falar. Ele me olhava como se eu fosse uma ameaça divertida e prazerosa. Quando ele começou a se aproximar, nada mudou eu continuava imóvel.