Angel escrita por Janny Carter


Capítulo 4
Fantasia e Realidade


Notas iniciais do capítulo

Opaaa oiee gente mais um capítulo emocionante pra vocês curtirem hehehe bjos espero que curtam ;)



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4. Fantasia e Realidade

- Por favor, fala logo o que está acontecendo já estou ficando assustada mãe. – engoli em seco, relutava em chama-la de mãe ainda.

- Está bem Jamie. – engoliu o choro e começou. – Eu não deixei vocês por outra pessoa, isso foi uma desculpa tola pra esconder o meu motivo verdadeiro.

- E então o que fez você nos abandonar? – perguntei um pouco mais lúcida.

- Lembra os exames que fiz há um mês? – parou para respirar e continuo. – Quando saiu o resultado eu escondi de você, mas do seu pai não.

Porque ela dava tantas voltas pra falar logo? Resolvi pressionar.

- Mãe fala logo sem rodeios.

Ela demorou um pouco, mas falou.

- Eu estou com Leucemia Crônica e o médico não me deu muitas esperanças. – baixou a cabeça.

Eu não esperava algo assim nem de perto. Minha cabeça começou a rodar e meu cérebro a afundar com as palavras duras. Então era por isso que meu pai não era mais o mesmo, por isso que ele não olhava mais nos olhos. Como conseguiram me esconder esse tipo de coisa? A culpa que senti por ter detestado minha mãe foi o que mais me incomodou na hora.

- Jamie? Você está bem? Está vendo é por isso que não queria falar nada pra você, sabia que ia ficar assim... – ela continuou a falar, mas pra mim não passava de sussurros eu mal podia ouvir o que dizia.

- Como você pode me esconder isso? Sabe que isso não é certo. Eu sou sua filha acima de tudo e mereço a verdade. – a última frase foi uma acusação e elevei o tom da voz além do normal.

- Eu quero ficar sozinha. – falei sem olhar pra ela.

Ela veio até mim.

- Tudo bem filha eu vou ficar na cozinha. Se precisar de mim estarei aqui. – enquanto falava afagava minhas costas.

Quando ela saiu da sala eu corri para fora e comecei a andar pela rua sem rumo com os braços em volta de mim, estava frio. Era assim que me sentia, sem rumo. Não estava com raiva de minha mãe nem de meu pai, só precisava me sentir melhor pra poder conversar com convicção sobre um assunto tão delicado. Naquele momento só queira estar com uma pessoa e não sei por que logo ele. Jake! – pensei- dissera que ia a minha casa esta noite.

Parei de repente com a lembrança, e quando me virei na intenção de voltar pra casa ele estava na minha frente, já me acostumara com suas aparições repentinas. Uma alegria tomou conta de mim quando o vi ali diante de mim. Ele me abraçou. Como ele sabia que era isso que eu queria?

- Queria dar boa noite, mas sei que não está boa. – ele falou em meus cabelos, me dando arrepios.

Tinha uma vontade incontrolável de chorar, mas com ele ali na minha frente e em seus braços a vontade sumia aos poucos.

- Venha comigo. – ele pegou em minha mão me guiando a um lugar além de uma pequena praça que havia ali perto. Não me atrevi a perguntar aonde iriamos não importava.

Chegamos a um tipo de cabana de madeira velha que ficava no meio de uma clareira. Ele abriu a porta pra mim e vi que o lado de fora era apenas uma faixada. O lado de dentro era bem organizado e confortável, parecia casa de um empresário disfarçado de caçador.

- Você mora aqui? – perguntei curiosa.

- Não. – falou sorrindo da minha pergunta que mais pareceu um insulto ao lugar.

- Aqui dentro é tão moderno.

- Digamos que é um lugar de lazer. – falou ainda sorrindo.

- Ah entendi. – falei passando a mão nos móveis.

Um quadro me chamou atenção. Tinha uma moldura medieval, e a figura de um anjo com asas abertas, mas não foi isso que me chamou atenção e sim suas asas negras que estavam caídas como se estivessem pesadas.

- Gostei desse quadro. – falei apontando para o mesmo.

- É uma pintura de família. – foi só o que disse.

Ele ligou o som e estava tocando uma música lenta e suave.

- Storm de Lifehouse. – afirmei. Ele apenas balançou a cabeça concordando.

Veio em minha direção, pegou minha mão e colocou junto a seu peito, acariciou meu rosto, fechei os olhos para me concentrar em seu toque macio. Porque eu não tinha medo dele? Não era algo em que podia pensar por muito tempo já que quando abri os olhos ele estava a poucos centímetros do meu rosto.

- Sei pelo que está passando, e sei que você é forte e vai passar por isso rápido e sem mais danos. Mas estou aqui e como disse não vou sair perto de você Jamie.

Enquanto falava nossos rostos se aproximavam mais ainda, conseguia sentir seu hálito doce e quente em meu rosto e não desejava mais nada naquele instante a não ser beijá-lo. Ele segurou meu rosto com as duas mãos e tornou meu desejo realidade. Era um beijo lento e apaixonado. Sua mão brincava com meus cabelos enquanto meus dedos se encravavam em seus cabelos macios e minha outra mão descia por suas costas largas.

Foi um beijo longo para a maioria das pessoas, mas pra mim não era o suficiente. Ele tirou sua boca da minha.

- Quero conversar com você sobre mim. – mais notícias ruins? – pensei.

Me afastei um pouco dele e estava disposta a ouvir o que tinha pra dizer, nada poderia ser pior do que saber que sua mãe vai passar por um processo muito difícil e ainda correr risco de morte.

- O que é? – ele me puxou para sentar em um sofá azul petróleo que havia na pequena cabana.

- Está na hora de saber quem sou, de onde vim e o porque de ter aparecido em sua vida.

- Sério? Sem enigmas e mistérios? – falei zombando.

Ele me olhou torto e sorriu.

- Não é algo comum, por favor, só quero que escute.

Sacudi a cabeça concordando.

- Eu venho acompanhando sua vida a algum tempo, te observando... desde que fui fazer um trabalho e te vi pela primeira vez.

- Trabalho? Onde? – minha curiosidade me atrapalhava constantemente.

- Um... – ele hesitou – um assassinato.

Soltei sua mão rapidamente e o olhei com reprovação. Como assim assassinato? Eu estava diante de um assassino e o pior eu o beijara.

- Jamie não se assuste não é o que pensa. Você prometeu me escutar lembra? – ok uma chance pra ele se explicar.

- Eu fui expulso por não acatar ordens naquele dia... eu sou tipo que um ceifeiro ou pelo menos era.

- Tipo anjo da morte? – porque estava tão calma?

- Sim isso mesmo. – pegou minha mão novamente, acho que por segurança de que eu não saísse correndo.

- Sempre fui um anjo da morte do tipo... bom, eu só caçava almas ruins entre os humanos. Tipo ladrões, homicidas, estupradores e assassinos em série. Nunca gostei do meu... – ele tinha dificuldade de falar uma palavra que não cabia á situação. – trabalho. E então escolhi não ser um ceifeiro do mal e pedi que não me mandasse procurar almas inocentes.

“Os Anjos da morte não são como dizem, seres horríveis em forma de esqueleto que carregam uma foice como símbolo. Mas sim semelhantes aos humanos, precisam se misturar e passar despercebidos. Meu tio – falou apontando para o quadro – é um dos chefes, mas é bom, e não ruim como parece ser. Ele faz o serviço por que não tem escolha está preso a um tipo de contrato que não tem volta e que implica em perder sua família.”

Eu escutava tudo atentamente como se fosse uma história de terror. Estava esperando falar o que o levou a mim e o que eu tinha haver com aquilo.

- Enfim eu fui banido do mundo inferior por recusar uma caça e tive que vir correndo pra você, por que você é meu calcanhar de Aquiles e eles sabem disso, e preciso proteger você do que está por vir. Eles querem que eu não tenha motivo pra querer sair. E motivo maior de ter renunciado é você.

- Como assim, você renunciou por minha causa?

- Eu me apaixonei por você Jamie. Depois daquele dia que te vi no estacionamento da escola saindo com seu pai, comecei a te seguir, mas claro sem deixar que você me notasse. A noite eu entrava pela sua janela e te via dormir. O dia em que soube que sua mãe estava doente, vi que era hora de deixar que me visse e ter contato com você. Conhecer você mudou completamente minha vida.

 - Você já sabia que minha mãe estava doente? – perguntei entre dentes e começando a ficar irritada.

- Sim, achei estranho sua mãe ter uma doença tão repentina e logo me dei conta de que eles já se aproximavam de você e afetava sua família.

- Então ela não está doente? É uma armação?

Ele se aproximou de mim e afagou meu rosto.

- Não é bem assim. Eles fizeram com que sua mãe ficasse doente para chamar a minha atenção e ver que não estão brincando. Querem me deixar sem opção pare que volte.

- E assim eles iriam me afetar. Por que sabem que se eu perder minha mãe eu não suportaria. E como você me procuraria fariam um tipo de troca. E você iria com eles para salvar minha mãe.

- Isso mesmo. – assentiu.

- Mas você está equivocado em um ponto. – ele me olhou curioso – Eles teriam poder sobre mim se levassem você também.

- Como assim? – falou completamente absorto.

- Eu iria atrás de você. – falei olhando para ele como se fosse uma pedra preciosa que estaria disposta a proteger para que ninguém encontrasse.

Então ele me puxou para seus lábios de novo, dessa vez o beijo foi mais intenso, ele começou a me pegar pela cintura me empurrando para o sofá e em um segundo estava em cima de mim. Quando começamos a exagerar no que estávamos fazendo ele se afastou de mim.

- Tenho que ir te deixar em casa. – ele estava ofegante.

- Ok. – foi só o que pude dizer e me vi decepcionada comigo mesma, ele não me dera tempo de ficar chateada com essa história de anjo e tudo mais.

Saímos da cabana e fomos caminhando pelas ruas desertas. Passamos pela praça e havia um café bem na esquina.

- Quer tomar algo?

- Sim quero. – passar mais tempo com ele me aliviava e adiava a minha volta pra casa, ou seja a realidade tudo com ele parecia um contos de fadas de terror, mas não me assustava.

Tomamos um café e conversamos sobre mais coisas sobre ele, algumas histórias eram engraçadas e outras totalmente obscuras.

- E seus pais? – perguntei, lembrando o que Gabe me dissera na escola sobre os pais de Jake completei. – Estão vivos?

- Não moram aqui. Moram na América do sul.

- Onde especificamente?

- Brasil.

- Eles sabem que você é ... um anjo. – relutava mencionar outra palavra que não fosse essa.

- Sabem. Mas estão em segurança, eles não podem toca-los são protegidos por Rafael.

- Quem bom. Mas porque eles são protegidos e as outras pessoas não?

- Meu pai, Ethan, já foi um dos anjos que regiam ao lado de Deus, esses são intocáveis e não podem ser perturbados por ceifeiros. Renunciou ao conhecer minha mãe, Micheli.

Fiquei calada por um minuto e pensando em tudo que eu descobrira aquela noite era incrível como tudo que você assistia na tv podia passar de fantasia a realidade num piscar de olhos.

- Vamos já está tarde e seus pais devem estar uma pilha de nervos a sua procura.

-Ok.

Chegando a porta da minha casa ele se despediu.

- Agora que você já sabe de tudo não precisa ficar mais irritada comigo toda vez que sumo e reapareço na sua frente. – como seu sorriso era maravilhoso e encantador.

- Isso não é verdade ainda vou ficar irritada com você, sei disso. – brinquei.

- Bom, daqui a pouco nos vemos. – Como assim? – me perguntei.

Não fiz mais perguntas e o vi sumir na rua escura como um fantasma. Me virei, respirei fundo e o medo tomou conta do meu ser.

- Bom, é hora de encarar a realidade, dura e dolorosa. – falei comigo mesma tentando me confortar do que estava pra vir.

Caminhei em direção a minha casa.


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Notas finais do capítulo

é isso ai meus amores, vou demorar um pouco pra postar o 5º porque vou viajar, mas logo logo voltarei bjos Fiquem com Deus :)



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