Quíron resolveu que Leo lavaria a louça por uma semana por desrespeito a deusa Artémis e Thalia iria dar aulas de arco-e-flecha aos campistas (junto com os filhos de Apolo) e teve permissão da deusa para eletrocutar caso algum "engraçadinho" se metesse com as caçadoras novamente todos já estavam avisados e ficaram tensos com isso, pois significava que as caçadoras passariam mais um adorável tempo no acampamento. Quando voltei ao refeitório com o grupo dos populares todos me olharam interrogativamente, a pessoa que me controlava apenas deu de ombros, sorriu para todos e se despediu com um "nos vemos por aí" e saiu andando tranquilamente como se nada tivesse acontecido. Eu estava quase no meu chalé e meus pés se arrastavam como se o tempo não importasse, antes que desse o milésimo passo ouvi alguém gritar atrás de mim.

–Hey! Espere aí!! - Me virei para ver o Leo correr que nem louco, fiquei parada ali esperando ele chegar. - O que vai... fazer... hoje à noite? - Disse ofegante.

–Nada, por quê?- Perguntei curiosa.

–Bem você literalmente salvou a minha vida, pensei que pudesse te recompensar com uma escapada da rotina no acapamento, o que acha desconhecida?- Ele perguntou com aquele sorrisinho que só os filhos dos deuses mais safados tinham.

–Como?- Perguntei agora confusa.

–Sair.De.Noite.Comigo.-Ele repetiu lentamente como se eu fosse uma retardada.

–Isso eu entendi, quis dizer, do que você me chamou? -Perguntei ficando irritada.

–Ah, eu ainda não sei o seu nome, certo? Então, você é uma desconhecida pra mim.- Falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–Então como você chama uma desconhecida para sair? Eu posso ser perigosa sabia? -Demorou um tempo pra perceber que as palavras que saiam da minha boca eram realmente minhas, meu corpo estava livre pra correr e me trancar no meu chalé como uma boa covarde faria. E adivinhem. Eu também percebi que eu sou muito mais que uma simples covarde eu também sou idiota, portanto fiquei lá dando ouvidos ao que o elfo maluco dizia.

–Você é inofensiva pra mim. É uma filha de Hécate, não é?- Assenti a contragosto ser semideusa não é motivo de orgulho pra mim só fico no acampamento mesmo pra não ter que ir para as escolas de maluco que o meu pai insiste que eu tenho que frenquentar. - É difícil derrotar o "Comandante Supremo do Argo II", posso te ensinar uns bons golpes que eu usei contra Gaia, o que acha querida?- Ele tentou fazer uma voz sedutora que me deu vontade de estapea-lo igual aquela caçadora.

–Faremos um acordo então. Eu saio com você e você me convence do porque foi um dos sete semideuses da profecia e se eu te achar merecedor te digo meu nome no final da noite. O que acha comandante?- Fiz questão de acrescentar uma gota de desprezo ao final da frase.

–Eu te pego ás 8:00hs no seu chalé. Até logo...querida.- Foi como um tapa na minha cara. Aquele "querida" me deixou com um sentimento estranho. Ele susurrou a palavra com tanta intensidade que enviou arrepios por todo o meu corpo. Não pude evitar que a minha cara formasse aquele expressão de retardada. Ele não esperou eu me recompor saiu andando tranquilamente com o seu sorrisinho safado. Fiquei ali um por um tempo esperando algo, talvez o súbito de coragem que eu tive pra falar com Leo, ou que a coisa misteriosa assumisse meu corpo de novo eu não tivesse que me encontrar com ele sozinha. Como não aconteceu nada eu resolvi me mandar para o meu chalé antes que as pessoas achassem eu fui uma vítima da Medusa e eu posso jurar ter ouvido um risinho vindo do céu. Caminhei distraidamente para minha cama esperando a confusão passar para me arrumar para o meu "encontro" com o ajudante do Papai Noel.