Uma Nova Ameaça. escrita por JessyErin


Capítulo 5
Luz, câmera e tiros.




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Eu tive que ficar um tempo na casa do Dinozzo, no primeiro dia, ele só me ensinou a postura (reta, com os braços retos sempre, e uma perna um pouco atrás, para dar uma base pra eu não cair ou me desequilibrar) e então ele me ensinou algumas coisas técnicas, como destravar, travar, e engatilhar, colocar balas, como atirar com uma automática, os calibres, tudo. Mas quase não encostei na arma. Ele queria ter certeza que eu estaria perfeitamente ciente do que estava fazendo. Então, em um dia, ele ligou para o NCIS dizendo que estava doente e disse que treinaríamos em uma floresta, para não correr perigo de matar alguém por engano, ou atirar em alguma coisa, e eu ri. Então, ele pegou alguns papelões e os colocou dentro do carro, eu não entendi a principio, mas quando chegamos em um lugar que parecia meio afastado, eu percebi que eram alvos. Então, descemos do carro e eu vi algumas capsulas jogadas no chão.

– Quando eu fico nervoso, ou qualquer um da equipe, a gente vem aqui pra “descontar” um pouco em árvores ou pedras, sabe como é – ele disse, e tirou dois papelões do carro – agora, vem cá.

Ele colocou um dos papelões na minha frente, a uns cinco metros, e pediu que eu atirasse. Foi um fracasso, pois a bala passou raspando perto da perna. Então, ele chegou perto de mim e pediu para que eu esticasse o braço, e colocou minha perna para trás, ao mesmo tempo que ajustava a arma a frente do meu rosto, fazendo com que a mira ficasse exatamente na posição certa, e então eu atirei, e o tiro pegou em um lugar bem no meio do alvo, parecia o estomago, ou pulmões.

– Muito bom – ele disse – muito bom mesmo! Agora, acho melhor se especializar aqui – ele apontou no coração – ou aqui – ele apontou a cabeça do alvo – se quiser uma morte rápida, sem tempo para que ele revide, ok?

– Ok – eu disse e peguei a arma.

Eu errei dois tiros, até acertar o coração, e cinco até começar a acertar a cabeça. Ele me deu dicas ótimas, e eu consegui acabar com alguns alvos que ele havia trazido, e então ele tirou um deles, mas era um pouco maior, de lá de dentro.

– Ok, agora é treinamento com reféns, ok? Tente atirar somente no alvo de trás, ok?

– Certo.

Eu acertei a orelha de um dos reféns duas vezes, e uma vez tentando acertar o coração eu acertei o braço de um deles.

– Jessy, precisa se concentrar – ele disse.

– Mas Tony, eles irão sobreviver, sem uma orelha, é claro, mas vão – eu disse, levantando a arma, e ele automaticamente deu um passo para trás.

– Escuta, tem que aprender isso, ok? Senão não dá pra mandarmos você pra lá!

– Tony, isso é só para o teste, certo? Não vai ter nenhum refém lá para que eu tenha que aprender isso.

Ele ficou em silêncio.

– Isso não é para o teste – eu disse – isso é porque você acha que meu disfarce não será bom suficiente, e que eu tenho que aprender a me defender caso eles venham contra mim, é isso?

– Exatamente. Tem um jeito de fazer isso, mas não é bom.

– Faça, não importa como, se eu tenho que aprender, faça o que for preciso.

Ele pegou o telefone e ligou pra Abby, e disse que ela estava a caminho.

– Abby sabe atirar? Vai me ensinar alguma coisa?

– Não, mas ela é nosso plano B.

Ela chegou alguns minutos depois, com um envelope nas mãos, deu um sorriso para mim e tirou duas fotos de lá de dentro, e então eu entendi o significado de “não é bom”. Ela colocou uma foto de um homem com barba mal feita, sobrancelhas grossas, olhos castanhos e um sorriso descrente, Ari, no lugar da cara do “alvo”, e uma de uma moça de olhos esverdeados, com cabelos pretos lisos, séria, na frente da “refém”. Kate era a refém. Eu engoli em seco, afinal, aquilo era realmente demais. Eu olhei para os dois e eles estavam me olhando, então Dinozzo disse:

– Jess, faça o seguinte, finja que ela esta viva, ela foi sequestrada por ele, e você tem chance de salva-la, ok? Se conseguir, ela sobrevive, é só tentar. Você só tem um tiro, então, mate – o e salve –a, ok?

Em silêncio eu tomei a posição, e por um segundo, conforme o vento bateu naquelas fotos, e no meu cabelo, e eu me dei conta que estava parecendo uma agente, e eles realmente pareciam alvo e vitima, então, eu mirei e com toda minha precisão, atirei naquele alvo. Se o alvo fosse realmente Ari, ele estaria morto, com um belo buraco na testa, e Kate estaria viva.

– Salvei a Kate! – eu disse, e então me calei. Eu havia esquecido que não tinha conseguido salva-la da ultima vez, e olhei para os dois.

– Ok, mas ele pode revidar. Abby traga os cones, por favor.

Então eu comecei a atirar correndo entre cones, foi difícil no começo, mas depois eu me acostumei e consegui fazer direito. Eu treinei por semanas, até que Tony me disse que eu teria que treinar pra valer, e me pediu para virar de costas para o alvo. Eu virei, e quando virei de volta, Abby estava perfeitamente parada no lugar do refém.

– De jeito nenhum Dinozzo, nem pensar.

– Jess, você atira muito bem agora, mas tem que saber que quando é uma pessoa de verdade, dá mesmo uma diferença, entende?

– Mas Tony, se eu errar, a Abs vai se machucar!

– Não erre – Abby disse, e sorriu.

– Ok – eu peguei minha arma e quando mirei, antes mesmo de engatilhar, eu ouvi uma voz pigarreando atrás de mim.

Era Vance, ótimo.



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