Uma Nova Ameaça. escrita por JessyErin


Capítulo 4
Um por todos, e todos por uma.




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O primeiro passo foi o perfil, eu o lia todos os dias antes de dormir, para não esquecer nenhum detalhe. Ducky inventou a história de uma garota, ela era israelense, mas como perdeu os pais muito cedo, não se lembrava muito bem da língua ou dos costumes, e foi para os EUA, adotada por uma mãe dócil e um pai que geralmente bebia e não aceitava muito bem a nova “adição” na família. Assim que a mãe morreu, em um acidente, ela fugiu de casa e tentou se alistar no exército americano, mas eles não a aceitaram pela idade, então, ela usou o que restava da herança da mãe para ir para Israel, tentar entrar no exército de lá, para honrar seus pais biológicos e sua mãe adotiva. Era uma história realmente boa, e não tinha nenhuma ponta solta. O segundo passo eram as câmeras, Mcgee teve um sério problema, porque não podia fazer as câmeras enquanto tivessem outras pessoas por perto, então, ele ficava trancado em uma sala, dento do laboratório da Abby, praticamente escondido, o dia inteiro, bilhões de copos de café por todos os lados, ele quase não dormia, coitado. Alias, todos estavam dando o máximo de si, porque no intimo de cada um, que a cada minuto que passava, Ziva estava lá, presa, e provavelmente estava sendo torturada ou pior, então, não havia tempo a perder. Eu estava na mesa dela, fingindo estar procurando algo que ajudasse na investigação, enquanto Vance me observava da escada, como sempre fazia (isso me irritava profundamente) quando o telefone tocou:

– Jessy.

– Jessy, vem pra cá – Abby disse – Mcgee terminou as câmeras, só precisamos saber onde colocar cada uma.

– Estou indo – eu disse, olhando para Vance e praticamente correndo pro elevador.

Ele desceu as escadas e foi olhar o que eu estava fazendo na mesa da Ziva. Mal sabia ele que aquilo nada mais era, tudo o que todos já sabiam. Assim que cheguei ao laboratório, Abby me colocou sentada numa cadeira e foi me empurrando até a sala onde Mcgee estava, foi engraçado. Assim que consegui me levantar, ele levantou dois dedos, e depois de um tempo percebi que no meio deles, havia uma pequena coisinha, uma bolinha, que na verdade era a câmera. Imperceptível, até para aqueles ninjas do Mossad.

– Jess, aqui tem três, precisamos de uma pra gravar as câmeras de seguranças, uma nas costas para gravar qualquer risco que esteja atrás de você, e uma na altura da cabeça, queixo talvez, para gravar as portas – ele disse, falando rápido.

– Poderíamos tentar colocar uma em uma mochila, no zíper – Abby disse, e pegou um zíper da minha própria blusa pra comparar – é isso mesmo, já volto – ela disse e saiu.

– Ok, eu poderia usar um óculos de sol e ele ficaria para cima, o que acha?

– Boa idéia, e agora, na altura do queixo, o que usaríamos?

– Você acha que na altura o pescoço dá? – eu disse, tendo uma idéia.

– Seria perfeito, no que esta pensando?

– Aqui – eu agarrei o colar que Kate havia me dado e dei para ele – pode colocar aqui, no lugar da pedrinha – eu apontei – será um bom esconderijo.

– Ok – ele disse – terá que usar escutas, portanto, cabelo solto e – ele me virou de lado – muito arriscado, acho que poderíamos coloca-las em um relógio de pulso, ficaria menos audível, mas seria menos fácil de perceber, certo?

– Sim – eu disse, sorrindo.

– Pronta para aprender a lutar e atirar? – ele disse, sorrindo.

– Claro, estou muito animada – eu disse, me sentindo um pouco nervosa.

Estava na hora do terceiro passo, um dos mais importantes de todos. E pela primeira vez estava me sentindo inconfortável naquele porão, onde antes era meu refúgio. Não havia mais barco lá, ele o havia levado para uma marina, aonde íamos às vezes para pescar ou conversar. Agora o porão estava mais ou menos iluminado, com alguns sacos pendurados, eu teria que bater neles, com certeza. Gibbs havia subido para buscar alguma coisa, e desceu com algumas roupas largas e elásticos de cabelo, e me olhou. Eu estava de salto, com uma blusa tomara que caia, e os cabelos soltos. Acho que não era bem assim que se devia lutar com alguém, então eu subi e me troquei, e quando olhei no espelho, mandei a mim mesma ter um pouco mais de confiança, e desci. Assim que desci, ele enrolou um tipo de faixa na minha mão, e disse que não iria me dar luvas, porque na hora eu não as teria, então, resolveu colocar as faixas para que eu não me machucasse tanto, ou destroncasse um dedo. Ele me conhecia tão bem, que sabia que isso era bem provável de acontecer. Na verdade, Ziva já havia me ensinado algumas coisas, mas eu nunca lutei pra valer, então estava realmente nervosa. Gibbs pediu para que eu desse um chute em um dos sacos pendurados, e eu automaticamente tentei, mas a ponta do meu pé bateu com força e eu recuei imediatamente.

– Nunca chute com a ponta do pé – ele abaixou e pegou o meu pé, levantando – o devagar – sempre com a sola, assim não sentirá dor nenhuma, e conseguirá proporcionar um impacto maior. Tente.

Eu tentei novamente, e desta vez quase cai. Eu realmente estava me esforçando, mas fiquei bastante nervosa com isso.

– Ok, equilíbrio – ele disse, olhando para mim – você tem que saber ficar em um pé só, para poder atirar o outro contra seu oponente, ok?

– Certo – eu disse, tentando arrumar meu cabelo, que já estava tão bagunçado, que desisti – vou tentar de novo.

E eu tentei de novo, de novo, de novo. Eu conseguia me manter em pé, mas parecia que eu estava descansando meus pés, e não tentando infligir uma dor.

– Você foi ótima, amanhã treinamos mais, ok? Agora você precisa dormir e descansar – ele me deu uma garrafa de agua e subiu para o quarto dele.

Eu estava tentando dormir, mas realmente era difícil demais, pensando em tudo o que estava acontecendo. Estava mesmo entrando em uma missão, pra salvar minha melhor amiga, aprendendo a lutar, usando câmeras, enganando o diretor da agência, entrando em uma agência estrangeira, usando um disfarce, tudo isso ao mesmo tempo? Era demais, e eu sabia que não conseguiria dormir. Eu levantei da cama e vi a roupa que tinha usado. E então decidi que não dormiria, até que conseguisse ter um bom avanço em meu treinamento, nem que eu tivesse que tomar aquela coisa que Abby tomava e a deixava totalmente ligada. Eu desci até o porão e coloquei a roupa, então dei um primeiro chute, e não consegui por força o suficiente. E se a vida dela dependesse disso, e eu realmente não conseguisse lutar, não iria passar e o plano, que tinha sido tão bem planejado, estaria acabado. Num impulso de raiva, chutei aquilo com força, e então vi que ele se mexeu. Depois tentei com mais força, e mais força, e então consegui dar uma série de chutes espetaculares, comparados as minhas primeiras tentativas. Eu olhei pra cima, e Gibbs estava na escada, rindo.

– Desculpe se te acordei, não consegui dormir – eu disse.

– Sem problema, eu estava vindo aqui pra fazer a mesma coisa quando te vi – ele apontou para o saco – acho melhor dormir, precisaremos dele para treinar os socos, e você o destruirá se continuar assim.

Nós rimos, e no outro dia eu consegui treinar os socos facilmente. Então, estava na hora do quarto e mais difícil passo, e envolvia uma arma.



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