Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 13
Capítulo 13: Prioridades


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Venho me desculpar com a demora na postagem, mas ocorreram alguns problemas aqui e só agora tive tempo de verdade para postar. Antes de tudo, para evitar mais problemas, prometo um capítulo por semana. Só não especificarei o dia para não criar falsas expectativas. Tudo bem?

Este capítulo é dedicado a Mione St que é uma das leitoras mais empolgadas que eu já tive em toda a minha carreira de escritor de fanfics. Além de tudo ela é uma ótima amiga ^^. Espero que goste ^^.

Boa leitura!



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Amanhece na grande casa e a partir daquele dia as vidas de todos seriam mudadas. Ino voltaria a ter toda a admiração e adoração dos homens, graças ao desejo de Hinata. Gaara teria uma boa conversa com a companheira semideusa e tentaria esclarecer o que havia de errado consigo. Ino estava muito feliz e estava praticamente saltitando no meio do quarto enquanto secava o cabelo e procurava o uniforme no guarda-roupa. O ruivo estava sentado na cama observando aquela alegria toda, mas com o semblante sério.

– O que está pensando tanto?

A garota estava o observando através do espelho e viu que ele estava mais sério que o normal.

– Nada não. Só pensando um pouco.

– Está preocupado?

– Não diria preocupado. Só preciso entender algumas coisas.

– Aquela dor ainda está incomodando não é?

– Muito.

– Quando vai conversar com ela?

– Quando você sair para a escola.

Ino não gostou da resposta.

– Vai me deixar sozinha na escola?

– Sozinha? A última coisa que você estará é sozinha.

Ela percebeu naquele momento o que havia dito. Saiu sem querer, mas mesmo assim ficou um pouco vermelha.

– Essa conversa vai demorar?

– Não sei. Depende.

– Tudo bem então...

Ela terminou de se arrumar e pegou a mochila. Caminhou até a porta do quarto, mas quando fez menção de sair, olhou para ele e disse:

– Não demora não...

A garota saiu do quarto e ele ficou sem reação. Com o autocontrole de um semideus ele poderia suportar tranquilamente aquele tipo de situação, mas se fosse um humano não resistiria àquela carinha de anjo combinado com aquele uniforme provocante. Decidiu tirar esses pensamentos da cabeça e foi para a praça central da cidade. Lá era o local onde teria a conversa que tanto esperava.

Ino chegou à escola e logo notou a diferença. Tudo voltara a ser como antes. Recebia tanto olhares de inveja das garotas quanto olhares cheios de desejo dos homens. Ela se sentiu muito bem e voltou a exibir aquele sorriso que todos tanto gostavam. Chegou à sala e logo foi cercada pelas amigas principais.

– Eu vi Ino! - Gritou Sakura empolgada.

– Viu o que?

– Você voltou a ser a ídola de antes!! Não viu todos os olhares para você?

– Não tinha como não ver. - respondeu sorrindo.

– Tudo isso graças a Hinata. Agradeça a ela.

– Não precisa Ino. - manifestou-se a morena - Não era justo você pagar um custo daqueles por minha causa.

Naquela hora elas notaram algo.

– Falando nisso Ino. disse Sakura - Onde está o Gaara?

– É verdade. - completou Hinata - Pensei que ele te acompanhava sempre.

– Ele precisou resolver uma coisa urgente. Depois ele volta.

Ino não notou, mas as garotas viram como ela falou a última frase com um suspiro.

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Gaara chegou à praça central e logo fez a técnica usada para chamar outros semideuses. Logo a pessoa que ele esperava chegou até ele.

– Nossa Gaara... Está com uma cara péssima.

– Também não é para tanto.

– Pois eu digo que é. Nunca te vi assim antes.

– Estou preocupado.

– Mantenha a calma. Agora me conte exatamente o que houve.

Gaara contou tudo detalhe por detalhe. Como tudo aconteceu, onde aconteceu e em que circunstâncias tudo aconteceu. Quando terminou o relato ela estava com a mão no queixo.

– Muito interessante...

– Nem me fale...

– Falo sério. Não sabia que isso podia acontecer com a gente.

– Você nunca sentiu isso?

– Você é o primeiro que sofre com esse problema.

– Mas você sabe o que é não sabe?

– Saber eu sei, mas talvez você não acredite.

– Por que não tenta?

Eles sentaram em um banco perto dali e ela começou a falar.

– Nós somos semideuses Gaara. Você sabe muito bem que nós não somos deuses completos, por isso temos pontos fracos.

– Isso eu sei.

– Pois bem, para se afetar um semideus só existem duas formas.

– E quais seriam?

– Pela força ou pelos sentimentos.

– Explique melhor.

– Podemos ser subjugados pela força ou pelos sentimentos. Pela força somente os deuses completos podem nos vencer.

– E pelos sentimentos?

– Qualquer humano pode.

Gaara ficou estarrecido ao ouvir isso. Ela continuou.

– Isso só é possível por sermos semideuses. É uma das nossas fraquezas. Os sentimentos nos afetam porque temos influência dos humanos, já que vivemos no mundo deles.

– Entendo. Mas que sentimentos são esses que nos afetam tanto?

– Bom... Como temos parte divina somente sentimentos muito fortes podem nos afetar. Amor extremo ou ódio extremo.

– Então eu sinto um desses dois pela Ino?

– Provavelmente sim.

O ruivo pensou. Se só existiam duas possibilidades e ele tinha certeza que não odiava aquela loira então... Realmente gostava dela tanto assim? Assim ao extremo? Aquilo era demais até mesmo para ele que já viu quase tudo no mundo.

– Por que eu não sabia disso?

– Você ficou muito triste por ter sido criado por nós e fugiu antes que tivéssemos a chance de te explicar tudo.

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Na escola, Ino não conseguia se concentrar. Não negava que gostara de ter sua popularidade de volta, mas sentia que estava faltando algo. Olhou para os lados e via que exatamente tudo havia voltado a ser como antes. Tudinho. Mas naquela hora entendeu o que o ruivo quis dizer quando disse que ela só olhava para fora. Aliás, todos também só a olhavam por fora. Sentiu um vazio em si e sem pensar duas vezes abriu a mochila no meio da aula, fato que foi acompanhado pelas suas amigas que observavam tudo. Ela abriu o caderno cinza e escreveu algo com urgência guardando-o em seguida. Sakura esticou os olhos e, antes que ela fechasse o caderno, pôde ver o que ela escreveu:

"Gaara, por favor volta logo!!!"

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Na praça a conversa continuava.

– Sinceramente não entendo. - disse Gaara - Se é assim que funciona, então eu estou gostando mesmo da Ino ao extremo?

– É o que parece. - ela respondeu sorrindo.

– Como pode sorrir em uma situação dessas?

– Sabe por quê?

– Não.

– Porque você está diferente. Desde que a conheceu você está mudando, ou melhor, vocês estão mudando juntos. Não percebeu?

O ruivo pensou e negou com a cabeça.

– Pois eu digo que está. E fico muito feliz com isso. Mesmo sem perceber ela está fechando a ferida do seu coração. Mesmo que você não ria, sei que se sente feliz do lado dela. Não precisa ter vergonha disso.

– Minha missão daqui a pouco estará completa. Depois disso ela não precisará mais de mim.

– Pode ser. Mas também sei que mesmo depois de tudo, não conseguirá se separar dela.

– Não podemos ficar assim.

– Eu sei. Espero que ela faça logo o segundo pedido para que você esclareça a situação.

– Se eu soubesse que seria assim, jamais teria vindo até essa cidade.

– Não precisa se lamentar. - disse ela colocando a mão no seu ombro - Você esqueceu da nossa maior descoberta?

Ele puxou pela memória e disseram juntos:

"Quando dois sentimentos extremos se encontram, pode causar uma tragédia. Assim como também pode acontecer um milagre."

– Sabe que, apesar disso, não acredito muito nessa frase.

– Você é quem sabe...

– Mas voltando ao assunto, tudo o que você me disse pode causar dor física?

– Sinceramente não sei. Como isso nunca aconteceu, não sabemos os sintomas. Fiquei impressionada quando você me disse que tinha sentido dor no coração. Também porque não temos sangue por não possuirmos corpo humano.

– Alguma coisa me diz que isso é só o começo...

– Talvez. Esse é um caso único.

– Posso contar com a sua ajuda futuramente?

– Claro que pode. Você sabe que pode. - respondeu com um sorriso.

Levantaram do banco onde estavam e, surpreendendo a semideusa, o ruivo a abraçou. A partir daí ela tinha absoluta certeza que ele estava mudando, pois em vinte e um séculos de vida jamais abraçara qualquer dos semideuses ou fazia questão de se manter afastado de todos os humanos que queriam mais do que os benefícios de seus poderes. Faria tudo o que estivesse ao seu alcance para fazê-lo mudar de vez e também faria questão de ajudar a garota responsável por isso.

– Agora vá. - disse ela ao soltar-se do abraço - Ela deve estar sentindo sua falta.

– Não sei. Ela se livrou do custo que eu impus a ela.

– Como assim se livrou?

Ele explicou seu plano para descobrir o que se passava na mente da loira e como precisou anular o custo do pedido dela. Ela ficou impressionada.

– Mas mesmo assim. - disse ela recuperando-se - Ainda acho que ela sente sua falta.

– Acho que não. Quando eu a conheci ela... - foi interrompido.

Nesse momento Ino havia escrito a frase que dizia: "Gaara, por favor volta logo!!!" e ele soube imediatamente.

– O que foi?

– A Ino está me chamando.

– Não disse que ela sente a sua falta? Volta logo para junto dela.

– Nos veremos de novo.

– Eu sei. - sorriu.

Ele se teleportou, mas para o quarto dela. Queria que ela passasse mais tempo sozinha na escola para saber como se comportaria no primeiro dia livre do custo que impusera. Sentindo-se mais leve, sentou-se na poltrona de sempre, fechou os olhos e relaxou.


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