Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 12
Capítulo 12: Erro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Sei que o capítulo está curto, mas esse foi apenas para preparar o terreno para um dos grandes dilemas da história. Tudo será esclarecido no próximo.

Esse capítulo é especialmente dedicado à minha leitora Black Pearl. Ela quem primeiro comentou nessa humilde fanfic depois de um ano e meio de postagem e nenhum comentário sequer. Agradeço a ela por ter tirado essa história do convívio das traças e baratas e também porque ela, além de uma leitora, se tornou uma amiga muito importante para mim.

Esse capítulo é seu! Boa leitura!



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Gaara amanheceu ainda pensando nas novas memórias que adquirira. Agora sabia com perfeição a data que ela conheceu Sakura e Hinata, quando e com quem foi o seu primeiro beijo, tinha imagens de suas festas de aniversário, suas peripécias na escola, enfim, coisas que a primeiro momento não tinham muita importância, mas ele poderia precisar daquelas informações, e não se arrependeu de fazer o que fez para consegui-las. Mais ainda porque, com isso, passou a conhecer e saber o rosto dos antigos namorados da Ino, três no total. Ele sabia que ela sempre se sentiu triste por seus antigos namorados brincarem com seus sentimentos e só ficarem com ela com segundas intenções, o que irritava profundamente o semideus e fazia ainda mais aparecer seu lado perverso, que foi desperto pela sua imperfeição. Jurou por tudo o que tinha que, quando Ino fizesse todos os pedidos ele iria atrás de cada um deles e os fariam pagar com juros cada lágrima que fizeram aquela garota derramar. Agora admitia que gostava daquela loira e odiava saber que alguém a fez sofrer de propósito. Foi acordado com um barulho de água caindo. Olhou para a cama e ela estava vazia. Tamanha era a sua distração que nem viu que ela já havia levantado e estava tomando banho. Ela saiu com uma roupa diferente de qualquer coisa que ele já havia visto: uma calça preta colada, uma blusa branca e um tênis de corrida. Ela foi até ele e disse:

– Bom... É... Desculpa por ficar com raiva de você ontem... disse abaixando a cabeça.

Gaara se surpreendeu. Não via motivos para ela se desculpar, afinal ele era o responsável por tudo.

– Não entendi Ino.

– Eu sei que você não quer me ver chorar. Se fez aquilo ontem era porque precisava saber algo que eu não quis contar não é?

– Tem razão.

– O que era?

– Algumas coisas sobre a sua história. Coisas que fez, que gosta, algumas datas e dias importantes para você. Eu gosto de saber essas coisas.

– Só isso?

– Eu sei que você tem muitas feridas no coração Ino. Também queria saber quem foram os responsáveis por isso.

Ino arregalou os olhos.

– Por que queria saber disso?

– Primeiro porque eu queria saber que tipo de dor eles te causaram, assim eu posso te ajudar melhor. Segundo porque depois vou dar um corretivo neles.

Ele falou aquilo com uma naturalidade que a espantou.

– Não precisa disso Gaara. É passado. Vamos deixar como está. Não quero mais lembrar disso...

– Já está decidido Ino. Não vou voltar atrás.

Ino não conseguiu mais argumentar. Gaara resolveu matar uma curiosidade.

– Que roupa é essa?

A garota acordou de seus pensamentos e respondeu:

– Hoje é domingo. Tenho academia.

– Hum... colocou os dedos no queixo Mas se eu não me engano você não foi semana passada.

– Eu ainda estava eufórica com você e seus poderes. disse sorrindo Mas agora preciso voltar a me mexer senão perco a forma.

O semideus riu por dentro. Não entrava na sua cabeça o motivo das mulheres humanas serem tão preocupadas com a aparência, não importando o quão bonitas fossem. Era algo que até mentes sobrenaturais estavam longe de explicar. Como não conseguiria raciocinar e não chegaria a nenhuma conclusão, se ateve a deixar esses pensamentos de lado e acompanhá-la até o carro.

O caminho foi feito completamente em silêncio e o ruivo agradeceu por isso. Ultimamente andava muito pensativo e realmente precisava pensar. Ao chegarem, entraram em um estabelecimento muito bonito e espaçoso. Dava para escutar uma música agitada lá dentro.

– Ino! exclamou um cara vindo lá de dentro Há quanto tempo! Pensei que tinha desistido.

– Nada professor. respondeu a garota sorrindo Eu faltei esses dias porque tinha algumas coisas para resolver, mas tudo já está em ordem.

– Então vamos recuperar o tempo perdido e mexer esse corpo garota!

Ino confirmou com um é isso aeee!!! e acompanhou o cara com cabeça de tigela. Sim, o cara era esquisito, mas muito gente boa. Fomos andando nos corredores até encontrar a sala certa. Para falar a verdade ele nunca havia entrado em uma academia, achava que não tinha nada de interessante ali. Depois de entrar, só confirmou sua suspeita: realmente não havia nada de interessante ali. Dentro da sala espaçosa havia um conjunto de espelhos, muito espaço vago, um aparelho de som e camas elásticas (das pequenas usadas para exercícios), mas essas estavam juntas em um canto, já que aquela não seria a atividade naquele dia. Ino se juntou ao grupo de alunas e o professora de aeróbica iniciou suas atividades, enquanto eu fiquei encostado no espelho atrás da professora com visão direta dos olhos da minha loira.

Uma música começou a tocar e todas acompanharam os movimentos da professora. Aquele dia em especial era dedicado à dança (que ele reconhecia que apreciava, mas apenas reconhecia para si mesmo) e viu que Ino se destacava das demais. Ele viu nela uma técnica apurada e muito solta nos movimentos. Ele cruzou os braços e ficou mais à vontade a observando.

Ino viu que estava sendo observada. Sentiu-se bem. Sentia falta de ser desejada por alguém, mas depois lembrou que semideuses não podem desejar humanas. Se era mesmo assim, por que ele a estava olhando assim? Era um olhar que acompanhava seu corpo a cada movimento que fazia, mesmo os mínimos detalhes não passavam em branco por aqueles olhos verdes. Então ela decidiu dar uma pequena amostra de suas habilidades.

A música foi trocada por uma mais sensual e Ino aproveitou para ativar uma de suas maiores habilidades. Começou a dançar lentamente, parecia atônita com tudo ao seu redor. Seus olhos azuis estavam fixos em dois belos exemplares de olhos verdes que a estavam analisando movimento por movimento. Ela abaixava e levantava tanto o olhar quanto o corpo, passava as mãos pelos lábios, barriga e pernas. Jogava o cabelo para trás e fechava os olhos nesse processo. Aquilo era um espetáculo! Ela não parava de encarar o ruivo parado à sua frente e ele apesar de não reagir estava praticamente sob hipnose vendo aquela cena. Como ele suspeitava antes, aquela garota realmente sabia como deixar um homem louco. Sorte dele não ser humano, senão a agarraria ali mesmo.

Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu uma sonora salva de palmas de todos da sala. Eles já haviam parado de dançar somente para ver aquela demonstração de graciosidade e sensualidade que o ritmo pedia. Eles a elogiaram principalmente pelo fato de manter o olhar fixo e de forma bem provocante como se houvesse alguém de verdade naquele salão. Mal sabiam eles que realmente tinha alguém que mexia com os sentimentos dela e que merecia muito mais do que uma dança.

Foi então que aconteceu o inesperado. Gaara fez uma careta de dor e pôs a mão no coração (N/A.: não estou me referindo ao coração sentimentos, mas ao órgão chamado coração) e saiu praticamente correndo daquele lugar. Ino ficou preocupada e, mesmo sem terminar a aula, foi atrás dele. Encontrou-o na porta de entrada da academia falando aparentemente sozinho. Aproximou-se e pôde escutar suas últimas frases.

– Eu quero entender o que está acontecendo e quero saber agora!!

...

– Como assim complicado? Sabe que apesar de tudo eu tenho uma mente como a sua!

...

– Tudo bem. Onde pode ser?

...

– No mesmo lugar? Não acho boa ideia. Eu digo aonde quando chegar a hora.

...

– Amanhã nos vemos.

Ino ficou com cara de quem não entendia nada. Aliás não só a cara, a mente também. Para matar a curiosidade resolveu perguntar.

– Com quem estava falando?

– Com a sua amiga de cabelo branco.

Ino lembrou que era a semideusa que ficara sua amiga e sorriu.

– O que vai conversar com ela?

– Tem algo errado comigo. Senti uma dor no coração lá dentro.

– Só por isso?

– Parece que não entendeu Ino. Semideuses não deveriam sentir dor. Nós somos imunes a isso. Se eu senti algo assim é porque tem algo errado comigo.

Ino não respondeu.

– Amanhã nós vamos conversar. Vou ter que te deixar sozinha por algumas horas. Espero que não se importe.

– Na verdade eu me importo, mas eu sei que é importante. disse de cabeça baixa.

Gaara se sentiu mal por vê-la triste, mas o que estava sentindo o deixou em alerta. Será que sua imperfeição era tão grande assim que o estava fazendo sentir até mesmo as dores físicas dos humanos? Tudo seria esclarecido no dia seguinte. Pelo menos era o que ele esperava.


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