Rony não se lembrava da ultima vez que tinha conseguido escrever e desenvolver as ideias por tanto tempo seguido, para seu novo livro.

Ele havia pego seu caderno de rascunho, sempre muito mais fã dos papéis do que do computador, de manhã, logo depois que Hermione saiu, atrás de sua irmã, Ginny. E agora já estava no meio da tarde, quando parou, e isso porque a fome atacou. Se não fosse seu estomago roncando, talvez não tivesse parado!

Não vejo mais você faz tanto tempo

Que vontade que eu sinto

De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços

É verdade, eu não minto

O ruivo então saiu de seu escritório, rumo a cozinha. Abriu a geladeira a e resolveu esquentar um pedaço de pizza solitário que encontrou lá dentro. Depois que o micro-ondas apitou, revelando sua pizza quase perfeita (a fome fazia a gente acreditar em qualquer coisa!), fez seu caminho de volta ao escritório, com seu pedaço de pizza, então reparou no celular de Hermione em cima da mesa da televisão, pois a morena o havia esquecido ali, na pressa em que saiu de manhã.

– Rony! Vem logo! Já estou saindo! – gritou Mione, chamando pelo ruivo.

– Que pressa, amor! – respondeu ele, se encontrando com ela na porta da sala.

– Tenho reunião por Skype com a equipe que ficou na Califórnia e antes disso preciso falar com sua irmã! Ela acabou de me mandar uma mensagem no celular, dizendo pra eu encontra-la no café urgente! – disse Mione colocando o celular em cima da mesa, enquanto arrumava sua bolsa.

– Urgente?? Ginny tá pirando com esse lance de casar, isso sim! – respondeu Ron.

– Esqueci meu lenço lá em cima! – disse Mione, e saiu correndo atrás de seu lenço.

– Xau! Beijo, beijo!! – disse a moça, abraçando e beijando o namorado rapidamente antes de bater a porta atrás de si.

Rony já havia sentado em frente sua escrivaninha quando ouviu o celular da Mione tocando Paradise do Coldplay lá na sala. Desceu novamente e quase deu risada quando viu quem estava ligando. Por um momento pensou em não atender, afinal, Mione poderia não gostar disso, mas depois, levando em conta quem chamava, decidiu arriscar a possível ira de sua namorada.

– Você é burro, surdo ou o que, Malfoy?!

– Weasley? – disse Draco, meio alterado.

– Ainda não entendeu o que disse?!

– Weasley....

– É pra ficar LONGE dela!!

– WEASLEY! Pegaram a Lilá!

Silêncio.

– Você bebeu?! – perguntou Rony, totalmente sem paciência.

– Cacete, Weasley! Eu que pergunto agora! Você tá surdo?! Não ouviu o que eu disse?? Pegaram a Lilá!!

– Do que você está falando? – disse Rony, ainda sem paciência. O que queria aquela doninha, afinal?!

– Olha, ela saiu daqui hoje de manhã e não nos falamos mais... agora eu acabei de receber uma ligação da Pansy e aquela louca pegou, sequestrou a Lilá! Eu não sei o que fazer, cara! Eu sabia que a Pansy era doida mas fazer mal a alguém?! Isso nunca me passou pela cabeça! Coitada da Lilá! Não tem nada a ver com tudo isso! A primeira pessoa em quem pensei foi na Mione porque a Pansy odeia ela e eu só queria saber se estava tudo bem, no fim das contas...

– Doninha, de boa, mal entendi o que você disse... E se você esta inventando tudo isso só pra falar com a Mione, pode tirar...

– Não seja imbecil, Weasley! – interrompeu Draco, ríspido. – Que você me odeia, tudo bem e saiba que é reciproco! Mas a Lilá, acredito ser de seu afeto então no mínimo a respeite! E avisa a Hermione, fala pra ela ter cuidado! É isso. Vou atrás da Lilá. – Click. Ele desligou.

E nesse desespero em que me vejo

Já cheguei a tal ponto

De me trocar diversas vezes por você

Só pra ver se te encontro

Rony ficou segurando o celular perplexo, sério e encarando o nada, tentando digerir tudo o que o Malfoy havia dito.

Sequestro? Isso tinha ido longe demais! Pobre Lilá! E Hermione?!

Num impulso rápido, ligou pro celular de sua irmã e caiu direto na caixa postal. Então, ligou para o celular de Harry:

– Oi, irmãozinho! Já com saudades?? – atendeu Ginny

– Ginny?! Oi! Posso falar com a Mione? – disse Rony, já aliviado.

– Mione? Ela não esta comigo, Ron... – respondeu Ginny

– Como não esta com você? Ela foi embora então?

– Embora? Eu não vi a Mione hoje.

Ron sentiu seu coração parar de bater.

– Ela disse que você mandou uma mensagem pro celular dela hoje de manhã, pedindo pra encontra-la no café... – disse Ron, já começando a suar frio.

– Ron, meu celular foi roubado hoje de manhã quando fui no mercado... quando cheguei em casa, o bolsinho da frente da minha bolsa estava aberto e o celular tinha sumido... não mandei mensagem nenhum pra ninguém... mas o que esta acontecendo?? Alô? Rony, alo??!!

Rony já não ouvia mais. Ele iria matar o Draco! Como ele pode deixar algo acontecer a Mione??

Sabe Deus onde ela estaria agora! Precisava resgata-la, precisava ir atrás dela... mas onde? Ele nem sabia quem era Pansy nesse mundo e não era com ele o problema dela, era com Malfoy! Ou seja, essa psicótica jamais entraria em contato com Rony e sim com a doninha, em breve morta, albina... mas agora ele precisava pensar... chamar a policia parecia o certo a fazer mas e se isso só piorasse as coisas?! Essa mulher não era uma ladra ou bandida... era uma doente, criminosa sim, mas antes disso doente! E pessoas assim são capazes de qualquer coisa já que não são movidas por nada além do desejo de pura vingança, dinheiro não resolve nessas horas.

Você bem que podia perdoar

E só mais uma vez me aceitar

Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Ligou pra casa dela e a empregada atendeu dizendo que não via Srta Granger há uns dias. Ligou para o numero do escritório onde seria a reunião e ela não havia chegado.... seu desespero estava aumentando e não podia perder a cabeça... precisava ser rápido e preciso para achar a sua Mione... desse modo, não lhe restou outra alternativa a não ser retornar a ultima chamada registrada no celular da sua namorada.

– Hermione?! – exclamou Draco do outro lado.

– Eu não sei onde a Mione está e eu vou te matar, doninha... – disse Weasley, seco e num tom sombrio.

– Como assim? – questionou Draco, rispidamente.

– Ninguem viu a Hermione hoje... ela saiu de manha daqui, atendendo a um chamado da minha irmã que descobri agora, não ter sido feito por ela... estou indo na policia dar parte do sumiço das duas agora!

– Não... não pode ser... – disse Draco, como que se não estivesse nem ouvindo direito. – Não podemos chamar a policia! Ela pediu pra que não envolvêssemos autoridades nisso senão a Lilá que iria pagar por isso... – disse voltando a si.

– E O QUE VOCÊ SUGERE, SEU IMBECIL?? QUE EU FIQUE AQUI ESPERANDO ESSA DOIDA MACHUCAR MINHA MULHER?? – disse Ronald, perdendo o pouco de sanidade que ainda lhe restava. – COMO VOCÊ DEIXOU QUE ALGO ACONTECESSE A ELAS, MALFOY? COMO?! VOCÊ NÃO DEVERIA TER DEIXADO ISSO IR TÃO LONGE! SE ALGUMA COISA ACONTECER COM A MIONE, EU JURO QUE TE MATO!

– Se alguma coisa acontecer com qualquer uma delas, fica tranquilo que eu mesmo me mato... – disse Malfoy numa voz fria, dolorosa e distante.

***

Hermione estava vendada, jogada no chão frio, com seus pulsos e calcanhares amarrados. Algo também a amordaçava, preso com tanta força que sentia o gosto de sangue na boca. Já não sabia há quanto tempo estava ali, tinham se passado horas e horas desde que acordou ali naquele mesmo lugar, só dando tempo de abrir o olhos e ver a cara daquela mulher desprezível sorrir desdenhosamente pra ela e então lhe taparem os olhos.

Ela apenas conseguia ouvir algumas coisas, vozes... mas nada que desse pra entender onde estava. Ouviu o nome do Malfoy umas duas vezes também... essa doida estava achando que havia alguma coisa entre eles?? Não era possível! Ela mal viu o Draco esses dias! Mas então Mione lembrou-se da cara debochada e insana com que ela lhe sorriu e teve certeza que aquilo ali só podia ser uma coisa: vingança.

Então Hermione sentiu uma vontade imensa de chorar. Duvidando se sairia viva dali, só conseguia pensar agora em Ronald. Em seu lindo sorriso, em seus olhos azuis da cor do céu, onde é tao fácil se perder, no seu cabelo cor de fogo, tao quente quanto ele, em como ele sempre sabia do que ela gostava, do modo como ele dizia “princesa”... tudo nele era mágico e encantador! Daria tudo pra estar ao lado dele agora e desse modo, pensando nele, que Hermione conseguiu manter a sanidade.

Foi então que ouviu uma porta abrir e um grito veio através dela.

Agora, que faço eu da vida sem você?

Você não me ensinou a te esquecer

Você só me ensinou a te querer

E te querendo eu vou tentando te encontrar

Vou me perdendo

Buscando em outros braços seus abraços

Perdido no vazio de outros passos

Do abismo em que você se retirou

E me atirou e me deixou aqui sozinho

Leiam também minha outra fic "Diários de Harry Potter"

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