É, querido leitor, nosso novo, talvez, futuro, quem sabe, casal ficou horas e horas apenas rindo e conversando naquele canto do pub.

Draco jamais em sua vida pensou que um dia estaria num lugar desses, e o que era pior (ou melhor, depende do ponto de vista) que estaria gostando, mais que isso adorando!

Pra você guardei o amor

Que nunca soube dar

O amor que tive e vi sem me deixar

Sentir sem conseguir provar

Sem entregar

E repartir

Ele não se lembrava da ultima vez que tinha dado tanta risada ou que tinha sido tão feliz sendo simplesmente ele mesmo. Quer dizer, lembrar, ele lembrava, exatamente com quem ele estava, mas agora não é hora disso, ou melhor, dela. Agora é hora de Lilá, Lilá Brown.

Completamente louca, em sua pessoal e sincera opinião. Porém, inteligente, bem-humorada, divertida, espontânea, suave, sim muito suave... ela falava e descrevia tudo com tanta naturalidade e simplicidade... era encantador. Lilá havia viajado o mundo já como modelo, já morou em Milão e Paris mas segundo ela, não havia lugar nenhum como Londres, sua casa. Ela tinha um brilho sincero no olhar ou era o jeito como ela vê a vida que talvez desse esse brilho especial. Por último, Malfoy descreveria sua beleza, não só presente no olhar penetrante e os cabelos longos mas sim, sua alma. Ela era uma pessoa boa, Malfoy podia ver isso. Na vida dele, tinha conhecido poucas pessoas com esse brilho forte que vinha primeiramente, do coração.

Lilá por sua vez, estava achando ótimo ter uma conversa decente com um homem, sem que ele olhasse descadaramente para seus seios de cinco em cinco minutos. Coisa que o Malfoy ainda não havia feito desde... bem , desde aquela manhã. Se fez, soube disfarçar bem. Mas esse tipo de coisa, não passava despercebido por ela e Malfoy era o que ela chamaria de um perfeito cavalheiro, até demais. Tirando o ruivo, a maioria dos homens a tratavam como um objeto, ou como um troféu. Não se interessavam jamais pelo o que ela tinha pra falar, na verdade a preferiam calada, se é que vocês me entendem.

Cansada disso, Lilá resolveu tirar proveito dessa situação, ela iria usar e abusar de todos eles e jogar fora. Ela tinha qualquer homem a seus pés, fazendo todas as suas vontades e muitas em troca apenas de um sorriso. No mundo da moda, tudo são negócios e muitas vezes, nem todos levam isso apenas no âmbito profissional, infelizmente. Um dia, num evento ela conheceu Ron Weasley e o cara sabia falar sobre artes! Ela quase caiu pra trás! O que eles tinham nunca foi um relacionamento, era mais uma amizade colorida, por assim dizer. Uma vez ela encontrou uma foto de Ron e Hermione em cima da mesa do quarto dele e só pela reação dele ao olhar a foto, ela sabia que nunca, nunca teria o coração do ruivo.

Pra você guardei o amor

Que sempre quis mostrar

O amor que vive em mim vem visitar

Sorrir, vem colorir solar

Vem esquentar

E permitir

Agora ali, naquele bar, com alguém totalmente inesperado, Draco Malfoy. Quem diria, não? E sob que circunstâncias... Lilá achava fascinante as voltas e voltas, encontros e desencontros que a vida dava, esse é um dos grandes prazeres de se viver! Fascinante também era aquele homem, meu Deus! Tão charmoso, inteligente e sexy! Muito sexy! Tudo nele dizia Sex Appeal: sua voz baixa era sexy, seus olhos azuis acinzentados eram sexy, seu sorriso era sexy, o jeito de andar era sexy... e o modo como ele disfarçava tão bem aquele clima quente entre eles. E toda aquela cerveja não estava ajudando em nada.

- É bonitão, acho melhor irmos! - disse Lilá, terminando seu chop. - Já tomei minha cota e cerveja por hoje pelo resto do mês!

- Que isso, Lilá! Achei que você fosse mais forte... tsc tsc... me decepcionei agora... - disse Malfoy, provocando-a.

- Ah é?! Pois eu não vou cair na sua provocação não, espertinho! Mais um gole e não arranjo mais trabalho, sabia?? Alem disso, tá querendo me embebedar é?!

Ambos riram.

- Só queria devolver a gentileza, sabe.. te levando pra casa, quase vomitando no taxi, ouvindo você contar seus piores segredos e deixar um bilhete no bolso do seu casaco fazendo você pensar que transamos loucamente a madrugada toda...

Lilá tentou simplesmente não pensar na parte do "transando loucamente" mas sua mente simplesmente  a traia, sempre e sempre! Ela apenas riu, tentando parecer indiferente aquela possível sugestão.

Já na rua, Lilá deu um bocejo.

- Que isso! Cansada já?? - disse Draco, colocando as luvas.

- Ha-Ha! Sonolenta apenas. E você? É tipo vampiro, nunca dorme, jamais descansa?! - disse Lilá rindo.

- Claro, inclusive eu brilho a luz do sol. - E os dois riram. Lilá, sem perceber, segurou no braço de Draco e ele por sua vez, ofereceu seu braço a ela, tocando de leve com a outra mão o braço da garota.

- Vem cá, quero te levar num lugar, agora - disse Malfoy, enquanto caminhavam.

Quem acolher o que ele tem e traz

Quem entender o que ele diz

No giz do gesto o jeito pronto

Do piscar dos cílios

Que o convite do silêncio

Exibe em cada olhar

***

- Ronald eu preciso de verdade voltar pra casa! - disse Hermione com a cabeça enfurnada nos travesseiros, sem mover um músculo se quer.

- É, to vendo amor, sua vontade enorme de ir embora - disse Rony, beijando suas costas nuas.

- É sério! Passei a noite passada e o dia todo aqui... mamãe vai achar que me sequestraram! - disse Mione, virando-se para olhar pra ele.

- Você não ligou pra ela avisando que estava aqui? - disse Ron, agora acariciando seu rosto.

- Liguei. Então, é pior. Ela vai achar que você me sequestrou!

Guardei

Sem ter porque

Nem por razão

Ou coisa outra qualquer

Além de não saber como fazer

Pra ter um jeito meu de me mostrar

Ambos caíram na risada.

- Dorme aqui de novo vai? Alias, mude-se pra cá. - disse Ron.

Mione levantou-se e sentou na cama, olhando pra ele. Aqueles olhos azuis faiscantes a encaravam fervorosamente e delicadamente ao mesmo tempo. Isso era possível?

- Ron, não entenda mal, mas acho melhor não nos apresarmos, quer dizer... vamos de devagar... - começou Hermione, mas Rony a interrompeu.

- Tudo bem, Mione, tudo bem... desculpe, você esta certa.. é que eu me empolguei.

Os dois sorriram e Rony chegou mais perto, beijando-a.

- É que ter você aqui, de novo, tão perto de mim... parece que estou sonhando e vou acordar a qualquer minuto. Não quero te perder de novo... - disse beijando sua mão.

- Você não vai me perder, Ron. Não vai. - Respondeu Mione beijando-o. Isso era uma promessa.

E logo Rony tratou de por fogo naquele toque. Ele jamais se cansaria dela, dos seus beijos, do seu cheiro, do carinho com que o beijava, dos seus cabelos longos e macios. Ele queria viver de Hermione, respirar Hermione.

Achei

Vendo em você

E explicação

Nenhuma isso requer

Se o coração bater forte e arder

No fogo o gelo vai queimar

- Ron, amor, pelo amor de Deus, eu quero muito mas eu necessito descansar um pouco... - disse Mione já em baixo dele, com falta de ar. Ela tinha se esquecido da melhor sensação que havia sentido na vida: Rony a deixando simplesmente sem ar.

- Isso não é justo, princesa... - disse Ron beijando seu pescoço.

- Vamos combinar uma coisa? - disse Mione, puxando os o rosto de Ron para frente do seu. - Eu durmo aqui mais essa noite contanto que a gente... humm... veja um filminho agora hein? Aí eu aproveito e descanso... - completou nossa morena preferida, dando um selinho nos lábios do ruivo.

- Olha, mocinha, eu só vou concordar porque você disse que vai dormir aqui comigo, certo? Mas se acostume comigo me rendendo fácil assim hein... - disse Ron dando um ultimo beijo em seus lábios e sentando-se na cama.

- Isso, bom menino. - disse Mione, provocando o ruivo e levantando-se. Puxou o lençol para ir ate o banheiro mas ele não deixo.

Pra você guardei o amor

Que aprendi vendo os meus pais

O amor que tive e recebi

E hoje posso dar livre e feliz

Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris

Risca ao levitar

- Solta, Ron... ! - disse olhando pra trás.

- Pra que lençol?!

Mione no fim conseguiu entrar no banheiro, depois de uma pequena batalha entre os dois em um lençol. Fica a cargo de você, leitor, imaginar quem ganhou.

Ela duvidava muito que Ronald a deixaria toma um banho em paz e sozinha então tratou de ir logo antes que seu ritual fosse interrompido por um loiro ninfomaníaco.

Fechou a porta do banheiro, sem trancar e se olhou no espelho. Começou a rir quando constatou que haviam olheiras em seus olhos.

Vou nascer de novo

Lápis, edifício, tevere, ponte

Desenhar no seu quadril

Meus lábios beijam signos feito sinos

Trilho a infância, terço o berço

Do seu lar

Se fez certo ou se fez errado, ela já não sabia. A única coisa que tinha certeza era do amor que sentia por ele que nunca, nunca deixou seu corpo, seu coração, sua alma. De certo, era difícil aceitar aquele diário, cheio de respostas jamais enviadas mas no fim ela entendeu tudo.

Não importava.

Dane-se se ele não havia enviado aquelas cartas! Dane-se o orgulho idiota de ambos! Dane-se quem deixou quem! Dane-se tudo!

O que importava era o Amor, que momento algum a havia deixado, que estava impregnado na alma dela... o tempo apenas o trancou num lugar bem escondido, artimanha do coração, que só o fez para não sofrer mais tanto por aquela saudade imensa e dolorosa que corroia seu peito.

Agora a única coisa que ela queria era aproveitar aquele momento de reencontro e felicidade! Queria viver pra sempre namorados, apaixonados! Queria abraçar seu ruivo e nunca mais soltar!

Eles não iriam se separar mais, era uma promessa que ela havia feito a ele e primeiramente, a ela mesma.

Guardei

Sem ter porque

Nem por razão

Ou coisa outra qualquer

Além de não saber como fazer

Pra ter um jeito meu de me mostrar