Para tu amor lo tengo todo

Desde mi sangre hasta la esencia de mi ser

Y para tu amor que es mi tesoro

Tengo mi vida toda entera a tus pies



Hermione seguiu Ron ate sua cozinha e viu uma cesta grande em cima do balcão. Quando se aproximou viu o tanto de coisa que ele havia trazido.

– Você vai estocar tudo isso aqui? Tem comida aqui para uns 10 anos, Ron! - Disse Mione mexendo no que tinha lá dentro: pão italiano, pão Frances, pão sírio, biscuit, biscoitos doces, torradas, bolachas salgadas... geléias, mel, manteiga, patês... café solúvel, chás, sucos...

– Se você ainda come como eu lembro que come, isso ai não vai ser nada comparado ao seu poder...

– Tá me chamando de gulosa?!

Rony riu alto, enquanto esquentava água na chaleira. Foi ate ela beijou seu rosto e pegou o chá e o café da cesta.

– Só um pouquinho. - Tabefe no braço. - Chá ou café?

– Café. - disse Mione se sentando. Os dois permaneceram em silencio e ela aproveitou para observar melhor Rony. Na essência era o mesmo brincalhão de sempre, que conseguia arrancar um sorriso dela mesmo nos piores dias, porem ele estava diferente. Teria realmente crescido, como Ginny havia dito?

O barulho de seu celular tocando a tirou de seus devaneios e quando ela viu que era Draco, fez uma careta e não atendeu. Nesta hora Ron olhou pra trás e viu a careta de Mione. Agradeceu silenciosamente por Malfoy ser tão burro a ponto de se enforcar sozinho.

Y tengo también un corazón

Que se muere por dar amor

Y que no conoce el fin

Un corazón que late por vos

Ron não iria se importar muito com ele. Malfoy não a amava, ela era mais como um troféu pra ele exibir e Ron sabia que mais cedo ou mais tarde, Mione também iria perceber isso e descobrir que o amor da vida dela estava ali, bem a sua frente.

Ron levou o café pra mesa, mais a cesta.

– Eu adoro mel. - disse Mione observando Ron remexer as coisas.

– Então vamos de mel... e manteiga.

Rony a serviu e a si mesmo e Hermione agora agradecia internamente por aquele pequeno banquete, percebeu que estava faminta.

– Que delicia! Onde você arrumou tudo isso? - disse engolindo um biscuit

– Eu te disse que acordar cedo tem suas vantagens... - respondeu Ron passando manteiga em mais um torrada e dando uma piscadinha pra Mione.

Depois de metade da cesta já ter ido embora, Mione continuava comendo enquanto Ron apenas a observava sorrindo.

– Para com isso, Ronald. - disse Hermione meio de boca cheia.

– Gosto de mulheres que sentem prazer em comer, que sabem apreciar as coisas boas da vida... você sempre soube, Mione... senti tanto sua falta...

Mione terminou de engolir, bebeu um pouco de café pra empurrar tudo e então começou:

– Você disse que queria me mostrar uma coisa, o que é?

Ela percebeu que Rony ficou apreensivo e talvez nervoso. Hermione por sua vez também ficou preocupada e muito curiosa. Ele sorriu e se levantou, foi ate a sala e trouxe sua mochila.

Para tu amor no hay despedidas

Para tu amor yo solo tengo eternidad

Y para tu amor que me ilumina

Tengo una luna, un arco iris y un clavel

Abriu-a devagar e tirou uma espécie de caderno, grosso, parecia um tanto surrado e havia coisas, folhas soltas nele. E então, o colocou no balcão a frente dela.

– Lembra quando você disse que eu nunca respondi sua cartas, emails, cartões... ? - indagou, Ron.

– Sério mesmo que você quer falar sobre isso agora... - disse Hermione já meio que se decepcionando com tudo isso.

– Eu respondi, sim, Mione. Está tudo aí.

Mione apenas o encarou.

– Talvez você não me perdoe, talvez agora você me odeie pelo resto da vida por te mostrar isso só agora e talvez piore as coisas já que a primeira coisa que você vai me perguntar é: "por que nunca me mandou isso?" Mas eu acho que é certo te mostrar, é o que eu acho correto, justo, entende....

Mione continuou olhando do caderno pra ele enquanto Ron falava.

– Me perdoa, Mione...

Silêncio.

– Fala alguma coisa, por favor...

– Eu... não sei o que falar... preciso pensar... - disse Hermione perplexa e confusa.

O que era aquilo agora afinal?!

Por eso yo te quiero tanto

Que no sé como explicar lo que siento

Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor

Y no hay dudas yo te quiero

Con el alma y con el corazón

Te venero hoy y siempre

Gracias yo te doy a ti mi amor

Por existir

***

Draco não ligava para as mulheres que ele levava pra cama, mas as mulheres que ele levava bêbado pra cama, isso o preocupava.

Ele detestava a idéia de não se lembrar do que havia feito, de não ter tido controle da situação e de si mesmo.

E afinal de contas, quem era aquela estranha? Será que ela estava bêbada também?! E qual era o nome dela, por Deus??!!

Seu celular tocou:

– Malfoy.

– Por que você sumiu ontem? - disse uma voz irritada, arrogante e mimada.

– Pansy, não tenho tempo pra isso agora... - respondeu Draco, tentando não perder a paciência.

– Ah tem tempo sim, Malfoy, porque se não....

– Se não, o que, Parkinson? Vai contar tudo pra Hermione?? Então vai lá e conta, pelo menos não vou precisar ficar te aguentando mais! Passar bem. - E desligou celular.

Draco não estava com paciência pra cuidar daquilo agora. Ele levantou e começou a pegar as suas roupas que estavam no chão, e quando pegou seu casaco, caiu um pequeno bilhete amarelo:

"Quando passar a ressaca, me liga! | Srta. Audácia | 9876-5432"

Era sorte ou azar?! Pra tirar a dúvida, só tinha um jeito, ligar. Draco pegou seu celular e sentou-se em sua cama. Tocou três vezes antes dela atender.

– Pois não? - estranhamente, ele se lembrava da voz dela.

– Só quero saber por que não me esperou pro café, linda. - disse Draco.

Para tu amor lo tengo todo, lo tengo todo

Y lo que no tengo también, lo conseguiré

Para tu amor que es mi tesoro

Tengo mi vida toda entera a tus pies

Ela riu.

– Draco, não finja que você lembra da noite passada porque eu sei que não, meu bem. - disse Lilá ainda rindo.

– Ótimo. Vamos direto ao assunto. Não costumo ligar pra números desconhecidos enfiados em meu casaco mas levando em consideração o.. veja bem...

– Seu estado, sua situação, na noite passada, é isso? - disse Lilá.

– Enfim...

– Enfim, que você esta doidinho pra me ver de novo, loirão!

Essa garota era doida!

– É... é isso aí! - Draco achou melhor concordar do que argumentar.

– Eu te encontro, fica tranquilo. Beijinhos!

E ela desligou, simplesmente.

Mas por hora, Malfoy achou melhor afastar essa historia da cabeça pra se preocupar com uma muito pior.

Já era a segunda vez que ele ligava para Hermione e ela não atendia. Estava brava, chateada? Ou pior, estava ocupada demais com o Weasley para atende-lo...

***

Depois que Ron deixou sua casa Hermione passou a evitar a cozinha. Estava lá o caderno e ela ainda não sabia se queria ler, ainda não sabia o quanto aquele conteúdo poderia mexer com ela... se seria algo bom... se seria algo ruim...

Mione então estava a mais de uma hora na sala zanzando de um lado pro outro, ignorando os telefonemas do Draco e ignorando aquele caderno.

Ter Ronald ali com ela naquela manhã tinha sido muito bom, tinha sido melhor do que ela poderia imaginar e melhor do que ela desejava que fosse. Era muito confuso e difícil ver o passado voltando à tona e ao mesmo tempo tudo estar tão diferente... tão diferentemente melhor do que qualquer outra coisa.

Y tengo también un corazón

Que se muere por dar amor

Y que no conoce el fin

Un corazón que late por vos

Mione então começou a chorar com a realidade batendo a sua porta. Já não dava mais pra ignorar aquele sentimento, ela já estava se sentindo sufocada e doía á si mesma admitir que sim, amava o Ronald, que no fundo nunca havia deixado de amar, desde os onze anos, quando se

conheceram.

Ela então parou de brigar com si mesma e deixou as lágrimas simplesmente caírem.

E mais uma ligação do Draco. Se era hora de parar de se enganar, era hora de parar de meter Draco no meio de toda essa confusão também, não era justo brincar com os sentimentos dele.

***

Rony chegou em casa e se jogou no sofá. Ainda sentia o perfume dos cabelos dela... ele fez o que achou que deveria fazer, agora seja o que Deus quiser. Era difícil prever a reação da Mione perante tudo aquilo e já foi difícil ver a cara dela perplexa e confusa encarando o caderno.

Se ele se arrependia de não ter mostrado isso antes a ela? Sim, claro que sim. Mas não era fácil. E as coisas mudaram completamente depois que ela voltou e qualquer ressentimento, mágoa ou raiva, não faziam sentido perante a felicidade de ve-la novamente e da esperança de te-la de novo.

Por eso yo te quiero tanto

Que no sé como explicar lo que siento

Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor

Y no hay dudas yo te quiero

Con el alma y con el corazón

Te venero hoy y siempre

Gracias yo te doy a ti mi amor