Chegou o dia do Leilão para a Caridade dos Parkinsons.

E claro que todos os nossos heróis e os não tão heróis assim iriam comparecer. Cada um com seu motivo, cada um com sua razão.

Mais uma vez te encontrei

De novo eu não sei

O que te falar

Você ligou do celular

Pediu pro seu pai

Pra eu te levar

Mione já estava pronta, em seu vestido preto, tubinho, discreto e elegante e por cima, seu casaco longo. Prendeu seus cabelos num coque alto de forma casual e deixou uma mecha de sua franja comprida caída em seu rosto e por ultimo colocou um lenço no pescoço.

Ela esperava o carro que Draco iria mandar para pega-la enquanto acariciava distraidamente sua pulseira de margaridas... mas afinal, por que mesmo que Draco não iria com ela dessa vez?

Quando o carro chegou e Mione entrou, viu uma rosa vermelha especialmente grande e aveludada no banco com um bilhete. Logo reconheceu a caligrafia do loiro:

Doutora, sinto muito não poder acompanhá-la desta vez.

Estou ansioso para vê-la.

Saudosamente, D.M.

Hermione sentiu o perfume daquela flor lindíssima e sorriu. Haveria um homem na face da Terra mais cavalheiro que Draco Malfoy? Acho que não.

O caminho foi rápido e curto. O carro parou em frente a um prédio grande e de entrada elegante. Mione desceu e se encaminhou pelas escadas, forradas com um tapete vermelho. Ela então entregou o seu convite a um homem vestido de terno parado na porta.

– Srta. Granger, elevador, terceiro andar. Tenha uma ótima noite.

– Obrigada.

E assim ela seguiu, parou no hall do elevador, apertou o botão para chama-lo e aguardou sozinha. Logo ouviu o sonoro aviso indicando que o elevador havia chegou e para sua surpresa, assim que as portas se abriram, Mione deparou-se com um loiro lindo de terno com uma expressão entediada e um tanto preocupada também.

Ele olhou pra ela e logo seu olhar se iluminou, ele saiu do elevador e sorriu.

– Mione! – disse dando um beijo um tanto demorado no rosto dela. – É bom ver você!

– É bom ver você também, Draco. – E Mione sorriu. – Obrigada pela rosa é linda! Pedi para o seu motorista guarda-la pra mim, pego quando for embora...

– Não tem de que, Doutora – disse Malfoy com um sorriso sedutor.

– Por que você disse que não poderia ir comigo hoje....

Um casal muito distinto chegou neste momento e cumprimentou Draco.

– Vamos subir, Mione?

– Vamos... mas você não estava saindo?

– Estava mas agora não tem mais importância. – e ele sorriu.

Os dois entraram no elevador junto com o casal que conhecia Draco.

– Sinto muito pelo seu pai, Draco.

– Obrigado, Sr. Gregorowitch.

– Era um grande homem... acredito que você assumiu tudo, não é?

– Na medida do possível, estou assumindo ainda, Senhor.

– Apesar dele ter feito muitos bons negócios, espero que você seja um empresário realmente melhor que ele afinal, o destino de algumas de suas transações...

Draco começou levemente a suar. Mas que Diabos o cara estava falando ali, naquele lugar, na frente dela...

Tento esconder, nem reparar

No seu jeito de me olhar

Eu fico tão confuso e respiro devagar

Pra sua grande sorte, a porta do elevador abriu, direto no saguão do evento. Olhou de lado para ver se Mione havia captado o que aquele homem estava falando mas ela parecia nada ter ouvido, distraída com os detalhes do lugar e agora sorrindo discretamente, olhando todo aquele saguão gigantesco.

Hermione achou aquele lugar lindo, o lustre pendurado era enorme fazendo com que tudo naquela grande sala fosse três vezes maior.

O piso era de madeira e brilhava muito. Logo que saíram do elevador um senhor idoso chegou perto dela.

– Seu casaco, Madame, por favor?

E ele a ajudou a tira-lo. Draco parou do lado dela a observando se admirar com aquilo tudo. Sorriu e então ofereceu o braço para Mione.

Os dois saíram andando pelo saguão e as pessoas começaram a surgir do nada para cumprimentar a doutora ganhadora do Prêmio.

– Brilhante, Srta. Granger!

– Uma conquista para a humanidade!

– Parabéns, Doutora!

Depois de muitos apertos de mão, Malfoy a puxou para um canto mais tranqüilo.

– Como se sente, doutora? - disse pegando uma champagne para cada um.

– Sinceramente, constrangida – ambos riram. – Mas feliz. – Hermione bebeu um gole de sua taça e então se lembrou de uma coisa:

– Por que você não veio comigo hoje?

É, ela não iria esquecer disso, pensou nosso loiro preferido.

– Eu fui convidado a acompanhar a Srta. Pansy Parkinson hoje.

– Pansy Parkinson? É quem esta promovendo o leilão... ?

– Isso, na verdade, são os pais dela que promovem este leilão a cada dois anos. E ela estudou com a gente, no colégio.

– Hum. – Hermione tentou se lembrar do rosto desta Pansy mas não conseguiu. Na verdade, não foi nem necessário, já que a própria estava a caminho dos dois.

Se Draco Malfoy estava pensando que Pansy estava brincando, ele estava muito enganado. Ele não a conhecia.

– Olá, Amor! – disse Pansy, beijando o rosto de Malfoy e passando o braço pelos seus ombros. – Você sumiu...

Malfoy não se deu ao trabalho de responder, ficou imóvel com as mãos no bolso do paletó e desviou os olhos da Mione, não queria encara-la.

Mas eu nem sei como dizer

Nem descrever, o que eu senti

Nas noites em que eu não dormi

E que virei lembrando de você

Hermione por sua vez, entendeu bem a cena da garota na sua frente. Só não pegou qual era a do Draco... então desviou os olhos rapidamente, bebericando sua taça e viu a porta do elevador de abrir, saindo uma ruiva de cabelos compridos. Ginny e Harry haviam chegado e logo atrás viu um ruivo alto e uma loira.... uma loira?!

Mas continua tudo igual

Pra casa eu voltei

E nem te liguei

Seu telefone no mural

Me diz se é normal

Eu já decorei

***

Rony aproveitou a carona do casal, ele sabia que Hermione estaria lá e isto era tudo que importava. Quando desceram do taxi, havia uma pequena fila para pegar o elevador e enquanto entravam, ouviram alguém chamando:

– Rony, Rony...!! – os três viraram e Rony viu uma cabeleira loira se aproximando com o braço pro alto. – Me espera, Ruivão! – disse Lilá Brown, alcançando o grupo.

Era tudo o que nosso ruivo precisava, ter Lilá e Hermione no mesmo lugar, juntas. Ou seja, ferrou-se!

Rony não teve reação. Harry deu risada discretamente tirando um sarro do amigo e Ginny foi quem falou:

– Lilá! – sorriu pra loira – Você por aqui..... ??

– Gin! Pois é, mas estou trabalhando, eles sempre contratam algumas modelos pra ‘animar’ a festa. – Ginny arregalou os olhos e acenou, como que se concordando com a cabeça. – Vou entrar com você, Ruivão! - E agarrou o braço do rapaz.

Rony abriu a boca para argumentar mas como nada veio a sua cabeça, olhou para Harry e Ginny em busca de ajuda. Potter só fez rir mais ainda e Ginny olhou retribuiu o olhar do irmão preocupada. Precisava pensar em algo senão a noite poderia ser um desastre.

Junto a você, em frente ao mar

Sem coragem pra chegar

Tão preocupado com o que iria achar

Mas eu nem sei como dizer

Nem descrever, o que eu senti

Nas noites em que eu não dormi

E que virei

Lembrando de você