Dark Angel escrita por ABNiterói


Capítulo 30
Capítulo 29 - Completo


Notas iniciais do capítulo

Oi! Estou de volta, agora com o capitulo completo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195151/chapter/30

Capitulo 29

     Acordei com os olhos vermelhos e inchados de tanto ter chorado na noite passada. Eu queria desesperadamente voltar no tempo novamente e me impedir de aceitar essa missão. Com certeza eu devia ter prestado atenção quando Severus me disse que não seria fácil conviver com Tom. Ele estava extremamente certo mesmo não estando falando dessa situação. O fato é que Tom ter sido tão honesto comigo na noite anterior me abalou muito. A única coisa que eu queria fazer era aceitar e ficar ao seu lado, mas era impossível esquecer tudo o que eu e todos de 1990 passamos por causa do Lorde das Trevas, e o motivo de eu estar aqui.

     Mesmo amando Tom, por Harry eu roubaria a Pedra Filosofal, resolveria o mistério da Câmara Secreta, libertaria o Prisioneiro de Azkaban, ajudaria a ganhar o Cálice de Fogo, lutaria com a Ordem da Fênix e descobriria o Enigma do Príncipe quantas vezes mais fossem necessárias. O único problema é que minha mente insistia em dizer o tempo todo que eu sempre estaria traindo um dos dois. E era a verdade, por isso acordei hoje decidida a fazer minha escolha definitiva. Ou eu voltaria para o meu tempo hoje e diria a Alvo tudo o que sei para que matassem Voldemort logo, ou ficaria para sempre ao lado de Tom sem me importar com as consequências. Uma decisão muito difícil para mim. Uma decisão entre dois opostos, mas que deveria ser tomada.

-

- Continuação

-

- Abraxas, podemos conversar? – disse interrompendo uma conversa entre ele e Ágata.

     - Claro. Encontro-te mais tarde Ag... O que aconteceu Hermione? – perguntou quando já estávamos um pouco afastados.

     - Eu... Eu precisava falar sobre isso com alguém, e a única pessoa que consegui pensar foi você. Eu preciso de ajuda.

     - Pode falar Mione.

      Nós nos sentamos embaixo de uma arvore no jardim. Apesar de ainda ser fim de janeiro e ser inverno, hoje o sol havia aparecido e varias pessoas estavam aproveitando.

      - Eu recebi uma proposta para terminar meus estudos em Beauxbatons, mas eu não sei se aceito... Eu gosto de Hogwarts e bem... – Falar que eu havia recebido uma proposta de outra escola foi a melhor coisa que eu pude pensar para o caso de eu sumir.

     - Você sabe que se dependesse de mim você ficaria aqui. Eu nunca deixaria minha irmãzinha ir para longe de mim, mas tenho que concordar esta não é uma proposta que se recebe todos os dias... Porque você não aceitaria?

     - Tantos motivos... Não quero perder a amizade que tenho com você, Dorea, Cedrella, Minnie... Não quero perder Tom.

     - A nossa amizade você nunca vai perder, afinal mais dia menos dia vamos nos encontrar novamente, agora sobre Tom, você realmente o ama, não?

     - Sim, mais que um dia achei possível, e ontem ele também disse que me ama. Por isso não sei o que fazer.

     - Olha Mi, se Tom disse que te ama, é porque é verdade, isso posso te garantir pelo que conheço dele.

     - Sim, e isso me confunde. Meu cérebro diz que eu tenho que ir, e meu coração me manda ficar... – parei pensando se realmente continuaria com aquilo. Eu precisava de ajuda e precisava desabafar. Eu sabia que podia confiar em Abraxas, e mesmo sabendo das consequências que teria se ele contasse a alguém, continuei – Se eu te contar uma coisa você promete que nunca vai contar para ninguém?

     - Prometo. Juro pelo que você quiser. – ele respondeu prontamente.

     - Jure pela vida de Agata.

     - Eu juro pela vida de minha amada Agata que nunca falarei para ninguém o que você me contar agora, nem sobre tortura ou ameaça de morte.

     Respirei fundo, separando mentalmente o que iria falar, o que era seguro falar.

     - Me deixe falar tudo antes de dizer qualquer coisa. – ele concordou – Nós, ou melhor, vocês vão terminar Hogwarts esse ano. Depois disso todos vocês vão seguir rumos diferentes, mas tudo que te vou falar tem haver apenas com Tom. Praticamente ninguém terá noticias dele por um tempo, até que em mais ou menos 1970 ele volta, mas ai, todos o conheceram apenas por Lorde Voldemort sem saber de seu passado ou quem ele realmente é. Ele será um conhecido e temido bruxo das Trevas. Com os anos ele conseguirá muitos aliados, os Comensais da Morte, e ainda mais inimigos, até que ele é derrotado em 31 de julho de 1980 quando tenta matar um bebe de um ano de idade, mas a maldição acaba voltando contra ele. Em 1994, Voldemort retorna a vida por meio do sangue do mesmo menino que o havia derrotado, com seu poder maior que nunca. Ele torna-se o mal em pessoa, muito mais temido, poderoso e inteligente que Grindelwald. – Abraxas ficou boquiaberto quando disse isso. Acho que dizer que alguém podia ser muito pior que Grindelwald deu uma ótima ideia do que Tom seria no futuro. Apenas decidi por deixar as Horcrux de fora, pois não sabia se Tom havia contado a ele. – É por isso que eu temo. Eu amo Tom com todas as minhas forças, mas não posso deixar de temer o que sei que ele vai se tornar.

     - Não que eu não acredite em você Mione, mas como você pode ter tanta certeza sobre isso? Convenhamos você é tão ruim e descrente em adivinhações quanto Tom.

     - Já ouviu falar em viagens do tempo? – perguntei temendo a resposta. Eu estava pondo muito em jogo, mas eu precisava de alguém que soubesse a verdade além de mim e de Alvo, alguém em que eu confiava.

     - Em contos apenas, não é algo pos... – ele parou provavelmente tendo entendido o que eu quis dizer. – Você...?

     - Eu nasci em 19 de setembro de 1980. Eu vivi e temi tudo isso desde meus 11 anos. Eu lutei contra Voldemort. Eu sou a melhor amiga do maior inimigo dele em meu tempo. Com 11 anos eu recebi uma carta de Hogwarts e fui selecionada pelo Chapéu Seletor para a casa de Griffindor. No meu sexto ano o diretor disse-me que era provável que nosso lado perdesse a guerra, mas que havia uma esperança, algo que eu poderia fazer e que nos ajudaria a vencer. Imediatamente aceitei. Antes de começar o sétimo ano eu voltei para 1944 e fui para o orfanato em que Tom morava. No inicio eu apenas queria descobrir o que eu pudesse sobre ele o mais rápido possível para então voltar para minha época e acabar com essa guerra logo, mas eu passei a conhecê-lo melhor, e vi que ele não era quem eu pensava e que não existia apenas um lado ruim nele. Por isso eu demorei tanto para admitir a mim mesma que eu o amo.

     - Legal! Quer dizer, deve ser super chato para você ter passado tudo isso, mas eu adoraria conhecer outras épocas. Mas me diga, Tom se tornará tão mal assim?

     - Sim... Entre em minha mente. Vou te mostrar algo que aconteceu no fim do meu quinto ano.

     Baixei as barreiras da minha mente e me concentrei na memória de quando Voldemort e Harry duelavam. Ab apontou a varinha para mim e fez o feitiço, fazendo com que eu sentisse uma pressão no meu cérebro. Quando Harry desmaiou, levantei novamente minha oclumencia, expulsando Ab da minha mente.

     - Aquele... Aquele é o Tom? – perguntou completamente pasmo e chocado.

     - Sim.

     - É difícil de acreditar... Eu sei que ele gosta de cobras, mas aquilo já é exagero.

     - Tente convencê-lo disso, por favor.

     - Vou tentar... Não existe nenhum convite para Beauxbatons, não é?

     - Não, eu apenas preciso de uma desculpa razoável se eu decidir voltar para o meu tempo.

     - Me diga uma coisa, se você ficar aqui, você contará isso tudo a Tom?

     - Não. Você sempre será o único, a saber.

     - Mas você não acha que se você contar isso a Tom, talvez ele desista de tudo?

     - Não. A pessoa que me mandou para cá deixou bem claro que o destino dele é se tornar Voldemort, e não importa o que eu faça isso vai acontecer.

     - Eu te entendo e sei que deve ser uma decisão um tanto difícil, mas preste atenção. Você é uma pessoa muito inteligente, e pelo tempo que te conheço sei que é uma pessoa que sempre segue a razão. Tente ao menos uma vez seguir o que seu coração diz você não vai se arrepender. Eu pelo menos não me arrependi – ele fez uma pausa e completou – Se ajudar a convencer você a ficar, eu posso dizer que Tom mudou desde que você entrou na vida dele. Eu sei que é difícil, mas tenho certeza que ele não quer te perder tanto quanto eu não quero perder minha irmãzinha.

     Abaixei a cabeça e senti meu coração acelerar. Eu precisava desabafar, e o incentivo da Ab foi muito mais do que eu precisava para decidir ficar.

      - Obrigada por me ouvir e me ajudar. Eu vou seguir o seu conselho e ouvir meu coração. Eu vou falar com Tom, e vou ficar aqui.

     - Que bom! Conte comigo para o que você precisar. E obrigado você por confiar em mim. Não se preocupe, seu segredo está muito bem guardado comigo. Agora vá, e boa sorte!

     - Até mais tarde.

     Depois de me despedir de Ab, passei um bom tempo procurando por Tom. O jantar já havia acabado e eu estava cansada de procura-lo, então subi para o meu quarto e peguei o Mapa do Maroto. Ele estava na torre de Astronomia. Fui até lá correndo e quase morri por causa da quantidade de escadas.

     - Você não podia ter se escondido em um lugar que não canse tanto para chegar? – disse encostando-me à parede para recuperar o fôlego.

     - Eu não estou me escondendo.

     - Não, é claro que não. Eu apenas te procurei o dia inteiro no castelo inteiro. Já estava quase desistindo quando resolvi vir aqui. Você não apareceu para almoçar nem para jantar. O que aconteceu?

     - Nada.

     - Certeza Tom? – perguntei me aproximando.

     - Sim. Eu apenas queria pensar em paz. O que você quer?

     - Eu aceito. – disse de uma vez. Eu havia escolhido Tom, então para que ficar adiando se eu podia falar-lhe logo e ficar novamente ao seu lado.

     - Aceita o que Hermione?

    - Ontem você me perguntou se eu aceitava ficar ao seu lado mesmo sabendo de tudo o que você fez. Eu disse que eu precisava pensar. Eu pensei e estou dizendo que ficarei ao seu lado.

     Ele se aproximou de mim e me abraçou forte antes de tomar meus lábios. Nossas línguas travavam uma batalha sem fim, e eu não sabia como era possível sentir tanta falta de alguém em tão pouco tempo como eu senti de Tom.

     - Me diga que não é apenas um sonho e que você realmente ficará comigo.

     - Eu te amo Tom, e nada nem ninguém vai me impedir de estar com você. – Me separei um pouco dele e meus olhos encontraram a lua, fazendo com que um sorriso nascesse em meu rosto quando me lembrei da ultima aula de astronomia. – Olhe a lua Tom.

     - A Lua Azul é hoje – ele disse depois de observa-la.

     - Sim. A lua mais poderosa e mais rara que existe para o preparo de poções e para tentar realizar feitos difíceis e quase inalcançáveis. – apesar de ele saber tão bem quanto eu todos os significados da Lua Azul, vê-la inspirou-me, e eu sabia exatamente o que falar – Mas a Lua Azul também é conhecida há séculos como a Lua dos Amantes quando os apaixonados dos povos antigos declaravam seu amor eterno e juravam por uma vida de amor e felicidade juntos. É isso que estou fazendo agora. Seguindo os costumes dos antigos eu juro que meu coração sempre será seu e apenas seu, Always and Forever *– ele me beijou novamente, dessa vez com um sorriso perfeito no rosto.

      - Obrigado Mi. Eu realmente temi que você se afastasse de mim. E sim, meu coração também é apenas seu. Cuide bem dele.

     (* N/a.: Always and Forever = sempre e para sempre. Se alguém assiste The Vampire Diaries sabe do que estou falando. Só eu sou apaixonada pelo Klaus, principalmente quando ele diz isso com aquele sotaque londrino perfeito?)

     - Tom Riddle com medo? Essa é nova para mim. – disse rindo e tentando – com sucesso – descontrair um pouco.

     - Muito engraçado.

     - Mais falando sério quero, ou melhor, preciso te falar uma coisa.

     - Estou ouvindo.

     - Ontem você disse que queria utilizar objetos dos fundadores para fazer as suas Horcrux. Slytherin tem um medalhão e Huffepuff uma taça. Eu sei onde eles estão.

     - Porque você está me dizendo isso?

     - Porque eu quero que você realmente acredite que eu estou ao seu lado.

     - Você não precisava fazer isso para eu acreditar. Mas como você pode saber sobre esses objetos e onde eles estão? Eu já revirei toda a biblioteca e nunca achei nada!

     - Posso te dizer onde eles estão e como foram parar lá, mas não direi como soube. Eu realmente estou tentando ajudar, mas tem coisas que não posso te dizer.

     - Tudo bem. Fale o que puder. Prometo não perguntar nada.

     - Existe esse medalhão que pertenceu a Salazar Slytherin e passou de geração em geração por seus descendentes como uma herança, até que sua ultima dona de sangue o vendeu. Ela estava grávida e sozinha, e o único meio que conseguiu para obter dinheiro foi vender seu precioso medalhão para um homem chamado Burke, recebendo em troca alguns poucos galeões.

     - Essa mulher era... Ela era minha mãe, não era? – perguntou-me com a voz falha.

     - Sim Tom. Ela vendeu a única coisa de valor que tinha para garantir que você vivesse.

     - Eu não consigo entender! Ela era uma bruxa! Era apenas ela acenar a varinha e... – ele virou o rosto, mas não rápido o suficiente para que eu não visse as lagrimas escorrendo por seu rosto. Sentei-me no chão e puxei Tom para se sentar ao meu lado. Encostei as costas na parede da Torre e fiz com que Tom encostasse a cabeça no meu ombro e o abracei.

     - Quando sua avó deu a luz a Merope ela ficou muito fraca e morreu levando consigo toda a bondade e o amor que restavam em Marvolo. Ele e Morfino acabaram colocando a culpa de sua morte na sua mãe. Merope sofreu muito desde criança, e por ter uma saúde frágil, sua magia demorou a manifestar e quando isso ocorreu foi de forma lenta e fraca. Marvolo pensou que ela fosse um aborto e tornou a vida dela um inferno, e isso apenas piorou quando ela se apaixonou por um trouxa. – pude sentir uma lagrima cair em meu ombro. Levei uma mão a sua cabeça e passei a deslizar meus dedos por seu cabelo. – Cansada da vida que levava e completamente apaixonada, Merope fez uma poção do amor e deu ao trouxa. Por um tempo eles viveram ‘felizes’, mas quando ela descobriu que estava grávida, pensou que a poção já não fosse necessária e que seu pai amasse-a de verdade. Mero engano. Assim que Riddle se viu livre da poção, ele voltou para sua casa deixando Merope sozinha. Com medo e vergonha de voltar para casa, mas sem nenhum dinheiro, ela fugiu. Ela fez tudo o que estava ao seu alcance para que você não tivesse que viver uma vida como a dela.

     Ficamos em silencio. Eu não sabia se devia ter contado isso a Tom, mas era a mãe dele e ele merecia saber. E bem, ele parecia realmente triste em saber o quanto a mãe sofreu.

     - Como você pode saber disso? – ele perguntou sem olhar para mim.

     - Por favor, Tom. Você me prometeu que não ia perguntar nada. Eu gostaria muito de te dizer, mas confie em mim, eu realmente não posso.

     - Apenas me diga uma coisa. Isso é verdade?

     - Sim. Eu nunca mentiria sobre algo tão sério. – ele acenou.

     - Então esse medalhão esta com esse tal de Burke? – perguntou depois de uns minutos em silencio e já recuperado da história anterior.

     - Não. Burke tem uma loja no Beco Diagonal, mais precisamente na Travessa do Tranco. Uma senhora, Hepzibah Smith comprou o medalhão quando soube a quem ele pertenceu. Apesar de Burke ter tentado recupera-lo diversas vezes, ela não abre mão de seu tesouro. A sra. Smith é descendente de Huffepuff e também tem uma taça de prata que pertenceu a ela.

     - Você sabe onde ela guarda esses objetos?

     - Na casa dela. Não sei onde ela mora, apenas sei que é em Londres e que tanto o medalhão quanto a taça são guardados por varias magias e que apenas sua elfa domestica, Hokey, sabe onde exatamente eles estão.

     - Será fácil então – Tom sussurrou para si mesmo, mas eu ouvi.

     - Não importa o que você faça apenas me prometa que vai tomar cuidado.

     - Não se preocupe, – disse ele depois de trocarmos um beijo doce – não é como se eu fosse morrer; mas sim, eu prometo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que vocês gostaram da decisão da Hermione!
Quando ela falava de Merope a Tom, eu quis mostrar que ele tem sentimentos pela mãe, e que sofreu bastante com sua morte.
Apenas lembrem-se que é muito dificil mudar o destino, e que quando uma coisa tem que acontecer, ela acontece!
XOXO