Harry estava deitado em sua cama no dormitório masculino da Grifinória, mas não estava dormindo. Estava pensando sobre o sonho que tivera.

Nele, todos até mesmo Rony e Hermione, o chamavam de mentiroso, dizendo que ele só queria atenção inventando histórias sobre Voldemort. Logo depois, aparecia a professora com cara de sapo e dizia a ele que era feio contar mentiras e que ele seria preso por isso.

Harry riu internamente.

Os fatos recentes estavam afetando sua cabeça.

Depois de ouvir um ronco de Neville seguido por um ressonar de Rony ele decidiu que já era hora de dormir. Virou para o lado, tentando afastar os pensamentos idiotas de sua mente.

Na Sala Precisa havia apenas uma pessoa acordada. Lily Evans.

Todos pensaram que ela não havia percebido que o "garoto Potter" tinha os olhos dela. Os olhos no mesmo tom dos dela. E ela particularmente nunca havia visto outra pessoa com aqueles olhos. E o menino era a cara de James!

– Não pode ser... Isso é... – ela resmungou. – Impossível – completou depois de alguns segundos pensando na possibilidade.

O dia amanheceu em Hogwarts e logo todos os estudantes já estavam de pé a caminho do Salão Principal, para o café da manhã.

Harry, Rony e Hermione ainda estavam na sala comunal, enquanto olhares furtivos de todos os alunos eram mandados a Harry. Assim que saíram a caminho do Salão Principal um garotinho do segundo ano passou e encarou Harry com desprezo.

– Eles parecem estar com... Raiva de você – disse Hermione após o garoto se afastar.

Harry sorriu.

– Mione, eu sou o mentiroso agora esqueceu? Eu disse que vi Voldemort voltar, e o Ministro diz que é mentira. Em quem você acha que os pais deles estão acreditando? Em um menino de quinze anos que tem uma cicatriz na testa, ou no imponente e justo Ministro da Magia? – ele disse irônico.

Hermione fez uma cara pensativa. Por fim respondeu:

– Bem, eu acreditaria no menino de quinze anos com a cicatriz na testa e meus pais também – ela disse sorrindo divertida. – Até porque eles não conhecem o imponente e justo Ministro da Magia – ela completou em tom mais baixo e irônico.

Os amigos apenas riram enquanto chegavam ao Salão Principal e viam que as mesas estavam cheias, mas o café ainda não havia sido servido.

Rony logo resmungou algo sobre estar morrendo de fome e Hermione revirou os olhos, enquanto Harry procurava qualquer sinal de anormalidade. Porque aquilo não era normal em Hogwarts. Eles nunca haviam chegado ao Salão Principal e se deparado com as mesas vazias.

E então ele viu Dumbledore levantar e o salão inteiro calar. Todos os alunos se calaram somente para saber o motivo de não haver comida à sua frente.

– Bem, primeiramente: Bom dia alunos de Hogwarts – começou o diretor sorrindo. – Eu creio que deva uma explicação para não haver comida nas mesas hoje... Não Sr. Weasley, não é uma greve – Dumbledore respondeu divertido assim que Fred levantou a mão. – Eu somente tenho alguns avisos para dar a vocês que não foram possíveis ontem. Por motivos de atrasos no Ministério. Teremos esse ano mais treze alunos novos, vindos de outros colégios. E eles estão no quarto e quinto ano. Eu apresento a vocês os senhores Josh e Jason Parker – James e James Sirius entraram sorridentes. – As senhoritas Nicolle e Isabela Dixon – as meninas entraram com direito a vários assovios. – Os senhor e senhorita Anthony e Lucy Petterson – Lily Luna sorriu para Albus enquanto entravam. O moreno ainda não estava nada satisfeito em ter que ficar na Grifinória. – Os senhor e senhorita Hugo e Rose Weaver – Rose e Hugo também estavam sorridentes. – A senhorita Lydia Edwards – Lily entrou quase saltitando de tão feliz. Era bom estar em Hogwarts, mesmo que não fosse a sua Hogwarts. – A senhorita Madeleine Maze – Marlene entrou sobre várias olhadas e gritos masculinos. - O senhor Samwell Bailey – agora era a vez de Sirius entrar e "levar as garotas a loucura". – Senhor Richard Lewis – Remus entrou e as garotas "babaram" em cima dele, enquanto este ficava mais vermelho a cada segundo. – E por ultimo, o senhor Scott Marshall – Scorpius entrou sorrindo. – Bem, como devem perceber estes alunos estão com vestes da Grifinória. Eles foram selecionados ao chegar e estão todos na Grifinória. Bem, peço que tratem os nossos novos alunos muito bem. E bom dia – assim que ele falou as duas ultimas palavras, as mesas se encheram das comidas mais diversas.

Todos atacaram imediatamente. Bem, quase todos já que três pessoas nem olharam para a comida na sua frente.

Dolores Umbridge pensava nesses novos alunos. Ela não se lembrava de Cornélio ter falado nada sobre transferências escolares de treze adolescentes. Ela iria mais tarde ter uma conversinha nada agradável com Dumbledore.

Harry estava com pensamentos bem diferentes dos de Umbridge. Ele sentiu, mesmo sem saber como e o quê, algo ao olhar nos olhos da nova aluna. A tal de Lydia Edwards. Ela tinha algo de diferente, e ele não saberia dizer o quê. Mas tinha certeza de que aquela menina não era uma aluna comum...

E Hermione pensava em como isso era estranho... Primeiro o Ministério está interferindo em Hogwarts com aquela nova professora, e depois esses alunos... Isso não era lá muito animador. E se esses novos alunos tivessem algo a ver com o Ministério? É claro que isso era praticamente impossível, mas depois das noticias sobre o Harry nada mais que viesse do Ministro a abalaria.

Logo após o café da manhã Harry foi ao seu dormitório pegar suas coisas para a primeira aula.

– Oi - disse, movendo-se para seu malão e abrindo-o.

– Hey, Harry - disse Dino, que parecia estar procurando seu livro de transfiguração. – Boas férias?

– Não foi ruim - mentiu Harry, não querendo de maneira nenhuma alongar o assunto sobre suas férias. – Você?

– É, foi legal - disse Dino sorrindo. - Melhor que Simas, de qualquer forma, ele estava me falando agora mesmo.

– Por quê, o que aconteceu, Simas? – Neville perguntou enquanto fechava sua mochila.

Simas não respondeu imediatamente, estava perdendo bastante tempo se assegurando que sua mochila continha tudo o que precisaria. Então disse, com as costas viradas para Harry.

– Minha mãe não queria que eu voltasse.

– O quê? – disse Harry, pausando o ato de guardar um livro.

– Ela não me queria de volta em Hogwarts.

Simas pegou sua mochila, ainda não olhando para Harry.

– Mas... Por quê? – disse Harry, assombrado. Sabia que a mãe de Simas era uma bruxa e não podia entender, entretanto, o porquê de ela ter ficado tão parecida com os Dursley.

Simas não respondeu até ter terminado de abotoar suas vestes.

– Bem - ele disse com uma voz medida. – Eu acho... Que é por causa de você.

– O que você que dizer? – perguntou Harry rapidamente.

Seu coração batia bem rápido. Sentiu vagamente que algo se aproximava.

– Bem - disse Simas de novo, ainda evitando os olhos de Harry. – Ela... Er... Bem, não é apenas você, é Dumbledore, também...

– Ela acredita no Profeta Diário. Ela acha que eu sou um mentiroso e que Dumbledore é um velho tolo?

Simas o olhou.

– É, algo assim.

Harry não disse nada. Pegou sua mochila jogou sobre os ombros e ficou de frente para a porta.

Estava cansado disso: cansou de ser a pessoa que todos olhavam e falavam sobre todo o tempo. Se algum deles soubesse, se algum deles tivesse a menor ideia do que era se sentir ser o único a qual todas essas coisas aconteceram...

"A Sra. Finnigan não tem ideia, mulher estúpida" – pensou raivosamente.

Já estava a caminho da porta para sair dali o mais rápido possível, mas antes de fazê-lo Simas disse:

– Olha... O que aconteceu naquela noite quando... Você sabe, quando... Com Cedrico Diggory e tudo o mais?

Simas soava nervoso e ansioso ao mesmo tempo. Dino, que estava juntando o resto de suas coisas, ficou estranhamente parado e Harry sabia que ele ouvia tudo.

– Pra que você me pergunta? – Harry replicou. – Apenas leia ao Profeta Diário como sua mãe, por que não? Ele lhe dirá tudo o que você precisa saber.

– Você não precisa falar da minha mãe – Simas devolveu.

– Eu falarei de qualquer um que me chame de mentiroso – Harry quase gritou.

– Não fale assim comigo! – Simas gritou.

– Eu falo com você do jeito que eu quiser – disse Harry, com seu temperamento subindo tão rápido que agarrou sua varinha dentro das vestes. - Se você tem algum problema em dividir um dormitório comigo, vá e pergunte a McGonagall se você pode mudar... Pare de preocupar sua mamãezinha – Harry disse ironicamente.

– Deixe minha mãe fora disso, Potter! – Simas gritou.

– Então a mande parar de dizer mentiras contra mim – disse Harry furioso e saiu do quarto.

Quando chegou na sala comunal os alunos novos estavam lá e o viram sair furiosamente pelo retrato da Mulher Gorda.

– O que aconteceu com o meu pai? – Albus perguntou.

Isabela respirou fundo antes de responder o que todos sabiam, mas que pelo visto Albus teimava em esquecer.

– Al, seu pai está no quinto ano... Certamente todos estão o chamando de mentiroso. Ele deve ter acabado de brigar com Simas Finnigan – ela disse com um ar de sabe-tudo digno de Hermione.

– Como ela sabe de tudo? – James perguntou.

Albus apenas balançou a cabeça enquanto uma ideia maluca se passava por sua cabeça.

– Tudo bem. Entendo... ­– ele passou as mãos pelos cabelos agora loiros e suspirou. – Bem, eu vou ali fora. Tchau! – ele disse correndo em direção ao retrato que Harry sairá há pouco.

– Ele vai aprontar alguma – disse Sirius.

Todos o olharam de forma interrogativa.

– É o mesmo olhar que o Prongs usa quando vai aprontar – ele respondeu simplesmente.

Todos riram. Sirius era estranho às vezes.