Blindfolded escrita por BitingNargles


Capítulo 5
The Reason (JANE)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :3
Mais comprido do outro como prometido haha



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JANE

Isso é lamentável, pensei, como vou conseguir ir em uma missão se não consigo nem enxergar?

Suspirei e sentei-me na grama, ainda estava molhada com orvalho, minha calça ficou gelada, mas não me importei sempre me sentia bem sentando na grama, próxima à natureza.

Escutava o barulho do lago e dois campistas cochichando, eles andaram para frente, próximos a mim. De repente escutei gritos e um grande SPLASH.

Senti-me estranha, como se meus braços tivessem se movido sem minha permissão, mas não era totalmente como meus braços, era mais como se fosse um músculo novo, que eu não havia dominado ainda, como um bebê que não controla seus movimentos.

Experimentei mover esse novo “músculo”, curiosa. Senti os espinhos arranharem a minha pele, soltei um grito de dor e fiz com que os espinhos se afastassem de mim. Uma pétala de rosa caiu no meu rosto, era diferente das rosas normais. Tinha cheiro de morte e flores, e textura macia fazia cócegas em minhas mãos.

Toquei o lugar que os espinhos haviam arranhado, ardia e sangrava um pouco, mas não era muito sério. Fui ao banheiro e lavei o rosto com sabonete, ignorando a dor. Queria poder me ver no espelho para ver se o corte estava muito feio.

Peguei as minhas coisas que Will havia me ajudado a arrumar, e esperei por ele do lado de fora do meu chalé, o garoto havia me dito que ia me acompanhar até a van. Ele demorou um pouco, mas logo chegou, se desculpando. Como era sua primeira missão, ele não sabia muito bem o que colocar, embora tivesse me ajudado a arrumar as minhas coisas.

Quando andávamos até a van, Will notou que eu não tinha levado nada para me defender.

— Tem certeza de que não quer uma adaga ou alguma arma, Jane? — Will perguntou preocupado e eu assenti.

— Não preciso de uma. — Respondi.

— Como assim, não precisa de uma? — Ele parou e percebi que estávamos perto da van.

— Tentem me atacar. — Eu disse, era a hora perfeita para testar minha teoria. Ninguém se manifestou. — Vamos, não vai me fazer mal.

Senti as raízes de rosas se enrolando na espada de alguém e jogando-a longe.

— Como fez isso? — Cosmo perguntou perplexo.

Expliquei a história dos campistas e como eu havia descoberto os meus “poderes mágicos”.

Conversamos mais um pouco, mas o cara com milhares de olhos bufou e Phoebe me ajudou a entrar na van. Sentei-me no banco da porta, senti o carro se mexendo, o balanço do carro estava me deixando sonolenta.

Fechei meus olhos e já estava no mundo dos sonhos, percebi que não havia conseguido dormir na noite passada, pois estava muito ansiosa. Eu conseguia ver, o que era muito estranho, já que os meus sonhos geralmente consistiam em sons, sensações e cheiros.

Eu via o céu, as árvores, as pessoas, a maioria mulheres. Elas sorriam, tinham a pele esverdeada ou azulada, eram ninfas. Eu estava no colo de uma mulher alta, morena, linda. Ela tinha grandes olhos azuis e um sorriso bondoso, ela usava um vestido branco com detalhes em verde e dourado.

Percebi que era minha mãe, e que isso era uma lembrança, não somente um sonho. Ela me sentou na grama e brincou com as flores com os dedos, fazendo crescer flores com todas as cores possíveis. Eu ria alegremente, Perséfone sorriu e beijou a minha bochecha, mas de repente ficou tensa, seus olhos ficaram cheios de medo, ela me pegou no colo e correu comigo nos braços.

Então tudo ficou escuro, não conseguia enxergar.

— O que você fez com a minha filha? Qual o problema dos olhos dela? — Perséfone gritava comigo no colo.

— Fiz o que não posso fazer com você, sua prostituta, deixei-a deficiente, cega. Esse é o castigo que ela levará por você, por me trair. — uma voz masculina disse.

— Não é justo! Por que você pode me trair e eu não posso? Por que sou forçada a ficar no mundo inferior quando você tem o seu livre arbítrio, me traindo com todas aquelas prostitutas?

— Por que você comeu a maldita semente e casou comigo. — Hades riu amargamente.

— Continua não sendo justo com a minha filha. — Disse Perséfone, irritada.

Escutei o deus dos mortos suspirar.

— Tudo bem, ela não vai ser cega para sempre, ela vai voltar a ver quando conseguir quebrar a maldição, em sua primeira missão. Isto é, se ela conseguir. — Uma risada maligna, tomou o ambiente bem na hora que acordei com o impacto da van tombando.

Acordei com a risada de Hades ecoando pela minha cabeça. Sentei-me e soltei o meu cinto, me perguntando o que tinha acontecido. Eu estava de ponta cabeça e sangue escorria pela minha testa. Eu... já fui capaz de ver? Imaginei

Mãos gentis me ajudaram a sair do veículo destruído, sorri, murmurando “obrigada”. E saí da van. Escutei um grito e o barulho de algo afiado cravando-se em carne, que acompanhou o barulho de algo se tornando poeira.

— Onde estamos exatamente? — Perguntou Nirvana, que estava parado ao meu lado.

— Não sei, Argos deu um jeito de desaparecer e agora estamos sozinhos no meio do nada. — Comentou Phoebe.

— Ótimo. — Murmurou Will ao meu lado, obviamente estava sendo sarcástico.

— Não tem uma placa ou algo assim? — Perguntei, me perguntando se tinha que passar em uma farmácia para comprar alguma coisa para a minha cabeça que já estava doendo.

— Acho que tem uma placa ali. Vamos, quero ver melhor, não consigo vê-la daqui. — Cosmo disse, andando um pouco para a direção da placa. Will me deu a minha mala para colocar nas costas e me puxou para a direção certa.

— Diz aqui “Harrisburg, 23 km, e Elizabethtown, 22 km.” Para onde vamos? — Perguntou Nirvana.

— Para Elizabethtown, acho. É mais perto. — Disse Will.

— Vamos, então. — Disse, andando para a direita.

— Err... Jane, você está indo para o lado errado. — Riu Phoebe, ri também e fui para o lado certo, a risada de Hades ainda ecoando em minha cabeça, me atormentando enquanto eu andava até o próximo destino, me perguntando como diabos ia conseguir quebrar a maldita maldição.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim.
Reviews?
Sabe, ando meio desanimada para escrever, por que parece que quase ninguém se importa se estou escrevendo ou parece que não gostam da minha fic .-.
Aceito críticas (construtivas), elogios e afins. :)
Beijos,
-BN



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